segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

[Clássico do Mês] U2 - Pop

Artista: U2
Álbum: Pop
Data de lançamento: 3 Março 1997
Género: Rock alternativo, Rock experimental, Dance Rock
Editora: Island Records
Lista de faixas:




1 - "Discothéque"
2 - "Do You Feel Loved"
3 - "Mofo"
4 - "If God Will Send His Angels"
5 - "Staring at the Sun"
6 - "Last Night on Earth"
7 - "Gone"
8 - "Miami"
9 - "The Playboy Mansion"
10 - "If You Wear That Velvet Dress"
11 - "Please"
12 - "Wake Up Dead Man"

Para quem já me conhece, já devia achar óbvio que eu fosse introduzir os "Clássicos do Mês" com U2. E devido à grande admiração por este lendário quarteto Irlandês, podia muito bem ter escolhido qualquer álbum da carreira. Podia ter sido o "The Joshua Tree" ou o "Achtung Baby", consideradas as verdadeiras obras-primas dos U2. Podia ter sido o "All That You Can't Leave Behind", "primo" dos 2 anteriores ou "Boy" o álbum de estreia que mostra a banda fresca, "saída do forno" nas suas raízes Post-Punk. Podia ter sido o "War" que os catapultou para o sucesso e os fez encher estádios ou até mesmo o mais recente "No Line on the Horizon"... Podia ter sido qualquer um... Mas escolhi o "Pop" de propósito. Não sei se o conceito "underrated" se adequa aqui, visto que este álbum até recebe atenção... Mas uma atenção negativa. Simplesmente pela tremenda vontade da banda de experimentar. O conceito de experimentalismo já estava presente nos dois anteriores registos. "Achtung Baby" mostrava uma perfeita administração de sonoridades diferentes, tornando-se um icónico álbum alternativo. "Zooropa" levou o experimentalismo ainda mais longe, brincando mais com a electrónica e o Industrial, mas com "Pop" foi atirar de cabeça. Foi quase esquecer tudo aquilo que eram os U2 e fazer algo completamente novo, devido à presença mínima - ou ausência - dos elementos clássicos da música dos U2. É óbvio que uma iniciativa destas tem recepções mistas. A minha recepção? Positiva. Simplesmente porque a sonoridade nova deste álbum cai no meu ouvido e lá fica a agradá-lo. O álbum abre com "Discothéque", uma faixa em que a música Disco dos 70's se mistura com um Hard Rock antigo, um Rock alternativo actual, com uma dose significativa de infantilismo humorístico e resulta em genialidade musical. Os elementos electrónicos encontram-se presentes e seguros em "Do You Feel Loved" e mais uma vez se nota o bom trabalho: se simplesmente substituíssemos os elementos electrónicos pelos elementos clássicos dos U2, alterando pouco ou nada da estrutura musical em si, perfeitamente se encaixaria no classic sound da banda. A seguinte "Mofo" já faz alguém saltar da cadeira onde estiver sentado - se estiver sentado - e ficar pasmado a pensar se estava a reproduzir o CD correcto. Onde está a guitarra característica de The Edge? Em lado nenhum. "Mofo" é basicamente uma música de dança, talvez se possa arriscar e chamar-lhe Techno de uma vez... Podia muito bem passar numa discoteca com grupos de adolescentes "hipnotizados" a dançar sem se aperceberem que são os U2 - se tiverem a ignorância ao ponto de nem reconhecer a voz de Bono. É diferente. Bastante diferente. Mas é uma boa música e divertidíssima de se ouvir. "If God Will Send His Angels" e "Staring at the Sun" acalmam o álbum - depois da euforia de "Mofo" - e são das canções que mais se aproximam do som antigo característico dos U2. Mas hey! Não pensem que foi jogar pelo seguro, com músicas que não tenham elementos electrónico-experimentais, porque estes encontram-se nas músicas em abundância, na mesma. De volta aos ritmos dançáveis, ao Dance Rock impiedoso, "Last Night on Earth", com o seu refrão simples, foi feito para ficar preso na cabeça após um par de audições. Se eu não fosse admirador dos U2 ao ponto de aclamar cada canção por si, sem ter uma favorita, esta seria uma das candidatas. "Gone" até já experimenta coisas absolutamente novas - algo raramente ouvido anteriormente, talvez até exclusivo... ouçam o riff - e "Miami" até experimenta... backmasking! Não, os U2 não andam a esconder mensagens malignas e perversas nas canções, o drumbeat da música é que é mesmo reproduzido ao contrário! "The Playboy Mansion". Talvez um dos primeiros ou o primeiro registo duma banda de Rock a utilizar tal estrutura de música... Uma canção que fala da Playboy Mansion... com um ritmo que até poderia ser reproduzido na própria mansão dançado lentamente pelas coelhinhas... Até pode ter sido uma referência ou comparação muito fraquinha, mas "The Playboy Mansion" fornece um ambiente sexual incrível. "If You Wear That Velvet Dress" não é das que mais se destaca no álbum a não ser pelo facto de que é simplesmente uma óptima canção. O disco volta a acalmar-se com "Please" que apresenta o seu formato de balada e o seu formato dançável... Sim, é possível. O álbum acaba com "Wake Up Dead Man" que contrasta com o resto, sendo uma balada acústica e por finalizar um disco tão colorido e cheio de energia com uma canção tão melancólica e obscura, onde Bono até cospe uma asneirita lá pelo início - "Jesus, Jesus help me/I'm alone in this world/And a fucked up world it is too". Portanto, este é um álbum que me fornece prazer ao ouvir, que ouço com tanto gosto como qualquer outro trabalho de U2. Agora, as razões pelas quais eu achei este álbum bom - uma pérola - podem ser as mesmas para outro qualquer - ou um frustrado que preferia o som tradicional ou simplesmente um hater - pegar no disco, escarrar nele e afirmar que é um bom pedaço de lixo. Eu aplaudo, aclamo e afirmo que "Pop" é para mim um sucesso, os U2 conseguiram transmitir perfeitamente a música que queriam fazer para este disco, e proporcionam-nos música diferente mas igualmente boa. Um clássico...

2 comentários:

  1. Nao esperava melhor review de um dos albuns da tua banda favorita ! :D

    ResponderEliminar
  2. Excelente review!
    Também sou fã dos U2

    ResponderEliminar