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segunda-feira, 19 de março de 2012

[Clássico do Mês] Tears for Fears - Songs From the Big Chair



Artista: Tears for Fears
Álbum: Songs From the Big Chair
Data de lançamento: 25 Fevereiro 1985
Género: Rock, Pop Rock, New Wave
Editora: Phonogram Records, Mercury Records
Lista de faixas:

1 – “Shout”
2 – “The Working Hour”
3 – “Everybody Wants to Rule the World”
4 – “Mothers Talk”
5 – “I Believe”
6 – “Broken”
7 – “Head Over Heels”
8 – “Listen”

E porque não destacar os Tears for Fears nesta secção como um dos melhores e mais maduros actos na música Pop dos anos 80? Já tinham eles surpreendido com a sua capacidade lírica e melódica com “The Hurting”, disco de estreia e os seus singles de sucesso e tinham então que lançar-se ao segundo trabalho com o intuito de superá-lo. Roland Orzabal, principal vocalista do colectivo Britânico, afirmou que a única intenção que tinham para o segundo álbum era a de fazer algo capaz de vender mais alguns discos. Nos dias correntes isso soa a algo mau para se dizer, e naquele tempo era praticamente igual. O que não se esperava era que realmente fabricassem hits instantâneos mas que carregassem tanta essência.

Mesmo que a música Pop da década de 80 não desse tanto para comparar com a música Pop actual, isto mesmo para a altura dava para se considerar como uma obra Pop bastante inteligente. Logo mal irrompe com o hino “Shout” que tanto carrega de belo como de assombroso. O tema é facilmente reconhecível ao ouvido comum e também bastante capaz de lá ficar. A sua viciante melodia acompanhada da bela instrumentalização e produção invejável capaz de tornar o tema intemporal são componentes que se podem distinguir como contribuidores para que se faça um êxito com tanta dimensão e vendas e ao mesmo tempo apresentar algo tão complexo e belo.

Segue-se “The Working Hour” à qual perdoo-lhe a introdução que utiliza saxofones da maneira que eu menos gosto – não dos maiores fãs desse “smmoth jazz” – mas rapidamente passa o que realmente importa. Parecia que carregava uma enorme responsabilidade em seguir uma canção tão rica como “Shout” e, mesmo mantendo sempre a sua qualidade, particularmente lírica, não parece ter a mesma força que o single anterior. A verdade era que, na verdade, também servia de aquecimento para a belíssima faixa que viria a seguir.

“Everybody Wants to Rule the World” é um tema que também pode muito bem representar a banda e o seu legado e da parte pessoal, consta entre as minhas predilectas canções do grupo e até das principais escolhas de “Play repetido” no que diz respeito a playlists pessoais. A canção em si não tem nenhum defeito por onde lhe dê para se pegar no caso de se desejar criticar negativamente a música em si. A música muito rapidamente seduz com a sua melodia suave e com a sua batida de background propícia a viagem solitária e acaba por soar àqueles temas que dão para parar e pensar ou para viajar para longe sem sair do sítio.

“Mothers Talk” já vai descolada da aparente responsabilidade que “The Working Hour” tinha anteriormente, ao suceder um enorme tema a salivar sucesso comercial. Já dá para perceber que os pontos altos vão dispersos mas bem trabalhados para o disco funcionar bem como um todo. No entanto “Mothers Talk” ainda consegue agarrar bem o ouvinte ainda abalado pela faixa anterior com um refrão que leva simplicidade e frenesim e um trabalho de baixo que permite a Curt Smith brilhar – após ter tido o seu grande momento na parte vocal de “Everybody Wants to Rule the World”. Tinha faísca suficiente para fechar a primeira parte em grande.

Quão bem a segunda parte começa é que já pode variar para cada ouvinte. A ideia de acalmar as águas com uma suavíssima balada melancólica com toques de Soul não é uma má ideia, apenas pode aborrecer alguns dos ouvintes que anseiam mais por ritmos mais envolventes. “Broken” que se segue abre o portão para a faixa seguinte – após captar já alguma atenção com a melodia de piano – “Head Over Heels” que nem é preciso dizer que é outro single quando a sua estrutura de “não-te-vou-sair-da-cabeça-durante-o-resto-do-dia” já revela tudo. Dos principais destaques, a par com os outros singles – neste caso os singles destacam-se não por serem os mais acessíveis, são mesmo os melhores.

