quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Finger Eleven - Life Turns Electric


Artista: Finger Eleven
Álbum: Life Turns Electric
Data de lançamento: 5 Outubro 2010
Género: Rock alternativo, Hard Rock
Editora: Wind-up Records
Lista de faixas:

1 – “Any Moment Now”
2 – “Pieces Fit”
3 – “Whatever Doesn’t Kill Me”
4 – “Living in a Dream”
5 – “Good Intentions”
6 – “Stone Soul”
7 – “Ordinary Life”
8 – “Don’t Back Down”
9 – “Famous Last Words”
10 – “Love’s What You Left Me With”

Os Finger Eleven já foram uma banda juvenil com dose de peso para principiantes, mas assim que os próprios membros da banda começaram a amadurecer, assim teve também que acontecer com a música. Conhecidos por alguns por um par de hits que tiveram a meio da década passada e por outros pela “Slow Chemical” que serviu de música de entrada do Kane da WWE. Portanto a música em si, neste álbum, é algo diferente do que se encontra nesses exemplos mais conhecidos da banda, e neste curto disco que mal passa da meia hora, há canções com base simples e sólida constituindo bons resultados de Modern Rock de airplay e até por vezes, alguns cheirinhos de Pop. Perfeitamente perceptível em casos como o do single “Living in a Dream” ao qual se pode até dançar, uns bons níveis de “catchyness” que muito ou nada de peso têm como em “Stone Soul” e até quando fazem uma simples canção calma como a conclusiva “Love’s What You Left Me With”. E outras vezes apenas se concentram em criar peças de puro Rock, atirando um riff que com sua simplicidade, promete entranhar-se. Até é assim que o álbum inicia de imediato com “Any Moment Now”. No entanto, não é álbum que caia no ouvido de imediato e que lá se instale, causando vontade de o ouvir de novo e não acrescenta nada novo ao que existe actualmente. É salvo facilmente por ter boas melodias, ter uma sonoridade mais acessível e pela evolução de uma sonoridade primária capaz de atingir um ponto mais adulto e conseguir aí obter o seu conforto. Não há nada de especial aqui a descrever. E se eu mesmo demorei entre 1 hora e uma 1 hora e meia para escrever este curto texto, era porque realmente tinha dificuldade em encontrar grande coisa para dizer – e às vezes também há os dias desinspirados – e queria ver se conseguia mais do que apenas chegar aqui e dizer que o disco “está OK”. Porque é um disco OK, que vai-se ouvindo. Os fãs agradecem, disso não há dúvida.


Avaliação: 6,8


sábado, 19 de fevereiro de 2011

[Clássico do Mês] Black Sabbath - Black Sabbath


Artista: Black Sabbath
Álbum: Black Sabbath
Data de lançamento: 13 Fevereiro 1970
Género: Heavy Metal
Editora: Vertigo Records
Lista de faixas:

1 – “Black Sabbath”
2 – “The Wizard”
3 – “Behind the Wall of Sleep”
4 – “N.I.B.”
5 – “Evil Woman”
6 – “Sleeping Village”
7 – “Warning”

