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sábado, 30 de abril de 2011

[Music on Film] U2 Live at Red Rocks: Under a Blood Red Sky

Artista: U2
Filme/Concerto/Documentário: U2 Live at Red Rocks: Under a Blood Red Sky
Data de lançamento: Maio 1984
Género: Rock, Post-Punk, Rock alternative
Editora: Island Records
Setlist:

1 – “Surrender”
2 – “Seconds”
3 – “Sunday Bloody Sunday”
4 – “October”
5 – “New Year’s Day”
6 – “I Threw a Brick Through a Window”
7 – “A Day Without Me”
8 – “Gloria”
9 – “Party Girl”
10 – “11 O’Clock Tick Tock”
11 – “I Will Follow”
12 – “’40’”

Ainda não eram os enormes U2, ainda não eram uma das maiores bandas ao vivo e até se aventuraram na América onde ainda tinham pouco reconhecimento. Mas tanto com o álbum “Under a Blood Red Sky” como com o respectivo filme “Live at Red Rocks”, primeiros registos ao vivo da banda Irlandesa, que deu para perceber que o grupo de Bono & Ca. não era apenas um grupo comum que ia conseguindo fazer uns discos porreiros de Rock no futuro. Aqueles moços que naquele palco se encontravam estavam a preparar-se para causar um impacto enorme no panorama musical do futuro e estabelecer-se como uma das mais importantes e marcantes bandas de sempre. O filme começa a mostrar o dia chuvoso em que se planeava o concerto e reacções de fãs quanto ao tempo desfavorável. Ninguém queria saber. Todos esperavam o concerto, com chuva ou sem chuva. Semelhante ao caso Português recente, em Outubro de 2010, quando a banda passou pelo nosso país em dias pesados de Inverno - mesmo que fosse no Outono, vocês percebem. A plateia e todos os fãs, apenas esperavam pelo fantástico show que se aproximava, pouco ou nada lhes importava um pouco de chuva. Com o início do concerto, com a música “Surrender” que dá para entender uma coisa para quem vê este filme anos depois de os U2 já se terem tornado gigantes: o palco é ridiculamente minúsculo em comparação aos palcos actuais, mas o espectáculo fornecido pela banda é tão electrizante como os actuais. Para quem veria o filme pela primeira vez ao seu lançamento, apenas poderia esperar para ver o que é que esses jovens Irlandeses guardavam no bolso para o seu promissor futuro. Os factores visuais que mais tarde viriam a fazer parte das suas Tours – algumas como a Zoo TV ou a PopMart são de destacar no que toca a espectáculo visual – não se encontram aqui, mas já se vê uma enorme dedicação e devoção ao concerto por parte da banda, e claro, os momentos mais políticos, que desde bem cedo que vêm a fazer parte do catálogo musical dos U2, com alguns momentos mais de protesto, como é o caso da performance de “Sunday Bloody Sunday”. Alguns poderão já ter visto o excerto de “Sunday Bloody Sunday” sem ter visto o filme, pois é o excerto que canais de música como o Vh1 utilizam para servir de ”vídeo oficial” da música. O show, a música perfeitamente bem tocada, a paixão visível nos membros da banda enquanto trabalham, a interacção de Bono com o público, a loucura daquele público Americano ao receber a banda e até mesmo a paisagem e o clima que ainda serviram para intensificar a performance da banda: tudo isso é o necessário para contribuir para um concerto se poder considerar perfeito. Porque, de facto, não há falhas a apontar ao vermos este filme de quase 1 hora. Nem mesmo a falta de familiaridade do público em relação a costumes de concertos dos U2, como por exemplo continuar a cantar o verso “How long to sing this song?” do refrão de “40” depois de a banda sair do palco. Conta a história que foi o “tour manager” Dennis Sheehan que, escondido, começou a cantar até finalmente ter a adesão de todo o público e causando assim, que a banda regressasse ao palco para o fim definitivo do espectáculo. Mesmo assim, isso conseguiu ser disfarçado na edição do filme e com esse pormenor ou sem ele, das vezes que já vi este documentário, que me fica sempre a sensação de que os U2 ainda estavam em fase de crescimento e já conseguiam fazer concertos perfeitos. E hoje, tanto este filme como o álbum, permanecem como obras-primas e tesouros da discografia dos U2.

