quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

[Clássico do Mês] Anglagard - Hybris



Artista: Anglagard
Álbum: Hybris
Data de lançamento: 1992
Género: Rock progressivo
Editora: Mellotronen, Alvarsdotter
Lista de faixas:

1 – “Jordrok”
2 – “Vardringar i Vilsenhet”
3 – “Ifran Klarhet Till Klarhet”
4 – “Kung Bore”
5 – “Ganglat Fran Knapptibble”

Após o verdadeiro pique de popularidade do Rock progressivo nos anos 70, seguiu-se um período de pausa da popularidade do género e durante os 80’s, muitas das grandes bandas do movimento deram uma volta ao seu estilo. No entanto, como sendo um estilo bom demais para ser apenas passageiro sofreu a sua renascença e hoje em dia o género já voa livremente seja de forma moderna ou retrospectiva.

No entanto, consta em registos – baseio-me nesses registos, não vivi esses tempos – que foi no início da década de 90 que houve um “arrebitar” do género com bandas oriundas de vários locais – predominantemente Europeus – mas curiosamente com um certo destaque para a Suécia. De facto, foi precisamente desse país Escandinavo que saíram estes jovens e talentosos Anglagard, cujo som com influências vivíssimas de actos como Genesis, Cathedral, King Crimson, Van der Graaf Generator e claro com algum do seu som característico cativaram os seguidores atentos.

Os ouvidos dos já velhos fãs do género e de alguns novos ergueram-se de imediato para o som complexo, para as suaves melodias, para a variante instrumentalização e para a magia das viagens que este disco de estreia oferecia. Ainda mais atenção se focou no grupo pela sua maturidade notável para álbum de estreia e pela juventude dos integrantes da banda – o baterista Mattias Olson tinha os seus 17 anos aquando a gravação do registo.

O seu som é daquele que não podemos descrever facilmente devido à sua complexidade, como já requer o género, mas certamente não soa como algo lançado em 1992. Toda a sonoridade, todo o ambiente, toda a abordagem “cheiram” a 70’s por todos os cantos e podia muito bem misturar-se no meio de discos de King Crimson, Yes ou Cathedral como já mencionei anteriormente e passar por ser da mesma onda. Mas não é pela relação que se estabelece com esses míticos actos do “prog rock” que isto deixa de ser algo único, os Anglagard já possuem o seu som característico e este “Hybris” não deixa de ser extremamente influente e importante para a continuação do lançamento de obras do género que ainda viriam.

Para se sentir apenas uma amostra do que este disco realmente pode fazer sentir, basta experimentar ouvir a instrumental faixa de abertura “Jordrok” de olhos fechados, com o propósito de se deixarem levar… Só aí já há muito que se lhe diga, mas toda essa essência se multiplica nas restantes longas faixas. Destaca-se então o trabalho de bateria desse tal adolescente Mattias Olsson que dominava o seu instrumento como gostariam muitos que lhe dobrassem a idade e o trabalho da flautista Anna Holmgren que dá aquele tom folclórico, característico e maravilhoso às compridas faixas. Não compreendem as letras por serem cantadas na língua mãe da banda? Não importa, a voz já consegue causar bastante efeito sem que a sua mensagem lírica seja realmente perceptível e não importa também em quantas línguas diferentes se ouve a música, se a música em si já é uma linguagem universal.

Não é realmente um nome muito soante, nem vão encontrar muitas referências a este disco no que toca a vendas ou no que quer que seja que se baseie no que mais roda no mercado. Compreendo até que existam muitos da minha vasta base de leitores – que deve variar entre um par e um punhado de pessoas – que desconheçam por completo esta banda. Mas vale a pena ouvir e uma experiência realmente mágica é ouvir este disco baixinho de fones nos ouvidos, à noite de olhos fechados antes de dormir e a deixar-se ir para onde quer que este conjunto Sueco nos leve. Já tive essa experiência. Soberba.


Sem comentários:

Enviar um comentário