segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Iron Maiden - The Final Frontier


Artista: Iron Maiden
Álbum: The Final Frontier
Data de lançamento: 13 Agosto 2010
Género: Heavy Metal
Editora: EMI, Universal Music Enterprises
Lista de faixas:

1 – “Satellite 15… The Final Frontier”
2 – “El Dorado”
3 – “Mother of Mercy”
4 – “Coming Home”
5 – “The Alchemist”
6 – “Isle of Avalon”
7 – “Starblind”
8 – “The Talisman”
9 – “The Man Who Would Be King”
10 – “When the Wild Wind Blows”

Iron Maiden. Quase que nem era preciso dizer mais nada. Dizia isso e já sabíamos que tínhamos aqui um grande álbum em mãos. É que este gigante grupo Britânico já atingiu o ponto na carreira em que a única coisa que nos faz coçar a cabeça e questionar é: Como seria possível e o que raio teria de acontecer para os grandes Iron Maiden fazer algo mau? É como se a genialidade já lhes corresse nas veias desde sempre e como se as músicas épicas, pesadas, simplesmente lindas se fizessem sozinhas. Chamem-lhes New Wave of British Heavy Metal, ou o que quiserem, mas os Iron Maiden – a quem tanto o Power Metal como o Metal Progressivo devem muito – neste momento apenas podem ser classificados como Iron Maiden. Logo mal começa o disco, com “Satellite 15… The Final Frontier” e ouvimos aquela longa introdução de 4 minutos, com uma bateria empolgante e a voz de Bruce Dickinson já a avisar do que aí vem, a cada segundo queremos mais que chegue o verdadeiro momento. E após esses 4 minutos – numa música de 8 minutos – duma forma que parece que acaba de começar uma música nova, irrompe a canção “a sério” e desde aí que nos rendemos. Já percebemos que os Iron Maiden estão em tão boa forma como sempre. Dave Murray, Adrian Smith e Janick Gers, o trio de guitarristas ainda sabe bem como tratar os seus instrumentos e só numa música temos riffs soberbos. Steve Harris, bastante reconhecível como líder da banda, não esqueceu com o tempo como fornecer o seu estilo único de tocar, e de nos dar aquelas cavalgadas que instantaneamente nos desafiam a mexer-nos mesmo que não queiramos. Mais um “thumbs up” à bateria de Nicko McBrain, destacando principalmente o seu trabalho na introdução, como disse anteriormente. E claro, a voz de Bruce Dickinson. Podem dizer que se nota a idade na sua voz, o que é verdade, o que não se nota é qualquer efeito negativo nela, visto que Dickinson ainda faz o que bem quer com a sua voz e ainda consegue acrescentar aquele tom épico a uma já épica canção, a cereja no topo do bolo. Não fosse ele uma das grandes vozes do Metal, juntamente com o falecido Ronnie James Dio e até Rob Halford, para quem também achar que bem merece. E mencionei tudo isso numa só música. Porque depois ainda há mais 9. Ao todo, completam-se 76 minutos a ouvir este belo disco. E no seu decorrer, canções de se babar enquanto se ouve. Temos “El Dorado”, canção escolhida para single principal do álbum, algo perceptível pela sua composição choruda e orelhuda. O ideal para promover um grande álbum, e um refrão acompanhado pela estonteante voz de Bruce Dickinson, ainda em excelente forma. Temos também “Mother of Mercy”, cujo refrão, soube, desde a primeira vez que ouvi a música, que não o esqueceria mais. Temos uma “power ballad” que obviamente há dúvidas se a palavra “balada” será a mais apropriada, mas à maneira dos Iron Maiden, sabemos bem o que aqui temos em “Coming Home”. Acompanhado por um refrãozinho simpático, bastante convidativo a ser cantado a pulmão cheio num explosivo concerto. Há neste disco uma maior aposta nas longas canções épicas, sabendo que temos aqui duas canções de 9 minutos, mas não apenas uns 9 minutos por ter, são uns 9 minutos bem poderosos e recheados. Temos introdução, desenvolvimento e conclusão como nos textos que aprendemos na escola e ainda há mais uma data de coisas pelo meio, como eles bem sabem fazer. Tão recheados que até sai das bordas, ou seja, podia ter mais que ficava bem e não nos importávamos. “Isle of Avalon” e “The Talisman” são aquelas músicas vitais que os Iron Maiden gostam de pôr uma ou duas por álbum, mas que, aqui, sentiram-se livres de deixar tudo sair e termos um álbum repleto de longas canções compostas e decoradas de modo a que qualquer banda de Metal progressivo lhes tire o chapéu. Mas antes ainda temos “The Alchemist”, cujo seu “riff solado” também já conhecemos bem como característico dos Iron Maiden e cai-nos sempre bem. E pelo meio delas, “Starblind”, que é apenas uma daquelas canções à-la Maiden, com uma composição capaz de fazer molhar a roupa interior de uns ouvintes mais sensíveis – vá, não pensem que isso se aplica a mim… mas quase. Logo a seguir a “The Talisman” temos uma faixa que apenas deve 1 minuto às outras duas, “The Man Who Would Be King”, daí que venha a produzir um efeito semelhante. Quando aqui se chega já passou quase o disco inteiro, mas antes de pedirmos por mais, olhamos para a última faixa. 11 minutos. Daquelas que olhamos para o tempo e pensamos “tão longa!” mas assim que acaba pensamos “tão curta!”. Podia falar mais uma vez do desempenho de cada um dos génios que integram a banda, mas já o disse na descrição de “Satellite 15… The Final Frontier” e não acho que valha a pena estar a repetir-me. É que eles não deixam isso de lado em nenhum momento. A explosão de genialidade e inteligência musical estende-se desde o início até ao seu desfecho. Acho que não falei de solos. Esses solos, fazem com que as guitarras se tornem quase como segundos vocalistas da banda, porque aquelas guitarras cantam. Sim, cantam, pelo menos a impressão que nos dá não é de menos. E é isto, não digo que seja recomendável, mas sim obrigatório para quem gostar de Metal, tal como qualquer outro disco do catálogo dos Iron Maiden. Até diria que não há palavras para o descrever mas apercebi-me que escrevi um texto bastante grande. Mas para saberem realmente como é, o melhor é ouvir. É Maiden no seu melhor. A Besta, a Dama de Ferro, os lendários reis. Iron Maiden. E aí já fica tudo dito.

