segunda-feira, 18 de julho de 2011

Igorrr - Nostril

Artista: Igorrr
Álbum: Nostril
Data de lançamento: 5 Novembro 2010
Género: Breakcore, Electrónica, Avant-Garde, Experimental
Editora: Ad Noiseam Records
Lista de faixas:

1 – “Double Monk”
2 – “Tendon”
3 – “Excessive Funeral”
4 – “Very Long Chicken”
5 – “Melting Nails”
6 – “Pavor Nocturnus”
7 – “Caros”
8 – “Cruciform Dachshund”
9 – “Half a Pony”
10 – “Unpleasant Sonata”
11 – “Dentist”
12 – “Fryzura Konika”
13 – “Veins”
14 – “Moldy Eye”

Começo por dizer que desconhecia por completo este artista. E ainda mais, este estilo de música passou-me sempre ao lado, também não sabia da sua existência nem no que consistia. Assim que, eventualmente, me deparo com este disco, não sabia bem com o que contar. Já há muito tempo que não apanhava música que me surpreendesse tanto. Se começar por dizer que o estilo de música electrónica/experimental que o projecto Igorrr que o Francês Gautier Serre carrega é o Breakcore não seria suficiente. O Breakcore é um género de música electrónica que utiliza fortes influências de vários tipos de música Industrial, Drum and Bass e uma massiva utilização de samples. Acho que essa definição do género fica demasiado vaga para descrever este “Nostril” em concreto. Mas posso enumerar algumas das coisas que se podem encontrar neste registo, não só de música para música, mas alternando entre segundos da própria música: vários tipos de beats electrónicos, distorções, música barroca, blast beats, música clássica, berros meios para o Grindcore, cantos líricos, pig squeals, riffs pesados, ritmos dançáveis e ainda há-de haver mais alguma coisa que se detecte no meio de toda esta salada sonora. É uma mistura de sons tão viciante mas por outro lado tão dispersante, que com audições repetidas, parece que se descobrem novos sons por ali metidos a cada vez que se volta a ouvir o disco. Uma coisa que talvez possa impedir um álbum como este de ter uma aclamação mais universal pode ser o facto de isto não dar para qualquer gosto. Ou melhor, talvez nem dê assim para muitos gostos. Para alguns isto é um disco ruidoso com uma mistura aleatória de barulhos incompreensíveis sem qualquer cabimento e que se pode tornar ensurdecedor. Não é de forma alguma condenável essa opinião. Mas a verdade é que para quem conseguir abrir a mente melhor para este tipo de música e para quem quiser melhor compreender este género e de uma forma geral, para os fãs de música mais experimental e vanguardista, este disco é um mimo, que se saboreia de princípio ao fim, podendo-se até a ficar pedir por mais. Para uma pequena ideia de como sons se conseguem misturar neste disco, com “paletes” de sonoridades e estilos diferentes a constar numa só musica, destaco faixas como “Tendon”, “Unpleasant Sonata”, “Veins” ou “Moldy Eye”. Para conhecer verdadeiramente isto, aconselho simplesmente a ouvir o álbum todo. Muitas vezes até, de preferência. Umas vezes apenas a deixar-se levar pela estupefacção em alguns casos extremos e outras vezes a prestar atenção aos pormenores que podem passar ao lado, a sons breves que se podem escapar noutras audições, à progressão dentro de uma só faixa. Para alguém que já esteja habituado a este género de música, talvez não se destaque assim tanto – ainda não aprofundei o género para saber como e se outros registos do mesmo género se assimilam ou diferem deste – mas para quem ainda não estava dentro disso… Foi uma das coisas mais impressionantes que ouvi em muito tempo… E este disco já vai constar nas minhas reproduções recorrentes…

Avaliação: 9,5


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