Artista:
Linkin Park
Álbum:
A Thousand Suns
Data de lançamento: 14 Setembro 2010
Género: Pop Rock, Rock electrónico, Rock
experimental
Editora: Warner Bros. Records
Lista de faixas:
1 –
“The Requiem”
2
– “The Radiance”
3
– “Burning in the Skies”
4
– “Empty Spaces”
5
– “When They Come for Me”
6 – “Robot Boy”
7 – “Jornada del Muerto”
8
– “Waiting for the End”
9
– “Blackout”
10
– “Wretches and Kings”
11
– “Wisdom, Justice, and Love”
12
– “Iridiscent”
13
– “Fallout”
14
– “The Catalyst”
15
– “The Messenger”
Já
mais de um ano depois do lançamento do álbum, decido então ouvi-lo e
comentá-lo. Com apreciações mistas e uma divisão que quase de forma geral se
pode caracterizar como sendo adorado por muitos críticos e desprezado por
muitos fãs, é essa a recepção a “A Thousand Suns”, quarto álbum dos Americanos
Linkin Park. Certamente arriscado e com vontade de avançar para além do local
onde se situavam na primeira metade da década passada, ao final do álbum, fica
aquela sensação no ar, se o que se acabou de ouvir é realmente algo genial ou
se é apenas uma ideia que soava bem no papel, mas que na prática se perdeu um
pouco. As reacções de fãs têm sido muito mistas, uns adoram-no e acham que este
foi o passo certo para uma maturidade na música dos Linkin Park com o
amadurecimento simultâneo da base de fãs que os acompanhara no início. Outros
vêem isto como um golpe comercial de tentarem manter-se relevantes após o
amortecimento do Nu Metal e do Rapcore. Outros dizem que se venderam, mas isso
já é indiscutivelmente sem lógica. Nunca se pode afirmar que uma banda que se
estabeleceu como uma das várias bandas líderes do movimento juvenil do Nu Metal
e que foi uma das que mais lucrou, vendeu e teve airplay na sua época, se possa
ter vendido em qualquer ponto seguinte da sua carreira. Já quanto às duas
reacções anteriores, é difícil escolher um lado quando ambos têm razões
legítimas e ambas as sensações causadas no ouvinte são reconhecíveis e
compreensíveis. Porque é isto que o álbum é. Um conjunto de sensações mistas.
Mais uma vez, aclame-se a vontade de avançar e a ousadia em arriscar em
experimentalismos. Longe já vão os tempos de “One Step Closer”, “Points of
Authority”, “Numb” ou “Papercut”. Aqui as canções têm um esqueleto
completamente diferente e vai reinando a electrónica e outros arranjos
futurístico-presentes que tais. Em vez de um conjunto de canções, é um álbum
contínuo bastante agarrado ao seu conceito e que se deve ouvir num todo – eles foram
longe ao ponto de lançar a versão iTunes como apenas uma música de 47 minutos.
Já sabíamos da capacidade inegável de Chester Bennington em cantar, aqui
procura-se salientar isso, permitindo-lhe que a goela descanse mais sem ter que
berrar tanto como antigamente – a faixa “Blackout” é a que mais se liga aos
seus dias da velha escola, nesse aspecto. Há interlúdios em todo o lado que se
possa. E apesar de toda a ousadia e experimentalismo arriscado, ainda parece
haver alguma preocupação em agradar às massas e em procurar algum airplay como
nos temas “Waiting for the End”, “Burning in the Skies” e “Iridescent”, a acenar a outras que tal como "Leave Out All the Rest" ou "Shadow of the Day" ou "New Divide", que nem
de propósito, foram escolhidos como singles. E enquanto existem algumas faixas
que dão a sensação de empancar e de deixar um pouco à espera de algo mais que
aconteça como “Robot Boy”, a mesmo assim orelhuda “Burning in the Skies” ou a
orientada por piano “Iridescent”, também existem aqui bons pedaços de música de
se tirar o chapéu como “When They Come for Me” – que para mim, destaca-se à
vontade das restantes -, “Blackout”, a bem regada de Rap também como nos seus
dias da velha guarda “Wretches and Kings” ou até o enérgico single principal “The
Catalyst”. Mas como disse, é daqueles álbuns que ao fim da sua audição fica a
questão no ar se seria o ideal para já, e que logo desde o seu início supomos,
e no seu final temos a certeza: nem todos se vão encontrar agradados. E
enquanto é ainda bem superior ao anterior “Minutes to Midnight” que soava muito
arrastado e por vezes até aborrecido, com “A Thousand Suns” ficamos sem saber
qual o caminho que os Linkin Park vão tomar para o futuro. É esta a introdução
a um novo som, é apenas um aparte experimental ou daqui em diante será só
discos semi-vanguardistas sem semelhanças entre si? Álbum que depois de alguma
espera se entenderá um pouco melhor como se situa na discografia da banda. Para
já, muito muito misto.
Avaliação: 6,6
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