segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Iron Maiden - The Final Frontier


Artista: Iron Maiden
Álbum: The Final Frontier
Data de lançamento: 13 Agosto 2010
Género: Heavy Metal
Editora: EMI, Universal Music Enterprises
Lista de faixas:

1 – “Satellite 15… The Final Frontier”
2 – “El Dorado”
3 – “Mother of Mercy”
4 – “Coming Home”
5 – “The Alchemist”
6 – “Isle of Avalon”
7 – “Starblind”
8 – “The Talisman”
9 – “The Man Who Would Be King”
10 – “When the Wild Wind Blows”

Iron Maiden. Quase que nem era preciso dizer mais nada. Dizia isso e já sabíamos que tínhamos aqui um grande álbum em mãos. É que este gigante grupo Britânico já atingiu o ponto na carreira em que a única coisa que nos faz coçar a cabeça e questionar é: Como seria possível e o que raio teria de acontecer para os grandes Iron Maiden fazer algo mau? É como se a genialidade já lhes corresse nas veias desde sempre e como se as músicas épicas, pesadas, simplesmente lindas se fizessem sozinhas. Chamem-lhes New Wave of British Heavy Metal, ou o que quiserem, mas os Iron Maiden – a quem tanto o Power Metal como o Metal Progressivo devem muito – neste momento apenas podem ser classificados como Iron Maiden. Logo mal começa o disco, com “Satellite 15… The Final Frontier” e ouvimos aquela longa introdução de 4 minutos, com uma bateria empolgante e a voz de Bruce Dickinson já a avisar do que aí vem, a cada segundo queremos mais que chegue o verdadeiro momento. E após esses 4 minutos – numa música de 8 minutos – duma forma que parece que acaba de começar uma música nova, irrompe a canção “a sério” e desde aí que nos rendemos. Já percebemos que os Iron Maiden estão em tão boa forma como sempre. Dave Murray, Adrian Smith e Janick Gers, o trio de guitarristas ainda sabe bem como tratar os seus instrumentos e só numa música temos riffs soberbos. Steve Harris, bastante reconhecível como líder da banda, não esqueceu com o tempo como fornecer o seu estilo único de tocar, e de nos dar aquelas cavalgadas que instantaneamente nos desafiam a mexer-nos mesmo que não queiramos. Mais um “thumbs up” à bateria de Nicko McBrain, destacando principalmente o seu trabalho na introdução, como disse anteriormente. E claro, a voz de Bruce Dickinson. Podem dizer que se nota a idade na sua voz, o que é verdade, o que não se nota é qualquer efeito negativo nela, visto que Dickinson ainda faz o que bem quer com a sua voz e ainda consegue acrescentar aquele tom épico a uma já épica canção, a cereja no topo do bolo. Não fosse ele uma das grandes vozes do Metal, juntamente com o falecido Ronnie James Dio e até Rob Halford, para quem também achar que bem merece. E mencionei tudo isso numa só música. Porque depois ainda há mais 9. Ao todo, completam-se 76 minutos a ouvir este belo disco. E no seu decorrer, canções de se babar enquanto se ouve. Temos “El Dorado”, canção escolhida para single principal do álbum, algo perceptível pela sua composição choruda e orelhuda. O ideal para promover um grande álbum, e um refrão acompanhado pela estonteante voz de Bruce Dickinson, ainda em excelente forma. Temos também “Mother of Mercy”, cujo refrão, soube, desde a primeira vez que ouvi a música, que não o esqueceria mais. Temos uma “power ballad” que obviamente há dúvidas se a palavra “balada” será a mais apropriada, mas à maneira dos Iron Maiden, sabemos bem o que aqui temos em “Coming Home”. Acompanhado por um refrãozinho simpático, bastante convidativo a ser cantado a pulmão cheio num explosivo concerto. Há neste disco uma maior aposta nas longas canções épicas, sabendo que temos aqui duas canções de 9 minutos, mas não apenas uns 9 minutos por ter, são uns 9 minutos bem poderosos e recheados. Temos introdução, desenvolvimento e conclusão como nos textos que aprendemos na escola e ainda há mais uma data de coisas pelo meio, como eles bem sabem fazer. Tão recheados que até sai das bordas, ou seja, podia ter mais que ficava bem e não nos importávamos. “Isle of Avalon” e “The Talisman” são aquelas músicas vitais que os Iron Maiden gostam de pôr uma ou duas por álbum, mas que, aqui, sentiram-se livres de deixar tudo sair e termos um álbum repleto de longas canções compostas e decoradas de modo a que qualquer banda de Metal progressivo lhes tire o chapéu. Mas antes ainda temos “The Alchemist”, cujo seu “riff solado” também já conhecemos bem como característico dos Iron Maiden e cai-nos sempre bem. E pelo meio delas, “Starblind”, que é apenas uma daquelas canções à-la Maiden, com uma composição capaz de fazer molhar a roupa interior de uns ouvintes mais sensíveis – vá, não pensem que isso se aplica a mim… mas quase. Logo a seguir a “The Talisman” temos uma faixa que apenas deve 1 minuto às outras duas, “The Man Who Would Be King”, daí que venha a produzir um efeito semelhante. Quando aqui se chega já passou quase o disco inteiro, mas antes de pedirmos por mais, olhamos para a última faixa. 11 minutos. Daquelas que olhamos para o tempo e pensamos “tão longa!” mas assim que acaba pensamos “tão curta!”. Podia falar mais uma vez do desempenho de cada um dos génios que integram a banda, mas já o disse na descrição de “Satellite 15… The Final Frontier” e não acho que valha a pena estar a repetir-me. É que eles não deixam isso de lado em nenhum momento. A explosão de genialidade e inteligência musical estende-se desde o início até ao seu desfecho. Acho que não falei de solos. Esses solos, fazem com que as guitarras se tornem quase como segundos vocalistas da banda, porque aquelas guitarras cantam. Sim, cantam, pelo menos a impressão que nos dá não é de menos. E é isto, não digo que seja recomendável, mas sim obrigatório para quem gostar de Metal, tal como qualquer outro disco do catálogo dos Iron Maiden. Até diria que não há palavras para o descrever mas apercebi-me que escrevi um texto bastante grande. Mas para saberem realmente como é, o melhor é ouvir. É Maiden no seu melhor. A Besta, a Dama de Ferro, os lendários reis. Iron Maiden. E aí já fica tudo dito.

