domingo, 27 de junho de 2010

Scorpions - Sting in the Tail


Artista: Scorpions
Álbum: Sting in the Tail
Data de lançamento: 22 Março 2010
Género: Heavy Metal, Hard Rock
Editora: Sony Music Germany, New Door/UME
Lista de faixas:



1 - "Raised on Rock"
2 - "Sting in the Tail"
3 - "Slave Me"
4 - "The Good Die Young" (com Tarja Turunen)
5 - "No Limit"
6 - "Rock Zone"
7 - "Lorelei"
8 - "Turn You On"
9 - "Let's Rock"
10 - "Sly"
11 - "Spirit of Rock"
12 - "The Best Is Yet to Come"

Após mais de 40 anos de carreira, heis que chega o momento: os Scorpions decidem pôr fim à sua longa, mágica e fantástica carreira, bem preenchida por excelente música. Para assinalar o ponto final, o quinteto alemão fá-lo com um novo álbum e uma gigante digressão mundial. Falemos do álbum então. Scorpions é o tipo de banda que não necessita de adicionar nada novo à sua música para deliciar os fãs - as únicas vezes que tentou tal, resultou em flop total - mas sim que mantenha a boa e habitual garra à qual esta banda já nos habituou. Necessita da capacidade do grupo em escrever hinos fortes, canções que se tornem intemporais, músicas de abanar o ouvinte mais irrequieto, cânticos de serem cantados pelo público em uníssono, refrões que nos causem impacto. Sempre foi essa a magia dos Scorpions e quando sabemos de um novo álbum, o que esperamos é isso: como soarão as novas canções e quanto o fã irá gostar delas e de as cantar repetidamente ao longo do dia-a-dia. Ao fim de uma audição a este disco não fica a sensação de vazio. Valeu a pena. Os Scorpions decidiram "acabar" a carreira - as aspas significam que isto é um fim só para a actividade da banda, porque tal é eterna - com um álbum forte. O que aqui se encontra são canções de abanar cabeças e pescoços, de pôr punhos no ar nos concertos - assim que começa o riff de "Rock Zone", não nos apetece ficar sentados e parados, não - de novo a referência aos refrões, um excelente trabalho destes veteranos que mesmo com uma enorme carreira e montes de canções compostas, ainda não perderam o dom de criar melodias orelhudas, tudo acompanhado de excelentes riffs a memorizar e solos de fazer invejar qualquer inspirante a guitarrista - e também muito guitarrista profissional. As baladas... Lembram-se de "Still Loving You", "Wind of Change" e "Always Somewhere"? Pois bem, tal como seria de prever, os Scorpions continuam a apostar na inserção de tais canções nos álbuns - "Lorelai", "Sly", "The Best Is Yet to Come" - e fazem eles muito bem, porque estas baladas soam tão frescas e com tanta alma como qualquer um dos clássicos. O que há a acrescentar de novo será o facto de haver uma voz a acompanhar a de Klaus Meine e essa é a de Tarja Turunen, ex-vocalista dos Nightwish. Mesmo que não seja bem um dueto de duas vozes e Tarja esteja mais a cumprir os deveres de "backing vocals" no refrão de "The Good Die Young", a sua voz ainda é potente e notável e foi uma boa aposta e uma mais-valia para o disco. Uma das melhores canções do álbum. Este registo termina com "The Best Is Yet to Come", uma belíssima canção de despedida que põe este fim como tudo menos um fim. Logo, este álbum soa a um excelente Hard Rock à antiga, adaptável aos dias actuais, a um bom Heavy Metal puro, retirado da sua raíz. Soa a Scorpions. Enfim, um tesouro. Até à próxima, Scorpions, não se esqueçam de passar por cá.


Avaliação: 9,2



sábado, 26 de junho de 2010

Slash - Slash


Artista: Slash
Álbum: Slash
Data de lançamento: 6 Abril, 2010
Género: Rock, Hard Rock
Editora: EMI, Universal Music, Roadrunner Records, Sony Music
Lista de faixas:


1 - "Ghost" (com Ian Astbury)
2 - "Crucify the Dead" (com Ozzy Osbourne)
3 - "Beautiful Dangerous" (com Fergie)
4 - "Back from Cali" (com Myles Kennedy)
5 - "Promise" (com Chris Cornell)
6 - "By the Sword" (com Andrew Stockdale)
7 - "Gotten" (com Adam Levine)
8 - "Doctor Alibi" (com Lemmy)
9 - "Watch This" (com Dave Grohl e Duff McKagan)
10 - "I Hold On" (com Kid Rock)
11 - "Nothing to Say" (com M. Shadows)
12 - "Starlight" (com Myles Kennedy)
13 - "Saint Is a Sinner Too" (com Rocco DeLucca)
14 - "We're All Gonna Die" (com Iggy Pop)