Avaliação: 9,2


sábado, 11 de dezembro de 2010

[Clássico do Mês] Bella Morte - Bleed the Grey Sky Black


Artista: Bella Morte
Álbum: Bleed the Grey Sky Black
Data de lançamento: 10 Outubro 2006
Género: Gothic Rock, Rock Alternativo, Rock Industrial, Deathrock, Hard Rock, Darkwave, Heavy Metal, Electrónica
Editora: Metropolis Records
Lista de faixas:

1 – “On the Edge”
2 – “Torn”
3 – “The End Ahead”
4 – “The Alone”
5 – “Ghost Land”
6 – “Dust”
7 – “As the Storm Unfolds”
8 – “An Enemy Without”
9 – “Bleed Again”
10 – “Earth Angel”
11 – “Grey Skies Black”
12 – “Haunted”

É verdade, é um pouco improvável para ser Clássico do Mês. Uma banda com pouca ou nenhuma exposição ao mainstream e que talvez maior parte dos leitores não conheçam. Mas a adoração que tenho por este álbum não podia passar por aqui despercebida. A música singular e apaixonante, com tons pesados e estruturas tão acessíveis e difícil de classificar. Foi pouco depois do lançamento deste disco, que a banda me foi “apresentada” por um amigo e não demorei muito tempo até me questionar onde raio andaria esta banda na minha vida, até então. É que hoje, este álbum é um dos inquestionáveis favoritos e um dos discos mais essenciais da minha colecção maioritariamente digital. Para mim o ponto mais significativo do progresso musical da banda. Com o disco de estreia “Remains”, soava a um Indie Rock gótico que tinha como escola os óbvios Sisters of Mercy ou uns Clan of Xymox. “Where Shadows Lie” deve ser o lançamento mais “dark” da banda, que recorrendo maioritariamente à electrónica e ao industrial, atinge bem o ponto de “Darkwave”, que mesmo com um mínimo destaque a guitarras, consegue ser um disco bem obscuro. Com umas experiências em EP’s como “The Death Rock” ou “Songs for the Dead”, os discos “As the Reasons Die” e “The Quiet” já procuravam fazer a mistura dos 2 sons anteriores, adicionando-lhes mais influências ainda e um tom único. Os 2 discos singraram e brilharam. Mas foi com “Bleed the Grey Sky Black” que atingiram o verdadeiro ponto. “On the Edge” é um exemplo de música construída com uma harmonia de riffs de guitarra e de sintetizadores impressionante e tudo isto banhado com um refrão cuja melodia promete vir para ficar. Uma das características da música dos Bella Morte, a capacidade incrível em escrever melodias viciantes. “Torn” é mais uma das canções “dark” sem ser deprimente, quase como se houvesse um positivismo por detrás de toda a escuridão e, tal como muitas, uma das que mais merece “thumbs up” pela voz limpa, excelente e invejável de Andy Deane. De seguida temos um riff de sintetizadores que nos capta o ouvido, quer queiramos, quer não, “The End Ahead” é um exemplo de uma música que não queremos que acabe tão cedo. “The Alone” é mais uma das canções pesadamente industrializadas do disco e mais uma vez o refrão é de se entranhar, com gosto. A abordagem de suspense em “Ghost Land”, com uma