quinta-feira, 24 de março de 2011

Enslaved - Axioma Ethica Odini


Artista: Enslaved
Álbum: Axioma Ethica Odini
Data de lançamento: 27 Setembro 2010
Género: Black Metal Progressivo
Editora: Indie Recordings, Nuclear Blast
Lista de faixas:

1 – “Ethica Odini”
2 – “Raidho”
3 – “Waruun”
4 – “The Beacon”
5 – “Axioma”
6 – “Giants”
7 – “Singular”
8 – “Night Sight”
9 – “Lightening”

Afinal o que é que ainda resta da onda do Black Metal Norueguês? Apesar de ainda haver bandas desse movimento que ainda mantêm a sua sonoridade e do legado do género manter-se bem sólido e de referência, alguns trves mais extremos vão ter que sair do seu matagal/floresta e aperceber-se que alguns dos próprios músicos dessa onda sentem vontade de inovar e de renovar o seu som no que diz respeito à sua música (citem-se os exemplos destes Enslaved, Darkthrone, Satyricon, Emperor, Dimmu Borgir ou Ulver). Mas felizmente, esses kvlt mais dedicados não parecem andar muito por aí em demasia e o que vemos mais são verdadeiros apreciadores do género em geral que sabem ver e reconhecer o verdadeiro valor de tais artistas. E também creio que seja muito difícil para um apreciador de Metal, ouvir este álbum e ficar indiferente ou achar que é um registo fraco. Porque, de facto – e permitam-me agora já avançar – este “Axioma Ethica Odini” trata-se, à vontade, de um dos melhores discos de Metal do ano de 2010. Um exemplo em que a fusão entre o Black Metal e o Rock Progressivo atinge a sua perfeição. Sem querer parecer um goblin facilmente impressionável, há aqui trabalhos de composições que realmente possam deixar alguns boquiabertos. O talento instrumental técnico e elaborado da banda já conhecíamos mas talvez seja definitivamente neste disco que a sua própria sonoridade singular se estabeleça, onde a banda já esteja consciente de que não se trata de uma banda de Black Metal comum e muito menos uma banda de Metal Progressivo comum – e o rótulo de Viking Metal já lá vai – chegando a banda a negar rótulos e achando que se podem considerar mesmo como apenas uma banda de Rock – como lido em entrevista. São nove canções de riffs irresistíveis que aqui se encontram e de perfeito trabalho de vocais berrados até serem brutalmente interrompidos por vocais limpos mais suaves. Um disco bem forte, pesado e obscuro mas que consegue ser para além disso e tornar-se um conjunto de canções agradável, relaxante até. As mudanças e as alternâncias de sons, como por exemplo da forma como quase nos “esquecemos” do disco de peso que estamos a ouvir que iniciara com uma potente e inesquecível “Ethica Odini” com o início mais soft e limpo de “Night Sight” já mais perto do final do álbum. Causa ainda mais contraste ao seguir a poderosa “Singular”, uma das canções de destaque, na minha opinião. Bastantes riffs aqui são dignos de vénia também como é o caso de “Raidho”, “The Beacon” ou da conclusiva “Lightening”. Tudo isto e muito mais que haja a descrever são apenas pormenores que podem muito bem ser poupados, pois uma detalhada descrição do disco não dá um terço do “feeling” que é ouvi-lo e o ideal para aprender este disco é mesmo ouvi-lo e não ler textos de opinião de outro tipo qualquer. Mas é de facto um álbum que necessita de múltiplas audições, para ir entrando cada vez mais nele, mesmo que de início já se pegue – um exemplo de música sofisticada na qual se “aprende” sempre algo novo a cada nova audição. E não só para o aprender, mas também porque a primeira audição já requer que haja vontade de o voltar a ouvir, podendo vir a tornar-se um álbum viciante para alguns. É como já tinha dito, um dos álbuns de Metal de 2010…

Avaliação: 9,6


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