quinta-feira, 21 de julho de 2011

KMFDM - WTF?!

Artista: KMFDM
Álbum: WTF?!
Data de lançamento: 26 Abril 2011
Género: Rock Industrial, Electro-Industrial, Dance Rock, Metal Industrial
Editora: Metropolis Records, KMFDM Records
Lista de faixas:

1 – “Krank”
2 – “Come On – Go Off”
3 – “Rebels in Kontrol”
4 – “Lynchmob”
5 – “Take It Like a Man”
6 – “Viva La Mort!”
7 – “Dystopia”
8 – “Panzerfaust”
9 – “Spectre”
10 – “Amnesia”
11 – “Death & Burial of C.R.”

Quando se fala na verdadeira essência da música Industrial, é normal que saltem nomes como Nine Inch Nails ou Ministry ao ar, como sendo os principais. E são dos maiores, é verdade, mas existem outras bandas que já por aí andam a apresentar música Industrial de estrilar como os KMFDM. Banda Alemã já com 17 álbuns de estúdio e com 27 anos de carreira, é um grupo experiente, que já dispensa apresentações e um exemplo de um projecto a quem já não se diz o que eles devem ou não fazer. Já há muitos anos, que os KMFDM – com uma formação sempre em alteração – fazem a sua música Industrial, adequam-na ao mainstream, apresentando alguns hits bastante dançáveis com toque Techno e que num curto espaço de tempo também nos fornecem algumas boas malhas mais “metálicas” acompanhadas por uns riffs já pesadotes. Alternam entre canções críticas cantadas num tom mais furioso – e por vezes com um sentido de humor auto-depreciativo, como o verso “KMFDM sucks” ouvido anteriormente – e outras canções com voz feminina para dar um outro tom diferente, que de certa forma, até apresenta uma espécie de atmosfera algo sexual na voz. É uma essência única que os KMFDM carregam ao longo da sua carreira, logo é disso que se acha neste novo disco, “WTF?!”. Com alguns altos e baixos no percurso discográfico para alguns fãs que acham que mesmo que os álbuns não se afastem muito uns dos outros na sua base musical e acham que há sempre discos mais fortes que outros, este “WTF?!” vem com força. Há de tudo o que já mencionei anteriormente. Abre com um hino de “fistpumping” com a orelhuda “Krank” na qual se detecta ali uma estrutura de hit, apresenta músicas mais obscuras adicionando um pouco mais de peso ao dançável como “Come On – Go Off”, “Rebels in Kontrol”, “Spectre” ou a final “Death & Burial of C.R.” – que já a vi a ser considerada a música mais obscura da carreira dos Alemães – faixas que podem facilmente passar por “dancefloor hits” como “Take It Like a Man” ou “Amnesia”, multilinguismo como em “Panzerfaust”, música em Italiano apesar do seu título em Alemão. Muitos mais elementos a apontar na música dos KMFDM, cujo experimentalismo e criação dentro da abordagem musical já foi feita há muitos anos e que agora o que há a fazer é manter e fazer dele o que quiser. Portanto, este é um álbum bastante sólido que mostra que se trata de uma banda veterana que já sabe perfeitamente o que fazer e que não precisa de inovar muito a cada disco, visto que a inovação e experimentalismo já estão feitos desde o início. Nada a acrescentar aqui em relação ao restante trabalho dos KMFDM. Mas o que importa está lá…

Avaliação: 7,8


segunda-feira, 18 de julho de 2011

Igorrr - Nostril

Artista: Igorrr
Álbum: Nostril
Data de lançamento: 5 Novembro 2010
Género: Breakcore, Electrónica, Avant-Garde, Experimental
Editora: Ad Noiseam Records
Lista de faixas:

1 – “Double Monk”
2 – “Tendon”
3 – “Excessive Funeral”
4 – “Very Long Chicken”
5 – “Melting Nails”
6 – “Pavor Nocturnus”
7 – “Caros”
8 – “Cruciform Dachshund”
9 – “Half a Pony”
10 – “Unpleasant Sonata”
11 – “Dentist”
12 – “Fryzura Konika”
13 – “Veins”
14 – “Moldy Eye”

