segunda-feira, 11 de outubro de 2010

[Clássico do Mês] Kings of Leon - Aha Shake Heartbreak


Artista: Kings of Leon
Álbum: Aha Shake Heartbreak
Data de lançamento: 1 Novembro 2004
Género: Rock, Rock Alternativo, Southern Rock, Garage Rock, Hard Rock (Four Kicks)
Editora: RCA Records
Lista de faixas:

1 – “Slow Night, So Long”
2 – “King of the Rodeo”
3 – “Taper Jean Girl”
4 – “Pistol of Fire”
5 – “Milk”
6 – “The Bucket”
7 – “Soft”
8 – “Razz”
9 – “Day Old Blues”
10 – “Four Kicks”
11 – “Velvet Snow”
12 – “Rememo”
13 – “Where Nobody Knows”

Muito recente? Que seja. Uma banda em crescimento? Que seja também, mas o certo é que muito me delicio com os discos do quarteto dos Followills e este “Aha Shake Heartbreak” não é um daqueles álbuns que apenas gosto. Nem é sequer dos que gosto muito apenas. Um lugar especial que tem este 2º álbum, que recebeu uma aclamação merecida por críticos, fãs e outros músicos de grande calibre. E basta ouvir o início de “Slow Night, So Long”, e aquela harmonia entre guitarras e baixo, trabalho entre família, para ver que os Kings of Leon não gostam de trabalhar igual às outras bandas e gostam de ter a sua maneira. “Rise and shine all you gold digger mothers, are you to good to tango with the poor poor boys?” interroga Caleb Followill ao som de um piano “latin-influenced” antes de ouvirmos 2 maravilhosos riffs interpolados, uma guitarra de cada lado em “King of the Rodeo”. E não é só isso, é também o ritmo viciante dos vocais, as letras que nos deixam de sobrolho franzido e “De que raio está ele a falar?” que até chegam a parecer completamente aleatórias e a forma despachada quase imperceptível como Caleb cospe repetidamente “Good time to roll on” ao final, faz dessa “King of the Rodeo” uma favorita de qualquer um e um promissor hino. Após mais um excelente trabalho de bateria de Nathan – cada instrumento por si é reconhecível na música dos Kings of Leon – refrão inconfundivelmente “sujo” e a essência “solta o histerismo ao final” noutra simbólica “Taper Jean Girl”, voltamos às letras quase aleatórias – mas que eles deverão saber do que falam – em “Pistol of Fire”. Apenas algo como “Pistol of fire, pistol of fire, pistol of fire/Shattered the frame/Go hug your sister/Go love your sister/Go hug your sister/One and the same/Higher, where did you want to take me?/Higher, where did you want to go?/Higher, grabbing up the money, is coming/Higher, coming up for that rooftop door”. Duvido que seja fácil de interpretar e explicar essa letra, mas isso é uma das coisas que torna a música tão excelente. E ainda há a forma cómica como Caleb arrasta aquele “Higher” com a sua voz única, com um tom de sofrimento, desafinação propositada e algum alcoolismo à mistura que faz com que prenda o ouvido do ouvinte, mesmo que ele não queira. E por falar na voz de Caleb inconfundível, singular e inimitável, logo a seguir temos “Milk”, uma espécie de balada acústica em que por momentos apenas ouvimos a voz de Caleb a ecoar-nos por todo o tímpano. Mágico, digamos, a forma como ele solta o verso “Salty leave” e como por perto do final da música temos os 3 irmãos e o primo a fornecer-nos um verdadeiro espectáculo de instrumentalização semi-Folk. A letra com múltiplas interpretações volta a estar em acção no refrão. Referências sexuais indirectas ou realmente uma rapariga com alergia à lactose? Vocês decidem. No entanto começa uma canção que juntamente com “King of the Rodeo” recebeu – e mereceu – o destaque de single. “The Bucket”, uma lindíssima canção de osso alternativo a falar do jovem baixista Jared e da sua fama precoce – mas não é uma Teen Pop Star, Deus me livre! O mesmo tipo de instrumentalização mantém-se em “Soft”, onde mais uma vez temos letras de natureza um pouco mais depravada e com referências aos hábitos alcoólicos destes jovens, como “I’m passed out in your garden/I’m in, I can’t get off, so/I’d pop myself in your body/I’d come into your party, but I’m soft”. Quanto a esta talvez já não haja muitas dúvidas sobre o que eles pretendem dizer. Talvez muito curta seja “Razz” com os seus mesquinhos 2 minutos e 15, que nos deixa a querer mais daquela bateria bem à Nathan e do refrão curto e directo suficiente para se prender na cabeça. Música incompleta? Não, mesmo que muito curta, é tempo bem usado. No entanto se quiserem mais baladas acústicas com destaque à voz de Caleb como já referi anteriormente, que deixa a impressão de que o rapaz não devia estar muito sóbrio quando gravou isto, há “Day Old Blues” e o refrão único “Day old day old day old/Day old day old day old/Day old day old day old/Blue-ues”, também chega a tornar-se cómico, mas não deixa de ser genial. E por falar em canções curtas, chega uma que já foi das minhas favoritas e que também mereceu um “highlight” como single. Com “Four Kicks”, os KoL quiseram-se virar um pouco para o Hard Rock e é impossível ficar quieto ao som dos primos Caleb e Matt a riffar da forma que eles o fazem. 2 minutos já são curtos, então quando são passados desta forma… Muito rápido e quando damos por isso já está o refrão confuso “You with your switchblade posse/I’ll get my guns from the south/We’ll take it to the yard like a cockfight/Four kicks, who’s strutting now?” a dar a música por terminada – se alguém também se quiser oferecer para explicar bem esse refrão, também esteja à vontade. Já que estão numa de canções curtas, vem “Velvet Snow” de novo acompanhada por voz embriagada e não há muito a explicar quanto a essa. Excelente apenas, ao nível do resto do disco. Para acabar temos “Rememo”, uma canção de novo mais calma, de riff ridiculamente simples – de 2 notas – em que Caleb lá condena uns quantos “motherfuckers” à cadeia ou ao Inferno. Para quem quiser, também há “Where Nobody Knows”, que mesmo sendo muito boa, não se pode destacar de forma igual às outras, daí ter sido despromovida a apenas Bónus. Há muito tempo que não escrevia um texto destes, é certo, mas este trata-se mesmo dum disco que eu o conheço “by heart”, assim dizendo e não resisto ao trabalho dos Followills, à voz de Caleb, como já falei anteriormente, à harmonia das guitarras de Caleb e Matt e a forma como este é um excelente solista, o baixo bastante audível de Jared – que aprendeu a dominar esse instrumento sozinho, em 2 semanas – e a bateria de Nathan que também se torna uma marca do estilo dos KoL. Portanto tinha que dar um destaque a este álbum, a determinada altura. Tem que haver uma razão para eu o ouvir tantas vezes. Portanto sento-me a apreciar este e a desprezar o “Only by the Night”? Errado. Eu ao início falei em deliciar-me com discos deste quarteto – plural, desfruto de todos – mas isso é outra história.


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