Avaliação: 9,5


Kings of Leon - Come Around Sundown


Artista: Kings of Leon
Álbum: Come Around Sundown
Data de lançamento: 15 Outubro 2010
Género: Rock alternativo, Southern Rock
Editora: RCA Records
Lista de faixas:

1 – “The End”
2 – “Radioactive”
3 – “Pyro”
4 – “Mary”
5 – “The Face”
6 – “The Immortals”
7 – “Back Down South”
8 – “Beach Side”
9 – “No Money”
10 – “Pony Up”
11 – “Birthday”
12 – “Mi Amigo”
13 – “Pickup Truck”

E em Outubro saiu o esperado 5º álbum dos Kings of Leon, sucessor de “Only by the Night”, disco que lhes deu mais reconhecimento comercial. Portanto, podiam dizer que este disco é menos comercial que as vendas iam disparar na mesma. Os novos fãs já se formaram – do tipo de fãs que sabe a “Use Somebody” mas torce o nariz a “Four Kicks” e pensa “que é isto?” duma “Spiral Staircase” – logo, gentinha para comprar já há. Mas eu sou daqueles que defende com força os Followills e acho convictamente que o “Only by the Night” é uma obra-prima de se louvar, tal como qualquer outro álbum da banda. Logo, já antes do lançamento deste “Come Around Sundown” que esperava algo bom, sabendo que estes 3 irmãos e primo sabem bem o que fazem, independentemente de quanto vendem e quantas pessoas os conhecessem – como se isso fosse um factor importante. Apesar de seguir uma veia semelhante ao “Only by the Night” ainda segue a sequência de que cada disco é sempre diferente do anterior. Este é, de certa forma, mais calmo. Começa com uma faixa quase atmosférica como “The End” com um refrão simples mas eficaz, apenas com o verso “This could be the end”. Introduz bem o disco – de forma algo irónica, começar o álbum com uma música chamada “The End” – e segue-se então o single “Radioactive”, que já todos devem conhecer. Uma fantástica composição, com um refrão de se colar à cabeça e ser constantemente repetido na nossa mente ao longo do dia, com direito a coros. Capta-nos a atenção desde o preciso momento em que aquele riff se inicia. De seguida, uma canção espiritual como “Pyro” e outra enérgica e apaixonante como “Mary”. Se em “The Face” não há nada específico a apontar, a não ser o facto de ser uma canção à Kings of Leon – não, não soa como o “Aha Shake Heartbreak”, peço desculpa – em “The Immortals” o que se explora aqui em grosso é a escrita de Caleb Followill, numa das letras mais profundas e sentimentais que ele já possa ter escrito. Um pouquinho de música Country pura em “Back Down South” e uma curta e rítmica música quase dançável, intitulada “Beach Side”, que estranhamente nem era para fazer parte do disco, mas sim um B-Side – daí o título “Beach Side” – algo estranho para a música orelhuda que é, apesar da sua simplicidade. Uma das músicas mais “rockeiras” do álbum, “No Money” abana bem o disco e é mais ou menos como uma “Crawl” do “Only by the Night”, “Black Thumbnail” do “Because of the Times” ou “Four Kicks” do “Aha Shake Heartbreak”. “Pony Up” agarra o ouvido com o seu riff inicial feito à base do baixo e em “Birthday” há mais um brilhante trabalho de refrão. “Mi Amigo” é uma situação semelhante a “The Face”, mas “Pickup Truck” e o seu emocional refrão e toda a sua abordagem duma ponta à outra, faz com que seja uma das faixas de maior destaque do álbum e que eu acho que seria perfeito para o próximo single. É um trabalho que, mesmo algo simples e calmo, não deixa de ser um excelente trabalho por parte destes jovens, que com certeza que ainda têm muito para dar. Um disco que se adapta a várias “moods” e que dá sempre para se ir ouvindo quando não se sabe bem por que optar – os KoL por acaso sabem bem fazer isso, já desde o “Because of the Times”. “Haters will hate”, mas é um excelente álbum, a destacar e a recomendar.