“Listen” fecha então o disco com a sua forma ambiental e com um perfil muito “chill out”, assim que Curt volta a deslocar-se para a frente para tratar da parte vocal central. Acaba assim mais um disco capaz de cativar qualquer fã da New Wave da década de 80 ou qualquer um que possa apreciar algo completamente diferente. A intenção de Orzabal em vender discos nota-se e ele até insistiu que não tem mais nenhuma intenção na sua música para além dessa, mesmo que pareça transportar uma forte mensagem. Mas leva muita qualidade e muito trabalho acrescentado, podendo-se até sentir a brisa da janela entreaberta para o progressivo – que depois escancara-se mais no sucessor “The Seeds of Love”.

É pena que hoje em dia a banda não permaneça tão notável – pelo menos de nome, mesmo que as músicas sejam reconhecidas. Pessoalmente, permanecem como uma das principais bandas de escolha, sempre que vou de encontro a alguma alternativa às coisas mais ruidosas e pesadas que tanto prazer me dão. E tanto a nível pessoal como a nível geral no repertório da banda, “Songs From the Big Chair” permanece como um dos principais discos – ou o principal disco – representativo da sua carreira, recheado com muito do que melhor e mais correcto existia na música Pop dos anos 80.


terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Puddle of Mudd - Volume 4: Songs in the Key of Love & Hate

Artista: Puddle of Mudd
Álbum: Volume 4: Songs in the Key of Love & Hate
Data de lançamento: 8 Dezembro 2009
Género: Post-Grunge, Hard Rock
Editora: Flawless, Geffen
Lista de faixas:



1 - "Stoned"
2 - "Spaceship"
3 - "Keep It Together"
4 - "Out of My Way"
5 - "Blood on the Table"
6 - "The Only Reason"
7 - "Pitchin' a Fit"
8 - "Uno Mas"
9 - "Better Place"
10 - "Hooky"


As bandas de Post-Grunge são constantemente "apedrejadas" pelos críticos, normalmente pela falta de originalidade na música de álbum para álbum e por terem levado o pop para o grunge. Mas falemos então deste 4º álbum de originais dos Puddle of Mudd. O álbum, ao seu todo, fala do que os POM normalmente gostam de falar: sexo e beber até cair. A faixa abre com "Stoned", uma típica música de "boys night out" e bebedeiras. Talvez a música tenha uma quantidade excessiva de palavrões e até tem um final escusado, com "sons-de-casa-de-banho" e a exclamação "Fuck!". Mas o restante disco (e até mesmo esta faixa) demonstram melodias viciantes, preparadas de propósito para agitar o ouvinte. Como já tinha sido revelado pela banda, optaram por ter apenas 10 músicas neste CD, para evitar fillers e para que todas as canções possam ser ouvidas como singles. Que é esse, na minha opinião, um ponto positivo. Todas as músicas deste disco parecem ter sido trabalhadas e esmiuçadas para serem enchidas de melodias catchy e refrões orelhudos. O álbum pode contar também com as baladas mais sentimentais e acústicas para fazer contraste aos restantes temas pervertidos. Neste álbum também encontro alguns temas líricos curiosos, para além de "Stoned" e da sexualmente sugestiva - ou talvez até mesmo explícita - "Spaceship". Com a balada "Better Place", perguntamos nós, a quem terá sido dedicada ("I never wanna say goodbye/I know you're in a better place/But I can't get you out of my mind") e com "Hooky" levámos com várias razões para o vocalista querer faltar à escola, sendo algumas delas bastante perturbadoras ("I don't wanna go to school today/I'll stay at home and masturbate"). Se a capa do álbum sugere uma música mais obscura do que a dos álbuns anteriores, não devia, porque a música mantém-se aquilo a que os Puddle of Mudd nos habituaram. O álbum pode não ser nenhuma obra-prima, mas é bastante divertido de se ouvir, gravado com intenções de agitar os fãs e com o plano que se requer duma banda de Post-Grunge. É assim que eu caracterizo os Puddle of Mudd: Bons, mas não óptimos. Maus? Não...

Avaliação: 7,8