Artista:
R.E.M.
Álbum:
Collapse Into Now
Data de lançamento: 7 Março 2011
Género: Rock alternativo
Editora: Warner Bros. Records
Lista de faixas:
1 –
“Discoverer”
2
– “All the Best”
3
– “Uberlin”
4
– “Oh My Heart”
5
– “It Happened Today”
6
– “Every Day Is Yours to Win”
7
– “Mine Smell Like Honey”
8
– “Walk It Back”
9
– “Alligator_ Aviator_Autopilot_Antimatter”
10
– “That Someone Is You”
11
– “Me, Marlon Brando, Marlon Brando and I”
12
– “Blue”
É com muita pena que escrevo este artigo já depois
da banda de Michael Stipe, Peter Buck e Mike Mills ter anunciado o seu fim após
uma mítica e lendária carreira de 31 anos. Adiando várias vezes a audição deste
disco – os motivos saltavam entre questões de tempo e questões de preguiça –
apenas o ouvi agora, quando já estava ciente de que este era o último álbum da
banda. Mas não é com ouvidos diferentes que se ouve um álbum que se sabe que
seja o último, principalmente no caso dos R.E.M. que já não têm nada a provar.
Só o nome deles, três simples letras já carrega um legado que muitas bandas
desejariam ter e não tantas o conseguem, repleto de excelentes canções, hits
intemporais, influência e aquele tom que faz com que praticamente toda a gente
goste pelo menos um pouquinho ou pelo menos de algumas músicas da banda. Não
haveria qualquer pressão sobre os R.E.M. para a realização de um disco final, e
de qualquer das maneiras, banda que saiba bem o que faz são eles. Ainda para
mais, depois de um excelente “Accelerate” de 2008, que resgata uma sonoridade
mais rockeira, mais “agressiva” que de certa forma não só contrasta outros
trabalhos anteriores como também os completa. Este “Collapse Into Now”
prossegue do ponto onde ficou “Accelerate” mas indo buscar mais influências ao
repertório calmo dos R.E.M. para fazer um trabalho mais global. O resultado é
um disco que perfeitamente pode representar o estilo/género/nome/legado R.E.M.
Melodias perfeitamente compostas pelo trio, com a voz única e inigualável de Michael
Stipe a sobressair-se. As letras parecem lidar com factores etários, como o
crescente afastamento da juventude dos membros do grupo, completos com
passagens que questionam os miúdos de hoje em dia – que são, com certeza, muito
diferentes dos miúdos dos tempos em que andavam a editar o “Murmur” ou até
mesmo o “Out of Time” ou o “Automatic for the People”, para citar alguns
exemplos de álbuns lendários da espectacular carreira da banda. As canções são
daquelas que já conhecemos que carregam o selo identificativo “R.E.M.” mas das
quais não nos fartamos por serem tão características e ao mesmo tempo tão
moldáveis. Exemplifico com “Discoverer” que como primeira faixa do disco já é
suficiente para nos abrir o apetite e deixar-nos motivados para o que se segue,
“Walk It Back” que com o seu “slow tempo” pode-nos fazer lembrar uma “E-Bow the
Letter”, a faixa que a segue que pode imediatamente mudar os ares e a
disposição do disco, ao apresentar-se como sendo mais enérgica “Alligator_Aviator_Autopilot_Antimatter”
que pede emprestada alguma essência do “Accelerate”, uma curtíssima mas
semelhante em energia “That Someone Is You” e a final abordada meia em “spoken word”
que ainda nos lembra mais o clássico “E-Bow the Letter” por repetir a
participação de Patti Smith. É assim que se faz um disco de uma banda que já
tem a sua base de fãs mais que conquistada, já tem o seu nome pela parada das
maiores bandas de Rock de sempre, das mais influentes e construiu uma carreira
de invejar. Da minha (nossa) parte, o único que se pode dizer é… Obrigado por
tudo o que nos deixaram, R.E.M…
Avaliação: 8,8
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