quarta-feira, 10 de março de 2010

Vampire Weekend - Contra


Artista: Vampire Weekend
Álbum: Contra
Data de lançamento: 11 Janeiro 2010
Género: Indie Rock, Worldbeat, Folk
Editora: XL Recordings
Lista de faixas:



1 - "Horchata"
2 - "White Sky"
3 - "Holiday"
4 - "California English"
5 - "Taxi Cab"
6 - "Run"
7 - "Cousins"
8 - "Giving Up the Gun"
9 - "Diplomat's Son"
10 - "I Think Ur a Contra"

Quem é que não gosta de Vampire Weekend? Uma das maiores bandas alternativas do momento, com um Indie Folk rápido e agitado, ou como eu gosto de lhe chamar, Rock Hiperactivo - apesar das canções mais calmas. É impossível ouvir isto e não lhe dar, pelo menos um mínimo de valor. Este 2º álbum "Contra" compila em 10 faixas toda a essência de Vampire Weekend. Talvez seja certo que ouvindo o álbum inteiro, é provável que não se encontre nenhuma faixa que iguale os níveis do single "Cousins". Mas, mesmo assim, o recheio continua repleto de óptimas canções. Grandes dotes de guitarra, com riffs rápidos, assim como as baterias, a voz de Ezra Koenig facilmente reconhecível, samples aqui e ali e de vez em quando uma música calma, diferente para dar ambiente, como a conclusiva "I Think Ur a Contra". Não há muito mais a dizer a não ser que se torna extremamente viciante. Podemos, confortavelmente afirmar que os Vampire Weekend são a maior banda dentro do seu género. Pois... Mas que outras bandas haverão com uma sonoridade semelhante? Como demonstração de toda a originalidade, singularidade e creatividade, ouçam o single "Cousins" e pensem se se lembram de alguma música já igualmente feita. Viciante.

Avaliação: 9,1



terça-feira, 9 de março de 2010

You Me at Six - Hold Me Down

Artista: You Me at Six
Álbum: Hold Me Down
Data de lançamento: 11 Janeiro 2010
Género: Pop Punk, Rock alternativo
Editora: Virgin Records, Epitaph Records
Lista de faixas:



1 - "The Consequence" (com Sean Smith)
2 - "Underdog"
3 - "Playing the Blame Game"
4 - "Stay with Me"
5 - "Safer to Hate Her"
6 - "Take Your Breath Away"
7 - "Liquid Confidence"
8 - "Hard to Swallow"
9 - "Contagious Chemistry"
10 - "There's No Such Thing as Accidental Infidelity" (com Aled Phillips)
11 - "Trophy Eyes"
12 - "Fireworks"

"Hold Me Down", segundo álbum dos Britânicos You Me at Six, que até agora tem obtido recepções mistas. A minha crítica, por si só, já é algo mista. Acaba por se tornar confuso classificar este como um bom álbum ou apenas um álbum razoável. Será apenas mais um registo de Punk Pop, ou terá algo de especial, este disco? Fica aí a questão. É que mesmo ouvindo o álbum, o bichinho está sempre lá. Um gajo até se pode concentrar na música e até conseguir penetra-la e as canções agradarem e ficarem bem no ouvido. Mas por outro lado, pode-se estar sempre à espera que algo de mais entusiasmante aconteça... Afinal como é? De qualquer das formas, se há algo que se deve aclamar será a genialidade melódica que estes jovens aplicam a cada canção, com refrões bastante orelhudos. Enquanto não entrarem no irritante, bons refrões memoráveis são bem-vindos. As letras de Franceschi também são significativas e aplaudíveis. E, no fundo, talvez por não se tratar de uma banda Americana não haja aquele apelo pela atenção mainstream - não, não estou a dizer que todas as bandas recentes de Pop Punk Americanas são más... Fácil de se fazer ou não, original ou não, monótono ou o contrário, "Hold Me Down" é um álbum bastante misto, lá está. Mas eu, por mim, considero-o, talvez suficientemente bom. Não me vou armar em esquisito. Talvez até ouça isto mais algumas vezes...

