Artista: Darwin Deez Álbum: Darwin Deez Data de lançamento: 10 Maio 2010-09-22 Género: Indie Rock, Indie Folk Editora: Lucky Number Lista de faixas:
1 – “Constellations” 2 – “Deep Sea Divers 3 – “The City” 4 – “DNA” 5 – “The Suicide Song” 6 – “Up in the Clouds” 7 – “Bed Space” 8 – “The Bomb Song” 9 – “Radar Detector” 10 – “Bad Day”
Se eu já achava que com o single “Radar Detector”, Darwin Deez era uma aposta promissora e um dos novos talentos de valor este ano, a audição de todo o disco só veio reforçar a minha ideia. É certo que o som mágico de “Radar Detector” só se encontra nesta faixa mesmo, mas há outros tipos de magias diferentes, uma para cada música e temos uma para a faixa de abertura “Constellations” – cujos níveis de catchyness lhe fornecem uma posição merecida como single – e outra para a entusiasmante “Bad Day”, última do disco. Uma outra coisa que torna este álbum tão grande pode ser a humildade com que Deez introduz a sua carreira. Um álbum simplesmente intitulado “Darwin Deez”, sem tirar nem pôr, é aquilo que ali está. Para um álbum de estreia também o fez com apenas 10 faixas… Não quis começar com grande ambição, mas fez um excelente álbum. Também não inventou nada de novo, nem se aventurou a alargar horizontes e as músicas são construídas com o mesmo género de riffs, sempre por volta dos mesmos acordes. Mas é dentro dessa simplicidade que se encontra a genialidade também. Como é que de forma tão simples faz um disco tão apaixonante. O estilo de música deste disco é daquele que dá-nos a impressão de que já ouvimos muito a ser feito, mas, no entanto, após algumas audições repetidas, vemos que até tem a sua singularidade. É aquele Indie Rock que usa os elementos do Indie corrente mas vai buscar influências ao Folk Rock de outras décadas. Melodias deliciosas. Uma boa lufada de ambiente alegre nas canções – e também nos vídeo-clips – até mesmo nas que têm temas mais “negros”, como “Suicide” ou “Bomb”. Após a sua curta duração e após apenas aquelas 10 faixas, dá-nos uma vontade de repetir a audição. Para voltar a ouvir aqueles riffzinhos simples, os refrões de “Constellations”, “Up in the Clouds”e “Bad Day”, para ouvir de novo a voz de Deez, para voltar a ouvir as músicas de estrutura tão simples mas tão boas. Fica-se facilmente maravilhado e com um jeitinho ainda nos pode dar vontade de dançar como ele – para terem uma ideia deviam fazer uma pesquisa pelo YouTube. Simplesmente fantástico. Antes fossem todos os novos “artistas” assim…
Artista: Amy MacDonald Álbum: A Curious Thing Data de lançamento: 8 Março 2010 Género: Pop Rock, Folk Rock, Rock alternativo Editora: Mercury Records Lista de faixas:
1 – “Don’t Tell Me That It’s Over” 2 – “Spark” 3 – “No Roots” 4 – “Love Love” 5 – “An Ordinary Life” 6 – “Give It All Up” 7 – “My Only One” 8 – “This Pretty Face” 9 – “Troubled Soul” 10 – “Next Big Thing” 11 – “Your Time Will Come” 12 – “What Happiness Means to Me” 13 – “Dancing in the Dark” (cover de Bruce Springsteen; Faixa escondida)
Um início de carreira promissor que esta jovem Escocesa teve com o seu disco de estreia “This Is the Life”. Um álbum bem recebido e aclamado que garantiu uma legião de fãs sólida. Não era só uma carinha bonita, era talentosa também e trouxe bastante ar fresco à mainstream que se foi sempre carregando de Pop já mais que mastigada, cuspida e até regurgitada. Portanto aquele início de carreira soube bem. Só restava agora conseguir manter essa qualidade no segundo álbum. E apenas tenho algo de menos positivo a apontar e vou dizer já para arrumar de uma vez. Talvez haja alguma previsibilidade neste segundo álbum. Mas