terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

["Ai Louvado..." do Mês] Hypnotica - La Rebelión del Ser



Artista: Hypnotica
Álbum: La Rebelión del Ser
Data de lançamento: Agosto 2010
Género: Power Metal (?)
Editora: Self release
Lista de faixas:

1 – “Intro / Mantram”
2 – “El Gran Arcano”
3 – “Ecos de Furia”
4 – “Guerrero de la Libertad”
5 – “Estrella de la Nada”
6 – “Verdad”
7 – “Séptimo Hecatombe”
8 – “El Juicio de la Conciencia”
9 – “Almas en Fuego”

Power Metal, dizem eles. Encontrei esta relíquia de forma bastante caricata. Num momento de entretenimento pessoal lá andei eu a vaguear por listas de álbuns para me divertir. Um dos meus temas favoritos é sempre “Worst Ever” e encontrei-me com uma lista bastante subjectiva acerca do que o autor achava que eram os piores álbuns de Metal de sempre. Uma grande parte era dedicada a bandas de Folk Metal que nem lhes via grande mal, o habitual “bashing” ao Nu Metal e a discografia inteira dos Krokus – estes até se percebe. Todos os discos tinham um pequeno texto que justificava o porquê do autor do texto crer que cada disco constasse entre os piores. Deparo-me com este “La Rebelión del Ser” de uns tais Hypnotica que nem tinha qualquer comentário.

Isso aumentou-me a curiosidade e tive que pesquisar acerca da banda. Descobri que são Colombianos que apenas têm este disco – é praticamente uma Demo – e começaram há pouco tempo. Então está errado, ainda agora começaram, totalmente amadores e já se vai cair encima deles? Tinha que ouvir para saber a razão. Primeiro li algumas críticas e comentários ao álbum e variava entre “lixo” e “pura comédia”. Cada vez mais curioso para ouvir estava e finalmente aconteceu. Assim que carrego no botão “Play” no player do MySpace da banda, sou bombardeado com tamanha desafinação que até um coro de infantário deve impressionar.

Primeiro, eles dizem ser Power Metal e pelo que se ouve aqui é que a tentativa é de fazer aquele Power Metal épico que quando está bem feito já roça na lamechice muitas das vezes. No entanto para se fazer isso, na voz requer-se uma voz bastante ampla que consiga atingir uns valentes agudos. Ou seja, é preciso saber cantar. Os teclados dão-lhe outro toque e esses também têm que se saber tocar. O estilo também é muito característico pelo trabalho de guitarra, tanto dos riffs como dos solos, mas para isso não se pode soar a alguém que está a treinar para o teste final em aulas de guitarra que começou há menos de um semestre. No entanto, fizeram nove canções e longuíssimas canções com esses “skills”.

As letras nem as percebo ao serem cuspidas em tamanho choro, mas talvez com uma análise a esse sector, encontrava mais uma fonte de risos ou coçares de cabeça. As músicas com a mistura de todo aquele amadorismo dos instrumentos soam dolorosas, ainda para mais quando apostam em músicas longas que andam pelos 6 minutos ou até 7. Ao ouvir isto, parece que uns quantos miúdos se juntaram para um recital qualquer da escola e que por acaso ouviam uns discos dos Blind Guardian, Stratovarius ou dos Rhapsody – dizem eles que são exemplos de influências e as pobres bandas que aguentem com o cargo de serem apontados como influentes desta coisa – e tentavam fazer igual. No final, os pais aplaudiam, mas com estes nem sei.

No entanto, não quero levar já os moços à cruz, é verdade que estão a começar. Só é pena que soe a algo feito ainda antes de começar. Se quiserem tocar Power Metal, força, mas pelo menos aprendam a fazer as coisas. Sim, porque não digo melhorar, têm mesmo que começar a aprender do início a ver se sai alguma coisa. E um vocalista se quiser ter esse cargo convém que cante no mínimo melhor que uma velhota cigana a vender meias na feira. Também ainda não sei tocar nada para dizer algo mas pelo menos ainda não faço nada, só alapo o traseiro na cadeira e ponho-me à frente do ecrã a comentar coisas que os outros fazem e para já ainda sou feliz assim, não me posso armar em esperto a fazer coisas que ainda não sei – este foi um estranho momento de auto-realização que podia despertar-me para a vida, mas deixa para lá.

Para concluir digo para irem ouvir isto e para se deixarem apaixonar pela desafinação tamanha que para aqui vai, pela inexperiência de quem passou do nível “Easy” do Guitar Hero para a guitarra eléctrica e para erguerem o punho ao som da voz sofrida do vocalista que nem no chuveiro se safa. Se quiserem também podem desfrutar das melodias. Porque eu nem as encontrei sequer, não consegui pegar em nada no meio do ruído todo.

No entanto desejo tudo de bom para o futuro dos Hypnotica e recomendo-lhes Eu e Os Meus Onanismos, que sempre é para não ser levado a sério – nem tenho ouvido nada desse(s) indivíduo(s) recentemente…

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