Avaliação: 7,0


quinta-feira, 4 de março de 2010

Six Feet Under - Graveyard Classics 3


Artista: Six Feet Under
Álbum: Graveyard Classics III
Data de lançamento: 19 Janeiro 2010
Género: Death Metal
Editora: Metal Blade Records
Lista de faixas:



1 - "A Dangerous Meeting" (cover de Mercyful Fate)
2 - "Metal on Metal" (cover de Anvil)
3 - "The Frayed Ends of Sanity" (cover de Metallica)
4 - "At Dawn They Sleep" (cover de Slayer)
5 - "Not Fragile" (cover de Bachman-Turner Overdrive)
6 - "On Fire" (cover de Van Halen)
7 - "Pounding Metal" (cover de Exciter)
8 - "Destroyer" (cover de Twisted Sister)
9 - "Psychotherapy" (cover de Ramones)
10 - "Snap Your Fingers, Snap Your Neck" (cover de Prong)

Mais um "Graveyard Classics"!!! Este 3º mostra-se ser bastante melhor que o 2º, pois não passava de covers do "Back in Black" dos AC/DC. Regravaram apenas o álbum. Neste 3º volume, já voltam ao normal e fazem várias covers de bandas influenciais. Desde as bandas de peso-pesado como Metallica, Slayer e Mercyful Fate às clássicas Van Halen e Twisted Sister, passando pelos Ramones e pelos improváveis Bachman-Turner Overdrive... Temos o disco feito por homenagem e curiosidade por parte da banda de Chris Barnes. Sr. Barnes para vocês. Nem todos acham piada a isto. Existem sempre aqueles que acham que uma banda deve manter-se fiel às suas obras originais e que não devem perder o seu tempo a "estragar" canções desta maneira. Mas quem disse que os Six Feet Under estão a estragar alguma coisa? A única coisa que poderão estar a fazer é a divertir-se, pegando em excelentes canções e adaptá-las ao seu estilo de Death Metal groovy. Se a "The Frayed Ends of Sanity" ou a "At Dawn They Sleep" já soavam bastante brutais como eram originalmente, então estes SFU alastraram essa brutalidade e levaram o peso para outras extremidades. As músicas conseguem ser reconhecidas - assim que se ouve a "Psychotherapy" apercebemo-nos logo. É Ramones. - e manter o peso estilístico habitual de Barnes & Ca. Os riffs saltitam entre o brutal e o groovy - para quem já conhece bem Six Feet Under, sabe do que é que eu estou a falar - e a voz de Barnes soa maravilhosamente profunda, baixa e tremida, facilmente reconhecível, soando a mais ninguém. Para ouvir os seus vocais de forma mais extrema, só indo aos seus velhos tempos nos Cannibal Corpse. Portanto, o álbum soou-me bastante desfrutável. Sim, sim, eu sei, que o ideal e esperado mesmo, era um novo álbum de originais, mas até lá, não há-que se descontentar com este registo.

Avaliação: 7,8



quarta-feira, 3 de março de 2010

Kanye West - VH1 Storytellers


Artista: Kanye West
Álbum: VH1 Storytellers
Data de lançamento: 5 Janeiro 2010
Género: Hip Hop, Pop
Editora: Roc-A-Fella Records
Lista de faixas:


1 - "See You in My Nightmares"
2 - "Robocop"
3 - "Flashing Lights"
4 - "Amazing"
5 - "Touch the Sky"
6 - "Say You Will"
7 - "Good Life"
8 - "Heartless/Pinocchio Story"
9 - "Stronger"

Mais um artista que participou no "Storytellers" do VH1 e gostou tanto que decidiu lançar o concerto como álbum. Ou precisava de uns troquitos e teve que pôr alguma coisa nas lojas. Mas isso agora também não importa. Um herói da sociedade, Kanye West junta-se aos vários artistas que decidiram juntar a sua participação no "Storytellers" à sua discografia. Apesar de apenas ter 9 canções, o disco ainda tem bastante recheio, pois em Storytellers existem sempre os momentos de falar com o público. Com "Touch the Sky" a roçar os 10 minutos e "Heartless" alcançando já os 11, este álbum ainda é bastante extenso, mesmo para o número reduzido de faixas e só um verdadeiro fã de Kanye é que vai ouvir com gosto - já depois de ter visto. Os seus comentários variam entre a humildade "I'm sorry for acting like a bitch at award shows..." apesar de dito com uma certa ironia e causando risos do público e entre a arrogância e o ego colossal "My greatest pain in life is that I will never be able to see myself perform live". É certo que Kanye West já há um tempo que se tem vindo a tornar uma personagem facilmente detestável, mas este álbum - mesmo que não acrescente nada à sua carreira - oferece 1 hora de entretenimento para os fãs, com música ao vivo, piadas e homenagens.