não é aquele tipo de previsibilidade em que se lamenta que haja mais do mesmo, é mais uma situação em que ser quer mais do mesmo. A doce e impressionante voz de Amy mantém-se igual ou melhor e as suas capacidades de escrita e composição de melodias permanece com a mesma força que anteriormente. O que temos aqui é um bonito álbum de Folk Rock bem à Escocesa – só lhe faltava umas influenciazinhas tradicionais – com aquele esqueleto Pop, mas Pop do bom, e lá vem uma veiazita alternativa para que essa malta não se sinta mal por gostar. É mesmo a voz de Amy e as melodias que mais importam aqui neste conjunto e ao longo do disco, temos umas canções que funcionam bem e outras que funcionam ainda melhor. O single “Don’t Tell Me That It’s Over” foi uma excelente forma de introduzir o CD e de o promover antes de sair. No recheio do álbum, em geral, há variedade, desde coisas mais calmas, mais doces a coisas relativamente mais dançáveis. Mas o caminho que ela percorre é sempre o mesmo. Acaba com uma bela balada, de salientar de novo o talento vocal e instrumental de MacDonald – numa das canções mais “a solo” que aqui tem. Acaba o disco, isto é, se não quiserem esperar um pouquinho para ouvir uma excelente versão de “Dancing in the Dark” - um dos maiores êxitos de Bruce Springsteen na década de 80 - uma faixa escondida. Vale a pena ouvir. E vale a pena ver um espectáculo. Desde que não a espetem num cartaz com Miley Cyrus e D’ZRT no mesmo dia…
E com este nono álbum de estúdio dos Canadianos Barenaked Ladies, deram-se alterações. Steven Page, um dos membros fundadores da banda abandonou o grupo. Isto foi suficiente para abalar o projecto e fazer os restantes membros pensar de uma outra forma. Logo, assim se nota uma partida do sentido de humor virado para o infantil – que já se reflecte de imediato no nome da banda – e o quarteto agora tem uma atitude mais séria e madura. Os membros que já andam nos finais da casa dos 30’s e início dos 40’s já demonstram isso na sua música, com este novo disco. Isto em termos líricos. Porque em termos musicais em si, o disco acaba por se tornar um simples disco arrastado de Rock alternativo, cujas canções rodam muito sobre si mesmas e parecem encostar-se umas às outras em inspiração. Está longe de ser mau, e temos aqui um excelente trabalho no que toca às composições dos refrões bem orelhudos, mas inicialmente, após a escuta do disco, não vamos distinguir muito as canções umas das outras e vamos necessitar de umas audições repetidas. Um álbum que não escolhe o caminho do “impressionante” e prefere agarrar-se ao “agradável”. A sensação que o CD nos dá, pode variar muito consoante o que estivermos a fazer. Se gostarem do estilo e o ouvirem com atenção e ao pormenor, resulta, mas se não forem uns apreciadores assim tão grandes, vai-se tornar maçador. Experimentem usar a música como ambiente. A determinado momento da audição do disco, fui rever um anuário escolar do 5º ano – já algo velhinho – e o som tornou-se agradável. A banda funciona bem e temos um bom trabalho de alternância de vocais nas variadas canções, em vez de termos Ed Robertson como vocalista principal em todas as faixas. Melhor canção: “Four Seconds” e a sua fantástica mistura de sons, a música que mais me fez levantar a orelha e que me captou mais a atenção. É como disse, um disco agradável, mas que não é para o paladar de alguém que procure um som mais sofisticado, menos contemporâneo. Para quem já for fã da banda ou para quem se sentir atraído por estas sonoridades simples e refrões agradáveis, força. Em nenhum momento eu disse que era um mau álbum. Até pelo contrário.
