segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Meisa Kuroki - Attitude EP


Artista: Meisa Kuroki
Álbum: Attitude
Data de lançamento: 1 Janeiro 2010
Género: Pop, R&B, Dance
Editora: Studioseven Recordings
Lista de faixas:

1 - “Attitude (Intro)”
2 - “Are Ya Ready?”
3 - “Kind of Guy”
4 - “#1”
5 - “No Restriction (Interlude)”
6 - “Late Show”
7 - “Stand Up!”
8 - “Before Dawn (Interlude)”
9 - “Awakening”

Isto é considerado um EP, pelos seus mesquinhos 27 minutos... Mas o seu anterior álbum “Hellcat” considerado um álbum de estúdio mais apropriado, apenas andava pelos 30 minutos... E em faixas, até tinha menos uma que este EP... Este só tem 2 Interludes e uma Intro para ter menos tempo. Falta de imaginação? Ou intenção propositada de cortar o tempo para fazer um EP? Não tenho bem a certeza... Mas que, de qualquer das maneiras, há falta de imaginação na música em geral deste EP, isso é verdade. Querem ouvir Pop com ritmos dançáveis e beats de R&B, com a voz de Meisa distorcida aqui e ali? Então podem ouvir este “Attitude” ou uma outra coisa qualquer que ande por aí na mainstream que seja deste género, porque soa practicamente igual. A razão para a música deste álbum ser tão fraca é fácil: Meisa Kuroki é uma actriz e modelo, que teve curiosidade em experimentar fazer umas musiquitas. Uma jovem atraente – este pode ser um caso em que a capa venda mais que a música – já tem uma curta mas razoável carreira televisiva e já é relativamente reconhecida. Decide gravar um álbum... Rock alternativo? Hard Rock? Algo de novo experimental? Um projecto Indie feito só por gosto? Não. Uma vulgar colecção de música Pop dançável que já se fabrica às massas, algo que tenha mais a ver com ela. E, por muito bem que Meisa tenha feito o seu trabalho, não se trata de nada de especial. Resumindo toda a descrição do EP numa só palavra: desinteressante. Entretêm-se mais a procurar umas fotos dela no Google...

Avaliação: 4,0




Este artigo foi publicado anteriormente no site Otaku no Uchi, que foi recentemente fechado.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Danzig - Deth Red Sabaoth


Artista: Danzig
Álbum: Deth Red Sabaoth
Data de lançamento: 22 Junho 2010
Género: Heavy Metal, Hard Rock
Editora: Evilive, The End Records
Lista de faixas:

1 – “Hammer of the Gods”
2 – “The Revengeful”
3 – “Rebel Spirits”
4 – “Black Candy”
5 – “On a Wicked Night”
6 – “Deth Red Moon”
7 – “Ju Ju Bone”
8 – “Night Star Hel”
9 – “Pyre of Souls: Incanticle”
10 – “Pyre of Souls: Seasons of Pain”
11 – “Left Hand Rise Above”