introdução de piano que se estende até irromper num riff, que mesmo simples, é belíssimo. Uma das experiências mais Hard Rock/Metal do álbum. Podia voltar a falar do fabuloso refrão, mas já começava a ser repetitivo, visto que isto de refrões encontra-se em todas as faixas. De seguida, as coisas acalmam, quando entra “Dust”, uma balada atmosférica, com uma participação vocal feminina – cuja identidade, para já, ainda me é desconhecida – que apenas fornece um tom mais doce e angelical à música. Mais um pouquinho de agitação em mais uma experiência mais “heavy” com “As the Storm Unfolds” e o seu riff, que nos faz lembrar algumas coisas do Pós-Industrial, até mesmo de Metal Industrial. De novo, o refrão tem que ser chamado ao barulho, pois se os Bella Morte não fossem uma banda praticamente underground, isto até dava quase para ser um hino de estádio. Micah Consylman volta a fazer-se notar, com o seu trabalho de sintetizadores em “An Enemy Without”. Logo de seguida, uma das canções mais pesadas do disco, “Bleed Again” em que Andy Deane até grunhe para lhe dar um tom mais brutal. Isto acompanhado de um simples riff e uns sintetizadores bem agudos no background para ter a certeza que se faz aqui realmente alguma mistura de bom resultado e não se tem apenas uma “really heavy metal song” com grunhidos. E, sim, os grunhidos são interrompidos por mais um daqueles refrões aos quais não me quero voltar a referir, lá está, para evitar redundância. E é então de seguida que vem mais um dos pontos mais altos do CD. “Earth Angel”, uma cover dos The Penguins, um slow de 1955. É estranho pensar como uma banda que nada tem a ver com o “Doo Wop” e a “Soul” de antigamente, faz uma cover ainda fiel à original e consegue torná-la tão característica. Uma verdadeira canção de amor em contraste às canções romântico-obscuras e com direito a criaturas monstrengas, como gostam de fazer por vezes – esta última parte é compensada no vídeo da música, em que a banda toca para um baile de casais de zombies que pouco a pouco vão caindo. Exactamente o que está aí escrito, é a acção que decorre. “Grey Skies Black”, não sei bem porquê, mas ataca-me sempre com uma enchorrada de nostalgia. Não sei explicar muito bem porquê, mas serve-me como uma espécie de banda sonora a esses tempos passados não muito longínquos, quando fui introduzido à banda. Com a fantástica composição de balada “semi-deprimente” com uma soberba instrumentalização e igual trabalho vocal, vêm-me à memória todos aqueles tempos e todas as parvoíces decorridas nesses mesmos tempos. O álbum fecha com “Haunted”, que mantendo a melancolia anterior, acaba em grande. A repetição dos versos no refrão em tom grunhido/berrado é de aclamar.
E é assim, desta forma, que isto se trata de um álbum que provavelmente poucos de vocês leitores conheçam, mas que a mim, cada vez que o ouça, ainda me faz arrepiar muitos pêlos de diversas partes corporais.