Avaliação: 9,1


Duffy - Endlessly


Artista: Duffy
Álbum: Endlessly
Data de lançamento: 26 Novembro 2010
Género: Pop Rock, Soul, R&B, Soft Rock
Editora: A&M Records, Mercury Records
Lista de faixas:

1 – “My Boy”
2 – “Too Hurt to Dance”
3 – “Keeping My Baby”
4 – “Well, Well, Well”
5 – “Don’t Forsake Me”
6 – “Endlessly”
7 – “Breath Away”
8 – “Lovestruck”
9 – “Girl”
10 – “Hard for the Heart”

Parece que foi há muito pouco tempo que Duffy surpreendeu o mundo com um hit como “Mercy” e que mostrava um futuro potencial na música. Mas depois disso já passou um tempito e já deu tempo para esta jovem Galesa reinar em vendas, hits na rádio e estabelecer a sua fama. Também já deu para parar e entrar em estúdio para trabalhar naquele difícil segundo álbum, aquele que decide tudo. E com uma audição a estes 10 temas ficamos com a sensação vazia de ter ficado muito aquém da expectativa e não se encontra quase canção nenhuma que cative de imediato. E aqui não se pode falar em audições repetidas para acostumar-se ao disco, pois era precisamente isso que se destacava em “Rockferry”. Com uma audição apenas, já havia temas que se entranhavam de imediato. Aqui temos o single “Well, Well, Well” – que se torna uma daquelas estranhas canções com uma parte imune a ruído, não ouvimos bem a música, mas ouvimos sempre aquela parte, sem sabermos bem o que se está a passar – e pouco mais. Uma outra arma forte no anterior “Rockferry” foi a voz de Duffy, que quer se goste ou quer se ache irritante, deve ser inevitavelmente reconhecida como marcante e talentosa. Aqui neste segundo aproveitou-se disso e tentou construir o álbum à volta da sua voz – com um investimento mais discreto na instrumentalização – mas não parece estar a fazê-lo da melhor forma, como se, em vez de utilizar a voz com naturalidade, se esforçasse demasiado para dar-lhe força. E daí, temos vários momentos em que a voz lhe treme de forma pouco natural que quase soa a gozo. Mas, há que ter em conta que vendo o álbum em si não tem nada de mal, até é um disco agradável ao ouvido, suave, sem se estender a eixos desnecessários ficando-se pela sua simples e curta duração de pouco mais de meia hora, apesar de não haver nenhuma canção que nos agarre com a força que fez “Mercy” anteriormente, ainda há aqui algumas melodiazinhas engraçadas. O único problema aqui é mesmo a relação que tem com o anterior, que tendo o dever de o superar, fica muito atrás. Uns culpam a voz, outros acham que podia ser apenas sucesso passageiro, uns simplesmente acham muito difícil superar a genialidade de “Rockferry”, outros simplesmente acusam a parceria com o produtor Albert Hammond – singer-songwriter, pai de Albert Hammond Jr., guitarrista dos The Strokes. O certo é que, apesar de ainda ser um CD jeitosinho, é fraco para um segundo álbum. A sua carreira ainda está sólida, mas se este “Endlessly” fosse como “Rockferry”, já estava mais que bem estabelecida.