Avaliação: 9,5


Kings of Leon - Come Around Sundown


Artista: Kings of Leon
Álbum: Come Around Sundown
Data de lançamento: 15 Outubro 2010
Género: Rock alternativo, Southern Rock
Editora: RCA Records
Lista de faixas:

1 – “The End”
2 – “Radioactive”
3 – “Pyro”
4 – “Mary”
5 – “The Face”
6 – “The Immortals”
7 – “Back Down South”
8 – “Beach Side”
9 – “No Money”
10 – “Pony Up”
11 – “Birthday”
12 – “Mi Amigo”
13 – “Pickup Truck”

E em Outubro saiu o esperado 5º álbum dos Kings of Leon, sucessor de “Only by the Night”, disco que lhes deu mais reconhecimento comercial. Portanto, podiam dizer que este disco é menos comercial que as vendas iam disparar na mesma. Os novos fãs já se formaram – do tipo de fãs que sabe a “Use Somebody” mas torce o nariz a “Four Kicks” e pensa “que é isto?” duma “Spiral Staircase” – logo, gentinha para comprar já há. Mas eu sou daqueles que defende com força os Followills e acho convictamente que o “Only by the Night” é uma obra-prima de se louvar, tal como qualquer outro álbum da banda. Logo, já antes do lançamento deste “Come Around Sundown” que esperava algo bom, sabendo que estes 3 irmãos e primo sabem bem o que fazem, independentemente de quanto vendem e quantas pessoas os conhecessem – como se isso fosse um factor importante. Apesar de seguir uma veia semelhante ao “Only by the Night” ainda segue a sequência de que cada disco é sempre diferente do anterior. Este é, de certa forma, mais calmo. Começa com uma faixa quase atmosférica como “The End” com um refrão simples mas eficaz, apenas com o verso “This could be the end”. Introduz bem o disco – de forma algo irónica, começar o álbum com uma música chamada “The End” – e segue-se então o single “Radioactive”, que já todos devem conhecer. Uma fantástica composição, com um refrão de se colar à cabeça e ser constantemente repetido na nossa mente ao longo do dia, com direito a coros. Capta-nos a atenção desde o preciso momento em que aquele riff se inicia. De seguida, uma canção espiritual como “Pyro” e outra enérgica e apaixonante como “Mary”. Se em “The Face” não há nada específico a apontar, a não ser o facto de ser uma canção à Kings of Leon – não, não soa como o “Aha Shake Heartbreak”, peço desculpa – em “The Immortals” o que se explora aqui em grosso é a escrita de Caleb Followill, numa das letras mais profundas e sentimentais que ele já possa ter escrito. Um pouquinho de música Country pura em “Back Down South” e uma curta e rítmica música quase dançável, intitulada “Beach Side”, que estranhamente nem era para fazer parte do disco, mas sim um B-Side – daí o título “Beach Side” – algo estranho para a música orelhuda que é, apesar da sua simplicidade. Uma das músicas mais “rockeiras” do álbum, “No Money” abana bem o disco e é mais ou menos como uma “Crawl” do “Only by the Night”, “Black Thumbnail” do “Because of the Times” ou “Four Kicks” do “Aha Shake Heartbreak”. “Pony Up” agarra o ouvido com o seu riff inicial feito à base do baixo e em “Birthday” há mais um brilhante trabalho de refrão. “Mi Amigo” é uma situação semelhante a “The Face”, mas “Pickup Truck” e o seu emocional refrão e toda a sua abordagem duma ponta à outra, faz com que seja uma das faixas de maior destaque do álbum e que eu acho que seria perfeito para o próximo single. É um trabalho que, mesmo algo simples e calmo, não deixa de ser um excelente trabalho por parte destes jovens, que com certeza que ainda têm muito para dar. Um disco que se adapta a várias “moods” e que dá sempre para se ir ouvindo quando não se sabe bem por que optar – os KoL por acaso sabem bem fazer isso, já desde o “Because of the Times”. “Haters will hate”, mas é um excelente álbum, a destacar e a recomendar.

Avaliação: 9,1


Duffy - Endlessly


Artista: Duffy
Álbum: Endlessly
Data de lançamento: 26 Novembro 2010
Género: Pop Rock, Soul, R&B, Soft Rock
Editora: A&M Records, Mercury Records
Lista de faixas:

1 – “My Boy”
2 – “Too Hurt to Dance”
3 – “Keeping My Baby”
4 – “Well, Well, Well”
5 – “Don’t Forsake Me”
6 – “Endlessly”
7 – “Breath Away”
8 – “Lovestruck”
9 – “Girl”
10 – “Hard for the Heart”

Parece que foi há muito pouco tempo que Duffy surpreendeu o mundo com um hit como “Mercy” e que mostrava um futuro potencial na música. Mas depois disso já passou um tempito e já deu tempo para esta jovem Galesa reinar em vendas, hits na rádio e estabelecer a sua fama. Também já deu para parar e entrar em estúdio para trabalhar naquele difícil segundo álbum, aquele que decide tudo. E com uma audição a estes 10 temas ficamos com a sensação vazia de ter ficado muito aquém da expectativa e não se encontra quase canção nenhuma que cative de imediato. E aqui não se pode falar em audições repetidas para acostumar-se ao disco, pois era precisamente isso que se destacava em “Rockferry”. Com uma audição apenas, já havia temas que se entranhavam de imediato. Aqui temos o single “Well, Well, Well” – que se torna uma daquelas estranhas canções com uma parte imune a ruído, não ouvimos bem a música, mas ouvimos sempre aquela parte, sem sabermos bem o que se está a passar – e pouco mais. Uma outra arma forte no anterior “Rockferry” foi a voz de Duffy, que quer se goste ou quer se ache irritante, deve ser inevitavelmente reconhecida como marcante e talentosa. Aqui neste segundo aproveitou-se disso e tentou construir o álbum à volta da sua voz – com um investimento mais discreto na instrumentalização – mas não parece estar a fazê-lo da melhor forma, como se, em vez de utilizar a voz com naturalidade, se esforçasse demasiado para dar-lhe força. E daí, temos vários momentos em que a voz lhe treme de forma pouco natural que quase soa a gozo. Mas, há que ter em conta que vendo o álbum em si não tem nada de mal, até é um disco agradável ao ouvido, suave, sem se estender a eixos desnecessários ficando-se pela sua simples e curta duração de pouco mais de meia hora, apesar de não haver nenhuma canção que nos agarre com a força que fez “Mercy” anteriormente, ainda há aqui algumas melodiazinhas engraçadas. O único problema aqui é mesmo a relação que tem com o anterior, que tendo o dever de o superar, fica muito atrás. Uns culpam a voz, outros acham que podia ser apenas sucesso passageiro, uns simplesmente acham muito difícil superar a genialidade de “Rockferry”, outros simplesmente acusam a parceria com o produtor Albert Hammond – singer-songwriter, pai de Albert Hammond Jr., guitarrista dos The Strokes. O certo é que, apesar de ainda ser um CD jeitosinho, é fraco para um segundo álbum. A sua carreira ainda está sólida, mas se este “Endlessly” fosse como “Rockferry”, já estava mais que bem estabelecida.

