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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Alice Cooper - Welcome 2 My Nightmare



Artista: Alice Cooper
Álbum: Welcome 2 My Nightmare
Data de lançamento: 13 Setembro 2011
Género: Hard Rock, Heavy Metal
Editora: Bigger Picture Music Group
Lista de faixas:

1 – “I Am Made of You”
2 – “Caffeine”
3 – “The Nightmare Returns”
4 – “A Runaway Train”
5 – “Last Man on Earth”
6 – “The Congregation”
7 – “I’ll Bite Your Face Off”
8 – “Disco Bloodbath Boogie Fever”   (com John 5)
9 – “Ghouls Gone Wild”
10 – “Something to Remember Me By”
11 – “When Hell Comes Home”
12 – “What Baby Wants”   (com Ke$ha)
13 – “I Gotta Get Outta Here”
14 – “The Undeture”

Alice Cooper é daqueles artistas – ou banda, como preferirem, ambos são válidos – que é marcado pelos seus passados sucessos e é recordado nostalgicamente como um intérprete dos antigos. É verdade que é, mas também é verdade que não é por isso que Cooper deixa de trabalhar e ainda vamos tendo vários lançamentos discográficos com alguma assiduidade.

Após a sugestão de criar uma sequela ao último registo de 2008, o “Along Came a Spider”, o mítico produtor Bob Ezrin – que ajudou Cooper a trabalhar em imensos dos seus discos – propõe em vez disso que se crie uma sequela para o icónico álbum “Welcome to My Nightmare”, de 1975. Há algo em sequelas discográficas que parece não resultar, quando se tenta continuar uma história que já estava suficientemente épica. Mas o conceito de “Welcome to My Nightmare” difere do usual: cada faixa representa um pesadelo diferente de uma personagem. Trinta e seis anos depois, e cria-se “Welcome 2 My Nightmare” com continuação de mais pesadelos, que Alice Cooper afirma ter elevado ainda mais a fasquia.

A acrescentar à abordagem sinistra ao mesmo tempo que cómica de Alice Cooper em mexer em assuntos no campo do terror e outros afins, temos uma variedade de outros músicos convidados. Alguns membros da sua banda dos tempos da velha guarda. Rob Zombie com vocais secundários em “The Congregation”. Um solo de guitarra do bizarro guitarrista John 5 que já conta com variados actos no currículo, entre eles Marilyn Manson. E como Alice não esconde a admiração que tem por várias artistas da música Pop actual, até Ke$ha impressiona aqui com um dueto em “What Baby Wants”.

Estes músicos da velha escola, assim como outros mais recentes, faz com que haja uma certa mistura de “vibes” e “feelings” e dá um certo tom característico a Alice Cooper, que sempre gostou de ter a certeza que os seus discos ainda soavam actuais mesmo que o toque “old school” houvesse lá por perto. Daí que este disco, tenha ingredientes habituais na marca Alice Cooper de sempre – os seus temas líricos serão sempre seus – mas tenha o modernismo bem reforçado. De tal forma, que até perdoamos um pouco o uso de Auto-Tune em “I Am Made of You”. Um pouco, não totalmente, porque serve mais para dar um efeito de “character” do que para corrigir ou porque é giro.

Com estas características já palpáveis, há o caminho para fazer um bom disco. Só falta o estilo sonoro e a forma como se vai abordar cada faixa. Seria num estilo contínuo de Heavy Metal tradicional como fazia nos seus discos da década de 80? Hard Rock com tons progressivos e psicadélicos como na década de 70? Nem por isso, Alice Cooper parecia ter muita ambição em fazer um dos seus melhores álbuns em muito tempo, logo há uma boa salada de influências: Desde ao puro e simples Hard Rock/Heavy Metal da base, ao Roots Rock, com passagens de Rockabilly e uso de Disco – “Disco Bloodbath Boogie Fever” é hilariante. Muita influência de Pop – no dueto com Ke$ha, e posso já dizer que nunca gostei tanto de a ouvir como aí. Muito sentido de humor à mistura – não há como não gostar da parte final de “I Gotta Get Outta Here” – e Alice Cooper afinal trouxe ao mundo uma excelente sequela.

Quer prefiram o Alice Cooper de antigamente ou não, há que reconhecer a sua vontade e sucesso em arriscar e gosto pela experiência e em acompanhar os tempos sem cair na senilidade da “mera tentativa”. Provavelmente o álbum mais “Pop” da carreira do Sr. Cooper. Mas também acredito que seja dos mais sólidos em muitos anos.