Começo por dizer que desconhecia por completo este artista. E ainda mais, este estilo de música passou-me sempre ao lado, também não sabia da sua existência nem no que consistia. Assim que, eventualmente, me deparo com este disco, não sabia bem com o que contar. Já há muito tempo que não apanhava música que me surpreendesse tanto. Se começar por dizer que o estilo de música electrónica/experimental que o projecto Igorrr que o Francês Gautier Serre carrega é o Breakcore não seria suficiente. O Breakcore é um género de música electrónica que utiliza fortes influências de vários tipos de música Industrial, Drum and Bass e uma massiva utilização de samples. Acho que essa definição do género fica demasiado vaga para descrever este “Nostril” em concreto. Mas posso enumerar algumas das coisas que se podem encontrar neste registo, não só de música para música, mas alternando entre segundos da própria música: vários tipos de beats electrónicos, distorções, música barroca, blast beats, música clássica, berros meios para o Grindcore, cantos líricos, pig squeals, riffs pesados, ritmos dançáveis e ainda há-de haver mais alguma coisa que se detecte no meio de toda esta salada sonora. É uma mistura de sons tão viciante mas por outro lado tão dispersante, que com audições repetidas, parece que se descobrem novos sons por ali metidos a cada vez que se volta a ouvir o disco. Uma coisa que talvez possa impedir um álbum como este de ter uma aclamação mais universal pode ser o facto de isto não dar para qualquer gosto. Ou melhor, talvez nem dê assim para muitos gostos. Para alguns isto é um disco ruidoso com uma mistura aleatória de barulhos incompreensíveis sem qualquer cabimento e que se pode tornar ensurdecedor. Não é de forma alguma condenável essa opinião. Mas a verdade é que para quem conseguir abrir a mente melhor para este tipo de música e para quem quiser melhor compreender este género e de uma forma geral, para os fãs de música mais experimental e vanguardista, este disco é um mimo, que se saboreia de princípio ao fim, podendo-se até a ficar pedir por mais. Para uma pequena ideia de como sons se conseguem misturar neste disco, com “paletes” de sonoridades e estilos diferentes a constar numa só musica, destaco faixas como “Tendon”, “Unpleasant Sonata”, “Veins” ou “Moldy Eye”. Para conhecer verdadeiramente isto, aconselho simplesmente a ouvir o álbum todo. Muitas vezes até, de preferência. Umas vezes apenas a deixar-se levar pela estupefacção em alguns casos extremos e outras vezes a prestar atenção aos pormenores que podem passar ao lado, a sons breves que se podem escapar noutras audições, à progressão dentro de uma só faixa. Para alguém que já esteja habituado a este género de música, talvez não se destaque assim tanto – ainda não aprofundei o género para saber como e se outros registos do mesmo género se assimilam ou diferem deste – mas para quem ainda não estava dentro disso… Foi uma das coisas mais impressionantes que ouvi em muito tempo… E este disco já vai constar nas minhas reproduções recorrentes…

Avaliação: 9,5


sexta-feira, 15 de julho de 2011

Six Reasons to Kill - Architects of Perfection

Artista: Six Reasons to Kill
Álbum: Architects of Perfection
Data de lançamento: 28 Janeiro 2011
Género: Deathcore
Editora: Massacre Records
Lista de faixas:

1 – “Welcome to Forever”
2 – “My Bitterness”
3 – “False Absolution”
4 – “Perfection”
5 – “Awaken”
6 – “My Poison”
7 – “Day of the Apocalypse”
8 – “Scum Belongs to Scum”
9 – “Wandering Stars”
10 – “Buried to the Sea”