Avaliação: 7,1


Drowning Pool - Drowning Pool


Artista: Drowning Pool
Álbum: Drowning Pool
Data de lançamento: 27 Abril 2010
Género: Hard Rock, Metal Alternativo, Nu Metal, Post-Grunge
Editora: Eleven Seven
Lista de faixas:

1 – “Let the Sin Begin”
2 – “Feel Like I Do”
3 – “Turn So Cold”
4 – “Regret”
5 – “Over My Head”
6 – “All About Me”
7 – “More Than Worthless”
8 – “Children of the Gun”
9 – “Alcohol Blind”
10 – “Horns Up”
11 – “King Zero”

Let the bodies hit the floor… Let the bodies hit the floor… Os Drowning Pool são um exemplo de uma banda que teve o seu momento alto quando o Nu Metal teve o seu auge e que desde então, vão lançando os seus discos, mas passando sempre um pouco mais despercebidos. Com o lançamento deste “self-titled” já se espera que quem note e dê grande importância sejam os fãs mais dedicados que ainda não lhes viraram as costas. E também se espera que a recepção seja feita com base num “conjunto de novas canções” e não algo realmente novo e explorado aqui. Apenas mais 11 canções de peso moderado. As letras ainda se mantêm conectadas com as habituais do Nu Metal, só que mais adultas. Passo a explicar, ainda relatam problemas, depressão, sofrimento, etc, etc, só que em vez de se basear em experiências juvenis e em ser dirigido a um público adolescente, retratam problemas pessoais do vocalista como divórcio e a perda do pai – perder um pai na adolescência é possível, mas já andar a lidar com divórcio é que já é capaz de ser um bocadinho menos usual. Na música em si não há esforço nenhum em inovar e nota-se que o que a banda fez foi escrever novas canções, novas melodias, novos riffs, até ter um conjunto de canções novas completo para um novo álbum. A aposta é, obviamente, em refrões de captar o ouvido, o factor em que se investe aqui para agarrar o ouvinte e querer abrir a possibilidade de querer ouvir a música outra vez. Perfeitamente notável em faixas como “Let the Sin Begin”, “Feel Like I Do” – até é a esta que dou o principal destaque, o que se torna óbvio com a sua posição de single principal -, “Over My Head” – que de certa forma até pisca o olho aos Staind – ou “Children of the Gun”. Dá para se ouvir, especialmente quem goste disto, mas de resto não tem nada que se sobressaia perante qualquer outro álbum de peso ou “meio-peso” que tenha sido lançado este ano. É Metal para principiantes, e assim serve.

Avaliação: 6,4


sábado, 18 de dezembro de 2010

Sikfuk - Teabagged at Birth


Artista: Sikfuk
Álbum: Teabagged at Birth
Data de lançamento: Setembro 2006
Género: Pornogrind
Editora: Goregiastic Records
Lista de faixas:

1 – “Tits Covered in Dichkole Sores”
2 – “Deadhooker Double Penetration”
3 – “Fucked with a Dildo Bong”
4 – “The Fowl Mishappenings of Dr. Nutcheese”
5 – “Clear Ass Boozen and Butthole Bruisen”
6 – “Teabagged at Birth”
7 – “Snowballed by Grandma”

A capa não é das melhores coisas para se olhar, e duvido que queiram estar a vê-la durante muito tempo. Os títulos estão em competição entre si para ver qual deles o mais doentio e que causa a maior revolta no estômago. Isto vindo duma banda chamada simplesmente “Sikfuk”. Que é isto afinal? Pornogrind, pois claro. Então aí já se muda tudo o que é dito anteriormente. A capa é a ideal e tem os seus elementos no sítio para que não seja acessível a qualquer um – Pornogrind é acessível a poucos -, Os títulos são os ideais para nos transmitir a ideia do tipo de banda que se trata e de imediato já sabemos que não há qualquer letra na música para acompanhar esses títulos. E tudo vindo de uma banda chamada “Sikfuk”. Um nome a condizer. Se eu falar da música posso dizer o mesmo que disse quando falei do “Opus(sy) VI” dos Cock and Ball Torture e afirmar que isto não é musica feita para ser realmente boa e apenas serve para nos atirar brutalidade ao extremo nos ouvidos. Tripas, vómito, carnificina, fezes, cadáveres carbonizados, tudo isso nos cai encima sob a forma de música extrema. Sem ser para ser levada a sério. Só para a diversão e para quem gostar de peso e achar piada a estes sons. E uns de nós realmente vão gostando. No panorama underground, estes Sikfuk já ganharam notoriedade por uma coisa: os vocais. Uns squeals impressionantes e inigualáveis. Quem gostar de ouvir um bom squeal, numa música só deste disco tem incríveis squeals e de formas diferentes. Nestas músicas há as Intros – o pormenor maçador deste tipo de música – mas de certa forma até nem estorvam assim tanto, visto que investem em níveis elevados e patetice que até se torna aceitável. Com citações como “I wish I had more hands, so I could give those titties four thumbs down!” ou “I know a dead hooker when I see one!” que depois evolui para “I’ve never seen so many dead hookers in my life!”. Coisas tão parvas que até nem se chegam a dispensar da música. Os riffs não são tão baixos e distorcidos e não arranham tanto, alguns até são um bocadinho mais técnicos. E posso dizer claramente que chego a andar, mais que uma vez, com o riff de “Tits Covered with Dickhole Sores” preso na cabeça. Conseguem fazer isso. Nem me adianta estar aqui a alargar muito sobre isto, porque é o estilo de música cujas intenções já as disse mais que uma vez. Isto não é para ser nenhum bom álbum. Ao “Opus(sy) VI” dos Cock and Ball Torture dei a mediana classificação de 6,0, porque achei que é o que se adequa para o tipo de álbum que é. No entanto sinto que deva dar algo mais a este. Qual a razão? Pois, são os vocais mesmo. Porra lá para os squeals…


Avaliação: 6,6


quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Dr. John and the Lower 911 - Tribal


Artista: Dr. John
Álbum: Tribal
Data de lançamento: Agosto 2010
Género: Blues Rock
Editora: 429 Records
Lista de faixas:

1 – “Feel Good Music”
2 – “Lissen at Our Prayer”
3 – “Big Gap”
4 – “Change of Heart”
5 – “When I’m Right, I’m Wrong”
6 – “Jinky Jinx”
7 – “Manoovas”
8 – “Tribal”
9 – “Music Came”
10 – “Them”
11 – “Only in America”
12 – “Whut’s Wit Dat”
13 – “Potnah”
14 – “A Place in the Sun”

Depois de mais de 40 anos de carreira e mais de 20 discos no currículo, Dr. John continua a ser o músico lendário cujos discos abrangiam Blues, Jazz, Funk, Soul, Psicadélico, R&B e Rock N’ Roll. Já chegou ao ponto em que já não se pede nada mais de novo, já é uma lenda, já está bem como está. Aos 70 anos, até já se podia reformar que já deixava um catálogo jeitoso. Mas como parar é para os fracos, é entrar em estúdio com uma equipa de músicos profissionais talentosos e rapidamente – ou não, não conheço o método de gravação – há um novo disco de Dr. John nas lojas sob o nome Dr. John and the Lower 911. “Tribal” é então uma pequena viagem musical a décadas passadas e até a outros locais. A voz estranhamente jovem de Dr. John acompanhado de instrumentalização básica, suave em ritmos e melodias de bater o pé, estalar o dedo, cantarolar, fazer uma pequena dança até. São essas canções simples, com versos rapidamente exclamados pelo “doutor”, passando por refrões simples e orelhudos acompanhados de “back vocals” afinados. Um disco algo longo para o estilo e repetitivo de faixa para faixa. Porque Dr. John já não precisa de dar muitas voltas mais à sua música. As suas largas influências e a sua sonoridade única já ele a abordou e até brincou com ela nos seus anos mais frescos de juventude. Hoje, temos um disco simples como este, porque isto sai ao público e ele agradece. Um disco novo porque os fãs querem um disco novo. E Dr. John grava e edita um disco novo porque não se importa absolutamente nada de fazer um disco novo. Para apreciadores de Blues, este álbum pode-se juntar às suas prateleiras e podem ser reproduzidas sempre que um pequeno Rockzinho suave, uns Blues à antiga apeteça ao tímpano. Isto não é, é para qualquer um.

