Artista:
3 Inches of Blood
Álbum:
Long Live Heavy Metal
Data de lançamento: 15 Março 2012
Género: Heavy Metal
Editora: Century Media Records
Lista de faixas:
1 –
“Metal Woman”
2
– “My Sword Will Not Sleep“
3
– “Leather Lord”
4
– “Chief and the Blade”
5
– “Dark Messenger”
6
– “Look Out”
7
– “4000 Torches”
8
– “Leave It on the Ice”
9
– “Die for Gold (Upon the Boiling Sea IV)
10
– “Storming Juno”
11
– “Men of Fortune”
12
– “One for the Ditch”
Se há banda que represente actualmente o Heavy
Metal na sua forma tradicional de uma forma única e até humorística, os Canadianos
3 Inches of Blood são fortes candidatos a esse posto. Com um título totalmente
directo e absolutamente nada enganador, “Long Live Heavy Metal” contém mais uma
vez a banda a livrar-se de qualquer tipo de floreados e a expelir “catchyness”
e agressividade, com hinos brutais e memoráveis prontos para abanar umas
quantas cabeleiras e barbas. Juntar as palavras “Heavy” e “Metal”.
Sem muitos rodeios, os 3 Inches of Blood foram
capazes de manter o seu som característico, dando-lhe mais uma pequena torcida
na porca para que não soe sempre igual e para que se aperte mais para
estabelecer a singularidade. O principal factor que distingue de imediato a
banda é a voz, isso é inegável. Os vocais peculiares de Cam Pipes continuam tão
impressionantes como sempre e desde o preciso momento em que a goela é aberta,
é reconhecido o portador da mesma e o nome da banda salta logo ao de cima. A
voz ainda mostra a sua escola óbvia em actos lendários como Rob Halford ou King
Diamond, mas progressivamente vai-se tornando influente por si e não me
surpreenderia se no futuro surgisse alguma banda que desse para dizer “este
gajo faz lembrar o Cam Pipes”.
Na parte da voz, continua impecável, tão
agressivamente agudo como se quer. Na parte da outra voz mais áspera e berrada,
cabia à banda tentar pegar no que deixaram cair no anterior “Here Waits Thy
Doom” que sem o vocalista/berrador desiludiu alguns fãs que acharam que os
vocais berrados do guitarrista não enchiam as medidas. Trabalhando um pouco à
volta disso, com uma concentração maior em Pipes e com o trabalho vocal de
Justin Hagberg – o tal guitarrista – reduzido e melhorado e já se pode pelo
menos tentar contornar aquilo que poderia ser um obstáculo. No entanto entrar
por aí e analisar isso já seria entrar muito a fundo em pormenores que não se
devem notar quando se põe desta música a dar aos berros para abanar crânios.
A parte instrumental continua a aperfeiçoar aquilo
que já se pretende fazer e em conjunto com o trabalho vocal, pode-se considerar
imediatamente que, mesmo que já tenham um som próprio, que se isto fosse um
trabalho ou uma redacção escolar, o “Painkiller” dos Judas Priest constaria
obrigatoriamente na bibliografia. É daquele tipo de música pesada que dá gosto
ouvir, os riffs que por aqui constam são deliciosos e não podiam integrar-se
melhor nas melodias orelhudas que Pipes vai gritando.
Para singularizar um pouco mais a coisa e para a
tornar ainda mais agressiva, abram-se as portas para as influências do Metal
mais extremo, sem recorrer aos vocais ásperos. Se já tínhamos uma boa dose de
NWOBHM – o tema de abertura “Metal Woman” consegue ser do mais cliché mas
também dos mais brutal - e até Power Metal sempre a dar umas espreitadelas, enquanto
se encaixa no ouvido do fã a usar colete coberto de remendos de logótipos de
bandas, há espaço para encaixar outros subgéneros mais agressivos nas influências.
Exemplos: o riff a puxar ao Black Metal que se pode verificar em “Dark
Messenger” ou as boas-vindas de portões abertos que se dá ao Thrash em temas
como “Leave It on the Ice” ou “Die for Gold”.
Experimente-se um tema épico como é “Men of
Fortune”, com direito a voz limpa de forma que ainda não tinha sido usada na
música dos 3 Inches of Blood e uma utilização de teclados que também se
confirma em “Look Out”. E experimente-se também um interlúdio folclórico como é
“Chief and the Blade”, cuja musicalidade Folk regressa para a conclusiva
instrumental “One for the Ditch” agora envolvendo-se pelos elementos habituais
da música dos 3IoB e com um solo de guitarra bem jeitoso.
São 12 temas que representam bem o Heavy Metal
como ele é, misturando a velha guarda com o tom moderno e que mais importante
de tudo, representam os 3 Inches of Blood na sua unicidade. Porque de especial
ou inovador até nem tem nada, mas é tão bem feito, tão divertido e tão dinâmico
que o único que resta a fazer é deixá-lo tocar, abanar a cabeça, reagir às
notas mais loucas da voz de Pipes e seguir o lema do título do disco. Após
concluído, repetir. Dá para isso.
Avaliação: 8,2