Como se já não bastassem os loucos dos Led Zeppelin a fazer ruído e uns pedrados Pink Floyd com músicas que não cabem tão facilmente na cabeça de um comum, ainda tinham que vir mais uns Ingleses “estragar” o panorama musical do Rock. E agora a falar a sério, uma enorme vénia a estes senhores imortais Black Sabbath por finalmente concluírem a pavimentação de um novo género musical tão mítico, tão controverso, tão belo. Já antes deles andavam os Led Zeppelin a distorcer guitarras, a fazer abanar cabeças com riffs e a fazer alguns conservadores tapar os ouvidos em horror. E os Pink Floyd também já a desafiar algumas “leis” do Rock vulgar e a fugir às regras, tratando os instrumentos de forma diferente de outros da época. Jimi Hendrix também quis tocar a guitarra à sua maneira e imortalizou-se como um dos melhores guitarristas e dos primeiros a distorcê-la. E muitas mais sementes se foram espalhando pelo caminho para se criar um novo estilo, e foi com o aparecimento da banda de Ozzy Osbourne, Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward que surgiu um álbum completamente assombroso, fora do normal. Aquelas guitarras soavam mais forte que as outras, às vezes pareciam gritar e as estruturas das canções e a harmonia das canções funcionavam de forma assombrosa. A atmosfera proporcionada por todo aquele trabalho e a harmonia dos instrumentos soberba e magicamente bem tocados com os vocais marcantes que entranham de um jovem Ozzy Osbourne torna-se uma mistura de sentimentos, desde o mágico e fantasioso ao obscuro e arrepiante, desde um ácido alucinante a um aterrador e apocalíptico. Nunca se tinha ouvido algo assim. Desde a inicial faixa-título e a sua estrutura arrastada, em tom de pesadelo, ritmo lento e melancólico – aqui já se davam os primeiros passos também para o subgénero do Doom Metal – que irrompia num riff enlouquecido que parecia saído de outro mundo. Era, de facto, o mais pesado que havia naquela altura, se pensarmos bem. Logo, os mais conservadores iriam de imediato vaiar o disco, acusar a banda de dementes loucos adoradores do Diabo e proibir a malta mais jovem de deitar ouvido a isto, por razões morais. As críticas do disco realmente mudaram bastante com o tempo e nesta altura a comunidade do Metal, o pessoal que realmente desfrutava disto era mais reduzido. O Heavy Metal ainda era discriminado como género musical e era posto de parte em tudo o que era acerca de música do mainstream, não se poderia considerar sequer haver especialistas neste estilo sem serem vistos como ignorantes e as críticas Pop de imediato rotulavam qualquer coisa do estilo como lixo. Não era geral, mas quase. O género conseguiu manter-se forte com os anos e ir-se desenvolvendo em inúmeros subgéneros – o Metal talvez seja dos estilos musicais com mais subgéneros, que mais formas consegue tomar e que melhor consegue fazer fusão com outros estilos. Mas na aquela altura, os Black Sabbath eram apenas uns drogados que andavam por aí a adorar o Satanás. Mas não era isso que eles faziam, o que eles adoravam era a música, e era uma banda empenhada que realmente depositava toda a alma na concepção de um novo trabalho e que levava a sua música a sério – até mesmo um Ozzy Osbourne semi-consciente era dedicado. E não deve haver uma única banda de Metal do presente que despreze os Black Sabbath e que não os veja como uma enorme influência. Mesmo fora do Metal, poucos deverão negar o impacto desta banda e mesmo que não gostem, pelo menos um enorme respeito tem que haver. É que ao falar-se em Black Sabbath, fala-se das maiores bandas de sempre, uns pioneiros e o seu álbum de estreia, mesmo que não seja o mais sólido construtor de clássicos – isso foi-se formando mais com os seguintes “Paranoid”, “Master of Reality” e mais tarde com “Heaven and Hell”, já com Ronnie James Dio – é o primeiro disco, onde toda a lenda começou, onde o estilo se afirmou e estabeleceu. Como seria possível ficar indiferente a tal obra-prima?


quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Pulled Apart by Horses - Pulled Apart by Horses


Álbum: Pulled Apart by Horses
Data de lançamento: 21 Junho 2010
Género: Rock Alternativo, Hard Rock, Neo-Grunge
Editora: Transgressive Records
Lista de faixas:

1 – “Back to the Fuck Yeah”
2 – “The Crapsons”
3 – “High Five, Swan Dive, Nose Dive”
4 – “Yeah Buddy”
5 – “I Punched a Lion in the Throat”
6 – “I’ve Got Guestlist to Rory O’Hara’s Suicide”
7 – “Get Off My Ghost Train”
8 – “Meat Balloon”
9 – “Moonlit Talons”
10 – “The Lighthouse”
11 – “Den Horn”

