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segunda-feira, 19 de março de 2012

["Ai Louvado..." do Mês] Dee Dee King - Standing in the Spotlight



Artista: Dee Dee King
Álbum: Standing in the Spotlight
Data de lançamento: 1989
Género: Hip Hop Old School, Punk Rock, Rap Rock
Editora: Warner Bros. Records
Lista de faixas:

1 – “Mashed Potato Time”
2 – “2 Much 2 Drink”
3 – “Baby Doll”
4 – “Poor Little Rich Girl”
5 – “Commotion in the Ocean”
6 – “German Kid”
7 – “Brooklyn Babe”
8 – “Emergency”
9 – “The Crusher”
10 – “I Want What I Want When I Want It”

Ramones é um daqueles nomes históricos que não precisam de qualquer apresentação e que deve desbloquear de imediato algumas vénias de respeito. Inegável influência vital na música Punk na sua forma pura e a erguer já os alicerces para o Pop Punk que anos mais tarde se viria a denegrir por completo. Temas de fácil cantoria, escritos para o abanar de cabelo sujo enquanto se porta a velha T-Shirt já meia desbotada e as calças de ganga rotas no joelho. Lendas de admiração quase unânime com alguns dos maiores hinos assentes em curtas e directas canções que não se enchiam de floreados, sempre com a mesma receita faziam pratos semelhantes porque eram o preferido de toda a malta que os seguia.

É uma apresentação desnecessária, já todos sabemos quem são os Ramones. Ainda para mais porquê falar neles? É que isto infelizmente, não é Ramones… Numa fase conturbada no percurso de carreira da banda, desbotaram problemas entre membros. Dee Dee Ramone, influente músico cujo talento no Punk não se nega e cuja importância para a escrita de grandes canções da banda fizeram-se sentir, deixa a banda e parte para a reabilitação na tentativa de deixar os seus problemas com a heroína – na qual ele voltaria a cair e ditaria com ela o seu trágico fim em 2002, após overdose. Quando voltou não vinha com vontade de voltar a pegar no baixo como costumava e aparentava não estar tão virado para o ruidoso Punk que o tornara famoso. Infelizmente saiu isto.

Começo já por dizer que este disco tem muitos defensores dedicados que encontram qualidade no registo, canções divertidas e defendem que Dee Dee estava muito à frente do seu tempo – um Rapcore ainda a brotar aqui? Tudo bem, não me oponho a essas opiniões, mas temos que ter em conta o tiro ao lado que foi este Dee Dee Ramone, com o cognome “Dee Dee King”, quando um ícone do Punk tenta lançar um disco em que demonstra que não tem grande jeito para o Rap e que o seu verdadeiro nicho é o que estava a fazer anteriormente e que o tornou famoso.

Torna-se algo difícil até fazer qualquer tipo de crítica, quando existem incertezas quanto à forma como encarar isto. Levar isto a sério e descrever isto como um descarrilamento? Levá-lo para a brincadeira e agrupá-lo naquele termo que já usei muito neste espaço, o “So Bad It’s Good”? Difícil. Mas certo é que se passava bem sem isto.

Dee Dee Ramone, ou melhor, Dee Dee King abraça a cultura Hip Hop com um rap constrangedor que não parece sequer seguir qualquer tipo de ritmo existente na música. A própria parte instrumental era de uma timidez tremenda, com um trabalho de banda a tentar igualar o que os actos de Hip Hop faziam com samples, mas soando muitas das vezes a “outsider”, alguém que não está dentro do assunto. Safam-se um pouco os temas “Poor Little Rich Girl” ou “The Crusher” – mais tarde regravada pelos Ramones no seu disco final “Adios Amigos!” – que ainda soam a regulares temas Punk que poderiam ter sido regravados e rearranjados pela sua banda de origem. Isso só acrescenta a ideia de que mais valia ficar-se por aí.

A notar-se temos a participação de Debbie Harry – dos Blondie, para os mais dispersos – em vocais que, muito infelizmente para ela, só tornam as canções ainda mais embaraçosas. Em “German Kid” – cujo conteúdo lírico também é suficientemente bom para levar à forca – guincha-se “Half American/Half German” de maneira mais que suficiente para o franzir de sobrancelha permanente que apenas se desfaz após algum tempo de silêncio pós-musica e pós-reflexão.

