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terça-feira, 11 de outubro de 2011

Bella Morte - Before the Flood



Artista: Bella Morte
Álbum: Before the Flood
Data de lançamento: 14 Junho 2011
Género: Rock Gótico, Darkwave, Rock alternativo, Hard Rock, Rock industrial
Editora: Metropolis Records
Lista de faixas:

1 – “Skin”
2 – “Falling Star”
3 – “Lights in the Sky”
4 – “Here with Me”
5 – “Before the Flood”
6 – “The Morning Sun”
7 – “Line of Sight”
8 – “The Road”
9 – “Bones Below”
10 – “Undertow”
11 – “Oceans Wide”

Os Bella Morte são um exemplo de uma banda cujo nome não é muito familiar e soante à maior parte do povo e não são um grupo que se pode encostar às regalias das vendas. No entanto, já levam uma carreira longínqua o suficiente para terem o reconhecimento de bastantes apreciadores, mesmo que não andem aí aos montes – será que eles querem/precisam mais do que isso? – e já sabem como impor respeito no panorama musical gótico underground com tons Deathrock e Darkwave. E a maneira mais eficaz de obterem esse respeito é através de discos sólidos que não desiludem. E mesmo que o “Bleed the Grey Sky Black” seja o álbum que eu considere o culminar da banda - onde se encontra a musicalidade da banda toda bem compilada, para mim o melhor disco da banda, um dos meus álbuns favoritos pessoais – essa capacidade de compor álbuns de alto calibre já vem desde o “Remains”, álbum de estreia de 1998. Desde então vários sons e géneros passaram pela música dos Bella Morte desde o Indie Rock, ao Darkwave, com passagens de Punk, Deathrock, bastante electrónica e industrial e momentos pesados que fazem sentir-se um pouquinho de sangue de Metal na mixórdia. Após o “Bleed the Grey Sky Black” tudo se juntou naquilo a que se pode chamar o estilo “Bella Morte”. Há algo de muito simples e muito complexo ao mesmo tempo, na música desta banda Americana e o certo é que não me consigo recordar de nenhuma banda que tenha um som que se aproxime ao deles. Após o “Sky Black” seguiu-se mais um aclamado “Beautiful Death” que soube bem cumprir a tarefa de seguir um disco como o que o antecedeu. Chegando a este ponto, apenas há a necessidade de manter aquela essência que os identifica e ao mesmo tempo percorrendo outros caminhos, ou seja, mantendo-se iguais a si mesmos mas com músicas cujo álbum a que pertence conseguimos identificar sem necessitarmos de ir verificar, a música já nos diz. E o que parece ser feito neste “Before the Flood” é fortalecer alguns factores que têm vindo a caracterizar a banda. Tanto parece haver mais ênfase em fazer canções Pop/Rock com melodias imediatamente viciantes, como ao mesmo tempo se procura uma atmosfera mais obscura, mas isto sem destacar passagens ambientais e termos isso em canções de estrutura simples. O uso de elementos electrónicos ajuda a fazer temas mais dançáveis e apesar da música dos Bella Morte nem sempre ser das mais orientadas por guitarra, vai sempre aparecendo um bom trabalho no dito instrumento que permite ter o seu próprio destaque – solos não são muito frequentes mas temos direito a um bem bom em “Undertow”. Até mesmo a melancolia nos temas mais tristes parece ser propositadamente acentuada. Já conhecíamos canções como “If Tonight”, “December Dreams”, “Dust” e a quase suicida “The End of the End”, mas neste disco “Here with Me” – que o vocalista Andy Deane aponta como a sua favorita do disco e uma das suas favoritas de toda a discografia do seu grupo – parece superar. Um tema lindíssimo, diga-se de passagem, num álbum mais orientado pelas melodias e pelo movimento – não há aqui um único refrão que não nos cause impacto, que não se cole, que não nos faça bater o pé de forma involuntária – ainda consegue ser um dos principais destaques e não soa fora do sítio. A juntar-se a esse tema em termos melancólicos, há ainda a conclusiva “Oceans Wide” que finaliza o trabalho numa nota mais calma e obscura, de formato meio “lágrima-ao-canto-do-olho” – não tanto como “Here with Me” – o que indica que os Bella Morte tomaram-lhe o gosto em acabar os discos com músicas assim. É um registo de categoria que só demonstra a capacidade de Andy Deane & Ca. em escrever brilhantes composições e fazer álbuns de invejar ou adorar, de forma a que não pareça muito esforço, sem desfrutarem de muita fama, apenas a suficiente. Será que algum dia fazem outro “Bleed the Grey Sky Black”? O mais provável, evidente e certo é que não. Mas não é necessário. A banda sabe o que anda a fazer.