Avaliação: 7,2




terça-feira, 2 de março de 2010

Ke$ha - Animal


Artista: Ke$ha
Álbum: Animal
Data de lançamento: 5 Janeiro 2010
Género: Dance Pop, Electropop
Editora: RCA Records
Lista de faixas:




1 - "Your Love Is My Drug"
2 - "Tik Tok"
3 - "Take It Off"
4 - "Kiss n Tell"
5 - "Stephen"
6 - "Blah Blah Blah" (com 3OH!3)
7 - "Hungover"
8 - "Party at a Rich Dude's House"
9 - "Backstabber"
10 - "Blind"
11 - "D.I.N.O.S.A.U.R."
12 - "Dancing with Tears in My Eyes"
13 - "Boots & Boys"
14 - "Animal"

Antes de começar com o texto crítico propriamente dito, vou antes de mais nada, assumir rapidamente que já 75% das pessoas que lêem isto já estão fartos da "Tik Tok". Sim, aquela cançãozinha de dança irritante que dá 2 vezes a cada hora na rádio e na MTV. E vou avançar, também muito rapidamente para o álbum em si, e digo já de uma vez: é practicamente igual a esse single. Tudo músicas de dança construídas à volta de beats electrónicos, samples, vozes distorcidas e refrões de se entranharem no ouvido - para desgosto de muitos. Já sabemos bem que é essa a música que Ke$ha pretende levar para a frente, portanto não se pode cair-lhe encima de imediato apenas pelo seu estilo... É um bom CD para ser dançado por meninas aspirantes a pop-star e para pôr adolescentes a saltar encima da cama. Letras pessoais - com bebedeira incluída em mais de metade e "D.I.N.O.S.A.U.R." a falar em ser assediada por homens mais velhos - e não são poucas as vezes que a palavra "shit" está para ser cuspida, mas é abafada por um som distorcido aleatório, em acto de auto-censura. Para Pop electrónica de dança, já nos chega a Lady Gaga, que panca tem ela que chegue para todos, graças a Deus; Já andam os Black Eyed Peas também a brincar com as tabelas de vendas, com hits a arranhar os ouvidos - e esses já foram bons, anteriormente. Pergunto-me... Precisamos de mais uma destas? (Nota: Terei sido eu o único a assustar-me seriamente com as semelhanças extremas do beat de "Blind" com a colossal "I Gotta Feeling"?!?!?!)

Avaliação: 4,0





(Vídeos incluídos nos artigos, a partir de agora)

segunda-feira, 1 de março de 2010

Katharine McPhee - Unbroken


Artista: Katharine McPhee
Álbum: Unbroken
Data de lançamento: 5 Janeiro 2010
Género: Pop
Editora: Verve Forecast Records
Lista de faixas:




1 - "It's Not Right"
2 - "Had It All"
3 - "Keep Drivin'"
4 - "Last Letter"
5 - "Surrender"
6 - "Terrified"
7 - "How"
8 - "Say Goodbye"
9 - "Faultline"
10 - "Anybody's Heart"
11 - "Lifetime"
12 - "Unbroken"
13 - "Brand New Key"

Mais uma das caras bonitas e talentosas saídas do "American Idol"... Katharine McPhee regressa ao seu público, com o seu segundo álbum, "Unbroken". O resultado acaba por ser surpreendentemente diferente do primeiro, pois McPhee vira as costas ao seu antigo Dance Pop/R&B para um público jovem e procura algo mais Soft Rock contemporâneo e easy-listening para um público mais adulto. No entanto, este disco acaba por soar algo insípido. Se o primeiro soa demasiado batido e cliché, este segundo é muito diferente. O talento de McPhee é inquestionável - apesar de ser um programa feito para vender, seria difícil o "American Idol" deixar passar alguém que não soubesse cantar. Tem uma boa voz dócil e neste disco já participa mais activamente na escrita das letras. Mas lá está. Ainda falta qualquer coisa... A música é feita mais à base de acústica e piano... Talvez haja um elevado número de baladas... Se forem antigos fãs da antiga McPhee, certamente que se divertem mais se voltarem a ouvir o seu primeiro disco. Apesar da sensação de vazio que fica após a reprodução do álbum e do maçador que podem ser 3 baladas seguidas - "Say Goodbye", "Faultline" e "Anybody's Heart" - o álbum não pode ser considerado mau e McPhee soa bastante confortável nesta sua sonoridade nova. Indubitavelmente, um álbum para atrair novos ouvintes.

