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segunda-feira, 7 de maio de 2012

Bless the Oggs - It All Starts with a Seed



Artista: Bless the Oggs
Álbum: It All Starts with a Seed
Data de lançamento: 2012
Género: Metalcore, Hardcore melódico
Editora: Independente
Lista de faixas:

1 – “It All Starts with a Seed (Intro)
2 – “Reprint Yourself Tonight”
3 – “Deliver”
4 – “We All Take Different Paths”
5 – “This Is Our Last Night”
6 – “Hate Days Later”
7 – “Comaprison”
8 – “Walls of Truth (We’ve Built This Fire)”
9 – “For Only Those Who Dare to Fail”
10 – “A Cold Day in December”
11 – “This Charming War”

Não são muitas as vezes que incluo por aqui bandas nacionais estreantes em geral ou só na longa duração, mas quando o faço nunca posso ter o intuito de deitar abaixo – barreira anti-oposição por eu já o ter feito antes. Estes são os casos em que tem que se olhar aos pormenores e ter em conta a maturidade da banda, para analisar um impacto no futuro. Se depois disso, ainda não atinarem, então que se mandem para baixo de Braga.

Não estou a incluir estes Bless the Oggs nesse exemplo, quando nem parece haver grande defeito crucial a apontar a não ser um género que vai fazer torcer narizes de uma parte da população. Mas isso já é a entrar em subjectividades do povo, há que ter em conta como tocam nos ouvintes que apreciam disto. E situá-los no mercado do género.

Apesar de se sentir a saturação do Metalcore/Hardcore melódico a nível internacional, a nível nacional o que tem vindo a fazer-se sentir com mais força normalmente é um Thrash moderno que se roça facilmente nas raízes Core ou então um puro Hardcore mais nu. No entanto com a ascensão notável de bandas como More Than a Thousand e Hills Have Eyes, talvez a frincha da porta para que entre uma onda de bandas a abordar este som esteja mais aberta.

Logo, para já, este jovem quinteto Lisboeta tem espaço para manobrar o carro e tem um posto confortável onde estacionar. Agora só falta saber se têm o que é necessário para evitar a estagnação e se têm os requisitos necessários para evoluir, ou seja, manter o carro estacionado no mesmo posto por muito tempo sem correr qualquer risco de serem rebocados. Felizmente, nota-se bastante potencial na banda no que diz respeito à escrita de canções. Um ponto de onde se retira esta conclusão facilmente: no que toca a escrever melodias, este grupo Lisboeta não brinca.

Não é tarefa fácil ficar indiferente a cada refrão que a banda atira aqui para o meio da agressividade mais crua e berrada, com ideias suficientes para distribuir ao longo de todo o disco sem que se sinta ali algum forasteiro menos inspirado, inserido ali à força para encher. Isso não, os Bless the Oggs constituem um disco com canções directas mas todas com a mesma complexidade, para que se consiga desfrutar do registo como um todo em vez de dispersar favoritos.

E é o factor que mais se destaca, mesmo que não tenha necessariamente que se desprender a atenção à impecabilidade do grupo em abordar os seus instrumentos e em saber administrar bem o balanço entre a agressividade mais Hardcore e faceta mais “melosa” do Metalcore. Logo, mesmo que sejam temas simples e directos – e cuja estrutura não vai agradar a uma significativa porção da população da pesada – são temas inteligentes e cuidados. E claro, volto a mencionar, porque não há como deixar passar ao lado: muito bom olho/ouvido para a escrita de refrães peganhentos que bem requerem que se malhe ao vivo.

Estratégias: não deixar que o disco se prolongue durante demasiado tempo, correndo o risco de gastar a fórmula e começar a fartar. Bem trabalhado com o tempo ideal para que ao final do disco ainda se tenha a mesma energia que ao início, sem que se esteja já farto de ouvir “gritaria” inter-semelhante. O uso bem distribuído de factores diferentes que agradem ao seu povo-alvo – o tal balanço entre a crua agressividade e a melódica suavidade. E é verdade que há muitas bandas a fazer isso.

Como conclusão, espera-se pelo futuro dos Bless the Oggs, afinal de contas, de agora para a frente, é só amadurecimento que há para aparecer. Esperemos pela evolução que se desenrolará em futuros discos, que tanto está implícita nestes onze temas aqui apresentados como é obrigatória. Ainda soa com tudo no sítio. Para quem não fica agradado com este estilo, apenas lhes fica a tarefa difícil de retirar as melodias dos refrães da cabeça… De todas, praticamente…

Avaliação: 6,9