Artista:
Bella Morte
Álbum:
Before the Flood
Data de lançamento: 14 Junho 2011
Género:
Rock Gótico, Darkwave, Rock alternativo, Hard Rock, Rock industrial
Editora: Metropolis Records
Lista de faixas:
1 –
“Skin”
2
– “Falling Star”
3
– “Lights in the Sky”
4
– “Here with Me”
5
– “Before the Flood”
6
– “The Morning Sun”
7
– “Line of Sight”
8
– “The Road”
9
– “Bones Below”
10
– “Undertow”
11
– “Oceans Wide”
Os Bella Morte são um exemplo de uma banda cujo
nome não é muito familiar e soante à maior parte do povo e não são um grupo que
se pode encostar às regalias das vendas. No entanto, já levam uma carreira
longínqua o suficiente para terem o reconhecimento de bastantes apreciadores,
mesmo que não andem aí aos montes – será que eles querem/precisam mais do que
isso? – e já sabem como impor respeito no panorama musical gótico underground
com tons Deathrock e Darkwave. E a maneira mais eficaz de obterem esse respeito
é através de discos sólidos que não desiludem. E mesmo que o “Bleed the Grey
Sky Black” seja o álbum que eu considere o culminar da banda - onde se encontra
a musicalidade da banda toda bem compilada, para mim o melhor disco da banda,
um dos meus álbuns favoritos pessoais – essa capacidade de compor álbuns de
alto calibre já vem desde o “Remains”, álbum de estreia de 1998. Desde então
vários sons e géneros passaram pela música dos Bella Morte desde o Indie Rock,
ao Darkwave, com passagens de Punk, Deathrock, bastante electrónica e
industrial e momentos pesados que fazem sentir-se um pouquinho de sangue de
Metal na mixórdia. Após o “Bleed the Grey Sky Black” tudo se juntou naquilo a
que se pode chamar o estilo “Bella Morte”. Há algo de muito simples e muito
complexo ao mesmo tempo, na música desta banda Americana e o certo é que não me
consigo recordar de nenhuma banda que tenha um som que se aproxime ao deles.
Após o “Sky Black” seguiu-se mais um aclamado “Beautiful Death” que soube bem
cumprir a tarefa de seguir um disco como o que o antecedeu. Chegando a este
ponto, apenas há a necessidade de manter aquela essência que os identifica e ao
mesmo tempo percorrendo outros caminhos, ou seja, mantendo-se iguais a si
mesmos mas com músicas cujo álbum a que pertence conseguimos identificar sem
necessitarmos de ir verificar, a música já nos diz. E o que parece ser feito
neste “Before the Flood” é fortalecer alguns factores que têm vindo a
caracterizar a banda. Tanto parece haver mais ênfase em fazer canções Pop/Rock
com melodias imediatamente viciantes, como ao mesmo tempo se procura uma
atmosfera mais obscura, mas isto sem destacar passagens ambientais e termos
isso em canções de estrutura simples. O uso de elementos electrónicos ajuda a
fazer temas mais dançáveis e apesar da música dos Bella Morte nem sempre ser
das mais orientadas por guitarra, vai sempre aparecendo um bom trabalho no dito
instrumento que permite ter o seu próprio destaque – solos não são muito
frequentes mas temos direito a um bem bom em “Undertow”. Até mesmo a melancolia
nos temas mais tristes parece ser propositadamente acentuada. Já conhecíamos
canções como “If Tonight”, “December Dreams”, “Dust” e a quase suicida “The End
of the End”, mas neste disco “Here with Me” – que o vocalista Andy Deane aponta
como a sua favorita do disco e uma das suas favoritas de toda a discografia do
seu grupo – parece superar. Um tema lindíssimo, diga-se de passagem, num álbum
mais orientado pelas melodias e pelo movimento – não há aqui um único refrão
que não nos cause impacto, que não se cole, que não nos faça bater o pé de
forma involuntária – ainda consegue ser um dos principais destaques e não soa
fora do sítio. A juntar-se a esse tema em termos melancólicos, há ainda a
conclusiva “Oceans Wide” que finaliza o trabalho numa nota mais calma e
obscura, de formato meio “lágrima-ao-canto-do-olho” – não tanto como “Here with
Me” – o que indica que os Bella Morte tomaram-lhe o gosto em acabar os discos
com músicas assim. É um registo de categoria que só demonstra a capacidade de
Andy Deane & Ca. em escrever brilhantes composições e fazer álbuns de
invejar ou adorar, de forma a que não pareça muito esforço, sem desfrutarem de
muita fama, apenas a suficiente. Será que algum dia fazem outro “Bleed the Grey
Sky Black”? O mais provável, evidente e certo é que não. Mas não é necessário.
A banda sabe o que anda a fazer.
Avaliação: 8,5
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