O regresso de Danzig após 6 anos, depois de “Circle of Snakes”. A não ser que queiram contar com “Black Aria II” de 2006, mas isso já se trata de um álbum de música ambiente lançado com o nome “Glenn Danzig”. E o melhor que temos a admitir, a partir do disco que nos é apresentado, é o facto de ser Glenn Danzig o nome que aqui soa. Fundador e vocalista dos Misfits, este homem, já um veterano, já sabe bem o que anda aqui a fazer e qualquer registo que lance é de respeito. É também o facto de se tratar de Glenn Danzig que nos lembra algumas das influências que aqui se encontrem dos Misfits, no entanto tratando-se de um projecto diferente. Não é o mesmo Horror Punk que os Misfits criaram e tornaram famoso, mas sente-se aquele sangue a correr por ali e tratando-se de um disco mais Hard Rock com influências Punk/Blues/Metal, acaba por ser um registo interessante de se ouvir – talvez pela sua simplicidade, visto que os discos mais aventureiros e experimentais tiveram recepções mais mistas. Canções decoradas com uma excelente produção, na qual a voz de Danzig se sobressai perante os instrumentos. Resumindo por alto o disco, aqui há deliciosos riffs como na faixa de abertura “Hammer of the Gods”, “Deth Red Moon” ou o meu favorito de “Night Star Hel”, há refrões cuja simplicidade e repetição faz com que rapidamente se apeguem e se agarrem que nem carraças, como o de “On a Wicked Night”, temos uns vocais à-la Elvis em “Ju Ju Bone” – que também sabe bem como se apegar – e ate uma épica “Pyre of Souls”, dividida em 2 partes, “Incanticle” – uma introdução instrumental com direito a piano – e “Seasons of Pain” – apenas uma excelente malha de Rock. Créditos merecidos a Glenn Danzig, que acompanhado por excelentes músicos como o guitarrista/baixista Tommy Victor e o baterista Johnny Kelly, ainda se destaca e cumpre com a sua grossa fatia de trabalho, fornecendo os vocais, tocando guitarra, baixo, piano e até a menos usual bateria em “Black Candy”. Como já disse, trabalho que merece respeito pelo veterano que aqui se ouve, mas também por ser um bom e divertido álbum. Não inova em nada, mas não foi feito para inovar, mas sim para os velhos fãs gostar. Missão cumprida, então.

Avaliação: 7,9


quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Korn - Korn III: Remember Who You Are


Artista: Korn
Álbum: Korn III: Remember Who You Are
Data de lançamento: 13 Julho 2010
Género: Nu Metal, Metal Alternativo
Editora: Roadrunner Records
Lista de faixas:

1 – “Uber-Time”
2 – “Oildale (Leave Me Alone)”
3 – “Pop a Pill”
4 – “Fear Is a Place to Live”
5 – “Move On”
6 – “Lead the Parade”
7 – “Let the Guilt Go”
8 – “The Past”
9 – “Never Around”
10 – “Are You Ready to Live?”
11 – “Holding All These Lies”

O inevitável destino das bandas de Nu Metal. Cair. Até mesmo para os pioneiros. Pena é que a única coisa que realmente causa uma decadência é a mentalidade de alguns dos antigos fãs, que os ouviam quando era moda e depois deixaram-nos cair no esquecimento. E devido a essa mesma moda, e ao tipo de fãs que a banda obtém, lá aparecem os haters que todas as bandas se habilitam a ter assim que começam a vender discos. Outros tipos como eu ficam sempre à espera que venha o novo para desfrutarem. O anterior “Untitled” ou “Korn II”, como preferirem chamar-lhe, foi alvo de várias críticas negativas que notaram o som mais leve e experimental. Eu por outro lado fiquei bastante agradado e preso com algumas melodias que conseguiram puxar, uns bons riffs mesmo que não sejam aqueles ruidosos que faziam ao início, as estruturas eram algo diferentes das habituais da banda e isso cativou-me bastante. No entanto o choro que se ouvia era o de alguns fãs que preferiam de longe o som antigo da banda. O que há a fazer para o novo disco de 2010? Simples. Pegar naquilo que os fãs andaram a pedir e aumentar-lhe o volume. Ouso dizer que o que há aqui presente aproxima-se bastante de algum do material que se encontra no mítico álbum de estreia “Korn” ou um “Life Is Peachy” ou “Follow the Leader”. Desde o single “Oildale (Leave Me Alone)” e o seu curto e grosso riff, o refrão suficientemente simples para se colar e toda a estrutura “in your face” já nos traz alguma água à boca. E o disco não desilude. Há aquela fúria que havia em discos anteriores e riffs como os de “Pop a Pill”, “Fear Is a Place to Live”, “Lead the Parade”, “Are You Ready to Live?” ou se formos a ver bem, o de qualquer música, foram feitos para nos deixar tudo menos indiferente a eles e já podem juntar-se à lista em conjunto com alguns como de “Did My Time”, “Blind”, “Y’All Want a Single”, “Here to Stay” e muitos mais. Pelo meio há aquelas letras já típicas de Jonathan Davis, cantadas com a sua inconfundível voz e com aquele tom de fúria que no último “Untitled” encontrava-se um pouquinho em minoria. Excelente trabalhos nos refrões para que as canções não sejam só ruidosas mas também tenham o seu quê de “catchy” e sem querer exagerar, até de “poppy”. O baixo! Temos aquele baixo tocado em “slap” cujos seus estalinhos nos dizem de imediato que se trata de uma música dos Korn. Aqui encontra-se com folia e diz-nos que Arvizu ainda aguenta bem das mãos e dos dedos para tocar como bem sabe. A maluquice experimental aqui já se encontra menos sublinhada do que nos outros registos mais recentes da banda, mas ainda temos a introdução “Uber-Time” e os sons do final de “Never Around”. Para além do primeiro single “Oildale”, “Let the Guilt Go” é mais um hino de estádio e promete ser uma favorita, não só deste álbum, mas de todo o catálogo dos Korn. Brilhante. Mais simples e mais directo que os últimos. No entanto, também é mais Korn. E mesmo que também seja previsível que existam algumas opiniões como “Korn a tentar regressar às origens, agora, depois de velhos, blá blá blá”, não importa. Com este disco à antiga, e com a sua fantástica abordagem do estilo que criaram, posso dizer que este “Remember Who You Are” se trata do melhor álbum que os Korn lançaram em anos…

