Artista:
The Big Pink
Álbum:
Future This
Data de lançamento: 16 Janeiro 2012
Género: Indie Rock, Rock alternativo, Rock electrónico
Editora: 4AD
Lista de faixas:
1 –
“Stay Gold”
2
– “Hit the Ground (Superman)”
3
– “Give It Up”
4
– “The Palace”
5
– “1313”
6
– “Rubbernecking”
7
– “Jump Music”
8
– “Lose Your Mind”
9
– “Future This”
10
– “77”
Um exemplo de uma banda que tomou bastante partido
da popularidade da música alternativa orientada mais pela electrónica do que
pela guitarra, foram os The Big Pink. O seu hit de 2009 no álbum de estreia “Dominos”
era daquelas músicas que nos perseguia e nos dizia descaradamente que era
daquelas de ficar na cabeça, que lá iam ficar e que o cantarolar involuntário
ia ser frequente. Tinham um êxito e isso já diz muito. Então quando foi
utilizado como sample por Nicki Minaj, que se soltasse o Inferno, todo o mundo
andava louco – os que se identificam com a artista, vá.
A dimensão do êxito demonstrou uma boa capacidade
por parte da banda em escrever “cantigas” orelhudas e engrandeceram-se logo no
seu início. Só ficava aquela: se um sucesso, notoriedade e aclamação como a que
tiveram iria facilitar ou dificultar a confecção do álbum que se seguiria.
Julgando pelo resultado deste “Future This” fica a
ideia de que há alguns obstáculos no trajecto dos The Big Pink para fugirem à
aterradora classificação de “One Hit Wonder” que parece persegui-los
subtilmente. Os temas de entrada como “Stay Gold” e “Hit the Ground (Superman)”
parecem seguir a mesma vertente do hit anterior, o que por si já deixa uma
ideia: a banda encostou-se à fórmula anterior e tentou conceber uma nova “Dominos”.
Infelizmente, não é a melhor ideia.
O álbum em si não tem nada de mau, até pelo
contrário, os Big Pink continuam a escrever boas canções com interessantes
melodias, misturam bem a Pop com a electrónica e traços de Shoegaze. Conseguem
ainda tirar daqui um bom punhado de canções com formato amigável para as
rádios, mesmo com uma base mais “ruidosa”. A banda ainda tem tudo no sítio.
O problema parece estar nos pormenores que poderiam
tornar este álbum mais grandioso, afinal de contas é o segundo álbum, é sempre
aquele álbum. No entanto, o recosto na ideia de criar um hit a partir do
anterior não parece ter resultado muito bem e a ambição e vontade com que a
banda espremeu toda a receita para um êxito, tornou o disco um pouco disperso.
Apesar das boas melodias cativantes, o álbum não
parece manter-se assim tão seguro ao longo da sua duração e nas várias canções –
muitas a mandar piscadelas de olho aos anos 80 – que se encontram pelo meio
dificilmente se encontra um tema ao qual se possa agarrar tão bem como aos dois
temas inicias “Stay Gold” e “Hit the Ground (Superman)” – esta última que
utiliza um sample de “O Superman” de Laurie Anderson. Pelo menos até à faixa
final “77” que utiliza uma letra e formato mais emocional. Talvez com umas
experiências mais com este tipo de material intercaladas entre outras faixas
pelo meio pudesse haver um produto mais interessante. Com isto, ficam essas 3
canções de destaque.
Talvez com mais algumas audições o disco se
solidifique um pouco mais, mas para já, mesmo que até seja um conjunto de
canções agradáveis de se ouvir, é um disco suficiente e parece ficar-se por aí.
Ninguém esperava que se retirasse daqui outra “Dominos” mas havia muito mais
para fazer que pudesse pelo menos aproximar-se à grandiosidade do “A Brief
History of Love”. Esperemos por um terceiro que talvez venha com mais gás.
Avaliação: 6,4
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