Avaliação: 8,8

sábado, 15 de janeiro de 2011

[Clássico do Mês] Alice Cooper - Love It to Death


Artista: Alice Cooper
Álbum: Love It to Death
Data de lançamento: 12 Janeiro 1971
Género: Hard Rock, Garage Rock, Heavy Metal, Rock Progressivo, Shock Rock
Editora: Straight Records, Warner Bros. Records
Lista de faixas:

1 – “Caught in a Dream”
2 – “I’m Eighteen”
3 – “Long Way to Go”
4 – “Black Juju”
5 – “Is It My Body”
6 – “Hallowed Be My Name”
7 – “Second Coming”
8 – “Ballad of Dwight Fry”
9 – “Sun Arise”

Ousadia, genialidade, controvérsia, influência. Apenas exemplos de palavras que nos vêm à mente quando pensamos no Sr. Alice Cooper, um senhor que decide levar a sua carreira com nome de mulher. Também levou a sua carreira através da construção de geniais álbuns icónicos, míticos e marcantes da geração, a criação de um estilo de Rock teátrico e chocante, e com a sua habilidade de escrever as suas tenebrosas e macabras histórias de terror sádicas, que por vezes gostava de inserir em álbuns conceptuais – veja-se o caso do mais recente “Along Came a Spider”. Em 1971, com o seu “Love It to Death”, Cooper e a sua banda que levava o mesmo nome ainda davam os seus primeiros passos e este era ainda o terceiro álbum, apenas. Os gigantes “Killer”, “School’s Out” e “Billion Dollar Babies” viriam depois, mas foi com “Love It to Death” que o “monstro” se começou a desenvolver de forma notável. A sua ousadia valeu-lhe bastantes repreensões e olhares de lado de pais mais conservadores que consideravam a sua arte imoral. A capa do álbum mereceu uma censura pelo escandaloso dedo de Cooper a sair-lhe da braguilha das calças. Demais para aquele tempo. Os seus espectáculos repletos de efeitos especiais, teatro e actos que enlouqueciam alguns da audiência – desde o abuso e desmembração de bonecas à famosa e frequente cena da guilhotina que deve ter enervados uns quantos fãs, quando viram a cabeça de Alice Cooper a ser “cortada” pela primeira vez. Era de facto, um artista à frente do seu tempo, mas repare-se que eu ainda não me referi à música. Então, ele era só um artista de imagem, que mal se lembrava de fazer música inicialmente? Claro que não, se há alguém que sabe acompanhar bem a sua imagem com excelente música, esse é Alice Cooper e a sua banda. “Love It to Death” foi o disco que ofereceu mais exposição da banda ao mainstream, afastando-se um pouco da sonoridade psicadélica e progressiva com que se estrearam e dando passos mais largos no campo do Hard Rock regado com um pouco do recém-chegado Heavy Metal, mantendo ainda traços da sonoridade anterior. Disco que ainda consegueu fornecer à banda o seu primeiro hit a sério, e a sua primeira “signature song”: “I’m Eighteen”. Uma das 4 músicas que eu destaco neste disco, para fazer uma breve descrição muito rapidamente sobre porque é que este álbum é tão bom. “I’m Eighteen” é daquelas canções que marcaram bem a sua geração, com letra escrita directamente ao público, um riff imediatamente reconhecível à sua primeira nota, e que pode dar origem a um grito de guerra, se quiserem: “I’m eighteen and I like it!”, se o souberem dizer com a mesma garra e intensidade que Cooper. De seguida, “Long Way to Go”, é uma das músicas que mais me fica presa, com a sua estrutura simples. O riff é facilmente memorável e consegue ser até, bastante dançável. Refrão básico construído à volta de um verso só, que se torna mais fácil para qualquer um de nós para o cantar enquanto acompanhamos a música, seja em casa a ouvir o disco, ou num concerto a saltar de punho no ar. E a sua influência, porque o seu riff não deixa de me fazer lembrar riffs de bandas recentes de Indie Rock ou dos “revivals” do Post-Punk e do Garage Rock. Posso estar errado, no entanto. “Black Juju”, com os seus 9 minutos de duração é uma das músicas que creio que se aproxima mais da sonoridade psicadélico-progressiva dos 2 primeiros discos. São 9 deliciosos minutos de música enigmática com um toque obscuro. Instrumentalização a salientar. E finalmente, aquela que acho que seja a canção que mais marca o disco, “Ballad of Dwight Fry”, uma balada emocional que passa por introdução “spoken”, com uma voz de criança a perguntar “Mommy, where’s daddy?”, estrutura acústica de canção calma e melancólica, refrão a roçar o épico, com intensidade suficiente para fazer desta uma daquelas baladas arrepiantes, um solo de babar por mais e a perturbadora parte em que Alice grita desesperadamente “I gotta get out of here!” que funciona como cereja no topo do bolo, para ficar uma perfeita “dark ballad”, que pela sua estranheza ao ouvir, se torna tão linda de ouvir. Apenas destaquei estas 4 porque creio que são as que melhor se destacam, porque as outras 5 são óptimas para ter um disco completo e bem preenchido de excelente música. O disco todo em si, ao ser ouvido, funciona como uma esplêndida viagem no tempo, mas de certa forma a manter-se na mesma tão actual, tão fresco, tão belo. É certamente, um fascinante álbum da década de 70 ou até, de sempre. E duvido muito que os fãs de Hard Rock e de Alice Cooper discordem.