Avaliação: 9,3


Cypress Hill - Rise Up


Artista: Cypress Hill
Álbum: Rise Up
Data de lançamento: 13 Abril 2010
Género: Hip Hop, Rap Rock, Rap Metal
Editora: Priority Records
Lista de faixas:

1 – “It Ain’t Nothin’” (com Young De)
2 – “Light It Up”
3 – “Rise Up” (com Tom Morello)
4 – “Get It Anyway”
5 – “Pass the Dutch” (com Evidence e The Alchemist)
6 – “Bang Bang”
7 – “K.U.S.H.”
8 – “Get ‘Em Up”
9 – “Carry Me Anyway” (com Mike Shinoda, dos Linkin Park)
10 – “Trouble Seeker” (com Daron Malakian, dos System of a Down)
11 – “Take My Pain” (com Everlast)
12 – “I Unlimited”
13 – “Armed & Dangerous”
14 – “Shut ‘Em Down” (com Tom Morello)
15 – “Armada Latina” (com Pitbull e Marc Anthony)

6 anos desde que saiu “Till Death Do Us Part” dos Cypress Hill. Ou seja, desde 2004 que não tínhamos aqueles malabarismos que os Cypress Hill faziam com a música dentro dum disco, em que ora faziam Hip Hop puro, como desatavam a acrescentar-lhe aí uns riffs agressivos e faziam Rapcore/Rap Rock. Por muitas vezes também há influências latinas – que não soam bem de todo – devido à origem Latino-Americana dos membros da banda. No anterior “Till Death Do Us Part” até houve alguma influência de Reggae e o disco aparentava ser um pouquinho mais religioso. E o ponto essencial: os Cypress Hill pareciam estar a perder a faísca que tinham inicialmente nos tempos de “Cypress Hill” e “Black Sunday”. Daí que não tivessem havido muitas saudades do grupo, durante a longa pausa e até se achou que um intervalozinho talvez lhes fosse fazer bem, para recuperar alguma força. E realmente serviu para recuperar alguma força, não toda. Os Cypress Hill já se encontram em alguma forma, mas nota-se que a “cabeça” que tinham nos discos iniciais já não é exactamente a mesma que inicialmente e que mesmo para uma banda tão versátil como os Cypress Hill, a determinado momento torna-se difícil conseguir manter a essência sem a repetir. Portanto, com algum esforço os Cypress Hill ainda conseguem fazer este disco singrar relativamente. Apesar de o disco ser maioritariamente na pureza do Hip Hop, e de ser ainda um bom Hip Hop, bem praticado e com tudo no sítio, as faixas que acabam por se destacar mais são as que penetram Rock no Hip Hop. A participação de Tom Morello no hino de punho erguido “Rise Up” é maravilhoso e a sua guitarra torna-se mágica como sempre; numa faixa mais Pop/Rock, Mike Shinoda, dos Linkin Park dá-nos um calmo refrão agradável, a juntar ao trabalho de Rap dos CH; “Trouble Seeker” destaca-se como uma faixa realmente de “Rap Metal” e a energia que o riff que Daron Malakian, guitarrista dos System of a Down fornece é inigualável em todo o disco – e foi a música que me deu vontade de aumentar o volume. Tom Morello regressa em “Shut ‘Em Down” para mais umas riffadas que gritam “Morello” a cada nota. E mais valia o álbum ter-se ficado por aí, porque a faixa “Armada Latina”, com Pitbull – um grande e respeitável nome, como podem reparar – e Marc Anthony, numa enchorrada de música latina com um refrão que, ao contrário de “Trouble Seeker”, fez-me tirar-lhe volume, porque até se tornava embaraçoso. Mas fora essa última faixa, é um álbum que se aguenta bem e que certamente irá trazer uns sorrisos aos fãs de Cypress Hill. Ainda não é aquele “bom álbum” da banda, mas pelo menos “bastante aceitável” para a banda que é, já serve.