Avaliação: 7,1


Drowning Pool - Drowning Pool


Artista: Drowning Pool
Álbum: Drowning Pool
Data de lançamento: 27 Abril 2010
Género: Hard Rock, Metal Alternativo, Nu Metal, Post-Grunge
Editora: Eleven Seven
Lista de faixas:

1 – “Let the Sin Begin”
2 – “Feel Like I Do”
3 – “Turn So Cold”
4 – “Regret”
5 – “Over My Head”
6 – “All About Me”
7 – “More Than Worthless”
8 – “Children of the Gun”
9 – “Alcohol Blind”
10 – “Horns Up”
11 – “King Zero”

Let the bodies hit the floor… Let the bodies hit the floor… Os Drowning Pool são um exemplo de uma banda que teve o seu momento alto quando o Nu Metal teve o seu auge e que desde então, vão lançando os seus discos, mas passando sempre um pouco mais despercebidos. Com o lançamento deste “self-titled” já se espera que quem note e dê grande importância sejam os fãs mais dedicados que ainda não lhes viraram as costas. E também se espera que a recepção seja feita com base num “conjunto de novas canções” e não algo realmente novo e explorado aqui. Apenas mais 11 canções de peso moderado. As letras ainda se mantêm conectadas com as habituais do Nu Metal, só que mais adultas. Passo a explicar, ainda relatam problemas, depressão, sofrimento, etc, etc, só que em vez de se basear em experiências juvenis e em ser dirigido a um público adolescente, retratam problemas pessoais do vocalista como divórcio e a perda do pai – perder um pai na adolescência é possível, mas já andar a lidar com divórcio é que já é capaz de ser um bocadinho menos usual. Na música em si não há esforço nenhum em inovar e nota-se que o que a banda fez foi escrever novas canções, novas melodias, novos riffs, até ter um conjunto de canções novas completo para um novo álbum. A aposta é, obviamente, em refrões de captar o ouvido, o factor em que se investe aqui para agarrar o ouvinte e querer abrir a possibilidade de querer ouvir a música outra vez. Perfeitamente notável em faixas como “Let the Sin Begin”, “Feel Like I Do” – até é a esta que dou o principal destaque, o que se torna óbvio com a sua posição de single principal -, “Over My Head” – que de certa forma até pisca o olho aos Staind – ou “Children of the Gun”. Dá para se ouvir, especialmente quem goste disto, mas de resto não tem nada que se sobressaia perante qualquer outro álbum de peso ou “meio-peso” que tenha sido lançado este ano. É Metal para principiantes, e assim serve.

Avaliação: 6,4


sábado, 18 de dezembro de 2010

Sikfuk - Teabagged at Birth


Artista: Sikfuk
Álbum: Teabagged at Birth
Data de lançamento: Setembro 2006
Género: Pornogrind
Editora: Goregiastic Records
Lista de faixas:

1 – “Tits Covered in Dichkole Sores”
2 – “Deadhooker Double Penetration”
3 – “Fucked with a Dildo Bong”
4 – “The Fowl Mishappenings of Dr. Nutcheese”
5 – “Clear Ass Boozen and Butthole Bruisen”
6 – “Teabagged at Birth”
7 – “Snowballed by Grandma”