Senhor Slash. Esse homem que trata a guitarra com uma gentileza, que muitos gostavam de receber esse mesmo tratamento como pessoas. Já há muito que se falava de um álbum por parte deste guitarrista lendário, gravado por diversão com um punhado de amigos. Depois de sair, o resultado que se ouve é não mais que esse: um homem brinca com a guitarra, enquanto os amigos se divertem também a cantar ou a tocar outra coisa. O disco não se trata de nenhum marco histórico, nem nenhum clássico instantâneo, mas certamente que abana umas quantas cabeças, uns certos punhos e certamente vai rodar repetidamente para o gosto de alguns fãs mais dedicados e agradados. Este registo conta com vários nomes de talento como Ian Astbury (dos The Cult), cuja voz reconhecível acrescenta um mínimo toque gótico à canção, isto apenas pela reputação já associada à voz de Astbury; Ozzy Osbourne, que dispensa apresentações, podíamos não saber que ele participaria no disco, que o detectaríamos de imediato, em "Crucify the Dead", uma das maiores malhas de toda a Track list - que muitos acreditam ser dirigida a Axl; Fergie que surpreende tudo e todos, com uma voz facilmente adaptável ao Hard Rock que se vai arranhando atrás por Slash e restantes músicos. Tem ela mesmo que desperdiçar talento na sua desastrosa carreira a solo? - e quanto menos disser do último álbum dos Black Eyed Peas, melhor...; Myles Kennedy e a sua voz poderosa, já ouvida nos Alter Bridge em duas boas canções do álbum; Chris Cornell, mais um que dispensa apresentações, e que com o bom trabalho feito neste disco e a sua reunião com os Soundgarden já demonstrou que já tem a cabeça no sítio e o seu tenebroso último disco já é para esquecer; Andrew Stockdale dos Wolfmother, com o seu habitual estilo à antiga, faz com que este disco tenha aquela garra "Vintage" que Slash provavelmente pretendia que houvesse desde o início; Adam Levine leva um pouco de Pop ao álbum, com a sua voz incinfundível, que nos remonta inevitavelmente aos seus Maroon 5. O bom trabalho de guitarra de Slash faz com que haja uma harmonia entre o som mais Pop de um e o som mais Rock de outro, tornando-a numa cançaõ muito boa, mesmo que não seja das que mais se destaque; Lemmy, mais um que apresentações são desnecessárias, cuja voz nunca se há de parecer à de ninguém... o preciso momento em que a voz deste senhor entra, é peso que nos enche o ouvido... Mais uma malha; Dave Grohl, amigo de toda a gente quase e Duff McKagan, seu companheiro já dos tempos dos Guns N' Roses e nos Velvet Revolver também por lá passam para um excelente tema instrumental que apenas nos faz abanar, mais nada. Nem pensar nos faz, é só para abanar; o adorado ou desprezado Kid Rock, aqui a usar a sua "personalidade" mais "Southern" em vez da sua agressividade e atitude de "American Bad Ass". Já dá para ter excertos da música a ser reproduzidos repetidamente na nossa cabeça ao longo do dia; M. Shadows, dos Avenged Sevenfold, quer gostem dessa banda ou não, o talento deles está lá e em proporções grandes, inclusive na voz e isso nota-se, sendo esta uma das faixas de maior destaque; Rocco DeLucca, o nome que talvez não soe mais familiar, este homem tem um projecto de Indie Rock com o seu nome - os Rocco DeLucca and the Burden e com um artista de origens alternativas e mais calmas, temos aqui o tema mais lento e calmo, de todo o disco. Não é preciso Hard Rock para fazer Slash brilhar na guitarra, no entanto para quem quer este disco pela agitação, então este tema vai-se tornar aborrecido; o álbum conclui com o inigualável Iggy Pop, que também a esta fase do campeonato... apresentações para quê? A faixa ficou para o fim, demonstrando que o disco não foi fraquejando ao longo da sua reprodução e mesmo a última demonstra uma excelente qualidade e ainda se torna mais uma das de maior destaque. Podia ter evitado todo este exaustivo texto, mas quis dar a conhecer os convidados e dar a entender o porquê de eu achar este um bom álbum. No entanto, como em qualquer outra ocasião, a opinião é relativa e alguns podem achar este ábum muito fraco. No entanto, a intenção de Slash era esta mesmo - criar um disco divertido para ele e para os que o ouvem, com umas boas doses de Hard Rock acompanhadas de vozes reconhecíveis e solos deliciosos. Não fosse ele dos melhores guitarristas que por aí andem...