Avaliação: 7,4


Christina Aguilera - Bionic


Artista: Christina Aguilera
Álbum: Bionic
Data de lançamento: 4 Junho 2010
Género: Pop, Electropop, R&B, Dance Pop
Editora: RCA Records
Lista de faixas:

1 – “Bionic”
2 – “Not Myself Tonight”
3 – “Woohoo” (com Nicki Minaj)
4 – “Elastic Love”
5 – “Desnudate”
6 – “Love & Glamour (Intro)”
7 – “Glam”
8 – “Prima Donna”
9 – “Morning Dessert (Intro)”
10 – “Sex for Breakfast”
11 – “Lift Me Up”
12 – “My Heart (Intro)”
13 – “All I Need”
14 – “I Am”
15 – “You Lost Me”
16 – “I Hate Boys”
17 – “My Girls” (com Peaches)
18 – “Vanity”

Lembro-me que quando apareceu a Lady Gaga, uma coisa que eu e outras pessoas notamos foi que havia uma certa semelhança no seu tom de voz com o de Christina Aguilera. Não era sempre, mas haviam momentos em que a voz realmente fazia lembrar, principalmente no refrão de “Poker Face”. Portanto não iria tão longe ao dizer que a Gaga era uma imitadora da Aguilera, de maneira nenhuma. A Lady Gaga lá arranjou maneira de, adicionando absolutamente nada à música Pop do momento, com um visual completamente marado, atitudes propositadas para chocar o público e outras euforias, garantir uma posição como a principal face da música Pop actual. Isso vai fazer surgir um bom monte de imitadoras, ou seguidoras, influenciadas como queiram. E ironicamente, a própria Christina Aguilera caiu na mesma esparrela. E porquê? Porquê é que ela também quis fazer daquele Dance Pop electrónico que já está tão batido que já soa quase a auto-paródia? Porquê as letras “filthy” com temas sexuais perversos, independentemente da principal faixa etária que vá dar atenção a essa música? E porquê a imagem extravagante, futurista e… robótica? Não sei porquê, mas a Christina Aguilera deixou-se cair nessa mesma esparrela com uma força descomunal. Ainda por cima, depois de “Back to Basics”, um disco bastante “retro” com um estilo Jazz/Swing remontante aos anos 20/30/40. Não vai de encontro aos gostos de todos – nem aos meus – mas é com certeza uma das melhores coisas que qualquer princesinha da Pop poderia ter feito. E logo depois desse aclamado disco, vem este desastroso “Bionic”. Desde o single “Not Myself Tonight” que era possível perceber que havia algo de muito errado na aposta de Christina Aguilera. Mas ao ouvir o disco e ouvirmos os primeiros segundos de “Bionic”, a faixa de abertura, dá para perceber que vai ser doloroso ouvir o registo todo. Experimental? Não acho. Creio que quando se fala em algo experimental, fala-se em descobrir algo novo, experimentar outras influências ainda não utilizadas, fazer misturas pouco usuais, criar algo novo, fazer música inimitável. Não é copiar os factores da música dos outros para que encaixe bem no panorama presente. E desde o início que é sempre a descer, passando pelo constrangedor uso da língua espanhola em “Desnudate”, o dueto Rap-Meets-Pop de “Woohoo” ou aquela típica canção “I’m dirty and I like it” que é “Sex for Breakfast”. Momento estranho. Entre “All I Need” e “You Lost Me”, só temos baladas ao estilo da “Beautiful” ou da “Hurt”. Deve ser do melhor que vai aparecendo por aqui, não fosse o facto de se encontrar tudo seguido e posicionado no final do disco, dando-nos a impressão de que a X-Tina se fartou a determinado ponto e decidiu então fazer aquilo que gosta - e o resto era forçado. No entanto, nas 3 últimas faixas volta ao mesmo e aquilo que devia ser uma promissora faixa – devido à participação da genial Peaches – também teve muito pouco relevo, talvez pela participação despercebida da Peaches. O álbum fecha com a faixa mais pateta, “Vanity”, que começa com uma afirmação “I’m not cocky! I just love myself” e passa por outros versos embaraçosos como “That bitch is so fucking hot”, referindo-se a ela própria ou o refrão “I turn myself on”. Normalmente quando escrevo estes textos sobre algo fora do meu estilo tento ser o máximo de imparcial e avaliar fora do meu gosto. Mas mesmo assim, este “Bionic” não deixa de me soar desastroso…

