Artista:
Head:Stoned
Álbum:
I Am All
Data de lançamento: Outubro 2010
Género: Thrash Metal
Editora: Major Label Industries
Lista de faixas:
1 –
“Through All the Doubts”
2
– “Yet Another Flaw”
3
– “Within the Dark”
4
– “Driven by Fear”
5
– “Invisible”
6
– “Blood Ties”
7
– “Absence of Closure”
8
– “Hope Lies Dead”
9
– “Reaching the Abstract”
10
– “I Am All”
Apesar da cena do Metal nacional estar bem
repartida e termos um pouco de tudo para nosso consolo, talvez seja seguro
dizer-se que quando se fala em Thrash Metal nacional, o primeiro que se pense é
em Thrash Metal moderno com alguns traços de Hardcore que tem vindo a
predominar não só aqui como lá fora. Portanto é possível que ao mencionar-se os
Head:Stoned como uma nova aposta no Thrash Metal com o seu EP de estreia
lançado há 2 anos e o seu primeiro longa duração há cerca de um ano, sem se
ouvir, talvez se emoldure esta banda como mais uma dessas. No entanto é aí que
reside toda a diferença e o que pode catapultar estes Head:Stoned – previamente
denominados Headstone – para a “zona de atenção” de bandas de destaque que
prometam. Ou que neste caso já surpreendam desde o seu início. A banda
Portuense toca um Thrash mais à antiga, sem se prender à fórmula moderna, e
para ter a certeza que ainda se afasta mais do comum, junta-lhe uns toques de
Heavy tradicional e algum Power Metal na voz. Em vez de vocais berrados e
guturais, o talentoso vocalista Vítor Franco canta e canta a sério, não se
limita apenas a ser um mero vocalista, o que ele faz é cantar verdadeiramente
com um trabalho surpreendente a comandar as canções com a sua voz. É na sua voz
que se pode encontrar a influência do Power Metal mas sem aqueles exageros que
muitas vezes encontramos num dos subgéneros mais batidos do Metal. E enquanto
Vítor canta, Pedro Vieira, Nuno Silva e a baixista Vera Sá riffam e não
precisam de ninguém a dizer-lhes como o fazer. Mantendo a mesma base de riff em
todos os temas e mantendo as canções com anatomias semelhantes, o grupo não se
limita e ainda consegue soltar bastante criatividade nos riffs que mesmo ainda
sendo simples, são tão saborosos para o ouvido – mistura de sentidos
intencional. E já que mencionei todos os membros da banda, não posso deixar de
fora o soberbo trabalho de bateria de Augusto Peixoto. Cada membro
desempenhando um excelente papel individualmente e funcionando ainda melhor
como um todo. É assim que os Head:Stoned, ainda sendo uma banda jovem sentindo
agora o sabor do primeiro álbum de estúdio já consegue soar tão madura, tão
talentosa e já tão relevante para a cena de peso do país. Os temas fazem-nos
abanar a cabeça e bater o pé sem quase nos apercebermos e ao fim, fica uma boa
sensação de gozo e que dá vontade de ir ouvir de novo alguns temas como “Through All
the Doubts” e as suas primeiras impressões de vocais poderosos acompanhados por
riffs de barba rija, “Absence of Closure” que soa tão bom e fresco hoje como
soaria há alguns anos atrás, a mais brutal e pesada “Hope Lies Dead” ou a
faixa-título com o seu riff a parecer dar uma piscadela de olho a “Symphony of
Destruction” e o seu envolvente refrão. Isto, enumerando apenas alguns
exemplos, visto que não existe aqui uma única música para encher chouriço. E se
já houve bastante ansiedade para o lançamento deste disco após um EP de tão
elevada qualidade, como se esperará agora pelo obrigatoriamente fortíssimo
segundo álbum? Pena que do nosso país haja pouca projecção para o exterior,
porque cá dentro, já têm um lugar de respeito reservado. E merecem-no.
Avaliação: 8,5
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