Avaliação: 8,2



quarta-feira, 23 de junho de 2010

Eu e os Meus Onanismos - Mas Que Grande Chatice

Artista: Eu e os Meus Onanismos
Álbum: Mas Que Grande Chatice
Data de lançamento: Fevereiro 2010
Género: Grindcore (?)
Editora: (Lançamento Independente)
Lista de faixas:




1 - "Chamariz"
2 - "Acorda"
3 - "Gerações"
4 - "Fuck Off and Die"
5 - "Escravo Livre"
6 - "Tivemos de Escolher o Caminho Amarelo"
7 - "Controlo Humanizado"
8 - "Animais"
9 - "Nada Preocupado"
10 - "Alexandre, O Magno"
11 - "Desapercebido"
12 - "Mas É"
13 - "Rasteja"
14 - "Riscado"
15 - "Todos Iguais"
16 - "Carne Para Abutre"
17 - "Modelo Americano"
18 - "Carne Fraca"
19 - "Jakinzinhos"
20 - "Rezas ao Moribundo"
21 - "Compromisso Inadiável"
22 - "Buraca Som Sistema"
23 - "5 Star Camping"

Eu e os Meus Onanismos. Grupo ou projecto, ou lá o que isto seja que descobri de uma das formas mais caricatas: a pontuação mais baixa dada a um álbum, que eu já vi pela revista "LOUD!". Um fantástico 0,5 - numa escala parecida com a minha, de 0 a 10 - e eu ao ler aquele texto, apenas me senti tentado a ir ouvir. A maneira como a revista dizia o quão mau era a obra "AAHC" - demo de estreia dos E.e.o.M.O. - só me abriu o apetite. E quando ouvi, foi o que eu esperava. Ri-me. Não era para ser levado a sério e não, portanto eu fui lá com a intenção de me rir e consegui. Quando fui lá de novo, para ouvir um hino tão fantástico como "Biff", reparei que havia um novo registo com o nome desta banda. É claro que fiquei exaltadíssimo. Novas canções gravadas com níveis amadores, que nem um profissional a imitar um amador conseguiria igualar? É claro que me interessa! Está o que devia estar. Músicas aterradoramente mal tocadas, com níveis de produção imunes a qualquer tipo de comentários, devido à falta de palavras. Os vocais imperceptíveis, gravados provavelmente com um "headset", pois soa muito parecido aos sons estranhos que eu e os meus amigos por vezes trocámos no MSN, pelo micro. Se me dissessem que o álbum foi gravado assim, não me admiraria nada. As letras transitam entre pseudo-intelectualismos filosóficos e politicamente críticos e coisas ridículas como a de "Mas É" - "Mas é, mas é, mas é/Mas é, mas é, mas é/etc, etc, etc.". As tentativas de utilizar o Inglês, como em "Fuck off and Die" - "Fuck the Gods/Kill Satan/Mary was a prostitute/No one knows, no one cares/Fuck off and die!" - com certeza que estiveram uma tarde inteira a escrever tal poema. O único que me desiludiu terá sido o facto de não conseguirem igualar a canção electro-dance "Biff" e o mais próximo que temos é "Buraca Som Sistema", música demasiado aborrecida para se tornar engraçada sequer. Outra coisa que me desiludiu foi o facto de haver uma tentativa de progressão, com uma "melhoria" nas letras e um alargamento da duração dos temas. Isso torna-se muito aborrecido - não se esqueçam que as músicas são do pior que pode haver na indústria. Mais valia antes cuspirem meia dúzia de palavras como fizeram na Demo de estreia. E caso pensem que este texto soa a elogio a esta banda ou o que quer que seja isto, lembrem-se da descrição que eu fiz das músicas e da produção. Quaisquer pontos que dê a isto - muito poucos - vão apenas para a "piada" que isto dá, visto que de maneira nenhuma que isto pode ser levado a sério. Para pessoas que prefirem música como deve ser é óbvio que isto é lixo merecedor de 0,0 - ou 0,1 como deu a "LOUD!" a este registo, superando ainda o álbum de estreia - mas para gajos que procurem de vez em quando uma gargalhada... Eh pá... Podem ir sempre ouvir a "Jakinzinhos"...