A capa não é das melhores coisas para se olhar, e duvido que queiram estar a vê-la durante muito tempo. Os títulos estão em competição entre si para ver qual deles o mais doentio e que causa a maior revolta no estômago. Isto vindo duma banda chamada simplesmente “Sikfuk”. Que é isto afinal? Pornogrind, pois claro. Então aí já se muda tudo o que é dito anteriormente. A capa é a ideal e tem os seus elementos no sítio para que não seja acessível a qualquer um – Pornogrind é acessível a poucos -, Os títulos são os ideais para nos transmitir a ideia do tipo de banda que se trata e de imediato já sabemos que não há qualquer letra na música para acompanhar esses títulos. E tudo vindo de uma banda chamada “Sikfuk”. Um nome a condizer. Se eu falar da música posso dizer o mesmo que disse quando falei do “Opus(sy) VI” dos Cock and Ball Torture e afirmar que isto não é musica feita para ser realmente boa e apenas serve para nos atirar brutalidade ao extremo nos ouvidos. Tripas, vómito, carnificina, fezes, cadáveres carbonizados, tudo isso nos cai encima sob a forma de música extrema. Sem ser para ser levada a sério. Só para a diversão e para quem gostar de peso e achar piada a estes sons. E uns de nós realmente vão gostando. No panorama underground, estes Sikfuk já ganharam notoriedade por uma coisa: os vocais. Uns squeals impressionantes e inigualáveis. Quem gostar de ouvir um bom squeal, numa música só deste disco tem incríveis squeals e de formas diferentes. Nestas músicas há as Intros – o pormenor maçador deste tipo de música – mas de certa forma até nem estorvam assim tanto, visto que investem em níveis elevados e patetice que até se torna aceitável. Com citações como “I wish I had more hands, so I could give those titties four thumbs down!” ou “I know a dead hooker when I see one!” que depois evolui para “I’ve never seen so many dead hookers in my life!”. Coisas tão parvas que até nem se chegam a dispensar da música. Os riffs não são tão baixos e distorcidos e não arranham tanto, alguns até são um bocadinho mais técnicos. E posso dizer claramente que chego a andar, mais que uma vez, com o riff de “Tits Covered with Dickhole Sores” preso na cabeça. Conseguem fazer isso. Nem me adianta estar aqui a alargar muito sobre isto, porque é o estilo de música cujas intenções já as disse mais que uma vez. Isto não é para ser nenhum bom álbum. Ao “Opus(sy) VI” dos Cock and Ball Torture dei a mediana classificação de 6,0, porque achei que é o que se adequa para o tipo de álbum que é. No entanto sinto que deva dar algo mais a este. Qual a razão? Pois, são os vocais mesmo. Porra lá para os squeals…


Avaliação: 6,6


quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Dr. John and the Lower 911 - Tribal


Artista: Dr. John
Álbum: Tribal
Data de lançamento: Agosto 2010
Género: Blues Rock
Editora: 429 Records
Lista de faixas:

1 – “Feel Good Music”
2 – “Lissen at Our Prayer”
3 – “Big Gap”
4 – “Change of Heart”
5 – “When I’m Right, I’m Wrong”
6 – “Jinky Jinx”
7 – “Manoovas”
8 – “Tribal”
9 – “Music Came”
10 – “Them”
11 – “Only in America”
12 – “Whut’s Wit Dat”
13 – “Potnah”
14 – “A Place in the Sun”

Depois de mais de 40 anos de carreira e mais de 20 discos no currículo, Dr. John continua a ser o músico lendário cujos discos abrangiam Blues, Jazz, Funk, Soul, Psicadélico, R&B e Rock N’ Roll. Já chegou ao ponto em que já não se pede nada mais de novo, já é uma lenda, já está bem como está. Aos 70 anos, até já se podia reformar que já deixava um catálogo jeitoso. Mas como parar é para os fracos, é entrar em estúdio com uma equipa de músicos profissionais talentosos e rapidamente – ou não, não conheço o método de gravação – há um novo disco de Dr. John nas lojas sob o nome Dr. John and the Lower 911. “Tribal” é então uma pequena viagem musical a décadas passadas e até a outros locais. A voz estranhamente jovem de Dr. John acompanhado de instrumentalização básica, suave em ritmos e melodias de bater o pé, estalar o dedo, cantarolar, fazer uma pequena dança até. São essas canções simples, com versos rapidamente exclamados pelo “doutor”, passando por refrões simples e orelhudos acompanhados de “back vocals” afinados. Um disco algo longo para o estilo e repetitivo de faixa para faixa. Porque Dr. John já não precisa de dar muitas voltas mais à sua música. As suas largas influências e a sua sonoridade única já ele a abordou e até brincou com ela nos seus anos mais frescos de juventude. Hoje, temos um disco simples como este, porque isto sai ao público e ele agradece. Um disco novo porque os fãs querem um disco novo. E Dr. John grava e edita um disco novo porque não se importa absolutamente nada de fazer um disco novo. Para apreciadores de Blues, este álbum pode-se juntar às suas prateleiras e podem ser reproduzidas sempre que um pequeno Rockzinho suave, uns Blues à antiga apeteça ao tímpano. Isto não é, é para qualquer um.