É Deathcore. Por aí, já está meio caminho andado para a explicação e descrição do som deste disco. Um estilo praticamente uniforme, com poucas voltas a dar, e poucas são as situações em que se apresentam bandas que realmente apresentam algo novo encima da mesa. Cada álbum acaba por ter que ser analisado pela sua cumplicidade ao género, pela qualidade presente dentro do estilo em si, da relevância que poderá ter. Os Alemães Six Reasons to Kill podem estar mais inclinados para o Deathcore comum, mas conseguem trabalhar a sua música, de modo a que se vão encontrando aqui e ali alguns factores salientes. Partindo do início, este disco tem canções que para um bom fã da cena Deathcore podem-se tornar deliciosas ao seu ouvido sedento de agressividade. Os fortes breakdowns a ecoar ao longo das canções – o que causa a vontade de mexer algumas quantas cabeças – a harmonia entre os vocais guturais e os berros com alguns ocasionais vocais limpos e a capacidade de também conseguir meter algumas interessantes melodias ali pelo meio. Para quem prestar atenção às letras, também essas se vão passeando pelo costume, passando por críticas sociais e políticas, com o conceito abstracto de “perfeição” servindo, de certa forma, de conceito para o disco. Coisas que se acrescentam a essa habitual essência, podem ser o presente uso de elementos electrónicos, mesmo que não estejam em demasia. Aliás, até são uns ligeiros toques que eles sempre foram usando na sua carreira e que quiseram expandir um pouco mais neste disco, mas nada de especial. Longe de qualquer coisa que fariam os The Browning, que talvez sejam um caso mais extremo, apenas toquezinhos leves que não estão lá sempre. Outra coisa que os Six Reasons to Kill também quiseram experimentar para se diferenciar um pouco dos restantes, é o que mais aclamo em todo o disco: uma faixa como a ”My Poison”. Uma faixa que realmente se expande para além do Deathcore e que chega até a fugir dele. Os elementos do Deathcore nesta canção não a constroem, apenas a completam, pois esta é uma música relativamente calma feita à base de vocais limpos – devido à vontade/capacidade do mais recente vocalista em fazer algo mais para além de grunhir e berrar. E já que se fala em momentos calmos num disco tão agressivo, também acho oportuno dizer que a faixa instrumental “Wandering Stars” ali perto do fim do álbum também está bem metida. Portanto, no geral e concluindo, faço-o de maneira semelhante á que usei para começar. É um disco de Deathcore. Nunca irá agradar os haters. Mas facilmente agrada a qualquer fanático da cena Deathcore, com a sua agressividade bem sublinhada e a formar umas quantas malhas. E os Six Reasons to Kill, que já não são nenhuns novatos no género, são uma banda que fácil e confortavelmente se estabelecem na cena. Uma banda a ter em conta para quem se estiver a iniciar neste estilo. Acho que os mais experientes já os conhecem bem.

Avaliação: 7,4


quinta-feira, 7 de julho de 2011

The Handsome Beasts - Beastiality

Artista: The Handsome Beasts
Álbum: Beastiality
Data de lançamento: 1981
Género: NWOBHM
Editora: Heavy Metal Records
Lista de faixas:

1 – “Sweeties”
2 – “David’s Song”
3 – “Breaker”
4 – “One in a Crowd”
5 – “Local Heroes”
6 – “Another Day”
7 – “Crazy”
8 – “Tearing Me Apart”
9 – “High Speed”