Avaliação: 2,3


domingo, 6 de junho de 2010

[Clássico do Mês] Guns N' Roses - Use Your Illusion I


Artista: Guns N' Roses
Álbum: Use Your Illusion I
Data de lançamento: 17 Setembro 1991
Género: Hard Rock, Heavy Metal
Editora: Geffen Records
Lista de faixas:



1 - "Right Next Door to Hell"

2 - "Dust N' Bones"
3 - "Live and Let Die" (cover de Paul McCartney)
4 - "Don't Cry"
5 - "Perfect Crime"
6 - "You Ain't the First"
7 - "Bad Obsession"
8 - "Back Off Bitch"
9 - "Double Talkin' Jive"
10 - "November Rain"
11 - "The Garden"
12 - "Garden of Eden"
13 - "Don't Damn Me"
14 - "Bad Apples"
15 - "Dead Horse"
16 - "Coma"

Bons velhos tempos. Slash e Axl ainda não se odiavam profundamente e os dois não viam problema nenhum em fazer música juntos. Passavam-se 3 anos desde o bom e controverso "GN'R Lies" e esta banda Americana procurava igualar em qualidade o "Appetite for Destruction". A maneira como o fizeram foi o mais extrema possível: 2 álbuns lançados no mesmo dia, com disco duplo, deixando disponível aos fãs, nada mais nada menos do que 30 músicas novas. Difícil seria, que no meio de tanta música, não houvesse algo bom em jeitosas quantidades, principalmente tratando-se dos Guns N' Roses - autores de clássicos como "Welcome to the Jungle", "Paradise City", "Sweet Child O'Mine" e a mais underrated "Patience". Muito difícil também, seria igualar esses clássicos, mas não parece ter havido problema, pois desses discos saíram "November Rain", "Don't Cry", "Garden of Eden", "You Could Be Mine", "Civil War" e outras que mesmo não sendo originais se destacam como "Live and Let Die" e "Knockin' on Heaven's Door". Essas canções não estão esquecidas pois não? E então nestes 2 álbuns simultâneos, porque escolhi eu o primeiro? Simplesmente porque é o único que me posso orgulhar de ter uma cópia em vinil dentro do meu armário. É só daí que parte o destaque, visto que os dois estão bastante semelhantes em qualidade. Mas visto que a minha escolha foi o primeiro, vou fazer uma breve descrição desse icónico disco: Depois de uma dose gentil de Hard-Rockalhada nas duas primeiras faixas, soam os sinos de um tema que já nos é familiar de um velho filme de James Bond, da autoria de um senhor talentoso, de nome Paul McCartney. Ele pertenceu a algumas bandas como Beatles e Wings. Não sei se conhecem. Após "Live and Let Die" segue-se a balada soft, épica e pesada ao mesmo tempo, algo que se veio a tornar "marca" dos Guns. "Don't Cry" é um tema que não se deixará de ouvir, nem nos tempos dos nossos bisnetos. Depois de umas quantas asneiras cuspidas em "Perfect Crime" e mais temas bem á-la-Guns, ainda passamos pela canção insultuosa ao estilo Glam, de "Back Off Bitch" e mais umas asneiritas em "Double Talkin' Jive", com Izzy nos vocais. Chega ao fim o primeiro disco, mas é no segundo que vem o momento de molhar as calças dos ouvintes mais sensíveis: "November Rain"! Aquela balada colossal de 9 minutos, com excelente uso de orquestra... A letra enigmática para dar um toquezinho ainda mais grandioso à canção e o tal talento da banda demonstrado sem que nenhum dos membros falhe - conseguem ouvir o solo do Slash sem se arrepiarem um pouqinho, pelo menos? Seria de quase ignorar o resto do disco após tal faixa mas a participação de Alice Cooper em "The Garden", a speed-song-to-make-you-want-to-break-stuff "Garden of Eden" e as outras canções, que mesmo que não tenham tanto destaque, sáo geniais, não deixam o ouvinte distrair-se. E como se não bastasse, ainda fecha com "Coma", mais uma musiquinha de 10 minutos... Só para resumir todo este exaustivo texto numa só palavra: Gigante.