Avaliação: 7,5


quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Disturbed - Asylum


Artista: Disturbed
Álbum: Asylum
Data de lançamento: 27 Agosto 2010
Género: Heavy Metal, Metal alternativo, Nu Metal
Editora: Reprise Records
Lista de faixas:

1 – “Remnants”
2 – “Asylum”
3 – “The Infection”
4 – “Warrior”
5 – “Another Way to Die”
6 – “Never Again”
7 – “The Animal”
8 – “Crucified”
9 – “Serpentine”
10 – “My Child”
11 – “Sacrifice”
12 – “Innocence”
13 – “Ishfwilf” (cover dos U2)

Apenas 2 anos se passaram entre “Indestructible” e o seu successor, este “Asylum”. E os Disturbed nesses 2 anos tinham a missão de fazer a mesma renovação musical de disco para disco para evitar que se repitam e que se tornem passados de época. Sim, porque os Disturbed ainda fazem parte daquela onda de Nu Metal que apareceu no início da década passada e agarrou uns quantos adolescentes nervosos com o álbum “The Sickness”, mais precisamente o single “Down with the Sickness”. Portanto, eles, como grupo dessa onda tinham várias opções: acabar ou entrar em hiatus indefinido, assim que a moda abrandou – Limp … -, procurar renovar o som experimentando coisas novas, mas sem esquecer muito a origem – K..R..n… -, virar as costas ao estilo e fazer algo completamente diferente, desapontando forte e feio muitos fãs - … Park – ou continuar a fazer do mesmo sem que alguém lhes ligue alguma coisa – uma porrada delas. No entanto os Disturbed preferiram não seguir por nenhum dos lados e quiseram continuar o seu trabalho normalmente. Continuam com o seu estilo, é assim que se sentem confortáveis, a exploração é feita dentro do próprio estilo, o que se altera é a forma como se aborda as músicas e as estruturas, o conceito de “nova canção” em vez de partir de imediato para “som geral completamente novo”. As letras baseadas em experiências pessoais do vocalista David Draiman permanecem como em “Indestructible”, desta vez ainda lhe acrescentando temas como o aquecimento global em “Another Way to Die”, aborto em “My Child” ou até o Holocausto em “Never Again”. Não há nenhuma nova experiência a nível musical – a não ser uma introdução instrumental/ambiental como é “Remnants” – e aqui só se acentua aquela abordagem de “isto praticamente já não é Nu Metal”, mantendo-se ainda ligado a “The Sickness”, Coisa que se faz pouco a pouco. Bons riffs, sim, um excelente trabalho de guitarra de Dan Donegan, bons refrões com boas melodias e um bom acompanhamento percussivo e rítmico do baixista John Moyer e do baterista Mike Wengren. De salientar também a versão de “I Still Haven’t Found What I’m Looking For” dos U2, aqui incluída sob a forma de uma faixa escondida e intitulada “Ishfwiml”, que já antes de a ouvir, já sabia mais ou menos como era. E não quero dizer que seja previsível, apenas que analisando bem, a música com algumas voltinhas até se adequa aos Disturbed. Um dos pontos mais altos do disco, juntamente com a bem riffada “Asylum” e o single catchy “Another Way to Die”. No início, no meio e no fim do álbum para se distribuir bem. E é isso. Um conjunto de novas canções para os fiéis fãs para demonstrar que os Disturbed não são uma moda e ainda se conseguem manter frescos.

Avaliação: 7,6


terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Dimmu Borgir - Abrahadabra


Artista: Dimmu Borgir
Álbum: Abrahadabra
Data de lançamento: 22 Setembro 2010
Género: Black Metal Sinfónico
Editora: Nuclear Blast
Lista de faixas:

1 – “Xibir”
2 – “Born Treacherous”
3 – “Gateways”
4 – “Chess with the Abyss”
5 – “Dimmu Borgir”
6 – “Ritualist”
7 – “The Demiurge Molecule”
8 – “A Jewel Traced Through Cole”
9 – “Renewal”
10 – “Endings and Continuations”

Poser power! É certo que quando uma banda quando os Dimmu Borgir lança um novo álbum para o mercado, são logo bombardeados por alguns dos mais entendedores e dos ouvintes mais verdadeiros de música pesada. Sim, esses são os primeiros a ouvir. E já desde o single “Gateways” que choveram as críticas, desde a nova imagem branca da banda – por acaso um pormenor que também me pareceu um pouco falhado – até ao uso da voz feminina – que afinal é a voz de Vortex alterada ou lá como era, essa história não me ficou lá muito bem explicada. Alguns tinham a sua razão e até fundamentavam bem as coisas, outros limitavam-se a vendar os olhos e a apontar o dedo porque assim era suposto. Porque neste “Abrahadabra” temos um álbum muito bom até. Teremos que colocar de lado o facto de que os Dimmu Borgir já não são uma banda de Black Metal underground e já tiveram um imenso crescimento musical – que alguns consideram um “sell-out” e lá têm o seu pingo de razão, se assim o entenderem – e agora já são uma banda que todos conhecemos e já estamos algo familiarizadas – gente completamente off de qualquer coisa que seja do panorama Rock/Metal não conta. Portanto, o que os Dimmu Borgir têm a fazer agora é manter esse estatuto e manter a qualidade da música que têm e manter o género que tão bem trabalharam e ajudaram a popularizar. Será, logo, de aclamar o esforço da banda, que reduzida a três membros, atravessando este período conturbado e conflituoso consiga realizar e finalizar o seu nono trabalho de estúdio, com uma qualidade semelhante à presente nos discos anteriores. O que está aqui é o que se requer. Os Dimmu Borgir ainda sabem escrever um bom riff que condiga com a sua sonoridade, ainda sabem acompanhá-los de uns bons blast beats – que aqui ficam ao cargo de Daray Brzozowski – ainda sabem escrever letras “dark” que transmitem a mesma ideia brutal obscura e por vezes apocalíptica que já vem de trás nos discos de Dimmu Borgir. Vortex já não anda por cá – ou talvez ainda esteja, não sei, ainda preciso que aquela história me seja melhor contada e esclarecida – mas eles tentam compensar com um novo vocalista “limpo” Snowy Shaw – que também toca baixo e já trabalhou com nomes respeitáveis como Mercyful Fate, King Diamond, Therion ou Dream Evil. Não é a mesma coisa mas já é um esforço em tentar manter a mesma essência que os caracteriza. A voz de Shagrath manter-se-á sempre a mesma, reconhecível que distingue bem os Dimmu de outras bandas – menos Ov Hell, o seu side-project. E, obviamente, como os Dimmu Borgir já se deixaram de underground e essas coisas, também já existe aqui um óbvio cuidado em escrever boas melodias – assim que “Born Treacherous” entrou, agarrou-me bem e o single “Gateways” também se sobressai bem para merecer essa posição de single – e há um óbvio investimento na produção, para lhe dar um som brutal e pesado, mas polido. “Haters will hate”, mas aqui encontra-se reflectido bastante esforço por parte desta banda Norueguesa em manter a banda bem viva e fazê-la dominar como sempre fez anteriormente. Poseurs? ‘Tá bem, mas são uns poseurs que a gente até gosta…

