domingo, 12 de setembro de 2010

[Clássico do Mês] Bon Jovi - Keep the Faith

Artista: Bon Jovi
Álbum: Keep the Faith
Data de lançamento: 3 Novembro 1992
Género: Hard Rock, Rock
Editora: Mercury Records
Lista de faixas:


1 – I Believe
2 – Keep the Faith
3 – I’ll Sleep When I’m Dead
4 – In These Arms
5 – Bed of Roses
6 – If I Was Your Mother
7 – Dry County
8 – Woman in Love
9 – Fear
10 - I Want You
11 – Blame It on the Love of Rock and Roll


Bon Jovi. O nome já é suficiente para fazer alguns dos leitores fechar isto de imediato e ir ver outra coisa. Também pode servir para manter alguns fãs mais dedicados contentes por ver alguém a defendê-los e a colocá-los numa posição privilegiada para concordarem e se sentirem integrados e confiantes. Os Bon Jovi são um caso de uma boa banda que apresenta qualidade mas não dá para o paladar de qualquer um, daí a divisão.
Porquê o “Keep the Faith”? Uma boa parte desse destaque deve-se ao facto de eu possuir uma cópia em vinil no meu armário. Um item de infância. Logo tem um destaque pessoal inevitável. Outra razão para destacar este disco será por representar a transição no trajecto musical destes Rockeiros de New Jersey. A década anterior tinha sido marcada por Glam Metal, que eles próprios com ajuda de outras bandas ajudaram a popularizar. Com a queda da moda e a “morte” do estilo e da atenção dada ao estilo e a esse tipo de bandas – chegou ao ponto de as bandas se tornarem auto-paródia acidentalmente – os Bon Jovi foram dos primeiros a achar que não faria sentido continuar a fazer do mesmo e muito menos de acabar com o grupo. Apenas mudar o rumo. A cabeleira emaranhada de Jon Bon Jovi foi cortada, porque aquele visual que outrora era ridículo mas moda, naquele momento já era só ridículo. Os membros inferiores dos integrantes da banda também já experimentavam mais liberdade, pois já não havia a necessidade de utilizar calças justas. Por acaso os Bon Jovi não eram dos que usavam maquilhagem, porque se usassem também já era um dinheirinho a menos que gastavam com a poupança desses itens. O som da banda – o mais importante, não se esqueçam, apesar de eu ter estado a enconar sobre o aspecto deles – também amadureceu e já não era aquele Glam Metal maçudo que fartou os ouvintes de Rock daqueles tempos, e optaram por fazer um Hard Rock mais simples, moderno, maduro, confortável… Algo contemporâneo… Como se fosse Rock pesado de rádio – atenção a quando eu digo “pesado”, não enormizem o verbo. Com isto, os Bon Jovi tinham condições para fazerem um disco mais criativo e mais livre e com espaço para poderem deixar escapar alguma ambição e utilizar influências de outras décadas passadas, do que o Pop/Rock daquela actualidade tinha para oferecer e também influências nacionais do Rock bem Americano, à-la Springsteen. O resultado é o que se ouve. Um disco, que mesmo que não rebente o leitor do disco onde estiver a ser reproduzido, com originalidade a cada segundo que passa, ainda serve para se destacar na discografia do grupo, para agradar os deliciados fãs – refiro-me aos fãs que se deliciam com a música da banda e não às “fãs” que se deliciam com o Jon Bon Jovi – e para marcar uma posiçãozinha na década de 90. No recheio encontram-se boas canções de Hard Rock, singles como “Keep the Faith”, “In These Arms” e “I’ll Sleep When I’m Dead” que desde a primeira vez que as ouvimos que sabemos que aquele é o tipo de canções que se espera a ser cantada a todos os pulmões por fãs eufóricos nos espectáculos da banda daí em diante, “Dry County”, que merece ser isolada como uma das maiores criações inspiradas dos Bon Jovi, com uma composição soberba que quase atinge os 10 minutos e a balada “Bed of Roses” de derreter e pedir por mais. Do tipo de música que um gajo a tem porque a namorada ouve, mas secretamente também gosta. Não tem mal, a sério, a música é um espectáculo. Para todos os que não gostam de Bon Jovi, é fácil, arrumam este disco para o lado, estão no vosso direito e não o ouvem. Têm a vossa razão. Mas há algo de errado em gostar de um disco desta precisa banda? Há algo de negativo em vibrar com as canções de Jovi, Sambora, Torres e Bryan? – nesta altura ainda havia o subestimado John Such também. Eu cá acho que não. E perguntem o mesmo ao pessoal que enche as arenas por onde eles passam…



2 comentários:

  1. Apenas oiço a "Bed of Roses" o resto é really heavy metal, não faz bem os meus gostos mas vi-os ao vivo no Rock In Rio em 08 e adorei, estava com a Rosa Paula. Ela quase que se atirava para cima dele, enfim, bons tempos.

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  2. Nem sabia que os Bon Jovi tinham o estatuto de "musica de menina". Eu gosto bastante deles. Bom review.

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