Artista:
Epica
Álbum:
Requiem for the Indifferent
Data de lançamento: 9 Março 2012
Género: Metal gótico/sinfónico, Metal progressivo
Editora: Nuclear Blast
Lista de faixas:
1 –
“Karma”
2
– “Monopoly on Truth”
3
– “Storm the Sorrow”
4
– “Delirium”
5
– “Internal Walfare”
6
– “Requiem for the Indifferent”
7
– “Anima”
8
– “Guilty Demeanor”
9
– “Deep Water Horizon”
10
– “Stay the Course”
11
– “Deter the Tyrant”
12
– “Avalanche”
13
– “Serenade of Self-Destruction”
O metal sinfónico liderado por voz feminina conseguiu
encurralar-se num canto criativo com pouca saída de modo a que bandas do género
tenham lançamentos novos de pouco interesse que apenas vão cativar os mais
devotos. São todas bem capazes de escrever boas canções e de fazer música
agradável mas não costumam fazer nada para que agarre e impressione uma massa
de ouvintes novos. Ficou assim e agora passa trabalhos para sair daí. No
entanto, para cada um desses géneros estagnados tem sempre que existir uma
banda que se sobressaia e tem sempre que haver aquela selecção de grupos que
ainda conseguem liderar o movimento e fazê-lo com uma estratégia criativa bem-feita.
Felizmente, os Holandeses Epica são um dos
exemplos dessa selecção de bandas, não só conseguem ficar por cima de outras
bandas, mas ainda se conseguem afastar um pouco mais para conseguir um som
próprio. E ainda são uma das bandas que consegue mudança de disco para disco,
mesmo que consiga permanecer a soar a Epica. É o que acontece no recente e
ainda fresco “Requiem for the Indifferent”. Temos aquele som característico da
banda que pega no tal Metal sinfónico de cara bonita à frente como base e
acrescenta-lhe uma boa dose de peso com influências de Black e Death – os guturais
de Mark Jansen são o principal factor-exemplo – com temas de estrutura
progressiva, arranjos orquestrais ainda mais excedidos, enquanto nos deparamos
com melodias agressivas e dóceis num contraste belo.
É o que se estende ao longo do “Requiem for the
Indifferent” mas com outros factores a apontar. Os Epica são uma banda
inteligente, afinal foram capazes de se destacar no movimento em que se
inserem, logo sabem como procurar inovação mesmo que algumas vezes mais subtil
que outras, e procura sempre mudança e variação de álbum para álbum. Neste
quinto disco, a banda afrouxa um pouco o peso e a intensidade que mais se
sobressaía no antecessor “Design Your Universe”, procura mais progressão e
alterações dentro dos temas em si, fazendo deles também mais técnicos, dessa
forma realçando a parte progressiva da música. Há aqui material com capacidade
para agradar um bom fã de Rock/Metal progressivo.
Continua bem pesadinho mas também mais flexível,
alternando entre canções complexas e outras mais directas. Outro ponto a
sublinhar no que diz respeito aos experimentalismos do disco, é de realçar
também a forte influência de música oriental que fica bem saliente na
faixa-título, acabando por se tornar no grosso da mesma. Até a voz evoluiu
neste disco. Sim, porque a lindíssima Simone Simons não é só uma cara bonita,
também tem imenso talento nas cordas vocais para acompanhar e completar a sua
estonteante beleza. E, por estranho que pareça, a sua voz também consegue
incluir mais flexibilidade e versatilidade, ficando ainda superior aos discos
anteriores – tarefa já difícil.
Quer fique a sensação de que no final das
misturas, as guitarras podiam estar mais altas e menos ofuscadas pelas partes
orquestradas, que toda a parte de guitarra esteja mais leve em comparação ao
disco anterior, ou que simplesmente os vocais guturais não estejam em tanta
abundância – ainda estão bem presentes e a apimentar bem os temas com mais
brutalidade. O álbum mostra-se bastante competente e coeso. Funciona lindamente
na sua duração sem parecer estar a prolongar-se demais e tem factores musicais
suficientes para criar excitação a cada audição repetida com a descoberta de
novos pormenores que façam adorar as músicas ainda mais. Isto ainda com o
factor melódico a servir de cereja no topo do bolo, quando existem suficientes
refrães para ficar em “repeat” na nossa cabeça. E o mais importante de tudo,
não só apresentam um registo que dê para dizer “Isto soa a Epica”, mas que
também dê para dizer “Isto soa a Epica do “Requiem for the Indifferent””.
Algumas faixas de destaque podem ser a dócil e
orelhuda “Storm the Sorrow”, a surpreendente e emocional balada “Delirium”, a
envolvente “Internal Warfare”, a bem regada de diferentes influências, bem
progressiva e com uma valente dose de peso “Requiem for the Indifferent”, a
mais grave e “groovy” “Stay the Course” para dar mais ao pescoço, a mais
marcada pelo trabalho de guitarra e riff reminiscente ao Heavy Metal
tradicional “Deter the Tyrant” e como sempre um épico de quase 10 minutos –
mais curto que o habitual até – “Serenade of Self-Destruction” que conclui o
disco em nota alta. Mas isto apenas citando e isolando alguns exemplos num
disco que funciona lindamente no seu todo, por parte de uma banda que ainda não
deve integrar a palavra “decepção” no seu dicionário…
Avaliação: 9,2
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