Avaliação: 7,5


quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Disturbed - Asylum


Artista: Disturbed
Álbum: Asylum
Data de lançamento: 27 Agosto 2010
Género: Heavy Metal, Metal alternativo, Nu Metal
Editora: Reprise Records
Lista de faixas:

1 – “Remnants”
2 – “Asylum”
3 – “The Infection”
4 – “Warrior”
5 – “Another Way to Die”
6 – “Never Again”
7 – “The Animal”
8 – “Crucified”
9 – “Serpentine”
10 – “My Child”
11 – “Sacrifice”
12 – “Innocence”
13 – “Ishfwilf” (cover dos U2)

Apenas 2 anos se passaram entre “Indestructible” e o seu successor, este “Asylum”. E os Disturbed nesses 2 anos tinham a missão de fazer a mesma renovação musical de disco para disco para evitar que se repitam e que se tornem passados de época. Sim, porque os Disturbed ainda fazem parte daquela onda de Nu Metal que apareceu no início da década passada e agarrou uns quantos adolescentes nervosos com o álbum “The Sickness”, mais precisamente o single “Down with the Sickness”. Portanto, eles, como grupo dessa onda tinham várias opções: acabar ou entrar em hiatus indefinido, assim que a moda abrandou – Limp … -, procurar renovar o som experimentando coisas novas, mas sem esquecer muito a origem – K..R..n… -, virar as costas ao estilo e fazer algo completamente diferente, desapontando forte e feio muitos fãs - … Park – ou continuar a fazer do mesmo sem que alguém lhes ligue alguma coisa – uma porrada delas. No entanto os Disturbed preferiram não seguir por nenhum dos lados e quiseram continuar o seu trabalho normalmente. Continuam com o seu estilo, é assim que se sentem confortáveis, a exploração é feita dentro do próprio estilo, o que se altera é a forma como se aborda as músicas e as estruturas, o conceito de “nova canção” em vez de partir de imediato para “som geral completamente novo”. As letras baseadas em experiências pessoais do vocalista David Draiman permanecem como em “Indestructible”, desta vez ainda lhe acrescentando temas como o aquecimento global em “Another Way to Die”, aborto em “My Child” ou até o Holocausto em “Never Again”. Não há nenhuma nova experiência a nível musical – a não ser uma introdução instrumental/ambiental como é “Remnants” – e aqui só se acentua aquela abordagem de “isto praticamente já não é Nu Metal”, mantendo-se ainda ligado a “The Sickness”, Coisa que se faz pouco a pouco. Bons riffs, sim, um excelente trabalho de guitarra de Dan Donegan, bons refrões com boas melodias e um bom acompanhamento percussivo e rítmico do baixista John Moyer e do baterista Mike Wengren. De salientar também a versão de “I Still Haven’t Found What I’m Looking For” dos U2, aqui incluída sob a forma de uma faixa escondida e intitulada “Ishfwiml”, que já antes de a ouvir, já sabia mais ou menos como era. E não quero dizer que seja previsível, apenas que analisando bem, a música com algumas voltinhas até se adequa aos Disturbed. Um dos pontos mais altos do disco, juntamente com a bem riffada “Asylum” e o single catchy “Another Way to Die”. No início, no meio e no fim do álbum para se distribuir bem. E é isso. Um conjunto de novas canções para os fiéis fãs para demonstrar que os Disturbed não são uma moda e ainda se conseguem manter frescos.

Avaliação: 7,6