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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

[Clássico do Mês] The Beatles - Please Please Me



Artista: The Beatles
Álbum: Please Please Me
Data de lançamento: 22 Março 1963
Género: Rock and Roll
Editora: Parlophone
Lista de faixas:

1 – “I Saw Her Standing There”
2 – “Misery”
3 – “Anna (Go to Him)
4 – “Chains”
5 – “Boys”
6 – “Ask Me Why”
7 – “Please Please Me”
8 – “Love Me Do”
9 – “P.S. I Love You”
10 – “Baby It’s You”
11 – “Do You Want to Know a Secret”
12 – “A Taste of Honey”
13 – “There’s a Place”
14 – “Twist and Shout”

Sabem aqueles joguinhos do “amigo secreto” ou lá o que é, em que se mandam cartas e/ou prendas a um amigo em anonimato? Também já tive que fazer um na escola e até nem lhe achava muita piada. Lá andei eu a mandar cartas anónimas a quem me calhou e depois no final da brincadeira, comprar uma prenda suficientemente boa para aguentar pelo menos o resto da manhã sem ir parar ao lixo.

A brincadeira era engraçada, mas nunca cheguei a ter assim tanto gosto naquilo. Foi no dia final do joguinho em que se revelavam as identidades e se davam as prendas e no meio de prendinhas modestas, doces, e outras coisas mais jocosas alguém tinha tido a ideia de levar um vinil do “Please Please Me” dos Beatles. E não é que aquela relíquia com tão agradável cheiro a velho e com um aspecto gasto que só o tornava mais belo era para mim. De repente aquela brincadeira da qual eu não era assim grande fanático, fez com que valesse a pena escrever cartas para outra pessoa com letra incógnita e às vezes até, ilegível.

O disco aparentemente tinha sido retirado da colecção pessoal do pai à socapa. Ou seja, estou sujeito a um dia destes ter o homem à minha porta a fazer-me uma espera. Isso não se faz. O que também não se faz é dar a um gajo como eu uma prenda num jogo que se baseava em ninharias, tal presente que seria o equivalente a dar-me uma fortuna gorda em dinheiro – e não me refiro propriamente ao valor que isto pudesse ter se eu o vendesse que tal ideia eu não ponderaria sequer.

Agora graças a esse momento de confraternidade entre uma turma muito conflituosa – mas que no fundo todos se adoram – tenho guardada e estimada uma cópia em vinil do “Please Please Me”, álbum de estreia de uma das mais míticas bandas a alguma vez existir, os Beatles. Foi de um joguinho que saiu a colecção de hits simples mas intemporais como “Love Me Do”, “Please Please Me”, “P.S. I Love You” ou “Twist and Shout” que hoje orgulhosamente junto à minha modesta colecção – muito modesta mesmo, isto de viver na era digital e de não ter grande dinheiro dá nisto.

Quanto ao álbum em si há pouco a dizer, mas também se dispensa qualquer apresentação. É verdade que ainda não tinha iniciado a fase mais genial dos Beatles, e ainda faltava para o estrondo psicadélico de “Revolver”, o experimentalismo de “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”, a variedade de um “White Album” ou a seriedade e maturidade de “Abbey Road” mas foi aqui que se começou tudo.

As canções são todas muito curtas e directas e nenhuma delas chega aos 3 minutos, com algumas delas não chegando sequer aos 2, mas são do tipo de canções que definiram o conceito que conhecemos de hit, as melodias facilmente ficam agarradas ao ouvido, mantêm todas um “feeling” bastante alegre e causam o bater de pé involuntário enquanto se ouve a música fácil de ouvir, de gostar e que qualquer um consegue apreciar.

Foi com isto que se criou praticamente o conceito de banda que conhecemos hoje, com o colectivo a escrever os temas e a interpretá-los – previamente o que predominava era o tipo de bandas de líder e banda de suporte – e é feito de tal forma que sobrevive a qualquer moda, a qualquer época e define o que é a música intemporal. Tanto se ouviu isto na altura e se ficou agradado como pode ser ouvido a qualquer altura e a sua influência é inegável: dali em diante, muitos mais fizeram disto e seguiram este conceito, mas na altura não era do mais comum.

Como já disse antes, não é o álbum mais complexo da banda, até pelo contrário deve ser o menos. Não foi inovador como os outros e a sua inovação baseou-se noutros factores de simplicidade e são as várias imperfeições que o tornam perfeito. E o principal de tudo, foi aqui que começou uma lenda sobrevivente de infinitas gerações. E mais uma vez agradeço a quem me ofereceu este tesouro.


quinta-feira, 31 de março de 2011

Eu e Os Meus Onanismos - Eu Me Excomungo

Artista: Eu e Os Meus Onanismos
Álbum: Eu Me Excomungo
Data de lançamento: Outubro 2010
Género: Grindcore, Noisecore, ??
Editora: Independente
Lista de faixas:

1 – “A Assistente Social”
2 – “O Cardeal Mazok”
3 – “O Zé”
4 – “O Meu Bisavô”
5 – “Esgalho”
6 – “Dois Grandes Amigos”
7 – “Vivas ao Visitante”
8 – “Sócas”
9 – “O País Onde as Mulheres Ainda Usam Burkas”
10 – “Ai Que Saudades”
11 – “A Professora Nua”
12 – “Drogada Velha Caduca”
13 – “Enguia Eletrica”
14 – “Abismo”
15 – “A Tribo Turca”
16 – “Aposta”
17 – “Não Vai Chegar”
18 – “Espelho do Hábito”
19 – “Pequeno Comercial”

OK, acho que já não é preciso qualquer tipo de apresentações e descrições para este fantástico projecto. Já todos sabemos que é um projecto amador gravado em casa com um headset e uma qualidade de som verdadeiramente invejável. Já sabemos que muitos que ouviram isto consideram-no das piores coisas já feitas. Portanto não vou estar aqui a descrever o som disto outra vez. Mas e seu eu disser que desta vez tenho planeada uma classificação maior? Tenho sim. Mas porque será? Será pela inserção de novos sons fazendo música mais experimental? Sim, de vez em quando levo com uma corneta a destoar que tanto perturba como assusta quando não se está à espera. Mas não, não é por nada disso. É pelo risco em tentar músicas mais longas como em “O Cardeal Mazok”? Não, Deus me livre, é a faixa mais aborrecida do álbum. A explícita crítica política a José Sócrates em “Sócas”? Não, também não me diz nada. Uma faixa conclusiva fora do usual? Não, essa deixou-me confuso. A sério que fiquei mesmo com cara de parvo a olhar para o ecrã e este é já o 4º álbum que ouço deste projecto E.e.O.M.O. É mesmo porque, finalmente, existem aqui faixas absolutamente dedicadas à parvoíce ilógica que se salienta ainda mais que a própria música. Isso sim é o que eu quero ouvir! Aqui já existe uma música que entra para o pódio das melhores músicas de E.e.O.M.O. (sim, melhores, neste contexto é). A música “Esgalho” é um hino à prática da masturbação e aos efeitos positivos que pode trazer à saúde. Aí já está a melhor música do álbum. Quando o vocalista irrompe e exclama “Esgalho o bicho enquanto cago!”, pronto… Está aí um clássico feito… Para concluir e completar só com os momentos finais “Esgalho o bicho matinal… Boreal… Astral… Austral… Maquinal… BRUTAL! BRUTAL”. E assim já se forma uma nova música ao nível de uma “Jakinzinhos”. Não de uma “Biff” essa é inigualável, como essa já não fazem mais. Mas aquela quinta faixa já é o suficiente para me fazer dar uma pontuação maior. É nisso que este projecto deve apostar. Na parvoíce propositada, porque para não intencional já chega toda a abordagem musical. Pontos extra para os gritos aleatórios “Puta de um cabrão! Punheta de um cabrão!” em “O Meu Bisavô” que não fazem qualquer tipo de sentido. Mais uns pontos extras para “A Professora Nua”, que não é nada de especial mas vai directamente de encontro a uma “inside joke” que tenho entre amigos. “Drogada Velha Caduca” também vai de encontro a outra, mas essa também gostei da nova abordagem vocal. O gajo aqui até canta e tudo. Ou “canta” ou o que seja. Os entendidos e que gostam de ouvir música a sério perdoem-me por isto, mas há que aceitar o facto: por vezes também gostamos de ouvir umas coisas com o nosso sentido de humor ligado e eu simplesmente não perco tempo a interpretar a música deste projecto a sério, porque senão saía bem arranjado. O que há a fazer é sentar, relaxar, pôr a música a dar e deixar soltar umas risadas quando vemos que não há mais nada a fazer. É o chamado “So Bad, It’s Good” amigos…

Avaliação: 4,0


quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Bring Me the Horizon - There Is a Hell, Believe Me I've Seen It. There Is a Heaven, Let's Keep It a Secret


Artista: Bring Me the Horizon
Álbum: There Is a Hell, Believe Me I’ve Seen It. There Is a Heaven, Let’s Keep It a Secret
Data de lançamento: 4 Outubro 2010
Género: Metalcore, Emocore, Screamo
Editora: Visible Noise
Lista de faixas:

1 – “Crucify Me” (com Lights)
2 – “Anthem”
3 – “It Never Ends”
4 – “Fuck” (com Josh Franceschi dos You Me at Six)
5 – “Don’t Go” (com Lights)
6 – “Home Sweet Hole”
7 – “Alligator Blood”
8 – “Visions”
9 – “Blacklist”
10 – “Memorial”
11 – “Blessed with a Curse”
12 – “The Fox and the Wolf” (com Josh Scogin dos The Chariot)

