sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Linkin Park - A Thousand Suns



Artista: Linkin Park
Álbum: A Thousand Suns
Data de lançamento: 14 Setembro 2010
Género: Pop Rock, Rock electrónico, Rock experimental
Editora: Warner Bros. Records
Lista de faixas:

1 – “The Requiem”
2 – “The Radiance”
3 – “Burning in the Skies”
4 – “Empty Spaces”
5 – “When They Come for Me”
6 – “Robot Boy”
7 – “Jornada del Muerto”
8 – “Waiting for the End”
9 – “Blackout”
10 – “Wretches and Kings”
11 – “Wisdom, Justice, and Love”
12 – “Iridiscent”
13 – “Fallout”
14 – “The Catalyst”
15 – “The Messenger”

Já mais de um ano depois do lançamento do álbum, decido então ouvi-lo e comentá-lo. Com apreciações mistas e uma divisão que quase de forma geral se pode caracterizar como sendo adorado por muitos críticos e desprezado por muitos fãs, é essa a recepção a “A Thousand Suns”, quarto álbum dos Americanos Linkin Park. Certamente arriscado e com vontade de avançar para além do local onde se situavam na primeira metade da década passada, ao final do álbum, fica aquela sensação no ar, se o que se acabou de ouvir é realmente algo genial ou se é apenas uma ideia que soava bem no papel, mas que na prática se perdeu um pouco. As reacções de fãs têm sido muito mistas, uns adoram-no e acham que este foi o passo certo para uma maturidade na música dos Linkin Park com o amadurecimento simultâneo da base de fãs que os acompanhara no início. Outros vêem isto como um golpe comercial de tentarem manter-se relevantes após o amortecimento do Nu Metal e do Rapcore. Outros dizem que se venderam, mas isso já é indiscutivelmente sem lógica. Nunca se pode afirmar que uma banda que se estabeleceu como uma das várias bandas líderes do movimento juvenil do Nu Metal e que foi uma das que mais lucrou, vendeu e teve airplay na sua época, se possa ter vendido em qualquer ponto seguinte da sua carreira. Já quanto às duas reacções anteriores, é difícil escolher um lado quando ambos têm razões legítimas e ambas as sensações causadas no ouvinte são reconhecíveis e compreensíveis. Porque é isto que o álbum é. Um conjunto de sensações mistas. Mais uma vez, aclame-se a vontade de avançar e a ousadia em arriscar em experimentalismos. Longe já vão os tempos de “One Step Closer”, “Points of Authority”, “Numb” ou “Papercut”. Aqui as canções têm um esqueleto completamente diferente e vai reinando a electrónica e outros arranjos futurístico-presentes que tais. Em vez de um conjunto de canções, é um álbum contínuo bastante agarrado ao seu conceito e que se deve ouvir num todo – eles foram longe ao ponto de lançar a versão iTunes como apenas uma música de 47 minutos. Já sabíamos da capacidade inegável de Chester Bennington em cantar, aqui procura-se salientar isso, permitindo-lhe que a goela descanse mais sem ter que berrar tanto como antigamente – a faixa “Blackout” é a que mais se liga aos seus dias da velha escola, nesse aspecto. Há interlúdios em todo o lado que se possa. E apesar de toda a ousadia e experimentalismo arriscado, ainda parece haver alguma preocupação em agradar às massas e em procurar algum airplay como nos temas “Waiting for the End”, “Burning in the Skies” e “Iridescent”, a acenar a outras que tal como "Leave Out All the Rest" ou "Shadow of the Day" ou "New Divide", que nem de propósito, foram escolhidos como singles. E enquanto existem algumas faixas que dão a sensação de empancar e de deixar um pouco à espera de algo mais que aconteça como “Robot Boy”, a mesmo assim orelhuda “Burning in the Skies” ou a orientada por piano “Iridescent”, também existem aqui bons pedaços de música de se tirar o chapéu como “When They Come for Me” – que para mim, destaca-se à vontade das restantes -, “Blackout”, a bem regada de Rap também como nos seus dias da velha guarda “Wretches and Kings” ou até o enérgico single principal “The Catalyst”. Mas como disse, é daqueles álbuns que ao fim da sua audição fica a questão no ar se seria o ideal para já, e que logo desde o seu início supomos, e no seu final temos a certeza: nem todos se vão encontrar agradados. E enquanto é ainda bem superior ao anterior “Minutes to Midnight” que soava muito arrastado e por vezes até aborrecido, com “A Thousand Suns” ficamos sem saber qual o caminho que os Linkin Park vão tomar para o futuro. É esta a introdução a um novo som, é apenas um aparte experimental ou daqui em diante será só discos semi-vanguardistas sem semelhanças entre si? Álbum que depois de alguma espera se entenderá um pouco melhor como se situa na discografia da banda. Para já, muito muito misto.

Avaliação: 6,6


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