Uma agressividade regada de bom sentido de humor e tem-se aí a verdadeira essência da música do álbum de estreia do grupo Inglês, Pulled Apart by Horses. E é mais um daqueles discos que não acrescentam nada de mais, mas que se torna tão essencial. Soa precisamente a um grupo de jovens a divertir-se com letras que através da sua patetice se distinguem do restante e soam bem e adaptam-se bem ao resto da música. “I’ll make you dance with my balls on fire” de “High Five, Swan Dive, Nose Dive” tem que ser um verso candidato aos melhores e mais caricatos que já passaram por este blog. Esta certa genialidade baseada no juvenil também se nota em alguns dos títulos das músicas como “I Punched a Lion in the Throat” ou “I’ve Got Guestlist to Rory O’Hara’s Suicide”. Quanto à música em si, há muitas maneiras de a saborear. Isto tem o seu quê de jovem amador e a sua outra prestação de profissionalismo. Pode soar amador de uma maneira profissional ou vice-versa. Riffs sólidos e versos berrados em “desespero”, fazem lembrar de certa forma uns Biffy Clyro nos seus inícios – duma maneira mais à “There’s No Such Thing as a Jaggy Snake”. Ao serem berrados esses versos amadores – algumas canções nem chegam a ter mais de 3 versos repetidos várias vezes – é que se nota como a música destes Pulled Apart by Horses é supostamente para ser directa ao assunto, sem muitas voltas a dar – não é necessário neste caso – e é simplesmente para fornecer-nos músicas curtas – muitas encontram-se abaixo dos 3 minutos e quase em geral ficam abaixo dos 3 minutos e meio – para saltar e até para abanar umas quantas cabeças. Música alternativa com o seu certo peso para ver se agrada para os dois lados. Para quem se deliciar mais com o “barulho” de um riff – como é o meu caso – é mais ou menos para isso que servem os 7 minutos da conclusiva “Den Horn”, onde existe na segunda metade da música um “festival de riffada”, para acabar o disco de barriga cheia e satisfeito. É uma estreia muito forte, de facto, só falta saber que rumo poderá tomar esta banda no seu futuro, sem que comece a soar mais ao mesmo. Um cuidado a ter, mas para já, estão bastante bem e aprovados.

Avaliação: 8,1


quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

The Browning - The Browning


Artista: The Browning
Álbum: The Browning
Data de lançamento: ?, 2010
Género: Deathcore, Electronica
Editora: Independente, Earache Records
Lista de faixas:

1 – “Standing on the Edge”
2 – “Dazed”
3 – “Taken for Granted”
4 – “Judgement”
5 – “Inner Mission”
6 – “A Better Way”
7 – “Time Will Tell”
8 – “Suite and Tie”
9 – “These Nightmares”
10 – “Remnant”

Deathcore. Bastava dizer isso e dispensava qualquer tipo de descrição de som de uma banda, visto que dentro do Deathcore vai tudo soar ao mesmo. Isto é, fora as bandas que se atrevem a abraçar esse estilo mas mesmo assim com novas propostas encima da mesa. Ou seja, acrescentar algo novo a um dos estilos mais mastigados e controversos da actualidade. Quando apareceram estes The Browning e apresentaram a sua abordagem musical, uns ficaram de boca aberta, outros torceram o nariz, outros nem conseguiram ouvir até ao fim. Eu fiquei fascinado desde que ouvi o single “Time Will Tell” e a sua abordagem electrónica do estilo que certamente se destacava e diferenciava de qualquer outro. Ora, quando uma banda que supostamente ainda é Deathcore mas ainda consegue suscitar-me tanto interesse, é porque se trata mesmo de algo fora do normal. E desde aí que sabia que teria que ouvir o disco mais tarde ou mais cedo. E é de facto um disco que me mantém agarrado. Já antes de ouvir o disco que chegava a repetir audições do single “Time Will Tell”. E penso, se retirasse toda a electrónica/dance da música, como ficaria? Lá está, ia-se tornar na mesma treta que todo o resto do Deathcore, porque é essa a base principal das canções, com uma trovoada de breakdowns suficientemente forte para fazer reconhecer o estilo. Mas assim que se acrescenta aquele trabalho electrónico, com um riff de sintetizadores tão catchy assim como um beat a dar uma percussão à música… Ora aí está, fica uma música completamente diferente. E é assim que funciona todo o disco, com uma força e capacidade de captar atenção semelhante à de “Time Will Tell” – que por acaso até é realmente a faixa que mais se destaca. Ao longo de todo o álbum, canções típicas de Deathcore banhadas com uma boa dose de electrónica para poderem afirmar facilmente “esta música é nossa”. Não havendo mesmo nada em particular a destacar na banda, visto que o resto do trabalho – instrumental, vocal e lírico – não se diferencia muito ou nada das restantes bandas, é mesmo a fusão de géneros, a administração perfeita das duas sonoridades diferentes a capacidade da criação de temas singulares. É o seu todo que funciona bem. E mesmo que isto não agrade a qualquer um, posso afirmar que de todo o Deathcore que ouvi, este projecto foi de facto das melhores coisas que já me passou pelo ouvido.

