Mostrar mensagens com a etiqueta between. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta between. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 20 de março de 2012

Necromanther - Between Mankind and Extinction



Artista: Necromanther
Álbum: Between Mankind and Extinction
Data de lançamento: 29 Fevereiro 2012
Género: Blackened Death Metal, Metal progressivo
Editora: Independente
Lista de faixas:

1 – “Opal”
2 – “Beneath the Moonlight”
3 – “A Sacred Passage”
4 – “Peak of Imagination”
5 – “Sungrave (Album Version)”
6 – “To Rein in Dusk”
7 – “Toneless Scarlet”
8 – “A Portrait of Obscurity”
9 – “Between Mankind and Extinction”

O Facebook deve ser a maior ferramenta de procrastinação actual. Muito tempo lá se passa e pouca coisa de lá se tira. Mas há que ir tentando, por vezes podem aparecer algumas surpresas agradáveis. Na habitual rotina do “scroll down” na dominante rede social lá no meio das lamentações púberes, do vírus/spam que controla os ingénuos em tudo o que é canto, das obras dos pseudo-fotógrafos do espelho, das trocas de mel entre os casalinhos que se preocupam mais em mostrar essa lambuseira ao público do que em ter alguma essência e de mais uma data de pretéritos perfeitos mal conjugados e hífenes onde não deviam de existir… Por vezes até aparece algo que vale a pena.

Um exemplo de conhecimento de novas bandas em que não fui eu que fui de encontro a isto, mas sim que veio ter comigo. Apresentado por vários da lista de amigos e a certo ponto pelo próprio criador deste projecto, Necromanther apresentava-se como uma proposta interessante para saciar o habitual desejo de encontrar algo de peso e de valor. Aproveitando a “promoção” que foi a oferta temporária do download do álbum, tive que deitar ouvido a isto já com bastante confiança no que o underground de peso Português muitas das vezes fornece.

E não deixou qualquer espaço para desilusão e fez valer a pena toda a confiança em si depositada. Com Valter Abreu a comandar todos os instrumentos, apresenta-se aqui uma daquelas boas fusões prováveis entre o Black e o Death Metal com riffs carregados de escuridão e peso a demonstrar a técnica por cima de uns ocasionais blast beats que deixam qualquer um ceder-se ao seu encanto. Tudo bem ornamentado pelo trabalho vocal que pode remontar tanto para às obras de Black oriundas da Noruega como para um Death Metal de sangue Sueco.

As canções fogem completamente da estrutura habitual e pendura-se com força e convicção a estruturas progressivas para aumentar o interesse em ouvir este registo, sem que faça lembrar outra coisa já ouvida antes e também puxa para mais audições para que se descubram novos pontos que ainda não se detectaram às primeiras vezes. E ainda para servir de fermento para fazer este iniciante projecto crescer já com tanto imediato vem outros arranjos experimentais que enriquecem a atmosfera já tenebrosa que havia, seja através de usos tanto mais ou menos subtis de piano ou pelas paragens semi-ambientais que se encontram em alguns dos temas. Em nenhum momento se procura ter momentos iguais a outros – com “A Secret Passage” fica-nos a impressão de ouvirmos um tema de Black Metal melódico influenciado por actos como Abyssos ou Amortis, enquanto que em “A Portrait of Obscurity” entra logo a matar de forma a que nos lembre um Death Metal potente numa vertente mais moderna.

Estilos algo genéricos mas bem misturados e que após se imbuir em arranjos e experiências que demonstram ambição e visão imaginativa, tornam este principiante projecto – de acordo com a minha pesquisa, o projecto deu os seus primeiros passos em 2005, com este registo a estrear-se em longa-duração após uma Demo em 2009 – algo bastante singular e atractivo, que se deva manter de olho.

Não há nada a perder no futuro, apenas a ganhar e potencial para engrandecer ainda mais este projecto e torná-lo ainda mais único está bem presente por entre as linhas melódicas e brutais que por aqui se ouvem. “Necromanther” é um projecto a manter debaixo da pálpebra e uma das muitas boas razões para ir botando alguma atenção ao underground metálico Português que tem tantos frutos frescos com idoneidade para se conseguirem internacionalizar no valioso campo de peso Europeu...

Avaliação: 8,4


terça-feira, 10 de agosto de 2010

Buckethead - Shadows Between the Sky

Artista: Buckethead
Álbum: Shadows Between the Sky
Data de lançamento: 6 Fevereiro 2010
Género: Rock experimental, Avant-garde Rock, Instrumetal, Ambiente
Editora: TDSR Music
Lista de faixas:

1 – “Shadows Between the Sky”
2 – “Inward Journey”
3 – “Chaos of the Unconscious”
4 – “Rim of the World”
5 – “City of Woe”
6 – “Sea Wall”
7 – “Sled Ride”
8 – “Sunken Statue”
9 – “Cookies for Santa”
10 – “Andrew Henry’s Meadow”
11 – “Centrum”
12 – “The Cliff’s Stare”
13 – “Greenskeeper”
14 – “Wax Paper”
15 – “Walk on the Moon”


E com este faz 27 álbuns de estúdio do músico Buckethead. Conhecido pela sua imagem de “boneco”, pela sua habilidade na guitarra, pela sua música intrumental bem elaborada de ambiente ou até mesmo pela sua passagem pelos Guns N’ Roses, enquanto a banda atravessava a sua fase encalhada. Qualquer um que goste de Buckethead fica agradecido pelo lançamento de um novo disco e normalmente nem precisa sequer de esperar muito tempo, tratando-se este Buckethead de um músico activo – chega a lançar mais do que um álbum por ano. E esse fã não fica só agradecido pela actividade frequente do músico, mas também pela genialidade que há no miolo de cada disco. Qualquer um que goste de música instrumental de ambiente, mais calminha vai ouvir este disco e outros variados dele, vai fechar os olhos, vai respirar fundo, relaxar e apreciar cada nota tocada na guitarra de Buckethead. No entanto, outro pormenor que faz de Buckethead um artista tão interessante e tão pouco ortodoxo e vulgar é a forma como consegue ser tão versátil na sua sonoridade. Este senhor, querendo, consegue ser bastante barulhento. No entanto, este disco, no geral é, bastante calminho, contém utilização de instrumentos de percussão, é mais “colorido” do que outros lançamentos mais “dark” do guitarrista, é feito para dar ambiente e é bom. Generalizando, é isso que se pode dizer. É bom. Para um artista com os skills de Buckethead, com a sua capacidade e a sua imaginação, seria mesmo muito difícil sair algo mau. Com faixas mais lentas e gentilmente arrastadas e outras mais rítmicas, dá gosto ouvir a forma como este estranho indivíduo trata a sua guitarra. Canções de curta duração, que podem ser feitas à base de uma melodia lenta que preencha uns 2 minutos, ou outra faixa mais rítmica, quase dançável, não fosse a sonoridade predominantemente calma, a escolhida para este disco. A magia, se pudermos assim dizer. Com certeza que este não é o tipo de álbum para estar numa tabela de vendas, nem para constar em listas de melhores discos do ano, nem é o tipo de álbum que anda por aí a ser discutido na boca do povo, mas se quiserem dar um som de ambiente a uma apresentação artística que tenham, um tema deste álbum consegue encaixar bem.



Avaliação: 8,0