Vou ser honesto quanto à maneira como descobri esta banda, antes de mais nada. Não foi em nenhuma viagem por enciclopédias, à procura de bandas de Heavy Metal antigas e pouco conhecidas para poder dar um bom toque de “hipster”. Também não foi numa tentativa de aprofundar o denominado New Wave of British Heavy Metal, procurando outras das bandas mais subvalorizadas para além daquelas que todos bem conhecemos. Foi mesmo num daqueles momentos de aborrecimento na Internet em que procuro listas relacionadas com música e com temas parvos. Lá vou eu ao encontro de uma lista com as piores/mais estúpidas capas de álbuns de sempre. E dou-me com esta maravilhosa relíquia. Só a capa nos parece gritar “Afastem-se disto!” e para alguns pode aconselhar “Não ouçam!”. Mas depois de me rir/assustar com a capa, não fiquei por aí e tive que pesquisar sobre o grupo e fiquei a saber que até era uma antiguinha banda de Heavy Metal Britânica que mais despercebidamente também pertenceu à NWOBHM, mas nos níveis mais baixos com certeza. Sendo assim, porque não ouvir? Para já, ao ouvirem o álbum, não têm que ver a capa, mesmo que tenham uma cópia original – que não deve ser fácil de encontrar, muito menos no nosso país. E a ouvir, é alguma coisa de especial? Não, nem por isso. Mas até dá para esquecer um pouco aquela capa, porque a música é perfeitamente normal. São 9 temas de Heavy Metal “com tomates” daquele que bem se sabia fazer no início da década de 80’s. Guitarras com vida, com uns riffs bem puxadinhos. Músicas com atitude e melodias de mexer o punho no ar. Mesmo que não sejam canções que se sobressaem muito, até dava para se tirar daqui alguns hinos de estádio, não fossem os The Handsome Beasts uma banda “low” no “cartaz” – quem sabe se a capa foi um factor nocivo para maior e melhor comercialização do disco. Todas as músicas do mais simples que pode haver num disco de Metal “old school” com a mais complexa “Another Day” que se estende por 8 minutos e meio. Portanto, neste disco com uma capa que quase funciona como escudo de protecção tornando o disco em si um pouco inacessível, não é propriamente uma pérola perdida. Nem os The Handsome Beasts são uma grande banda desperdiçada. Nem o disco é nada de estonteante. Mas para os fãs de Metal da velha guarda, têm aqui um disco agradável para algum abanar de cabeça e algumas malhas alternativas àquelas já habituais. E claro, temos sempre a maravilhosa capa…

Avaliação: 7,4


Canaan - Contro.luce

Artista: Canaan
Álbum: Contro.luce
Data de lançamento: 14 Dezembro 2010
Género: Darkwave, Étnica
Editora: Eibon Records
Lista de faixas:

1 – Calma
2 - .
3 – Oniore
4 - .
5 – Noia
6 - .
7 – Terrore
8 - .
9 – Ragione
10 - .
11 – Oblio
12 - .
13 - .
14 – Lascivia
15 - .
16 – Umiltà
17 - .
18 – Concupiscenza
19 - .
20 – Esitazione
21 - .

De vez em quando é necessária uma coisinha mais calma para relaxar e para desfrutar. Para se saborear algo diferente. O estilo Darkwave e o seu ambiente obscuro mas calmo, a sua leve electrónica, as canções de estrutura simples e o tom gótico são suficientes para criar uma sensação de relaxamento para quem se deixar levar mais facilmente. Canaan é um bom exemplo de um projecto que apresenta discos calmos e bons. O mais recente “Contro.luce” é uma prova perfeita disso, pois ainda para além das canções com a estrutura que já descrevi, ainda apresenta interlúdios de música étnica com origens orientais e de tudo um pouco. Essa mistura de sons, que demonstra funcionar perfeitamente, faz com que o ouvinte mais dedicado, no final do disco já tenha viajado para outro sítio completamente diferente daquele onde estava no início. E isto depois de já ter passado por inúmeros locais. Um registo bastante calmo, como já disse, com melodias agradáveis que mesmo que não sigam uma essência propriamente orelhuda, conseguem engendrar uma maneira de ficarem presas ao ouvido. Canções cantadas lentamente na língua Italiana, de uma forma que se entranha na mente e com as canções étnicas a servir de intermédio entre as canções. Um longo disco, com cerca de 70 minutos, mas não se torna maçador. No entanto, acaba por sofrer um pouco com o seu estatuto num estilo tão underground. Estas canções são bastante acessíveis, podem agradar a muita gente e não há muito por onde pegar contra estas canções em geral. Esta seria uma banda que se poderia expandir para muitos tipos de público diferentes. Mas pouquíssima gente sabe sequer da existência desta banda. O estilo darkwave por si só já tem, por agora, um estatuto underground. Logo encontra-se aqui um disco que poderia agradar a muita mais gente se elas soubessem sequer que isto existe, quanto mais se ouvissem. Mas as vendas e a exposição ao mainstream são um assunto que importam pouco ou nada à banda, como o vocalista Mauro já afirmou numa entrevista. Quanto ao disco, não me vou estender mais na descrição, porque já dei uma ideia anteriormente, que mesmo que vaga, é a melhor maneira que encontro de momento para retratar um registo tão “zen”. É aquela simplicidade e aquela genialidade ao mesmo tempo que faz com que a melhor maneira de conhecer isto seja ouvindo. Várias vezes, alto e bom som para percebermos as canções e deixá-las penetrar em nós, ou baixinho nos ouvidos, à noite em altura de descanso para nos deixarmos seduzir. Um tipo de disco que dificilmente ao ser apresentado a alguém com um mínimo de conhecimento, esse alguém ouse dizer “Isto não presta”. Mas facilmente pode chegar às mãos de alguém que afirme “Isto é espectacular”…