Um exemplo de uma banda em que a imagem realmente importa, visto que basta olharmos para este grupo Britânico para percebermos qual a música que tocam. Berros de agonia em conjunto com uma instrumentalização “metálica”. Com adolescentes perturbados em vista, é daquele tipo de bandas renegadas por fãs de Metal e até os podem chamar de Pseudo-Metal e reduzi-los àquilo que todos odeiam que lhes chamem: Emo. E na verdade, os Bring Me the Horizon são um exemplo correcto de uma banda que se possa chamar de Emo, em vez de My Chemical Romance, 30 Seconds to Mars ou Bullet for My Valentine, só porque a juventude até gosta desses. Certo é, que os Bring Me the Horizon parecem ter evoluído um pouco no seu som, no entanto, o público-alvo ainda é o mesmo e ainda há-de haver muita moça “anti-social” a ouvi-los – peço desculpa pelo estereótipo, não quero generalizar. Eles de vez em quando lá sabem atirar uma boa riffada que até dê vontade de um gajo se mexer e por vezes até uns refrõezitos orelhudos que não soam mal de todo, como é o caso de “Home Sweet Hole”, por exemplo. No entanto, não nos podemos esquecer da tormenta que se pode tornar a voz de Oli Sykes. Os seus berros de agonia dão uma ideia de sofrimento e chegam até a fazer sofrer o ouvinte também. O início de “Don’t Go” já deve dar uma ideia. E essa música é suposto ser uma balada, creio eu, e acaba por se tornar estranhamente constrangedora, principalmente com a voz feminina da artista Canadiana de electrónica, Lights. Essa mesma moça também participa na faixa de abertura “Crucify Me”, aquela que deverá talvez ser a faixa mais interessante de todo o disco, com toques experimentais e um cheirinho de electrónica aqui e ali, dando-lhe uma outra atmosfera e um som mais singular. De resto as canções tornam-se extremamente maçadoras pelas razões que já referi e chega quase a meio do disco e o ouvinte já se começa a fartar e começa a achar que os berros sofridos que está a ouvir no momento são exactamente iguais àqueles que tinha ouvido nas primeiras faixas. Uma participação de Josh Franceschi dos You Me at Six em “Fuck” – música com um início ruidoso quase imperceptível - acentua de novo a ideia fixa da banda quanto ao seu público, visto que chamar um vocalista de uma banda de Pop Punk para vocalista convidado numa música de uma banda supostamente de peso não soa lá muito bem – com todo o respeito aos You Me at Six, que até são bastante razoáveis, mas no seu campo. Portanto, como já disse, até podem ter realmente evoluído musicalmente, sim muito bem, mas a atitude pré-púbica permanece lá e acaba por fazer deste um disco desprezível para aqueles que considerem uma ofensa que isto se insira na categoria de “Metal”. Também não estão aqui para enganar ninguém, e com público definido, então para fãs da banda, este álbum é recomendável como qualquer outro deles, aí não falharam. Mas ultimamente não há muita pachorra para bandas como esta…

Avaliação: 4,1


terça-feira, 9 de março de 2010

You Me at Six - Hold Me Down

Artista: You Me at Six
Álbum: Hold Me Down
Data de lançamento: 11 Janeiro 2010
Género: Pop Punk, Rock alternativo
Editora: Virgin Records, Epitaph Records
Lista de faixas:



1 - "The Consequence" (com Sean Smith)
2 - "Underdog"
3 - "Playing the Blame Game"
4 - "Stay with Me"
5 - "Safer to Hate Her"
6 - "Take Your Breath Away"
7 - "Liquid Confidence"
8 - "Hard to Swallow"
9 - "Contagious Chemistry"
10 - "There's No Such Thing as Accidental Infidelity" (com Aled Phillips)
11 - "Trophy Eyes"
12 - "Fireworks"

"Hold Me Down", segundo álbum dos Britânicos You Me at Six, que até agora tem obtido recepções mistas. A minha crítica, por si só, já é algo mista. Acaba por se tornar confuso classificar este como um bom álbum ou apenas um álbum razoável. Será apenas mais um registo de Punk Pop, ou terá algo de especial, este disco? Fica aí a questão. É que mesmo ouvindo o álbum, o bichinho está sempre lá. Um gajo até se pode concentrar na música e até conseguir penetra-la e as canções agradarem e ficarem bem no ouvido. Mas por outro lado, pode-se estar sempre à espera que algo de mais entusiasmante aconteça... Afinal como é? De qualquer das formas, se há algo que se deve aclamar será a genialidade melódica que estes jovens aplicam a cada canção, com refrões bastante orelhudos. Enquanto não entrarem no irritante, bons refrões memoráveis são bem-vindos. As letras de Franceschi também são significativas e aplaudíveis. E, no fundo, talvez por não se tratar de uma banda Americana não haja aquele apelo pela atenção mainstream - não, não estou a dizer que todas as bandas recentes de Pop Punk Americanas são más... Fácil de se fazer ou não, original ou não, monótono ou o contrário, "Hold Me Down" é um álbum bastante misto, lá está. Mas eu, por mim, considero-o, talvez suficientemente bom. Não me vou armar em esquisito. Talvez até ouça isto mais algumas vezes...

Avaliação: 7,0