Artista:
Necromanther
Álbum:
Between Mankind and Extinction
Data de lançamento: 29 Fevereiro 2012
Género: Blackened Death Metal, Metal progressivo
Editora: Independente
Lista de faixas:
1 –
“Opal”
2
– “Beneath the Moonlight”
3
– “A Sacred Passage”
4
– “Peak of Imagination”
5
– “Sungrave (Album Version)”
6
– “To Rein in Dusk”
7
– “Toneless Scarlet”
8
– “A Portrait of Obscurity”
9
– “Between Mankind and Extinction”
O Facebook deve ser a maior ferramenta de
procrastinação actual. Muito tempo lá se passa e pouca coisa de lá se tira. Mas
há que ir tentando, por vezes podem aparecer algumas surpresas agradáveis. Na
habitual rotina do “scroll down” na dominante rede social lá no meio das
lamentações púberes, do vírus/spam que controla os ingénuos em tudo o que é
canto, das obras dos pseudo-fotógrafos do espelho, das trocas de mel entre os
casalinhos que se preocupam mais em mostrar essa lambuseira ao público do que
em ter alguma essência e de mais uma data de pretéritos perfeitos mal
conjugados e hífenes onde não deviam de existir… Por vezes até aparece algo que
vale a pena.
Um exemplo de conhecimento de novas bandas em que
não fui eu que fui de encontro a isto, mas sim que veio ter comigo. Apresentado
por vários da lista de amigos e a certo ponto pelo próprio criador deste projecto,
Necromanther apresentava-se como uma proposta interessante para saciar o
habitual desejo de encontrar algo de peso e de valor. Aproveitando a “promoção”
que foi a oferta temporária do download do álbum, tive que deitar ouvido a
isto já com bastante confiança no que o underground de peso Português muitas
das vezes fornece.
E não deixou qualquer espaço para desilusão e fez
valer a pena toda a confiança em si depositada. Com Valter Abreu a comandar
todos os instrumentos, apresenta-se aqui uma daquelas boas fusões prováveis
entre o Black e o Death Metal com riffs carregados de escuridão e peso a
demonstrar a técnica por cima de uns ocasionais blast beats que deixam qualquer
um ceder-se ao seu encanto. Tudo bem ornamentado pelo trabalho vocal que pode
remontar tanto para às obras de Black oriundas da Noruega como para um Death
Metal de sangue Sueco.
As canções fogem completamente da estrutura
habitual e pendura-se com força e convicção a estruturas progressivas para
aumentar o interesse em ouvir este registo, sem que faça lembrar outra coisa já
ouvida antes e também puxa para mais audições para que se descubram novos
pontos que ainda não se detectaram às primeiras vezes. E ainda para servir de
fermento para fazer este iniciante projecto crescer já com tanto imediato vem
outros arranjos experimentais que enriquecem a atmosfera já tenebrosa que
havia, seja através de usos tanto mais ou menos subtis de piano ou pelas
paragens semi-ambientais que se encontram em alguns dos temas. Em nenhum momento se
procura ter momentos iguais a outros – com “A Secret Passage” fica-nos a
impressão de ouvirmos um tema de Black Metal melódico influenciado por actos
como Abyssos ou Amortis, enquanto que em “A Portrait of Obscurity” entra logo a
matar de forma a que nos lembre um Death Metal potente numa vertente mais
moderna.
Estilos algo genéricos mas bem misturados e que
após se imbuir em arranjos e experiências que demonstram ambição e visão
imaginativa, tornam este principiante projecto – de acordo com a minha
pesquisa, o projecto deu os seus primeiros passos em 2005, com este registo a
estrear-se em longa-duração após uma Demo em 2009 – algo bastante singular e
atractivo, que se deva manter de olho.
Não há nada a perder no futuro, apenas a ganhar e potencial
para engrandecer ainda mais este projecto e torná-lo ainda mais único está bem
presente por entre as linhas melódicas e brutais que por aqui se ouvem. “Necromanther”
é um projecto a manter debaixo da pálpebra e uma das muitas boas razões para ir
botando alguma atenção ao underground metálico Português que tem tantos frutos
frescos com idoneidade para se conseguirem internacionalizar no valioso campo
de peso Europeu...
Avaliação: 8,4
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