Artista:
Alice Cooper
Álbum:
Welcome 2 My Nightmare
Data de lançamento: 13 Setembro 2011
Género: Hard Rock, Heavy Metal
Editora: Bigger Picture Music Group
Lista de faixas:
1 –
“I Am Made of You”
2
– “Caffeine”
3
– “The Nightmare Returns”
4
– “A Runaway Train”
5
– “Last Man on Earth”
6
– “The Congregation”
7
– “I’ll Bite Your Face Off”
8
– “Disco Bloodbath Boogie Fever” (com
John 5)
9
– “Ghouls Gone Wild”
10
– “Something to Remember Me By”
11
– “When Hell Comes Home”
12
– “What Baby Wants” (com Ke$ha)
13
– “I Gotta Get Outta Here”
14
– “The Undeture”
Alice Cooper é daqueles artistas – ou banda, como
preferirem, ambos são válidos – que é marcado pelos seus passados sucessos e é
recordado nostalgicamente como um intérprete dos antigos. É verdade que é, mas
também é verdade que não é por isso que Cooper deixa de trabalhar e ainda vamos
tendo vários lançamentos discográficos com alguma assiduidade.
Após a sugestão de criar uma sequela ao último
registo de 2008, o “Along Came a Spider”, o mítico produtor Bob Ezrin – que ajudou
Cooper a trabalhar em imensos dos seus discos – propõe em vez disso que se crie
uma sequela para o icónico álbum “Welcome to My Nightmare”, de 1975. Há algo em
sequelas discográficas que parece não resultar, quando se tenta continuar uma
história que já estava suficientemente épica. Mas o conceito de “Welcome to My
Nightmare” difere do usual: cada faixa representa um pesadelo diferente de uma
personagem. Trinta e seis anos depois, e cria-se “Welcome 2 My Nightmare” com continuação
de mais pesadelos, que Alice Cooper afirma ter elevado ainda mais a fasquia.
A acrescentar à abordagem sinistra ao mesmo tempo
que cómica de Alice Cooper em mexer em assuntos no campo do terror e outros
afins, temos uma variedade de outros músicos convidados. Alguns membros da sua
banda dos tempos da velha guarda. Rob Zombie com vocais secundários em “The
Congregation”. Um solo de guitarra do bizarro guitarrista John 5 que já conta
com variados actos no currículo, entre eles Marilyn Manson. E como Alice não
esconde a admiração que tem por várias artistas da música Pop actual, até Ke$ha
impressiona aqui com um dueto em “What Baby Wants”.
Estes músicos da velha escola, assim como outros
mais recentes, faz com que haja uma certa mistura de “vibes” e “feelings” e dá
um certo tom característico a Alice Cooper, que sempre gostou de ter a certeza
que os seus discos ainda soavam actuais mesmo que o toque “old school” houvesse
lá por perto. Daí que este disco, tenha ingredientes habituais na marca Alice
Cooper de sempre – os seus temas líricos serão sempre seus – mas tenha o
modernismo bem reforçado. De tal forma, que até perdoamos um pouco o uso de
Auto-Tune em “I Am Made of You”. Um pouco, não totalmente, porque serve mais
para dar um efeito de “character” do que para corrigir ou porque é giro.
Com estas características já palpáveis, há o
caminho para fazer um bom disco. Só falta o estilo sonoro e a forma como se vai
abordar cada faixa. Seria num estilo contínuo de Heavy Metal tradicional como
fazia nos seus discos da década de 80? Hard Rock com tons progressivos e
psicadélicos como na década de 70? Nem por isso, Alice Cooper parecia ter muita
ambição em fazer um dos seus melhores álbuns em muito tempo, logo há uma boa
salada de influências: Desde ao puro e simples Hard Rock/Heavy Metal da base,
ao Roots Rock, com passagens de Rockabilly e uso de Disco – “Disco Bloodbath
Boogie Fever” é hilariante. Muita influência de Pop – no dueto com Ke$ha, e
posso já dizer que nunca gostei tanto de a ouvir como aí. Muito sentido de
humor à mistura – não há como não gostar da parte final de “I Gotta Get Outta
Here” – e Alice Cooper afinal trouxe ao mundo uma excelente sequela.
Quer prefiram o Alice Cooper de antigamente ou não,
há que reconhecer a sua vontade e sucesso em arriscar e gosto pela
experiência e em acompanhar os tempos sem cair na senilidade da “mera tentativa”.
Provavelmente o álbum mais “Pop” da carreira do Sr. Cooper. Mas também acredito
que seja dos mais sólidos em muitos anos.
Avaliação: 8,8
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