sexta-feira, 20 de abril de 2012

Epica - Requiem for the Indifferent



Artista: Epica
Álbum: Requiem for the Indifferent
Data de lançamento: 9 Março 2012
Género: Metal gótico/sinfónico, Metal progressivo
Editora: Nuclear Blast
Lista de faixas:

1 – “Karma”
2 – “Monopoly on Truth”
3 – “Storm the Sorrow”
4 – “Delirium”
5 – “Internal Walfare”
6 – “Requiem for the Indifferent”
7 – “Anima”
8 – “Guilty Demeanor”
9 – “Deep Water Horizon”
10 – “Stay the Course”
11 – “Deter the Tyrant”
12 – “Avalanche”
13 – “Serenade of Self-Destruction”

O metal sinfónico liderado por voz feminina conseguiu encurralar-se num canto criativo com pouca saída de modo a que bandas do género tenham lançamentos novos de pouco interesse que apenas vão cativar os mais devotos. São todas bem capazes de escrever boas canções e de fazer música agradável mas não costumam fazer nada para que agarre e impressione uma massa de ouvintes novos. Ficou assim e agora passa trabalhos para sair daí. No entanto, para cada um desses géneros estagnados tem sempre que existir uma banda que se sobressaia e tem sempre que haver aquela selecção de grupos que ainda conseguem liderar o movimento e fazê-lo com uma estratégia criativa bem-feita.

Felizmente, os Holandeses Epica são um dos exemplos dessa selecção de bandas, não só conseguem ficar por cima de outras bandas, mas ainda se conseguem afastar um pouco mais para conseguir um som próprio. E ainda são uma das bandas que consegue mudança de disco para disco, mesmo que consiga permanecer a soar a Epica. É o que acontece no recente e ainda fresco “Requiem for the Indifferent”. Temos aquele som característico da banda que pega no tal Metal sinfónico de cara bonita à frente como base e acrescenta-lhe uma boa dose de peso com influências de Black e Death – os guturais de Mark Jansen são o principal factor-exemplo – com temas de estrutura progressiva, arranjos orquestrais ainda mais excedidos, enquanto nos deparamos com melodias agressivas e dóceis num contraste belo.

É o que se estende ao longo do “Requiem for the Indifferent” mas com outros factores a apontar. Os Epica são uma banda inteligente, afinal foram capazes de se destacar no movimento em que se inserem, logo sabem como procurar inovação mesmo que algumas vezes mais subtil que outras, e procura sempre mudança e variação de álbum para álbum. Neste quinto disco, a banda afrouxa um pouco o peso e a intensidade que mais se sobressaía no antecessor “Design Your Universe”, procura mais progressão e alterações dentro dos temas em si, fazendo deles também mais técnicos, dessa forma realçando a parte progressiva da música. Há aqui material com capacidade para agradar um bom fã de Rock/Metal progressivo.

Continua bem pesadinho mas também mais flexível, alternando entre canções complexas e outras mais directas. Outro ponto a sublinhar no que diz respeito aos experimentalismos do disco, é de realçar também a forte influência de música oriental que fica bem saliente na faixa-título, acabando por se tornar no grosso da mesma. Até a voz evoluiu neste disco. Sim, porque a lindíssima Simone Simons não é só uma cara bonita, também tem imenso talento nas cordas vocais para acompanhar e completar a sua estonteante beleza. E, por estranho que pareça, a sua voz também consegue incluir mais flexibilidade e versatilidade, ficando ainda superior aos discos anteriores – tarefa já difícil.

Quer fique a sensação de que no final das misturas, as guitarras podiam estar mais altas e menos ofuscadas pelas partes orquestradas, que toda a parte de guitarra esteja mais leve em comparação ao disco anterior, ou que simplesmente os vocais guturais não estejam em tanta abundância – ainda estão bem presentes e a apimentar bem os temas com mais brutalidade. O álbum mostra-se bastante competente e coeso. Funciona lindamente na sua duração sem parecer estar a prolongar-se demais e tem factores musicais suficientes para criar excitação a cada audição repetida com a descoberta de novos pormenores que façam adorar as músicas ainda mais. Isto ainda com o factor melódico a servir de cereja no topo do bolo, quando existem suficientes refrães para ficar em “repeat” na nossa cabeça. E o mais importante de tudo, não só apresentam um registo que dê para dizer “Isto soa a Epica”, mas que também dê para dizer “Isto soa a Epica do “Requiem for the Indifferent””.

Algumas faixas de destaque podem ser a dócil e orelhuda “Storm the Sorrow”, a surpreendente e emocional balada “Delirium”, a envolvente “Internal Warfare”, a bem regada de diferentes influências, bem progressiva e com uma valente dose de peso “Requiem for the Indifferent”, a mais grave e “groovy” “Stay the Course” para dar mais ao pescoço, a mais marcada pelo trabalho de guitarra e riff reminiscente ao Heavy Metal tradicional “Deter the Tyrant” e como sempre um épico de quase 10 minutos – mais curto que o habitual até – “Serenade of Self-Destruction” que conclui o disco em nota alta. Mas isto apenas citando e isolando alguns exemplos num disco que funciona lindamente no seu todo, por parte de uma banda que ainda não deve integrar a palavra “decepção” no seu dicionário…

Avaliação: 9,2


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