terça-feira, 10 de agosto de 2010

Buckethead - Shadows Between the Sky

Artista: Buckethead
Álbum: Shadows Between the Sky
Data de lançamento: 6 Fevereiro 2010
Género: Rock experimental, Avant-garde Rock, Instrumetal, Ambiente
Editora: TDSR Music
Lista de faixas:

1 – “Shadows Between the Sky”
2 – “Inward Journey”
3 – “Chaos of the Unconscious”
4 – “Rim of the World”
5 – “City of Woe”
6 – “Sea Wall”
7 – “Sled Ride”
8 – “Sunken Statue”
9 – “Cookies for Santa”
10 – “Andrew Henry’s Meadow”
11 – “Centrum”
12 – “The Cliff’s Stare”
13 – “Greenskeeper”
14 – “Wax Paper”
15 – “Walk on the Moon”


E com este faz 27 álbuns de estúdio do músico Buckethead. Conhecido pela sua imagem de “boneco”, pela sua habilidade na guitarra, pela sua música intrumental bem elaborada de ambiente ou até mesmo pela sua passagem pelos Guns N’ Roses, enquanto a banda atravessava a sua fase encalhada. Qualquer um que goste de Buckethead fica agradecido pelo lançamento de um novo disco e normalmente nem precisa sequer de esperar muito tempo, tratando-se este Buckethead de um músico activo – chega a lançar mais do que um álbum por ano. E esse fã não fica só agradecido pela actividade frequente do músico, mas também pela genialidade que há no miolo de cada disco. Qualquer um que goste de música instrumental de ambiente, mais calminha vai ouvir este disco e outros variados dele, vai fechar os olhos, vai respirar fundo, relaxar e apreciar cada nota tocada na guitarra de Buckethead. No entanto, outro pormenor que faz de Buckethead um artista tão interessante e tão pouco ortodoxo e vulgar é a forma como consegue ser tão versátil na sua sonoridade. Este senhor, querendo, consegue ser bastante barulhento. No entanto, este disco, no geral é, bastante calminho, contém utilização de instrumentos de percussão, é mais “colorido” do que outros lançamentos mais “dark” do guitarrista, é feito para dar ambiente e é bom. Generalizando, é isso que se pode dizer. É bom. Para um artista com os skills de Buckethead, com a sua capacidade e a sua imaginação, seria mesmo muito difícil sair algo mau. Com faixas mais lentas e gentilmente arrastadas e outras mais rítmicas, dá gosto ouvir a forma como este estranho indivíduo trata a sua guitarra. Canções de curta duração, que podem ser feitas à base de uma melodia lenta que preencha uns 2 minutos, ou outra faixa mais rítmica, quase dançável, não fosse a sonoridade predominantemente calma, a escolhida para este disco. A magia, se pudermos assim dizer. Com certeza que este não é o tipo de álbum para estar numa tabela de vendas, nem para constar em listas de melhores discos do ano, nem é o tipo de álbum que anda por aí a ser discutido na boca do povo, mas se quiserem dar um som de ambiente a uma apresentação artística que tenham, um tema deste álbum consegue encaixar bem.



Avaliação: 8,0

terça-feira, 16 de março de 2010

OK Go - Of the Blue Colour of the Sky


Artista: OK Go
Álbum: Of the Blue Colour of the Sky
Data de lançamento: 12 Janeiro 2010
Género: Rock alternativo, Rock psicadélico, Rock experimental
Editora: Capitol Records
Lista de faixas:


1 - "WTF?"
2 - "This Too Shall Pass"
3 - "All Is Not Lost"
4 - "Needing/Getting"
5 - "Skyscrapers"
6 - "White Knuckles"
7 - "I Want You So Bad I Can't Breathe"
8 - "End Love"
9 - "Before the Earth Was Round"
10 - "Last Leaf"
11 - "Back From Kathmandu"
12 - "While You Were Asleep"
13 - "In the Glass"

OK Go, a banda que se tornou Internet Superstars com o vídeo coreografado em passadeiras de ginástica - vejam "Here It Goes Again" para recordar. Banda essa que já está mais do que habituada a gravar vídeos em apenas um shot contínuo e que também gosta de fazer Pop/Rock alternativo com ritmos dançáveis. Pois, mas quem está habituado a esse som terá que o esquecer, pois neste novo "Of the Blue Colour of the Sky", os OK Go experimentam um Rock psicadélico, portanto os jovens que dançam em passadeiras de ginástica apresentam-se agora musicalmente mais complexos. Agora o experimentalismo deste álbum é bom ou mau? É misto, digo eu. Tanto resulta em boas canções, como noutras não tão geniais ou aborrecidas ou até na dispensável "Before the Earth Was Round" - vozes distorcidas? A sério?
Se descrevesse o álbum faixa por faixa, iria mencionar altos e baixos, mas no modo geral, o que posso afirmar é: são realmente os singles que mais se destacam. "WTF?" e "This Too Shall Pass" - esta segunda, cujo vídeo terá que se tornar um novo clássico videográfico dos OK Go - são as canções que mais brilham neste álbum e são precisamente as que o abrem. Mesmo que a seguinte "All Is Not Lost" ainda seja boa, não se encontra outra malha até "White Knuckles" e depois perto do fim ainda temos "Back From Kathmandu", que lá está, também foi destacada com um single, mesmo que tenha sido apenas um iTunes single. O álbum fecha com "In the Glass" que apesar de boa, poderia ser melhor se não fosse a sua desnecessária extensão. O álbum em si, não é mau, é sempre bom ver um artista a experimentar música mais elaborada para enriquecer a discografia, mas poderia ser melhor e gostava de dar mais uma oportunidade aos OK Go. Podem permanecer com este estilo de música mais um pouco se o desenvolverem. Aí, se conseguirem, este "Of the Blue Colour of the Sky" já será um importante ponto de referência. Até lá, ainda continua a ser mais divertido ver o vídeo da "Here It Goes Again".

Avaliação: 6,7