Filme/Concerto/Documentário: U2 Live at Red Rocks: Under a Blood Red Sky
Data de lançamento: Maio 1984
Género: Rock, Post-Punk, Rock alternative
Editora: Island Records
Setlist:
1 – “Surrender”
2 – “Seconds”
3 – “Sunday Bloody Sunday”
4 – “October”
5 – “New Year’s Day”
6 – “I Threw a Brick Through a Window”
7 – “A Day Without Me”
8 – “Gloria”
9 – “Party Girl”
10 – “11 O’Clock Tick Tock”
11 – “I Will Follow”
12 – “’40’”
Ainda não eram os enormes U2, ainda não eram uma das maiores bandas ao vivo e até se aventuraram na América onde ainda tinham pouco reconhecimento. Mas tanto com o álbum “Under a Blood Red Sky” como com o respectivo filme “Live at Red Rocks”, primeiros registos ao vivo da banda Irlandesa, que deu para perceber que o grupo de Bono & Ca. não era apenas um grupo comum que ia conseguindo fazer uns discos porreiros de Rock no futuro. Aqueles moços que naquele palco se encontravam estavam a preparar-se para causar um impacto enorme no panorama musical do futuro e estabelecer-se como uma das mais importantes e marcantes bandas de sempre. O filme começa a mostrar o dia chuvoso em que se planeava o concerto e reacções de fãs quanto ao tempo desfavorável. Ninguém queria saber. Todos esperavam o concerto, com chuva ou sem chuva. Semelhante ao caso Português recente, em Outubro de 2010, quando a banda passou pelo nosso país em dias pesados de Inverno - mesmo que fosse no Outono, vocês percebem. A plateia e todos os fãs, apenas esperavam pelo fantástico show que se aproximava, pouco ou nada lhes importava um pouco de chuva. Com o início do concerto, com a música “Surrender” que dá para entender uma coisa para quem vê este filme anos depois de os U2 já se terem tornado gigantes: o palco é ridiculamente minúsculo em comparação aos palcos actuais, mas o espectáculo fornecido pela banda é tão electrizante como os actuais. Para quem veria o filme pela primeira vez ao seu lançamento, apenas poderia esperar para ver o que é que esses jovens Irlandeses guardavam no bolso para o seu promissor futuro. Os factores visuais que mais tarde viriam a fazer parte das suas Tours – algumas como a Zoo TV ou a PopMart são de destacar no que toca a espectáculo visual – não se encontram aqui, mas já se vê uma enorme dedicação e devoção ao concerto por parte da banda, e claro, os momentos mais políticos, que desde bem cedo que vêm a fazer parte do catálogo musical dos U2, com alguns momentos mais de protesto, como é o caso da performance de “Sunday Bloody Sunday”. Alguns poderão já ter visto o excerto de “Sunday Bloody Sunday” sem ter visto o filme, pois é o excerto que canais de música como o Vh1 utilizam para servir de ”vídeo oficial” da música. O show, a música perfeitamente bem tocada, a paixão visível nos membros da banda enquanto trabalham, a interacção de Bono com o público, a loucura daquele público Americano ao receber a banda e até mesmo a paisagem e o clima que ainda serviram para intensificar a performance da banda: tudo isso é o necessário para contribuir para um concerto se poder considerar perfeito. Porque, de facto, não há falhas a apontar ao vermos este filme de quase 1 hora. Nem mesmo a falta de familiaridade do público em relação a costumes de concertos dos U2, como por exemplo continuar a cantar o verso “How long to sing this song?” do refrão de “40” depois de a banda sair do palco. Conta a história que foi o “tour manager” Dennis Sheehan que, escondido, começou a cantar até finalmente ter a adesão de todo o público e causando assim, que a banda regressasse ao palco para o fim definitivo do espectáculo. Mesmo assim, isso conseguiu ser disfarçado na edição do filme e com esse pormenor ou sem ele, das vezes que já vi este documentário, que me fica sempre a sensação de que os U2 ainda estavam em fase de crescimento e já conseguiam fazer concertos perfeitos. E hoje, tanto este filme como o álbum, permanecem como obras-primas e tesouros da discografia dos U2.
Avaliação: 9,2
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