Avaliação: 3,4


sábado, 20 de novembro de 2010

Eu e Os Meus Onanismos - O Fim Só


Artista: Eu e Os Meus Onanismos
Álbum: O Fim Só
Data de lançamento: 2010
Género: Grindcore, WTF Rock
Editora: Independente
Lista de faixas:

1 – “Missa da Tarde”
2 – “Com Educação”
3 – “3%”
4 – “Sair”
5 – “Porque Me Tratas Mal”
6 – “Qual Passagem”
7 – “Agostinho da Silva”
8 – “Gargalhadas Necrófagas”
9 – “Ruma ao Infinito”
10 – “Temes”
11 – “Relógio Biológico”
12 – “Armazém”
13 – “Homem que Fumava”
14 – “Obscenos Valores”
15 – “Moral Infecta”

Mau! Assim não gosto! Se ainda se lembram do épico projecto “Eu e Os Meus Onanismos” da minha crítica feita ao “Mas que Grande Chatice” sabem como é que descobri isto. E sabem como é que gosto de ouvir isto. E porquê também. Estupidez. As músicas do primeiro álbum, demo, qualquer coisa eram tão ridiculamente más que um gajo era obrigado a rir-se e até a ir ouvir as músicas outra vez. E depois tinha a “Biff”. Essa aí era simplesmente genial. E é verdade que agora o Eu e Os Meus Onanismos nunca conseguirá igualar um hino como a “Biff”, daí a descida de… er… qualidade no 2º álbum. Havia músicas com piada… Mas não havia nada com tanta piada como a “Biff”! Então e neste 3º vai ainda mais abaixo… É que todas as músicas foram feitas para ser sérias!! Com a esperança que isto fosse realmente um projecto-paródia com aquelas músicas iniciais e depois ouvir isto com músicas em que parece haver um esforço na composição das músicas (??) longas partes instrumentais (?!?!) e até mensagens a ser transmitidas. Não, obrigado. Eu só ouvia isto por parvoíce, é lembrar. No preciso momento em que tenho que levar as músicas quase a sério então aí já não é “So Bad It’s Good”, já se fica só pelo “So Bad It’s Horrible”! A única coisa mais ou menos engraçada é a profunda poesia que há na faixa de abertura “Missa da Tarde” visível em versos como “E todos os dias/A assistência ao domicílio/Leva a Dona Maria/E a sua cadeira de rodas/A assistir à missa/Se fosse para o caralho/E dar trabalho/À puta que a pariu”. Pronto, a estupidez disso ainda é aceitável. O resto é simplesmente aborrecido e agoniante. “3%” é uma crítica política! Depois, pronto, a música é aquilo que já tinha dito na crítica anterior. A voz faz lembrar os sons estranhos que troco com os meus amigos no Messenger através do microfone do PC, bateria e baixo computadorizados – o melhor são os blast beats que às vezes se ouvem, ou aqueles pratos também muito bons – depois a guitarra com elaboradíssimos riffs que desafinam demais até para Grindcore. Como se fosse uma paródia de música amadora através de estereótipos reles. E ainda por cima, as músicas estão mais longas. “Sair” e “Temes” com 4 minutos, “Obscenos Valores” com 5? Deus me livre! Muito melhor quando eram faixas ruidosas com menos de 1 minuto, ao menos assim lá se dizia o que tinha a dizer e ia-se embora logo, aqui ainda fica a enrolar – em “Temes” aprendeu um riff giro, pronto, é esticá-lo até à exaustão por 4 minutos. Portanto, este álbum é uma desilusão… Para mim que ainda gosta de ouvir isto pela sua elevada parvoíce, porque para quem preferir música a sério, sigam em frente, isto não existe. E quero acabar este texto crítico com a missão que tenho tido nestes últimos tempos: Por favor, peço, suplico e imploro pela letra da “Biff”! A sério que a quero!

