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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Head:Stoned - I Am All



Artista: Head:Stoned
Álbum: I Am All
Data de lançamento: Outubro 2010
Género: Thrash Metal
Editora: Major Label Industries
Lista de faixas:

1 – “Through All the Doubts”
2 – “Yet Another Flaw”
3 – “Within the Dark”
4 – “Driven by Fear”
5 – “Invisible”
6 – “Blood Ties”
7 – “Absence of Closure”
8 – “Hope Lies Dead”
9 – “Reaching the Abstract”
10 – “I Am All”

Apesar da cena do Metal nacional estar bem repartida e termos um pouco de tudo para nosso consolo, talvez seja seguro dizer-se que quando se fala em Thrash Metal nacional, o primeiro que se pense é em Thrash Metal moderno com alguns traços de Hardcore que tem vindo a predominar não só aqui como lá fora. Portanto é possível que ao mencionar-se os Head:Stoned como uma nova aposta no Thrash Metal com o seu EP de estreia lançado há 2 anos e o seu primeiro longa duração há cerca de um ano, sem se ouvir, talvez se emoldure esta banda como mais uma dessas. No entanto é aí que reside toda a diferença e o que pode catapultar estes Head:Stoned – previamente denominados Headstone – para a “zona de atenção” de bandas de destaque que prometam. Ou que neste caso já surpreendam desde o seu início. A banda Portuense toca um Thrash mais à antiga, sem se prender à fórmula moderna, e para ter a certeza que ainda se afasta mais do comum, junta-lhe uns toques de Heavy tradicional e algum Power Metal na voz. Em vez de vocais berrados e guturais, o talentoso vocalista Vítor Franco canta e canta a sério, não se limita apenas a ser um mero vocalista, o que ele faz é cantar verdadeiramente com um trabalho surpreendente a comandar as canções com a sua voz. É na sua voz que se pode encontrar a influência do Power Metal mas sem aqueles exageros que muitas vezes encontramos num dos subgéneros mais batidos do Metal. E enquanto Vítor canta, Pedro Vieira, Nuno Silva e a baixista Vera Sá riffam e não precisam de ninguém a dizer-lhes como o fazer. Mantendo a mesma base de riff em todos os temas e mantendo as canções com anatomias semelhantes, o grupo não se limita e ainda consegue soltar bastante criatividade nos riffs que mesmo ainda sendo simples, são tão saborosos para o ouvido – mistura de sentidos intencional. E já que mencionei todos os membros da banda, não posso deixar de fora o soberbo trabalho de bateria de Augusto Peixoto. Cada membro desempenhando um excelente papel individualmente e funcionando ainda melhor como um todo. É assim que os Head:Stoned, ainda sendo uma banda jovem sentindo agora o sabor do primeiro álbum de estúdio já consegue soar tão madura, tão talentosa e já tão relevante para a cena de peso do país. Os temas fazem-nos abanar a cabeça e bater o pé sem quase nos apercebermos e ao fim, fica uma boa sensação de gozo e que dá vontade de ir ouvir de novo alguns temas como “Through All the Doubts” e as suas primeiras impressões de vocais poderosos acompanhados por riffs de barba rija, “Absence of Closure” que soa tão bom e fresco hoje como soaria há alguns anos atrás, a mais brutal e pesada “Hope Lies Dead” ou a faixa-título com o seu riff a parecer dar uma piscadela de olho a “Symphony of Destruction” e o seu envolvente refrão. Isto, enumerando apenas alguns exemplos, visto que não existe aqui uma única música para encher chouriço. E se já houve bastante ansiedade para o lançamento deste disco após um EP de tão elevada qualidade, como se esperará agora pelo obrigatoriamente fortíssimo segundo álbum? Pena que do nosso país haja pouca projecção para o exterior, porque cá dentro, já têm um lugar de respeito reservado. E merecem-no.

Avaliação: 8,5



quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Crippled Black Phoenix - I, Vigilante


Artista: Crippled Black Phoenix
Álbum: I, Vigilante
Data de lançamento: Agosto 2010
Género: Rock Progressivo
Editora: Invada
Lista de faixas:

1 – “Troublemaker”
2 – “We Forgotten Who We Are”
3 – “Fantastic Juice”
4 – “Bastogne Blues”
5 – “Of a Lifetime”
6 – “Burning Bridges”

