Artista: The Used
Álbum: Vulnerable
Data de lançamento: 26 Março 2012
Género: Post-Hardcore, Rock alternativo, Emo Rock
Editora: Hopeless Records
Lista de faixas:
1 –
“I Come Alive”
2
– “This Fire”
3
– “Hands and Faces”
4
– “Put Me Out”
5
– “Shine”
6
– “Now That You’re Dead”
7
– “Give Me Love”
8
– “Moving On”
9
– “Getting Over You”
10
– “Kiss It Goodbye”
11
– “Hurt No One”
12
– “Together Burning Bright”
Se há nome que polariza de imediato as opiniões que
muito diferem mas todas se afirmam com certeza, esse nome é The Used. Os
narizes torcidos como reacção ao nome, normalmente associam-se à sua abordagem
juvenil e à sua associação com um movimento que levou o Pop e as melodias
peganhentas ao Punk/Hardcore. Não só pela associação mas pelo reconhecimento de
liderança. No entanto a moda tinha todo o ar de ser passageira e pelo que
aparenta, essa maré já parece estar mais baixa e com uma tendência a vazar mais
progressivamente. E no entanto, os The Used ainda aqui andam. A fazer o mesmo
que lhes deu fama. Afinal de contas também não é isso que se quer que eles
façam? – quem os quer a fazer algo.
E o certo é que se há algo que já elevou os The
Used a um estatuto comercial alto, isso reside no factor melódico, enquanto
brincam com o Pop, com as letras obscuras juvenis enquanto dá uns saltos pelo Post-Hardcore
e pelo Punk. A combinação ainda faz muita gente de barba mais rija revirar os
olhos em desdém mas também conseguiu agarrar muitos. E como banda de canções simples,
têm automaticamente as principais sinalizações em cada refrão. E nessas
melodias explosivamente orelhudas não deixa de haver uma inevitável sensação de
pastilha elástica. No entanto é uma daquelas pastilhas que não perdem o sabor
logo, ainda dá para mastigar e saborear por algum tempo. Deve ser por isso que
eles ainda aí andam e os fãs ainda aguardam os seus lançamentos.
Descrição básica já feita, pode-se já dizer que
com este “Vulnerable”, manteve-se o mesmo. Bert McCraken e companhia usam e
abusam das melodias que entram pelo ouvido dentro sem pedir licença e
apoderam-se do local. Tudo enquanto se vão mantendo mais afastados dos seus bem
recebidos discos iniciais, à medida que se distanciam mais do som inicial mais
agressivo e ainda é a parte mais púbere que aqui salta mais alto.
As principais passagens em que realmente haja
ainda uma ligação com os dias iniciais podem ser em temas mais agressivos como “Now
That You’re Dead” ou “”Kiss It Goodbye” – que experimenta uma bizarra conclusão
meia rap, meia Mike Patton. De resto, não sobra muito mais a fazer a não ser
recostar-se e deixá-los atirar as melodias que têm lá preparadas. Afinal de
contas, é à volta dessa parte da música que gira a atenção à banda.
Não há risco, não há aventura, não há o impacto
que o disco de estreia teve. No entanto, consegue ser um sólido álbum capaz de
agradar uma legião de fãs desiludida com o anterior “Artwork”. Mesmo que ainda
soe àquilo que os Used conquistaram até então no seu trajecto: a posição de
sobrevivência/resistência em que se salvam do afundamento do género-onda por
onde eles também navegaram – já parecem ter conseguido a primeira parte, falta
resistir. Soa, no entanto, com mais convicção.
As letras, nunca foram o ponto mais forte da
banda, logo ainda se fala do mesmo e ainda há-de haver mais jovens que se
identifiquem. O que pode sugerir um lugar numa cruz próxima é mesmo a abordagem
melódica adolescente com um acenar bem descarado ao Pop enquanto mantém uma espécie
de “agressividade meiga” que quer se goste ou não, suscita ao cantar de pulmão
cheio num concerto da banda. No entanto, ao contrário de outros actos
companheiros no género que se tornam insuportáveis e poluentes, estes ainda
estabelecem uma linha até onde devem ir para se conseguir manter aceitáveis.
Menos na balada preguiçosa “Getting Over You”, única faixa dispensável do
disco. Essa sim não se escapa a soar a uma balada gasta, sem imaginação e com
limite de idade de consumo estampado na traseira da caixa.
De resto, são os Used a soar aos Used e para já
enquanto não andar cópias espalhadas – nem eles parecem ser a banda mais ideal
para se copiar – que se mantenham por quanto mais tempo conseguirem. É um
questão de evitá-los para quem não os suportar, tarefa que não é difícil,
porque para já, para os que os admiram, ainda têm credibilidade no que fazem e
não parecem precisar de ajuda de uma cadeira de rodas para seguir em frente.
Entretanto, que se continue a mascar desta pastilha se assim se desejar. Quer
se vá cuspindo e variando de vez em quando ou fazer uma dieta exclusiva disto,
depende da abertura de cada um para isto…
Avaliação: 6,9
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