Resumindo: Dee Dee Ramone foi um grande músico talentoso, o seu legado permanecerá para sempre e que a sua alma seja mantida na maior paz possível. Mas quando se lançou à experiência de “Standing in the Spotlight” ficou uma nódoa escura e irremovível no seu trabalho: ele não serve para o Hip Hop, estava longe de ter skills de rapper, as letras eram tremendamente infantis e a abordagem musical pretendida era demasiado desconcertada. Fica no ar a dúvida acerca da seriedade do projecto, se teria sido feito com o intuito de servir de piada ou não. Mas de qualquer das formas, o seu nome já ficou associado a uma “obra” destas.

Já vi este álbum ser apontado como um dos maiores falhanços na história da música gravada ou uma das mais humilhantes notas de rodapé na história da cultura popular. Assim como também já vi fortes argumentações defensivas que distinguem o álbum como uma obra subvalorizada e incompreendida. Ambas são aceitáveis, opiniões foram feitas para diferir, mas quão melhor passava Dee Dee Ramone sem este tópico no seu currículo? Admito que se calhar até já incluí coisas piores nesta secção – se calhar – e confesso que seja qual for o lado em que se fica em relação à opinião do disco, consegue ser divertido.


terça-feira, 12 de outubro de 2010

Dee Snider - Never Let the Bastards Wear You Down


Artista: Dee Snider
Álbum: Never Let the Bastards Wear You Down
Data de lançamento: 2000
Género: Hard Rock, Heavy Metal
Editora: Koch Records
Lista de faixas:

1 – “Hard Core”
2 – “Call My Name”
3 – “Our Voice Will Be Heard”
4 – “Isn’t It Time”
5 – “Cry You a Rainbow”
6 – “The Wanderer”
7 – “Uh Huh Huh”
8 – “Desperado”
9 – “Sometimes You Win (Sometimes You Lose)
10 – “Ride Through the Storm”

Para aqueles que não se lembram quem é Dee Snider: Snider era o vocalista dos Twisted Sister, uma das bandas que mais marcou a década de 80 no que diz respeito ao Glam Metal com hits devastadores como “I Wanna Rock” e “We’re Not Gonna Take It”. Também foi alvo de algumas controvérsias nessa mesma década, com a Parents Music Resource Center que os acusava de promover violência, sexo, uso de drogas e outras coisas pouco aconselháveis para jovens como em “Be Chrool to Your Scuel”. Após o hype da banda, caiu quase no esquecimento total e hoje pode ser visto como comentador em programas do Vh1, nalgum episódio de MTV Cribs, no seu próprio reality show “Growing Up Twisted” e até noutros programas de TV e em alguns concertos ocasionais – alturas em que se reúne com os seus Twisted Sister. Poderá ter caído no esquecimento para o mainstream em geral, que acompanhou o Glam Metal de forma bombástica, mas os hits “I Wanna Rock” e “We’re Not Gonna Take It” ainda são hinos enormes nos dias de hoje e a voz de Snider ainda é das mais respeitáveis no Metal – mesmo que não seja muito apreciada por todos. Mas falando do álbum… Um único álbum a solo de um vocalista, que não recebeu grande atenção, na altura em que foi lançado há 10 anos atrás, que hoje dificilmente alguém se lembra dele. O que pode vir à cabeça é um disco fraco. Mas nem por isso, visto que o básico que aqui está, é o básico que Dee Snider queria. Não foi um álbum para ganhar uns trocos, visto que isto não tinha estrutura para ser um êxito de vendas. O que Dee Snider quis foi pegar em músicas já escritas e compostas no tempo dos Twisted Sister e que ficaram esquecidas na gaveta, gravá-las e dá-las a conhecer aos mais sedentos fãs que agradecem cada riff, cada nota de um solo, cada refrão de punho no ar e cada verso cantado por Snider. Se as músicas foram escritas aina nos tempos “wild” dos Twisted Sister, podem ser más? Não. É Hard Rock/Metal do puro – fãs de Hardcore, não vão atrás do título da primeira faixa - e não é para ser apreciado como material complexo mas sim simples como o próprio estilo é e como os Twisted Sister faziam. A agressividade está lá. A musicalidade está lá. E os bons refrões estão lá – mesmo que alguns não deslizem tão bem pelo ouvido dentro, há outros como os de “Isn’t It Time” que entranham-se bem. Não é nenhum “Stay Hungry” – longe disso – mas não deixa de ser um bom e sólido disco de Hard Rock/Old School Metal.

Avaliação: 7,7