Talvez não ande por aí na ponta da língua do povo inteiro, mas Crippled Black Phoenix é um dos nomes mais sonantes do Rock progressivo actual. Um supergrupo, que conta já com nomes veteranos pertencentes a bandas como Electric Wizard, Gonga, ou Iron Monkey, projectos que já têm a sua devida experiência em estilos como o Stoner, Doom ou Sludge. É a influência exterior desses estilos que aqui ajuda a criação de um Post-Rock com tanto de ambiental como de forte, com peso interpolado com melodias suaves. Desde guitarras distorcidas a doces pianos. Uma instrumentalização variada, composições elaboradas e bem esticadas, os vocais arrastados num tom monótono… Tudo junto vai formar uma sonoridade singular, mas é óbvio que vão saltar sempre algumas observações quanto à sua semelhança com Pink Floyd. Também, qual a banda de Rock progressivo que não tenha sido influenciada por Pink Floyd, até agora? Já é normal e recorrente, mas nestes CBP, o seu estudo da obra de Pink Floyd chega a tornar-se mais evidente e alguns mais mal-humorados vão acusá-los de imitadores enquanto outros mais optimistas vão nomeá-los como sucessores dos Floyd. Não acho que sejam sucessores, porque não acho que na música hajam sucessores de coisa alguma, mas sim, posso afirmar que estes Crippled Black Phoenix, transportam bem a velha sonoridade para os tempos de hoje, mostrando que o Rock progressivo velhinho está tão fresco hoje como naquele tempo. E estas seis músicas, também, são de notar que poderiam ter sido gravadas e lançadas, tanto hoje como noutra época – finais 60/inícios 70, por exemplo. Músicas essas, que são fruto de um trabalho sensacional. Deliciosas composições e uma brilhante multi-instrumentalização. Não apostam só em longas músicas de ambiente e também investem em alguns factores orelhudos, de deixar partes da música presas na cabeça. Cito como exemplos, o piano de “Fantastic Juice”, a outro de “Bastogne Blues”, a guitarra de “Of a Lifetime” ou a conclusiva curta e alegre “Burning Bridges”. É, de facto, um disco muito bom, apenas não estou muito confortável e familiarizado com a restante discografia da banda, para poder comparar este disco aos anteriores, mas creio que este “I, Vigilante” seja tão bom para começar a ouvir a música da banda, como qualquer outro disco. Com ou sem parecências a Pink Floyd, temos aqui uma das boas obras-primas de 2010.

Avaliação: 8,9


terça-feira, 19 de outubro de 2010

As I Lay Dying - The Powerless Rise


Artista: As I Lay Dying
Álbum: The Powerless Rise
Data de lançamento: 11 Maio 2010
Género: Metalcore (Melódico, Cristão)
Editora: Metal Blade Records
Lista de faixas:

1 – “Beyond Our Suffering”
2 – “Anodyne Sea”
3 – “Without Conclusion”
4 – “Parallels”
5 – “The Plague”
6 – “Anger and Apathy”
7 – “Condemned”
8 – “Upside Down Kingdom”
9 – “Vacancy”
10 – “The Only Constant Is Change”
11 – “The Blinding of False Light”

Há razões para que não se atirem os As I Lay Dying para o monte condenado de bandazecas de Metalcore. Não são dos primeiros mas já aí andam há um tempinho. São mais sólidos e compostos que muitas bandas novas de unhas pintadas aos berros. O talento e a técnica em relação a esses mais fraquinhos, também é de evitar a comparação. E se quiserem ouvi-los para parecer totalmente “badass” também não resulta, porque eles ainda tocam Metal Cristão e isso não vai muito de encontro. Portanto um álbum destes ainda consegue ser algo apelativo. Adianto já que não há nada de novo aqui presente, mas nota-se bastante um crescimento musical e uma evolução na música dos As I Lay Dying, que têm vindo a aperfeiçoar o seu som com o tempo. Óptimo, é o que se requer. São 11 temas que passam muito rápido, devido à energia depositada, àquela agressividade típica, àquele bom peso. Sem abrandar, apenas algumas Intros mais calmas como é o caso da de “Parallels”. As 2 guitarras gémeas de Nick Hipa e Phil Sgrosso riffam e riffam bem, encontrando-se esplendidamente bem tocadas com ocasionais solos soberbos. O baixista Josh Gilbert já se adaptou bem à banda desde a última tour e atina bem nos vocais limpos no que toca aos refrões bonitinhos e catchy – afinal de contas trata-se de Metalcore, e mesmo que nem todos gostem, não vamos já levá-los à cruz… O vocalista Tim Lambesis não se perdeu em samples de filmes de Arnold Schwarzenegger com o seu projecto Austrian Death Machine e ainda sabe bem como grunhir e gritar como deve ser. A bateria de Jordan Mancino foi um dos pormenores que mais apreciei neste disco. Um excelente trabalho de bateria. Técnico, rápido, agressivo, brutal e também porque não… simples. Foi realmente um dos pontos musicais que mais me capturou a atenção. E Adam Dutkiewikcz – guitarrista dos Killswitch Engage, logo também tem uma certa experiência e conforto no estilo – também fez um excelente trabalho no aspecto onde mais se reflectiu a evolução dos As I Lay Dying – a produção. Muito boa esta produção, especialmente em relação aos anteriores álbuns, Dutkiewikcz realmente compreende bem o som da banda, como Sgrosso revelou. É, como já disse, um álbum mais evoluído, o que significa que os As I Lay Dying sabem como trabalhar para progredir. E no final deste disco que nos parece tão curto, ao ser desfrutado, fica-nos aquela sensação se este não será o melhor disco da carreira da banda…

Avaliação: 8,5