Avaliação: 6,0




(Vídeos incluídos nos artigos, a partir de agora)

[Clássico do Mês] System of a Down - Toxicity


Artista: System of a Down
Álbum: Toxicity
Data de lançamento: 4 Setembro 2001
Género: Metal alternativo, Nu Metal, Hard Rock, Rock psicadélico
Editora: American Recordings
Lista de faixas:

1 - "Prison Song"
2 - "Needles"
3 - "Deer Dance"
4 - "Jet Pilot"
5 - "X"
6 - "Chop Suey!"
7 - "Bounce"
8 - "Forest"
9 - "ATWA"
10 - "Science"
11 - "Shimmy"
12 - "Toxicity"
13 - "Psycho"
14 - "Aerials"
15 - "Arto"

Em 1998, a banda Arménio-Americana System of a Down tinha lançado o seu álbum de estreia "System of a Down". Apesar do seu moderado sucesso comercial e da aclamação crítica, ainda faltava aos SOAD estabelecerem-se no mercado musical seriamente. Portanto em Setembro de 2001 saiu isto. "Toxicity". O 2º álbum, o que mais exige trabalho dum artista, o derradeiro álbum, o que pode construir ou destruir uma carreira. O 2º álbum de System of a Down é simplesmente "Toxicity", provavelmente a sua maior obra-prima e uma das mais importantes da década. Um álbum cheio de garra, poder, peso e muito Art-Rock psicadélico, fazendo uma deliciosa michorda, obrigatória para quem quiser começar a ouvir System of a Down. As canções são feitas com bases em riffs "ensurdecedores", no bom sentido e pelos vocais talentosos e soberbos de Serj Tankian - que neste álbum domina, enquanto que nos seguidores "Mezmerize" e "Hypnotize", a voz de Daron Malakian também preenche bem o CD. A forma como as canções são tocadas... É como se os System of a Down pegassem no Nu Metal de Korn ou Slipknot e lhe juntassem uma dose de Hard Rock psicadélico à antiga, com uma gigante porção de originalidade e singularidade, criando um som puramente único. Daí as dificuldades e discordâncias quando chega ao momento de classificar o estilo de System of a Down. Canções curtas - que, apesar de acabarem demasiado rapidamente, não nos deixa a sensação de que devia haver mais ou que falta alguma coisa - as letras saltam entre as críticas políticas e sociais de "Prison Song" ou "Science", as letras aleatoriamente humorísticas de "Bounce" - "Jump!/Pogo pogo pogo pogo pogo pogo pogo!/Bounce!/Pogo pogo pogo pogo pogo pogo pogo" ou "I went out on a date/With a girl, a bit late/She had so many friends/I brought my pogo stick/Just to show her a trick/She had so many friends" - e as mensagens pouco usuais do Rock, mas que com SOAD até chegam a fazer sentido como em "Shimmy" - "Don't be late for school again". Os singles "Chop Suey!", "Aerials" e "Toxicity" são agora hinos do Rock da década e staples dos seus concertos, com o seu merecido destaque. O único defeito deste álbum será a sua exposição à mainstream, que atrai qualquer tipo de audiência. System of a Down, ultimamente acabaram por se tornar das bandas "preferidas" de pseudo-metalheads e tornaram-se referência para qualquer adolescente nervoso que esteja a atravessar uma fase em que precisa de chamar a atenção e de dizer que é extremo. Isto vem a causar também algumas camadas de haters, para além do outro tipo de pseudo-metalheads - o que ouve, propositadamente aquilo que mais ninguém conhece... pelo menos na sua turma. É claro que se pusermos de parte esses indivíduos, podemos perceber que System of a Down são uma banda genial, talentosa e criativa e certamente das mais influenciais desta última década. Aguardamos o seu regresso...





(Vídeos incluídos nos artigos, a partir de agora)