Artista: Bon Jovi Álbum: Keep the Faith Data de lançamento: 3 Novembro 1992 Género: Hard Rock, Rock Editora: Mercury Records Lista de faixas:
1 – I Believe 2 – Keep the Faith 3 – I’ll Sleep When I’m Dead 4 – In These Arms 5 – Bed of Roses 6 – If I Was Your Mother 7 – Dry County 8 – Woman in Love 9 – Fear 10 - I Want You 11 – Blame It on the Love of Rock and Roll
Bon Jovi. O nome já é suficiente para fazer alguns dos leitores fechar isto de imediato e ir ver outra coisa. Também pode servir para manter alguns fãs mais dedicados contentes por ver alguém a defendê-los e a colocá-los numa posição privilegiada para concordarem e se sentirem integrados e confiantes. Os Bon Jovi são um caso de uma boa banda que apresenta qualidade mas não dá para o paladar de qualquer um, daí a divisão. Porquê o “Keep the Faith”? Uma boa parte desse destaque deve-se ao facto de eu possuir uma cópia em vinil no meu armário. Um item de infância. Logo tem um destaque pessoal inevitável. Outra razão para destacar este disco será por representar a transição no trajecto musical destes Rockeiros de New Jersey. A década anterior tinha sido marcada por Glam Metal, que eles próprios com ajuda de outras bandas ajudaram a popularizar. Com a queda da moda e a “morte” do estilo e da atenção dada ao estilo e a esse tipo de bandas – chegou ao ponto de as bandas se tornarem auto-paródia acidentalmente – os Bon Jovi foram dos primeiros a achar que não faria sentido continuar a fazer do mesmo e muito menos de acabar com o grupo. Apenas mudar o rumo. A cabeleira emaranhada de Jon Bon Jovi foi cortada, porque aquele visual que outrora era ridículo mas moda, naquele momento já era só ridículo. Os membros inferiores dos integrantes da banda também já experimentavam mais liberdade, pois já não havia a necessidade de utilizar calças justas. Por acaso os Bon Jovi não eram dos que usavam maquilhagem, porque se usassem também já era um dinheirinho a menos que gastavam com a poupança desses itens. O som da banda – o mais importante, não se esqueçam, apesar de eu ter estado a enconar sobre o aspecto deles – também amadureceu e já não era aquele Glam Metal maçudo que fartou os ouvintes de Rock daqueles tempos, e optaram por fazer um Hard Rock mais simples, moderno, maduro, confortável… Algo contemporâneo… Como se fosse Rock pesado de rádio – atenção a quando eu digo “pesado”, não enormizem o verbo. Com isto, os Bon Jovi tinham condições para fazerem um disco mais criativo e mais livre e com espaço para poderem deixar escapar alguma ambição e utilizar influências de outras décadas passadas, do que o Pop/Rock daquela actualidade tinha para oferecer e também influências nacionais do Rock bem Americano, à-la Springsteen. O resultado é o que se ouve. Um disco, que mesmo que não rebente o leitor do disco onde estiver a ser reproduzido, com originalidade a cada segundo que passa, ainda serve para se destacar na discografia do grupo, para agradar os deliciados fãs – refiro-me aos fãs que se deliciam com a música da banda e não às “fãs” que se deliciam com o Jon Bon Jovi – e para marcar uma posiçãozinha na década de 90. No recheio encontram-se boas canções de Hard Rock, singles como “Keep the Faith”, “In These Arms” e “I’ll Sleep When I’m Dead” que desde a primeira vez que as ouvimos que sabemos que aquele é o tipo de canções que se espera a ser cantada a todos os pulmões por fãs eufóricos nos espectáculos da banda daí em diante, “Dry County”, que merece ser isolada como uma das maiores criações inspiradas dos Bon Jovi, com uma composição soberba que quase atinge os 10 minutos e a balada “Bed of Roses” de derreter e pedir por mais. Do tipo de música que um gajo a tem porque a namorada ouve, mas secretamente também gosta. Não tem mal, a sério, a música é um espectáculo. Para todos os que não gostam de Bon Jovi, é fácil, arrumam este disco para o lado, estão no vosso direito e não o ouvem. Têm a vossa razão. Mas há algo de errado em gostar de um disco desta precisa banda? Há algo de negativo em vibrar com as canções de Jovi, Sambora, Torres e Bryan? – nesta altura ainda havia o subestimado John Such também. Eu cá acho que não. E perguntem o mesmo ao pessoal que enche as arenas por onde eles passam…
Há 18 anos neste mundo.
Ouvinte de música, mais especificamente de Rock e Metal.
Com várias bandas preferidas, com principal destaque aos U2.
Com gosto de escrever e ler e pouco para fazer...