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segunda-feira, 26 de março de 2012

Cannibal Corpse - Torture



Artista: Cannibal Corpse
Álbum: Torture
Data de lançamento: 13 Março 2012
Género: Death Metal
Editora: Metal Blade Records
Lista de faixas:

1 – “Demented Aggression”
2 – “Sarcophagic Frenzy”
3 – “Scourge of Iron”
4 – “Encased in Concrete”
5 – “As Deep as the Knife Will Go”
6 – “Intestinal Crank”
7 – “Followed Home Then Killed”
8 – “The Strangulation Chair”
9 – “Caged…Contorted”
10 – “Crucifier Avenged”
11 – “Rabid”
12 – “Torn Through”

Já lá vão mais de vinte anos de carreira e doze álbuns de estúdio. E mesmo assim, os Cannibal Corpse ainda são das bandas mais extremas e brutais que andem por aí à vista e que consigam liderar o estilo em que enquadram. E o avanço na idade não os parece abrandar em nada. A violência que carregam ainda é a mesma e a cada novo álbum o desbotar de velocidade bruta ainda se faz sentir.

Com doze discos já guardados e com um estilo que os define tanto, a banda já conseguiu encontrar o seu sítio na secção de bandas que não têm muitos passos a dar na variedade e que não têm qualquer justificação para experimentalismos – querem outra obra como a dos Morbid Angel? – e que o seu fã quando espera um novo álbum espera uma nova dose de brutalidade bem pútrida e de levar com um bom banho visceral de riffs grotescos, baterias psicóticas e vocais tenebrosos. Mas mesmo assim não é por isso que todos os discos soem iguais, o ouvido atento do fã mais dedicado consegue distinguir cada disco mesmo após o fim da fase Chris Barnes que foi quando permaneceu com um som-base.

Os anos da controvérsia já lá vão e o choque da capa de “Butchered at Birth” e do conteúdo lírico de “Tomb of the Mutilated” já lá vão, portanto se querem dizer que ouvem Cannibal Corpse porque vos faz parecer muito fixes e maus, hoje em dia já nem as T-Shirts mais carnosas vão servir de muito. A banda já cimentou o seu estatuto lendário e mantém-se lado a lado com outros grandes actos a liderar o Death Metal como bem o conhecemos. O conteúdo violento das letras já se encara como a abordagem artística, um dos requisitos, faz parte do género como se de um filme de terror mais sádico se tratasse.

Para além das habituais letras que quase nos dariam umas quantas ideias para assassinarmos algumas pessoas que gostemos menos, não fossem os ouvintes indivíduos mais mentalmente sãos do que o retrato normalmente pintado pela sociedade mais conservadora ou primitiva, temos a habitual enxurrada de riffs que prometem deixar uns quantos pescoços doridos, os solos doidos – incluindo um belíssimo solo de baixo em “The Strangulation Chair” – a bateria que se encontra mais técnica que no anterior “Evisceration Plague” e os vocais monstruosos que já conhecemos de George “Corpsegrinder” Fisher, uma das muitas vozes guturais mais influentes, juntamente com o homem que substituiu, Chris Barnes.

Isto é aquilo que já temos em mente quando nos preparamos para ouvir o disco. Isso e as melodias que parecem passar despercebidas no meio de toda a força bruta asquerosa que vai enchendo o ouvido de delícia àquele que delirar com isto e de pavor àquele que encontrar nisto um demónio a evitar. Os níveis de Groove que existiam em “The Bleeding” jamais serão igualados ou repetidos, não só porque é passado mas porque convém deixar esse disco como uma experiência singular. Mas não deixa de haver nos brutais temas dos Cannibal Corpse uma certa dedicação a melodias de ficar no ouvido. Não é por essas melodias que deixa de parecer que nos queiram arrancar o cérebro à dentada, enquanto nos estrangulam com o nosso próprio intestino e nos empalam com arame farpado. É aquela harmonia entre os dois que eles já andam a fazer e bem há mais de duas décadas.

No entanto, como o álbum segue uma linha contínua no que diz respeito ao som da banda, tem que haver algo que o distinga dos outros. E todos têm, mesmo que passe despercebido a outro ouvido que não tenha tanta voracidade. Mais recentemente “Kill” marcou por ser um passo em frente na evolução da banda em termos sonoros e de produção. “Evisceration Plague” foi um lançamento sinistro que parecia funcionar mais como uma morte lenta e dolorosa, algo que não fosse tão rápido e intenso, como a faixa-título indicava. Este “Torture” parece ter a sua principal conexão com “Kill” e parece pegar outra vez no ponto que referi para o “Evisceration Plague” num tema como “Scourge of Iron”. “Followed Home Then Killed” – um dos temas que mais destaco – parece ser uma obra técnica a lembrar algo de um “Bloodthirst”, enquanto que “Crucifier Avenged” tem uma certa reminiscência a uma “Sentenced to Burn” do “Gallery of Suicide”. Não são cópias, apenas temas bons que fazem lembrar outros temas bons. Logo o que se pode considerar é que o ponto de distinção principal deste “Torture” pode ser uma espécie de compilação de um pouco de tudo do melhor que se tem feito na era de Corpsegrinder, sem ter que recorrer a todo aquele saudosismo da era Barnes.

Mas mesmo como é, sem ir tão fundo nesses pormenores, é um disco cujo rótulo não nos engana nem nós queríamos tal – volto a lembrar a última obra dos Morbid Angel… Não valia mais terem-se ficado pelo que sabem fazer bem? A quantidade de sangue, tripas e pus vem exactamente como queríamos ou mais ainda. Os riffs de nos deixar o cérebro em papa de tanto abanar a cabeça vêm com tanta força como a requerida ou mais ainda. Ou seja, um conjunto de temas que vinha tal como desejávamos que viesse. Ou se calhar melhores ainda.