Avaliação: 8,7


Dark Moor - Ancestral Romance


Artista: Dark Moor
Álbum: Ancestral Romance
Data de lançamento: 24 Novembro 2010
Género: Power Metal Sinfónico
Editora: Scarlet Records
Lista de faixas:

1 – “Gadir”
2 – “Love From the Stone”
3 – “Alaric de Marnac”
4 – “Mio Cid”
5 – “Just Rock”
6 – “Tilt at Windmills”
7 – “Canción del Pirata”
8 – “Ritual Fire Dance”
9 – “Ah! Wretched Me”
10 – “A Music in My Soul”

Mais um disco de Dark Moor a circular. Mais Power Metal sinfónico épico com níveis médios de Inglês da banda Espanhola que representa bem o seu país no panorama de Metal. É aquele Power Metal bem arranjado com elementos orquestrais que lhe dão aquele tom épico que conhecemos. Sim, aquilo que tanto pode ser tão parolo para uns como fascinante para outros. Logo, já se espera que seja daqueles discos que não tenham nada de especial a sobressair e que serve precisamente para os fãs do estilo e da banda lá darem as suas repetidas audições. De resto, nada mais de especial se passa aqui, o que se faz neste CD já nos é conhecido. Talvez fosse mais interessante quando tínhamos a voz feminina de Elisa Martin a fornecer os “power vocals”, e agora com Alfred Romero, continua a ser um excelente trabalho, mas apenas se torna mais comum. Nas canções ao longo do disco, aposta-se bem em refrões, solos de guitarra técnicos e bem tocados e os arranjos orquestrais que já não precisam menção. Já as letras é que não são das mais brilhantes, talvez pelo nível de Inglês “médio-alto” da banda Espanhola. Descrevendo o disco de um modo muito geral, o álbum arranca muito bem com “Gadir” uma faixa forte e sólida, passa por canções simples que se tornam boas para os ouvidos de quem aprecia e maçadoras para os de quem despreza – mas admito que gostei bastante da risada maléfica no final de “Alaric de Marnac” -, uma estranha experiência em “Just Rock” que faz lembrar um Pop Metal perdido algures na década de 80, a homenagem à língua materna em “Canción del Pirata”, a muito bem composta instrumental “Ritual Fire Dance”, cujo início medieval que irrompe num riff do mesmo ritmo, originando depois a entrada num festival de guitarradas orquestradas torna-se uma das faixas mais atractivas do CD e um dos pontos principais, e conclui com uma poderosa balada, “A Music in My Soul”. É o que vem no rótulo, sem tirar nada e sem nada pôr. Nada de muito brilhante e especial, mas até se encontra aqui um disco jeitoso.

Avaliação: 7,1


sábado, 11 de dezembro de 2010

[Clássico do Mês] Bella Morte - Bleed the Grey Sky Black


Artista: Bella Morte
Álbum: Bleed the Grey Sky Black
Data de lançamento: 10 Outubro 2006
Género: Gothic Rock, Rock Alternativo, Rock Industrial, Deathrock, Hard Rock, Darkwave, Heavy Metal, Electrónica
Editora: Metropolis Records
Lista de faixas:

1 – “On the Edge”
2 – “Torn”
3 – “The End Ahead”
4 – “The Alone”
5 – “Ghost Land”
6 – “Dust”
7 – “As the Storm Unfolds”
8 – “An Enemy Without”
9 – “Bleed Again”
10 – “Earth Angel”
11 – “Grey Skies Black”
12 – “Haunted”

É verdade, é um pouco improvável para ser Clássico do Mês. Uma banda com pouca ou nenhuma exposição ao mainstream e que talvez maior parte dos leitores não conheçam. Mas a adoração que tenho por este álbum não podia passar por aqui despercebida. A música singular e apaixonante, com tons pesados e estruturas tão acessíveis e difícil de classificar. Foi pouco depois do lançamento deste disco, que a banda me foi “apresentada” por um amigo e não demorei muito tempo até me questionar onde raio andaria esta banda na minha vida, até então. É que hoje, este álbum é um dos inquestionáveis favoritos e um dos discos mais essenciais da minha colecção maioritariamente digital. Para mim o ponto mais significativo do progresso musical da banda. Com o disco de estreia “Remains”, soava a um Indie Rock gótico que tinha como escola os óbvios Sisters of Mercy ou uns Clan of Xymox. “Where Shadows Lie” deve ser o lançamento mais “dark” da banda, que recorrendo maioritariamente à electrónica e ao industrial, atinge bem o ponto de “Darkwave”, que mesmo com um mínimo destaque a guitarras, consegue ser um disco bem obscuro. Com umas experiências em EP’s como “The Death Rock” ou “Songs for the Dead”, os discos “As the Reasons Die” e “The Quiet” já procuravam fazer a mistura dos 2 sons anteriores, adicionando-lhes mais influências ainda e um tom único. Os 2 discos singraram e brilharam. Mas foi com “Bleed the Grey Sky Black” que atingiram o verdadeiro ponto. “On the Edge” é um exemplo de música construída com uma harmonia de riffs de guitarra e de sintetizadores impressionante e tudo isto banhado com um refrão cuja melodia promete vir para ficar. Uma das características da música dos Bella Morte, a capacidade incrível em escrever melodias viciantes. “Torn” é mais uma das canções “dark” sem ser deprimente, quase como se houvesse um positivismo por detrás de toda a escuridão e, tal como muitas, uma das que mais merece “thumbs up” pela voz limpa, excelente e invejável de Andy Deane. De seguida temos um riff de sintetizadores que nos capta o ouvido, quer queiramos, quer não, “The End Ahead” é um exemplo de uma música que não queremos que acabe tão cedo. “The Alone” é mais uma das canções pesadamente industrializadas do disco e mais uma vez o refrão é de se entranhar, com gosto. A abordagem de suspense em “Ghost Land”, com uma introdução de piano que se estende até irromper num riff, que mesmo simples, é belíssimo. Uma das experiências mais Hard Rock/Metal do álbum. Podia voltar a falar do fabuloso refrão, mas já começava a ser repetitivo, visto que isto de refrões encontra-se em todas as faixas. De seguida, as coisas acalmam, quando entra “Dust”, uma balada atmosférica, com uma participação vocal feminina – cuja identidade, para já, ainda me é desconhecida – que apenas fornece um tom mais doce e angelical à música. Mais um pouquinho de agitação em mais uma experiência mais “heavy” com “As the Storm Unfolds” e o seu riff, que nos faz lembrar algumas coisas do Pós-Industrial, até mesmo de Metal Industrial. De novo, o refrão tem que ser chamado ao barulho, pois se os Bella Morte não fossem uma banda praticamente underground, isto até dava quase para ser um hino de estádio. Micah Consylman volta a fazer-se notar, com o seu trabalho de sintetizadores em “An Enemy Without”. Logo de seguida, uma das canções mais pesadas do disco, “Bleed Again” em que Andy Deane até grunhe para lhe dar um tom mais brutal. Isto acompanhado de um simples riff e uns sintetizadores bem agudos no background para ter a certeza que se faz aqui realmente alguma mistura de bom resultado e não se tem apenas uma “really heavy metal song” com grunhidos. E, sim, os grunhidos são interrompidos por mais um daqueles refrões aos quais não me quero voltar a referir, lá está, para evitar redundância. E é então de seguida que vem mais um dos pontos mais altos do CD. “Earth Angel”, uma cover dos The Penguins, um slow de 1955. É estranho pensar como uma banda que nada tem a ver com o “Doo Wop” e a “Soul” de antigamente, faz uma cover ainda fiel à original e consegue torná-la tão característica. Uma verdadeira canção de amor em contraste às canções romântico-obscuras e com direito a criaturas monstrengas, como gostam de fazer por vezes – esta última parte é compensada no vídeo da música, em que a banda toca para um baile de casais de zombies que pouco a pouco vão caindo. Exactamente o que está aí escrito, é a acção que decorre. “Grey Skies Black”, não sei bem porquê, mas ataca-me sempre com uma enchorrada de nostalgia. Não sei explicar muito bem porquê, mas serve-me como uma espécie de banda sonora a esses tempos passados não muito longínquos, quando fui introduzido à banda. Com a fantástica composição de balada “semi-deprimente” com uma soberba instrumentalização e igual trabalho vocal, vêm-me à memória todos aqueles tempos e todas as parvoíces decorridas nesses mesmos tempos. O álbum fecha com “Haunted”, que mantendo a melancolia anterior, acaba em grande. A repetição dos versos no refrão em tom grunhido/berrado é de aclamar.
E é assim, desta forma, que isto se trata de um álbum que provavelmente poucos de vocês leitores conheçam, mas que a mim, cada vez que o ouça, ainda me faz arrepiar muitos pêlos de diversas partes corporais.


quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Combichrist - Making Monsters


Artista: Combichrist
Álbum: Making Monsters
Data de lançamento: 27 Agosto 2010
Género: Aggrotech
Editora: Out of Line, Metropolis Records
Lista de faixas:

1 – “Declamation”
2 – “Follow the Trail of Blood” (com Brandan Schiepatti dos Bleeding Through)
3 – “Never Surrender”
4 – “Throat Full of Glass”
5 – “Fuckmachine”
6 – “Forgotten”
7 – “Just Like Me”
8 – “Slave to Machine”
9 – “Through These Eyes of Pain”
10 – “Monster:Murder:Kill”
11 – “They”
12 – “Reclamation”

E em Agosto chega o 5º álbum de originais dos Combichrist, “Making Monsters”. E já se sabe qual o pacote a esperar: um bom aglomerado de dança, agressividade, electrónica, peso e obscenidades. Aquilo a que estes Noruegueses nos têm habituado nestes 7 anos de carreira. O que há de bom na música dos Combichrist é o facto de não necessitar de factores novos a acrescentar na sua música, visto que já todo o estilo em si é uma constante exploração. Também não é uma banda que ande aí a bailar na mainstream, e a sua legião de fãs é daquelas que pede mais do bom, variações não são muito necessárias. E com o Aggrotech, esse estilo de música, cujas bandas conseguem meter muitos projectos de Dance no bolso. Com essa pouca variação no estilo e diferente abordagem de canções, este “Making Monsters” assenta-se bem no catálogo dos Noruegueses. Qualquer um que decida começar a ouvir Combichrist, pode começar tanto por este como por qualquer outro, visto que nenhum deles representa um ponto específico de destaque na carreira e com qualquer disco é possível uma viagem ao longo de diferentes canções que conseguem ser tanto dançáveis como pesadas – isso já conhecemos bem dos Combichrist. Desde a curta introdução “Declamation” que temos um beat que já serve para aquecer e para nos avisar do que aí vem. E logo a seguir “Follow the Trail of Blood” já por si só consegue fazer o trabalho de cativar o agitado ouvinte e de mantê-lo agarrado com um excelente trabalho industrial de sintetizadores, fortes beats, vocais e refrão potentes e uma participação especial de Brandan Sciepatti, vocalista da banda de Metalcore, Bleeding Through. De resto, aqui se encontra a tal abordagem em fazer canções diferentes e procurar novo conteúdo violento e obsceno como em “Throat Full of Glass”, “Fuckmachine”, cuja letra talvez deixe algo a desejar – “You’re such a dirty whore/You’re such a fucking slut/You’re a filthy slut/You’re my fuck toy/You’re a fucking toy/You’ll get what you deserve/That’s fucking beautiful” – mas ao fim e ao cabo é disto que os Combichrist nos habituaram. “Forgotten” é um exemplo de música quase improvisada sem vocais de princípio ao fim, tudo instrumental industrial/electrónica; há o início quase aleatório de “Slave to Machine”, reminiscente de música noise, antes de irromper num orelhudo beat; a estranha calma – algo pouco usual na música destes tipos – em “Through These Eyes of Pain”; e o uso de vozes robóticas – que já não são muito usadas nos dias de hoje, um pequeno recurso à electrónica “vintage”- em "Monster:Murder:Kill". Alguns dos destaques presentes neste disco. Para bom conhecedor de Combichrist, este álbum é mais que recomendável, o grupo de Andy LaPlegua e companhia brilha no que toca a manter o seu público-alvo fixo e em ganhar uns quantos novos, interessados num estilo de dança diferente. Muito diferente da que se ouve por aí.

Avaliação: 8,2


terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Buckethead - Captain EO's Voyage


Artista: Buckethead
Álbum: Captain EO’s Voyage
Data de lançamento: 29 Novembro 2010
Género: Rock Experimental, Instrumetal, Ambiente
Editora: Hatboxghost Music
Lista de faixas:

1 – “Captain EO’s Voyage”
2 – “Light”
3 – “Infinity Appears”
4 – “Stained Glass Hill”
5 – “Trails of Moondust”
6 – “Star Chasing”
7 – “Dancing the Dream”
8 – “The Siphoning Sequence”
9 – “Chase the Darkness Out”
10 – “Backwards Footprint”
11 – “Tarantula Crossing”
12 – “Tears in the Mirror”

Vigésimo nono album de estúdio do enigmático guitarrista Buckethead. O terceiro este ano após “Shadows Between the Sky” e “Spinal Clock”, do qual pretendo falar brevemente. “Captain EO’s Voyage” é o título, tido como homenagem a Michael Jackson, referindo-se ao seu filme de 1986 “Captain EO”. Já não é a primeira vez que Buckethead homenageia o Rei da Pop, visto que “The Homing Beacon”, uma música lançada online em Julho de 2009 trata-se de um tributo a Jackson após a sua morte. Mas avançando, no que toca a este disco. Com estes 3 discos deste ano é possível perceber que Buckethead escolheu uma vertente mais calma para a sua música, mais ambiental, mais suave. Já tinha sido possível perceber no experimental e semi-acústico “Shadows Between the Sky” e na experiência com um Banjo em “Spinal Clock”. Este disco talvez se assemelhe um pouco mais ao “Shadows”, e é recheado de 12 calmas canções instrumentais, com percussões a ser tratadas por Dan Monti, enquanto Buckethead manuseia gentilmente a sua guitarra para criar melodias acolhedoras. Não há muito a acrescentar quanto às estruturas das canções, visto que isto não se trata de nenhum disco lançado ao ar para um campeonato de vendas, nem sequer para ser um alvo de aclamações críticas. A maneira livre e seguida como Buckethead grava e edita a sua música, só demonstra como este estranho indivíduo trata-se apenas de um artista que faz o que faz apenas por gosto. Logo, mesmo que não haja nada de muito especial a salientar neste registo, não deixa de ser um bom disco agradável a adicionar ao longo currículo de Buckethead, e é muito bom para quem gostar das melodias suaves que calmamente pousam e se assentam no ouvido do ouvinte de forma agradável, melodias essas cantadas pela guitarra de Brian Carroll, que irá sempre preferir que lhe chamem Buckethead – apenas a sua mãe lhe chama Brian. Não é bem aquele disco que tenham sempre à mão para o ouvir repetidamente, mas é daquele que sempre que for preciso, tem umas simpáticas cançõezinhas que podem servir de música de fundo para qualquer actividade que seja.