Avaliação: 9,1


segunda-feira, 4 de julho de 2011

Sylosis - Edge of the Earth

Artista: Sylosis
Álbum: Edge of the Earth
Data de lançamento: 11 Março 2011
Género: Thrash Metal, Melo-Death Metal, Metal Progressivo
Editora: Nuclear Blast Records
Lista de faixas:

1 – “Procession”
2 – “Sands of Time”
3 – “Empyreal”
4 – “Empyreal (Part 2)”
5 – “A Serpents Tongue”
6 – “Awakening”
7 – “Kingdom of Solitude”
8 – “Where the Sky Ends”
9 – “Dystopia”
10 – “Apparitions”
11 – “Altered States of Consciousness”
12 – “Beyond the Resurrected”
13 – “Eclipsed”
14 – “From the Edge of the Earth”

Os Sylosis são um exemplo de uma banda que já por aí anda há muito tempo – 11 anos – mas só em 2008 é que lançaram o seu álbum de estreia. E já desde aí, que deu a entender que esse grupo novato não tão novato já tinha o potencial para ser uma das bandas do Metal mais moderno – mais especificamente um Thrash Metal mais moderno – a manter debaixo de olho. Já no anterior “Conclusion of an Age”, que críticos e fãs se surpreenderam com a qualidade do disco, ainda para mais sendo um disco de estreia. Tinha uma bela mistura de Thrash Metal, com Death Metal Melódico, um pouco de Metalcore e sendo toda essa mistura regada com Progressivo. Depois desse álbum acontece como a todos, cai-lhes a pressão do segundo álbum. Ainda para mais, dá-se a perda do vocalista Jamie Graham. Salta então o guitarrista Josh Middleton para a frente e trabalha a parte vocal para além da sua habitual guitarra. Para alguns está aí mesmo uma razão para se considerar este “Edge of the Earth” inferior ao anterior, devido à estranheza que sentem quanto à voz. Mas não é uma razão muito plausível devido à qualidade inigualável e à excelente progressão que se encontra neste disco. Mantendo uma fórmula semelhante à do disco anterior, retirando mais à parte Metalcore, para garantir que se estabelecem com o seu próprio estilo e um som singular. Essa abordagem Thrash – um pouco à moda antiga da Bay Area também com um pouco do Thrash moderno praticado por bandas mais actuais – com um Melo-Death à Sueca, a construir canções de estrutura de Metal Progressivo faz com que o respeito pelos Sylosis aumente, chegando até a poder-se afirmar que este disco é um exemplo de como o Metal extremo moderno deve soar. Como cheguei a ler noutra crítica a este disco, o que algumas das bandas recentes querem fazer – o crítico que redigiu o texto que li usou Trivium como exemplo- os Sylosis conseguem fazê-lo na perfeição e como deve ser. É um disco longo, portanto é algo difícil de se absorver à primeira audição, mas de imediato que sentimos o impacto dos riffs, os vocais poderosos, toda a instrumentalização técnica – sem exageros -, e mesmo com o peso a reinar, ainda se tiram daqui umas melodias bastante interessantes. O suficiente para que queiramos mesmo ouvir mais vezes e eventualmente ser capaz de reter bem o disco na mente e reconhecer cada canção por si só. Destaco algumas malhas como a faixa de abertura “Procession”, o single de promoção “Empyreal”, a instrumental “Where the Sky Ends” ou a conclusiva “From the Edge of the Earth”, maior canção do disco. Mas no geral, para quem gostar de Metal extremo, é um CD que vale a pena ouvir e os Sylosis são uma banda cujo futuro vale a pena acompanhar.