Avaliação: 8,2


segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Cock and Ball Torture - Opus(sy) VI


Artista: Cock and Ball Torture
Álbum: Opus(sy) VI
Data de lançamento: 2000
Género: Deathgrind, Pornogrind
Editora: Shredded Records
Lista de faixas:

1 – “Anal Sex Terror”
2 – “Candy Teen Pussy Pleasers”
3 – “Faekal Fatal”
4 – “Anna n’ Ass”
5 – “Fat Sex Mama”
6 – “Spunky Munky”
7 – “King Anus III”
8 –“Big Tit Slappers”
9 – “Lesbian Duo Dildo Fuck”
10 – “Spank Me – Fuck Me – Fill Me”
11 – “Rosetta Twist”
12 – “Panda Penis”
13 – “Koala Cunt”
14 – “Bi-Bee”
15 – “Anal Lilly Pissing Chick”
16 – “Fist Fuck Family”
17 – “Torture’Lini Ball’o’Neese”
18 – “Important Impotence”
19 – “Juicy Lucy”
20 – “Vulvurine Cooze Blues”
21 – “Whorrorbitch”

Ora aí está. Pornogrind. Um estilo de música do qual não se fala por aí e que eu já há muito tempo que ando para falar. Recomendável? Claro, se quiserem chatear alguém. Muito pouca gente gosta de ouvir isto, talvez por não passar de uma piada de estilo. Dêem uma olhadela aos títulos e digam lá se não parece que entraram na zona adulta de algum videoclub online? Pornogrind é apenas isto, brincadeiras misturadas com música pesada. Muito pesada. A razão para que eu até goste. Sim, porque não são poucas as vezes que eu me ponho a ouvir este disco numa situação qualquer e também são algumas as vezes em que eu ande à procura de novas bandas disto. E lá experimento ouvir algumas cujas capas sejam aceites pelo meu estômago da melhor forma – daí eu ainda não ouvir Waco Jesus… no entanto já ouço Torsofuck. Primeira razão para não haver nada de errado em ouvir este género de música: Não torna o ouvinte em alguém doentio, pois nada disto é para ser levado a sério e estes projectos acabam por não passar de diversão, paródia e “competição amigável” em ver quem é que tem a capa ou o título de música mais nojento. Ao ouvir este estilo não se aprecia a letra da música e não é porque não se perceba o que eles dizem. É porque eles não dizem nada! Os vocais não passam de grunhidos e roncos e… ruídos feitos e por vezes com efeitos para ficar mais “bonito” – e tiro o chapéu aos Sikfuk pelos seus brilhantes squeals. No caso destes Cock and Ball Torture, neste disco, os vocais podem por vezes tornar-se algo irritantes mas também são alvo de atenção pelos seus níveis cómicos. Os…sons que o vocalista deste trio Alemão faz sofre alguns efeitos para criar aquilo a que se pode chamar de “farted vocals” ou para alguns “throat cancer vocals” apesar de não perceber muito o segundo. Nada de cantar, nada de grunhir palavras sequer. As únicas palavras aqui pronunciadas são os gritos desesperados “We are the Fist Fuck family!” em “Fist Fuck Family”. Outra característica do Pornogrind, mas esta muito negativa e que eu desaprovo – Intros. Quase toda a banda disto vem pôr uma Intro de algum filme pornográfico, de terror ou qualquer outro filme underground de classe B. Isto torna-se extremamente maçador e aborrecido, a cada música ter que levar com sons estranhos, gritos de desespero, momentos de suspanse, coitos fingidos ou o que seja. Nisso este álbum já se destaca positivamente. Neste “Opus(sy) VI” os CaBT estão mais preocupados em fazer barulho do que em pôr piroseiras por entre as músicas para dar um tom mais “artístico” e assim é que devia ser. É isso que o ouvinte quer e é disso que está a espera quando ouve algo deste género. O ruído dos riffs ensurdecedores e dos vocais doentios. O único caso de uma Intro neste CD é em “King Anus III” e esta até é aceitável. E porquê? Porque é cómica. E uma coisita engraçada ainda se aceita se for assim de vez em quando e não constantemente para maçar um gajo. Este álbum também pode ser algo mais “leve” quanto ao estilo, pois os temas abordados não vão a um extremo muito forte para impressionar e o ouvinte e não toca em temas como Coprofilias e Necrofilias, que não me apetece descrever e explicar e se acharem que têm o vosso organismo preparado para isso, podem ir pesquisar sobre o que é. O mais extremo que há aqui em termos de fetiches medonhos estão em “Anal Lilly Pissing Chick” e “Torture’Lini Ball’o’Neese” e alguma bestialidade em “Koala Cunt” ou “Panda Penis”. Não, não são temas normais e aceitáveis que há por entre esses títulos mas se forem ver os de outras bandas mais doentias, podem ver que isto até é muito leve. Resumindo, isto não vale grande coisa – não ir tão longe a dizer que não vale nada, porque qualquer coisa tem que ter sempre algum valor mínimo – mas tem que haver alguma razão para que várias pessoas e eu ouçam este álbum várias vezes. Porque os títulos são mais chocantes, parece cool e assim dás nas vistas como alguém sick. OK, melhor ignorar os que fazem isso. Razões para que eu ouça isto várias vezes é apenas a intenção de levar com uma enchorrada de riffs pesados-groovy de tremer, sem parar. É verdade, isto não serve para mais nada. Mas duvido que os Cock and Ball Torture ao fazer isto tivessem intenção de que servisse para mais…

Avaliação: 6,0