segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

The Big Pink - Future This



Artista: The Big Pink
Álbum: Future This
Data de lançamento: 16 Janeiro 2012
Género: Indie Rock, Rock alternativo, Rock electrónico
Editora: 4AD
Lista de faixas:

1 – “Stay Gold”
2 – “Hit the Ground (Superman)”
3 – “Give It Up”
4 – “The Palace”
5 – “1313”
6 – “Rubbernecking”
7 – “Jump Music”
8 – “Lose Your Mind”
9 – “Future This”
10 – “77”

Um exemplo de uma banda que tomou bastante partido da popularidade da música alternativa orientada mais pela electrónica do que pela guitarra, foram os The Big Pink. O seu hit de 2009 no álbum de estreia “Dominos” era daquelas músicas que nos perseguia e nos dizia descaradamente que era daquelas de ficar na cabeça, que lá iam ficar e que o cantarolar involuntário ia ser frequente. Tinham um êxito e isso já diz muito. Então quando foi utilizado como sample por Nicki Minaj, que se soltasse o Inferno, todo o mundo andava louco – os que se identificam com a artista, vá.

A dimensão do êxito demonstrou uma boa capacidade por parte da banda em escrever “cantigas” orelhudas e engrandeceram-se logo no seu início. Só ficava aquela: se um sucesso, notoriedade e aclamação como a que tiveram iria facilitar ou dificultar a confecção do álbum que se seguiria.

Julgando pelo resultado deste “Future This” fica a ideia de que há alguns obstáculos no trajecto dos The Big Pink para fugirem à aterradora classificação de “One Hit Wonder” que parece persegui-los subtilmente. Os temas de entrada como “Stay Gold” e “Hit the Ground (Superman)” parecem seguir a mesma vertente do hit anterior, o que por si já deixa uma ideia: a banda encostou-se à fórmula anterior e tentou conceber uma nova “Dominos”. Infelizmente, não é a melhor ideia.

O álbum em si não tem nada de mau, até pelo contrário, os Big Pink continuam a escrever boas canções com interessantes melodias, misturam bem a Pop com a electrónica e traços de Shoegaze. Conseguem ainda tirar daqui um bom punhado de canções com formato amigável para as rádios, mesmo com uma base mais “ruidosa”. A banda ainda tem tudo no sítio.

O problema parece estar nos pormenores que poderiam tornar este álbum mais grandioso, afinal de contas é o segundo álbum, é sempre aquele álbum. No entanto, o recosto na ideia de criar um hit a partir do anterior não parece ter resultado muito bem e a ambição e vontade com que a banda espremeu toda a receita para um êxito, tornou o disco um pouco disperso.

Apesar das boas melodias cativantes, o álbum não parece manter-se assim tão seguro ao longo da sua duração e nas várias canções – muitas a mandar piscadelas de olho aos anos 80 – que se encontram pelo meio dificilmente se encontra um tema ao qual se possa agarrar tão bem como aos dois temas inicias “Stay Gold” e “Hit the Ground (Superman)” – esta última que utiliza um sample de “O Superman” de Laurie Anderson. Pelo menos até à faixa final “77” que utiliza uma letra e formato mais emocional. Talvez com umas experiências mais com este tipo de material intercaladas entre outras faixas pelo meio pudesse haver um produto mais interessante. Com isto, ficam essas 3 canções de destaque.

Talvez com mais algumas audições o disco se solidifique um pouco mais, mas para já, mesmo que até seja um conjunto de canções agradáveis de se ouvir, é um disco suficiente e parece ficar-se por aí. Ninguém esperava que se retirasse daqui outra “Dominos” mas havia muito mais para fazer que pudesse pelo menos aproximar-se à grandiosidade do “A Brief History of Love”. Esperemos por um terceiro que talvez venha com mais gás.

Avaliação: 6,4


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