Avaliação: 1,6



MISSA DA TARDE

E.eO.M.O. | Myspace Music Videos

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Cancer Bats - Bears, Mayors, Scraps & Bones


Artista: Cancer Bats
Álbum: Bears, Mayors, Scraps & Bones
Data de lançamento: 13 Abril 2010
Género: Hardcore Punk, Sludge Metal, Metalcore
Editora: Distort Entertainment
Lista de faixas:

1 – “Sleep This Away”
2 – “Trust No One”
3 – “Dead Wrong”
4 – “Doomed to Fail”
5 – “Black Metal Bicycle”
6 – “We Are the Undead”
7 – “Scared to Death”
8 – “Darkness Lives”
9 – “Snake Mountain”
10 – “Make Amends”
11 – “Fake Gold”
12 – “Drive This Stake”
13 – “Raised Right”
14 – “Sabotage” (cover de Beastie Boys)

“Bears, Mayors, Scraps & Bones“. Nome do álbum retirado das alcunhas dadas a cada um dos membros da banda. Terceiro álbum da banda que teve agora mais exposição – apesar de muitos berros, o vídeo de “Sabotage” teve algum airplay frequente em canais de música. E é daquele tipo de disco que vai directo ao assunto e os Cancer Bats podiam perfeitamente colocar um rótulo na capa do disco a dizer “Música agressiva e brutal para abanar de cabeças e mosh”. É que mal se começa a tocar o disco, que levamos com uma enchorrada de bons riffs, agradáveis de se ouvir, mesmo que não sejam muito técnicos propriamente. Berros bem puxados do vocalista Liam Cornier para que a brutalidade não se fique só pela parte instrumental e se estenda ainda mais. São canções curtas apenas para deixar bem claro a ideia. É como se chegassem aqui, soltassem toda a agressividade que têm para aquele momento e se retirassem. Não perdem tempo com pormenores desnecessários para encher, nada de fillers. Talvez o único que haja a apontar de alguma forma desnecessário é a quantidade de faixas. Um álbum destes costuma servir-se bem curtinho, e com 14 músicas corre-se o risco de redundância. Mas lá nessa parte, controlaram-se bem e pronto, são mais umas musiquitas para os fãs destruir mais algumas coisas lá em casa. E é daquele tipo de música pouco fácil de caracterizar. Tem uma agressividade e uns berros que talvez sejam um pouco demais para ser apenas um regular Hardcore Punk, no entanto fica muito aquém da brutalidade requerida para ser Thrash ou Death Metal. Mas que se dane lá o estilo ou o rótulo ou coisa que o valha, isto é para se ouvir e ir ao concerto abanar até deixar de sentir alguns membros e criar o tal “efeito de autoclismo” no público. Um disco de berreiro agradável.

Avaliação: 7,9