Avaliação: 9,2


terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Chiodos - Illuminaudio


Artista: Chiodos
Álbum: Illuminaudio
Data de lançamento: 5 Outubro 2010
Género: Post-Hardcore
Editora: Equal Vision Records
Lista de faixas:

1 – “Illuminaudio”
2 – “Caves”
3 – “Love Is a Cat From Hell” (com Vic Fuentes dos Pierce the Veil)
4 – “Modern Wolf Hair”
5 – “Notes in Constellations”
6 – “Scaremonger”
7 – “His Story Repeats Itself”
8 – “Let Us Burn One”
9 – “Hey Zeus! The Dungeon”
10 – “Stratovolcano Mouth”
11 – “Those Who Slay Together, Stay Together”
12 – “Closed Eyes Still Look Forward”

Para muitos, Chiodos é Craig Owens. Ao sair esse vocalista e ser substituído por Brandon Bolmer dos defuntos Yesterdays Rising, pronto, já não vale tanto a pena. É o que alguns fãs chegam a pensar quando se dá uma mudança de vocalista – a mudança de baterista já parece não ter feito assim tanta diferença quanto o vocalista. Mas, porquê, afinal? Craig Owens era, de facto, um bom vocalista e conseguia atingir uns agudos bem invejáveis. E quando era preciso berrar lá estava ele já pronto, de goela aberta. Mas este Brandon Bolmer veio do mesmo campo, portanto vai dominando os mesmos factores que o anterior e consegue manter a banda ao mesmo nível que anteriormente. Porque há que admitir que dentro do Post-Hardcore é pouco usual que bandas se diferenciem muito umas das outras, salvo várias excepções que ainda conseguem adicionar algo de inovador à música. Mas deixemos o facto de haver um novo vocalista que possa vir a prejudicar a banda porque não é verdade. Este terceiro álbum, “Illuminaudio”, funciona como mais um disco do catálogo dos Chiodos, com a sua habitual sonoridade que já atingiu o seu ponto de conforto em que não necessitam de apressar ideias bombásticas novas, desde que a música vá sempre soando fresca de disco para disco. Tarefa difícil para um estilo tão “mais arroz” como o Post-Hardcore, mas estes Chiodos não parecem ter problema algum nisso. Brandon Bolmer preenche bem a vaga de Craig Owens, permitindo ao disco manter a mesma força vocal que os dois anteriores – Bolmer sabe cantar e sabe arreganhar bem a garganta para uns bons berros. Em termos instrumentais temos aquela habitual linha entre o vulgar comum e o experimental. Tem a normal estrutura riffada a acompanhar os berros para dar a ilusão de ser uma música bem pesada – talvez tenha a quantia “máxima” de peso para principiantes – e isso não está de maneira alguma a rebaixar, não é preciso ter peso para ser bom, é o ideal para o seu estilo. E uma das suas capacidas mais fatais que tiveram que colocar à prova de novo, neste disco: as melodias orelhudas. Os Chiodos são umas das bandas do Post-Hardcore que melhor sabe atirar um refrão catchy – e os The Used também são tão bons lançadores como eles – e mesmo que isso já seja uma característica habitual do Post-HC, alguns apenas sabem formar um refrão embaraçoso. Já estes trabalham bem nisso e de novo concentram nesse mesmo factor o ponto mais poderoso do álbum. Feito mesmo para incapacitar qualquer ouvinte de ficar indiferente ao que ouve. Logo, em geral, este disco, mesmo que não tenha nada a assinalar que seja de fazer cair o queixo ou arregalar os olhos. E uns dos fãs ficam bastante contentes como o resultado de “Illuminaudio”. Outros, simplesmente esperam para saber o que sai do álbum de estreia dos D.R.U.G.S., novo projecto de Craig Owens.


Avaliação: 7,7