Avaliação: 8,5



quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Before the Torn - The Serpent Smile


Artista: Before the Torn
Álbum: The Serpent Smile
Data de lançamento: 1 de Março 2011
Género: Metalcore
Editora: Self-Released
Lista de faixas:


1 – “Cosmopolitan Deathwish”
2 – “Last Night’s Nightmare”
3 – “Poisonous Words”
4 – “This Will Be Legend”
5 – “Remember September”
6 – “Heartriders”
7 – “Overlooked”
8 – “Fractures”
9 – “My Pray”   (com Vasco Ramos dos More Than a Thousand)
10 – “The Spirits”

Cada vez existe mais bandas no nosso país a estabelecer-se na cena pesada nacional, mais propriamente em géneros como o Metalcore ou o Thrash moderno. São essas as principais tendências e de onde têm vindo a surgir cada vez mais jovens bandas, que assim que se dão a conhecer, mostram-se de imediato, promissoras. Os Before the Torn, se já não estão lá estabelecidos nessas bandas hoje influenciadas, no futuro influentes, para lá caminham a passo largo. Logo de início, há que louvar esta banda pelo seu árduo trabalho, sendo esta, um exemplo de uma banda que começou praticamente do 0 para chegar onde está. Há que louvar também a dedicação, esforço, suor, sangue e lágrimas depositados na realização deste segundo álbum. Se com o disco de estreia “Burying Saints” não desiludiram, o objectivo que aqui tinham a cumprir seria o de impressionar ou pelo menos manter os fãs anteriores mais seguros. Acaba por ser um daqueles discos que mantém o género habitual que já conhecemos do Metalcore na sua forma mais moderna, mas que o aborda, à sua maneira, de modo a que evite que se torne maçador. Porque há que admitir, que hoje em dia é muito difícil encontrar algum disco novo de Metalcore, com algo de impressionante e surpreendente, e o que outrora fora relevante no género, hoje já está mais que batido e cada vez mais se auto-satiriza involuntariamente. Portanto, temos que procurar algum factor em discos deste género, que nos possam captar o ouvido e o gosto. Dar-lhes uma oportunidade, em vez de excluí-los de imediato pelo seu rótulo. E um factor deste disco que capte a atenção do ouvinte tem que ser, com certeza, a explosão de energia que aqui se encontra. “Moshpit” é o que nos vem à cabeça ao ouvir os temas, os ligeiros abanares de cabeça e o bater de pé são involuntários e as melodias evitam tornar-se melosas sem retirar nenhuma força e poder aos temas. Muitos discos actuais de Metalcore podem-se tornar aborrecidos. Este nem por isso. Nem que seja necessário mais que uma ou duas audições e mesmo que não seja logo um disco de reprodução repetida automática. Está mais do que o suficiente. Riffs bem orelhudos – destaco exemplos como “Last Night’s Nightmare” ou “Fractures” – um uso de refrães – agora que aprendi que essa é que é a palavra correcta, e não “refrões”, como sempre disse – limpos que não se dispersam do objectivo principal dos temas que é fornecer muita força, poder e energia. É generalista e algo usual, mas sem ser previsível. Usa da parte limpa e calma do género, mas não abusa. Segue a mesma estrutura que as canções do género, mas seguindo o seu próprio caminho. São uma banda que jogam pelo seguro, mas soam a já estarem seguros de si mesmos. Um nome que ainda passa despercebido, mas que já está mais que bem estabelecido na cena a que pertence. Fãs do género que ainda os desconheçam… Vale a pena uma espreitadela…

Avaliação: 7,5