Álbum: Eu Me Excomungo
Data de lançamento: Outubro 2010
Género: Grindcore, Noisecore, ??
Editora: Independente
Lista de faixas:
1 – “A Assistente Social”
2 – “O Cardeal Mazok”
3 – “O Zé”
4 – “O Meu Bisavô”
5 – “Esgalho”
6 – “Dois Grandes Amigos”
7 – “Vivas ao Visitante”
8 – “Sócas”
9 – “O País Onde as Mulheres Ainda Usam Burkas”
10 – “Ai Que Saudades”
11 – “A Professora Nua”
12 – “Drogada Velha Caduca”
13 – “Enguia Eletrica”
14 – “Abismo”
15 – “A Tribo Turca”
16 – “Aposta”
17 – “Não Vai Chegar”
18 – “Espelho do Hábito”
19 – “Pequeno Comercial”
OK, acho que já não é preciso qualquer tipo de apresentações e descrições para este fantástico projecto. Já todos sabemos que é um projecto amador gravado em casa com um headset e uma qualidade de som verdadeiramente invejável. Já sabemos que muitos que ouviram isto consideram-no das piores coisas já feitas. Portanto não vou estar aqui a descrever o som disto outra vez. Mas e seu eu disser que desta vez tenho planeada uma classificação maior? Tenho sim. Mas porque será? Será pela inserção de novos sons fazendo música mais experimental? Sim, de vez em quando levo com uma corneta a destoar que tanto perturba como assusta quando não se está à espera. Mas não, não é por nada disso. É pelo risco em tentar músicas mais longas como em “O Cardeal Mazok”? Não, Deus me livre, é a faixa mais aborrecida do álbum. A explícita crítica política a José Sócrates em “Sócas”? Não, também não me diz nada. Uma faixa conclusiva fora do usual? Não, essa deixou-me confuso. A sério que fiquei mesmo com cara de parvo a olhar para o ecrã e este é já o 4º álbum que ouço deste projecto E.e.O.M.O. É mesmo porque, finalmente, existem aqui faixas absolutamente dedicadas à parvoíce ilógica que se salienta ainda mais que a própria música. Isso sim é o que eu quero ouvir! Aqui já existe uma música que entra para o pódio das melhores músicas de E.e.O.M.O. (sim, melhores, neste contexto é). A música “Esgalho” é um hino à prática da masturbação e aos efeitos positivos que pode trazer à saúde. Aí já está a melhor música do álbum. Quando o vocalista irrompe e exclama “Esgalho o bicho enquanto cago!”, pronto… Está aí um clássico feito… Para concluir e completar só com os momentos finais “Esgalho o bicho matinal… Boreal… Astral… Austral… Maquinal… BRUTAL! BRUTAL”. E assim já se forma uma nova música ao nível de uma “Jakinzinhos”. Não de uma “Biff” essa é inigualável, como essa já não fazem mais. Mas aquela quinta faixa já é o suficiente para me fazer dar uma pontuação maior. É nisso que este projecto deve apostar. Na parvoíce propositada, porque para não intencional já chega toda a abordagem musical. Pontos extra para os gritos aleatórios “Puta de um cabrão! Punheta de um cabrão!” em “O Meu Bisavô” que não fazem qualquer tipo de sentido. Mais uns pontos extras para “A Professora Nua”, que não é nada de especial mas vai directamente de encontro a uma “inside joke” que tenho entre amigos. “Drogada Velha Caduca” também vai de encontro a outra, mas essa também gostei da nova abordagem vocal. O gajo aqui até canta e tudo. Ou “canta” ou o que seja. Os entendidos e que gostam de ouvir música a sério perdoem-me por isto, mas há que aceitar o facto: por vezes também gostamos de ouvir umas coisas com o nosso sentido de humor ligado e eu simplesmente não perco tempo a interpretar a música deste projecto a sério, porque senão saía bem arranjado. O que há a fazer é sentar, relaxar, pôr a música a dar e deixar soltar umas risadas quando vemos que não há mais nada a fazer. É o chamado “So Bad, It’s Good” amigos…
Avaliação: 4,0