Avaliação: 7,6


Brokencyde - Will Never Die


Artista: Brokencyde
Álbum: Will Never Die
Data de lançamento: 9 Novembro 2010
Género: Crunkcore, Crunk
Editora: BreakSilence Recordings
Lista de faixas:

1 – “Epic Intro”
2 – “Diz Iz a Rager Dude”
3 – “Always Go Hard”
4 – “SHAKE!”
5 – “Watcha Want”
6 – “T.M.H.T.S. Lesson 1 (Skit)”
7 – “Teach Me How to Scream”
8 – “Money Hungry Hoe”
9 – “High Timez” (com Daddy X dos Kottonmouth Kings)
10 – “Where We @? (Skit)”
11 – “Da House Party”
12 – “My Gurl”
13 – “Kama Sutra”
14 – “Ugly Bitch with a Mustache (Skit)”
15 – “Goose Gogglez”
16 – “U Ain’t Crunk”
17 – “Ride Slow”
18 – “Sunshine”

Crunkcore, não é? Aquela belíssima fusão de géneros que dá que falar pelo lado positivo, certo? Sim, claro, basta ouvir discos como este para perceber o quão genial é isto. É que estes Brokencyde são um exemplo de algo de muito errado que se passa na música actual. Sabem como soa o Crunk, estilo de Hip Hop electrónico, que tal como maior parte do Hip Hop da mainstream tem vindo a degradar-se cada vez mais? Mais ou menos o estilo de música que os The Lonely Island fazem a gozar, e assim em tom de gozo, fazem-no muito melhor que alguns dos artistas originais. E esse estilo que quanto pior for feito, mais faz abanar a cabeça dos verdadeiros rappers antigos, os que realmente impulsionaram o Hip Hop de qualidade, os que até tiveram alguns dos seus discos queimados. Pronto, já têm uma pequena noção, agora adicionem-lhe a parte “Core”. Sim, como se não bastasse Hip Hop ridículo ainda temos de levar com berros de agonia, como se de Grindcore se tratasse. Sim, façam essa mistura e pensem se dá bom resultado. Imaginem, beats ridículos, electrónica mesmo a arranhar, pseudo-raps de miúdos com ajuda de Auto-Tune e também berros ao estilo Post-Hardcore ao longo da música, numa agressividade tão deslocada que quase que provoca o riso. Ah e quanto aos berros, não se deixem enganar pelo título de “Teach Me How to Scream”, pois aqui não aprendem nada, e este jovem – Se7en, como gosta que lhe chamem – a berrar, nem com a ajuda de efeitos se safa – quanto mais se estivesse realmente numa banda de Hardcore. E como se não fosse suficiente fazer a junção retardada de 2 factores apelativos a jovens, ainda tem mais a cerejinha no topo do bolo no que toca à ridiculez juvenil: asneiras por tudo o que é canto. Só porque é cool. Ou seja, muito se cospem “fucks” aqui pelo meio, como se ouve um “motherfucker” completamente desnecessário entre versos, ou o exagerado uso do palavrão no Skit “Ugly Bitch with a Mustache”. Tudo para serem uns verdadeiros “badass”, no entanto, acabam por parecer tão “badass” como a velhota que vende fruta na feira aos Domingos. Canções sem pés nem cabeça, sendo o único que se detecta que seja realmente “palpável”, os refrões aparvalhados. E não quero aprofundar muito o assunto das letras e só deixo aqui 2 exemplos: “You can be my girlfriend/And I can be your boyfriend/Together we can be friends/We can kick it on the weekends” em “My Gurl” ou “You ain’t Crunk, motherfucker/You ain’t Crunk!/You ain’t Crunk, motherfucker/You ain’t Crunk!” em “U Ain’t Crunk”. Tirem as vossas próprias conclusões quanto à intenligência aqui em causa. Portanto, posso resumir tudo isto a uma frase semelhante à que disse inicialmente: Os Brokencyde são um perfeito exemplo de algo que está terrivelmente errado na música actual.

Avaliação: 1,8


sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Brian Eno - Small Craft on a Milk Sea


Artista: Brian Eno (com Leo Abrahams e Jon Hopkins)
Álbum: Small Craft on a Milk Sea
Data de lançamento: 19 Outubro 2010
Género: Ambiente, Electrónica
Editora: Warp
Lista de faixas:

1 – “Emerald and Lime”
2 – “Complex Heaven”
3 – “Small Craft on a Milk Sea”
4 – “Flint March”
5 – “Horse”
6 – “2 Forms of Anger”
7 – “Bone Jump”
8 – “Dust Shuffle”
9 – “Paleosonic”
10 – “Slow Ice, Old Moon”
11 – “Lesser Heaven”
12 – “Calcium Needles”
13 – “Emerald and Stone”
14 – “Written, Forgotten”
15 – “Late Anthropocene”

Brian Eno é já um nome conhecido pelos seus fantásticos trabalhos de produção com grandes bandas como U2, Talking Heads, James, Coldplay ou Toto. No entanto também já tem o seu reconhecimento na indústria discográfica em nome próprio, com um rico currículo de discos de música ambiente que servem como banda sonora a filmes imaginários – como é o caso de “Original Soundtracks 1” que gravou com os U2, sob o nome Passengers. Apesar de também já ter gravado vários discos “a sério” – porque estes trabalhos não são propriamente a brincar – são estes que mais se destacam. E depois de um projecto com David Byrne – dos Talking Heads – em 2008, intitulado “Everything That Happens Will Happen Today”, eis que Brian Eno se junta desta vez a Leo Abrahams e Jon Hopkins para o lançamento de “Small Craft on a Milk Sea”. Projecto que começou com a gravação de músicas para a banda sonora rejeitada do filme “The Lovely Bones”. 5 dessas músicas prontas acabaram por integrar o disco. E é todo esse feeling de “soundtrack” que paira no ar durante o CD. Quase que imaginamos uma cena de filme para cada faixa e visto que não existe realmente nenhum filme acompanhado por este álbum, pode tornar-se o filme e as cenas que nós bem quisermos. Eno a tratar da parte electrónica e experimental da música, criando estruturas ambientais construídas maioritariamente à base de improviso. Existem vários momentos ao longo do CD, começando com muita calma e depois passando por outras batidas mais rítmicas e enérgicas. Encontra-se aqui as várias emoções de um filme: há momentos calmos, há momentos de acção e até um pouquinho de suspense. Para além das estruturas experimentais e improvisadas em músicas que não são feitas para nos ficar na cabeça, mas sim para dar ambiente, temos por exemplo o uso de guitarra em “2 Forms of Anger” e “Paleosonic”. Menos positivo a apontar será a conclusiva “Late Anthropocene” cuja falta de som e actividade, faz com que os seus 8 minutos de duração sejam extremamente arrastados. De resto, nada mais a apontar num álbum que não foi feito com a intenção de ser um grande álbum. É para a mood. Ou melhor, para várias moods.