Avaliação: 8,4


[Clássico do Mês] Led Zeppelin - Led Zeppelin II

Artista: Led Zeppelin
Álbum: Led Zeppelin II
Data de lançamento: 22 Outubro 1969
Género: Rock, Hard Rock, Blues Rock, Heavy Metal
Editora: Atlantic Records
Lista de faixas:

1 – “Whole Lotta Love”
2 – “What Is and What Should Never Be”
3 – “The Lemon Song”
4 – “Thank You”
5 – “Heartbreaker”
6 – “Living Loving Maid (She’s Just a Woman)”
7 – “Ramble On”
8 – “Moby Dick”
9 – “Bring It on Home”

Até é capaz de ser óbvio demais. Neste espaço onde uso por vezes o factor surpresa em “Clássicos” que nunca poderiam ser considerados clássicos por qualquer outra alma viva ou por vezes com discos que nem todos os leitores conheçam. Trabalhos subvalorizados de artistas ou discos considerados “comuns” e que se baseiam mais no factor pessoal para o destaque. Mas aqui para este mês de Julho – depois de um mês de Junho totalmente inactivo – deixei um clássico que é clássico aqui e em todo o lado. Um disco de 40 minutos, com cada segundo de música a servir-nos de razão para gostarmos disto e para que quando se fale nas maiores e mais influentes bandas de sempre, Led Zeppelin seja um dos nomes que mais rapidamente salta ao ar. Um disco que numa simples audição já nos mostra o porquê de Jimmy Page constar em qualquer lista de melhores guitarristas, de Robert Plant ser dos mais caricatos vocalistas, a singularidade e loucura atrás da bateria de John Bonham e também a razão para o ainda activo no Hard Rock John Paul Jones ser considerado uma lenda viva, juntamente com os seus companheiros que lideravam a atenção. Preferências à parte – para o caso daqueles que acham que Led Zeppelin e muitos outros dos grandes nomes se insiram na categoria de “overrated” – e deixando de lado as acusações de plágio que muito vão aparecendo quando é para retirar algum valor ao grupo, a influência e importância no panorama musical geral deste disco deve ser unânime. Através de hinos que dispensam qualquer tipo de apresentação e descrição como a mítica e lendária “Whole Lotta Love”, outras malhas de riff sólido como as inconfundíveis “The Lemon Song”, “Heartbreaker”, ou “Bring It on Home”, de registos acústicos mais calmos como “Thank You”, verdadeiras “viagens” instrumentais como “Moby Dick” ou simplesmente através do factor geral que se trata de um disco que dá vontade de erguer o punho e reagir de imediato ao som. A pureza do Rock n’ Roll, com o forte toque Blues, o peso que já ali havia em demasia para aqueles tempos, fazendo com que o disco e a banda não fossem bem recebidos de imediato, e a base e semente do Heavy Metal. É simplesmente inegável o impacto deste álbum, a importância que tem para a música actual e a influência, mesmo que indirecta, que acaba por cair em quase qualquer banda actual que escolha uma sonoridade Rock mais agitada. Houveram coisas na música que tiveram que ser feitas para que possa haver um pouco de tudo hoje em dia, e nas décadas de 60 e 70 existiu um bom exército de bandas e músicos capazes de cumprir essa tarefa. E no meio desse exército lá estavam os Led Zeppelin, e como um dos soldados mais fortes…