Avaliação: 7,0


The Black Eyed Peas - The Beginning


Artista: The Black Eyed Peas
Álbum: The Beginning
Data de lançamento: 30 Novembro 2010
Género: Pop, Hip Hop, Electrohop, Dance, Techno
Editora: Interscope Records
Lista de faixas:

1 – “The Time (Dirty Bit)”
2 – “Light Up the Night”
3 – “Love You Long Time”
4 – “XOXOXO”
5 – “Someday”
6 – “Whenever”
7 – “Fashion Beats”
8 – “Don’t Stop the Party”
9 – “Do It Like This”
10 – “The Best One Yet (The Boy)”
11 – “Just Can’t Get Enough”
12 – “Play It Loud”

Dói. Doeu bastante ouvir a “I Gotta Feeling” 25 vezes por dia. Realmente uma música genial de versos repetidos e um beat feito às três pancadas – com 3 pancadas fazem-se beats melhores. Doeu quando saiu tal atrocidade como a “Boom Boom Pow”. Doeu qualquer single que tenha saído de “The E.N.D.”. Mas ainda dói mais saber que os The Black Eyed Peas anteriormente até nem eram nada maus… Mas depois de um “Monkey Business” medíocre, heis-que chegou o descalabro total e o seu resultado já o conhecemos bem, especialmente este último Verão. Logo, este “The Beginning” – sequela do “The E.N.D.” para já terem logo uma noção – é um álbum doloroso. Não estou a mentir quando digo que ia progressivamente diminuindo o volume das minhas colunas, porque o som tão mau, a música tão má tornava-se incomodativa. E também não exagero quando digo que isto consegue ser, à vontade, um dos piores lançamentos do ano. As 12 canções que aqui se encontram, soam àquilo que qualquer DJ de nome soante que ande por aí a animar não-sei-quantas “Club Nights” pelo país fora faça como banda sonora duma pesada e ridícula ressaca. Faixa após faixa. Nem sei por onde começar. É realmente muito bom deixar-se cair na miséria do mercado e fazer o que vende mais. Tem um beat chorudo que faça a juventude sem gosto próprio dançar? Óptimo, é usá-los até à exaustão e aqui só há beats repetidos, electrónica azeiteira, pormenores “experimentais” – já para não dizer à sorte – e estrutura de “dancefloor hit” que deve fazer os Daft Punk chorar de riso ou de vergonha e até fazer os Scooter corar. Também é muito bom “ligar a voz à maquina” e distorcê-la de modo a que soe… robótica? Futurista? Parva? Nem sei. Se o futuro da música fosse assim, estávamos bem aviados, qualquer um era uma “pop star” – e é quase assim, se formos a ver bem. Se restam dúvidas quanto à natureza foleira e gasta das músicas – ou “futurista” e revolucionária, como afirma will.i.am – então basta ouvir o single “The Time (Dirty Bit)”, com o seu grotesco assassínio a “(I’ve Had) The Time of My Life”, e que eu temo que se venha a tornar outro hit para os involuntários ouvintes de rádio terem que gramar. E como se não fosse suficiente a música ser terrivelmente má, ainda tem o facto de se tornar aborrecido. É tão “louco”, tão experimental, tão novo, que a meio do disco já há a impressão de estarmos a ouvir as mesmas tretas que tínhamos ouvido há pouco tempo. Nem há muito a dizer, há mais coisas a evitar a dizer, e prefiro ficar-me por aqui numa das críticas que me teve mais perto de dizer palavrões no texto. É que não há paciência para coisas destas…

Avaliação: 0,6


quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Deftones - Diamond Eyes


Artista: Deftones
Álbum: Diamond Eyes
Data de lançamento: 4 Maio 2010
Género: Metal Alternativo, Hard Rock, Nu Metal
Editora: Reprise Records, Warner Bros. Records
Lista de faixas:

1 – “Diamond Eyes”
2 – “Royal”
3 – “CMND/CTRL”
4 – “You’ve Seen the Butcher”
5 – “Beauty School”
6 – “Prince”
7 – “Rocket Skates”
8 – “Sextape”
9 – “Risk”
10 – “976-Evil”
11 – “This Place Is Death”

Uma pausa se deu após “Saturday Night Wrist”, há 4 anos atrás, devido a um acidente de automóvel do baixista Chi Cheng que o deixou em coma e num estado crítico que ainda hoje se encontra em melhoria. Algo forte o suficiente para travar os Deftones sem ser a passagem da moda do Nu Metal – visto que estes não são apenas uns quaisquer do Nu Metal e sabem bem o que fazem e como o fazer. No entanto após uma pausa para reflexão, os Deftones regressaram este ano de mãos cheias e a prometer mexer com os fãs. E para marcar o regresso, fizeram-no da melhor forma: como eles bem sabem. Sem se deixar consumir por necessidade de inovação urgente e livrando-se de fazer o que esperavam: um álbum obscuro deprimente. Apesar de haver uma influência mais “escura” aqui e ali – Chino Moreno cita The Cure como uma influência – a banda concentrou-se mais em fazer um disco livre, até com uma certa “alegria”. Não é propriamente alegria, mas é quase por aí. Em vez de se relatarem sentimentos nas letras, Moreno prefere ser livre e falar do que lhe der a real gana, com letras que fiquem bem com a música e que transmitam positivismo e um ponto de vista optimista. E outra coisa, os Deftones demonstram que não é preciso ter canções muito elaboradas e técnicas para nos dar o sentimento de poder e para transparecer qualidade na sua música, como foi possível perceber de imediato com o single “Diamond Eyes” – que ouvi repetidamente ao longo do Verão sem me fartar. Logo com as primeiras 4 faixas do disco, levamos um bom banho de riffs. E riffs bons, que sem precisar de muita elaboração, muitas notas, muitos acordes, bem carregadinhos e com o volume no seu sítio certo, funcionam como doces para os nossos ouvidos. O mesmo acontece em “Rocket Skates”. Sem faltar pontos mais calmos como “Beauty School” ou “Sextape” ou outros menos usuais como “You’ve Seen the Butcher” e “This Place Is Death”. Aqueles “berros sussurrados”, que Moreno já anda a praticar desde que esta banda se fez conhecer, refrões impactantes e um trabalho de baixo de Sergio Vega que passa o teste e faz um bom desempenho a substituir Chi. Não tão grande para ser um dos álbuns do ano, mas já suficientemente bom para ser guardado ao lado do coração dos fãs. Ou de outros CD’s na prateleira, que seja, qualquer coisa…

Avaliação: 8,0