sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Tarja - What Lies Beneath



Artista: Tarja Turunen
Álbum: What Lies Beneath
Data de lançamento: 31 Agosto 2010
Género: Metal sinfónico
Editora: Vertigo Records, Universal Music, The End Records
Lista de faixas:

1 – “Anteroom of Death”   (com Van Canto)
2 – “Until My Last Breath”
3 – “I Feel Immortal”
4 – “In for a Kill”
5 – “Underneath”
6 – “Little Lies”
7 – “Rivers of Lust”
8 – “Dark Star”   (com Phil Labonte dos All That Remains)
9 – “Falling Awake”   (com Joe Satriani)
10 – “The Archive of Lost Dreams”
11 – “Crimson Deep”   (com Will Calhoun dos Living Colour)

Já se passaram seis anos desde que Tarja foi despedida dos Nightwish, mas os queixumes sobre como eram, como deviam ser e como nunca deviam ter ficado continuam como se viesse a alterar alguma coisa. Já Tarja tem três discos a solo e já nos Nightwish nos andam a abrir o apetite para o segundo registo com Anette Olzon, mas as guerras Tarja vs. Anette permanecem. Chegando ao cúmulo de se encontrar tais em vídeos dos Pain. Anette participa na música dos Pain? Sim, mas não importa, o vídeo era dos Pain! Um dos muitos episódios controversos que existem no Universo metálico, mas o despedimento de Tarja deu-se em 2005 e eu escrevo isto em finais de 2011, há que se reconhecer que já passou tempo suficiente para se deixar passar e para parar com as lamentações. Os Nightwish já avançaram, já lançaram o diferente “Dark Passion Play” para recepções mistas mas já deu para entender que a essência Nightwish ainda está lá, só há a apontar o facto de ainda ter sido escrito para a voz de Tarja, estranhando-se um pouco o resultado final. O que está ainda para vir já promete vir com uma força tremenda. Óptimo, um dos lados sobreviveu. Do outro, temos então Tarja a aventurar-se a solo, tanto para manter o nome como para dar a alternativa aos fãs de Nightwish desiludidos. Talento vocal tem ela que quem dera a muitos já consagrados terem apenas um terço. Mas será que tinha tudo aquilo que era necessário para ter uma sólida carreira a solo? Muitos que a consideravam o miolo da banda talvez se tenham apercebido que ela era um factor importante na banda, sim, mas era apenas que completava e não que criava. A cabeça do grupo sempre tivera sido Tuomas Holopainen, e como ele não poderia ela ter arranjado para o seu trabalho. Não me refiro sequer a “Henkays Ikuisuudesta”, o primeiro álbum, por ser apenas um disco de Natal e não poder contar como realmente o disco de estreia a solo, mas “My Winter Storm”, apesar de ser um registo interessante e de mostrar a celestial voz de Tarja no seu esplendor – abençoada foi ela com o dom de ter uma voz impossível de rebaixar e dificílima de falhar – ficou aquela sensação de faltar ali alguma coisa. Ou de faltar muita coisa até. Faltava uma cabeça compositora que conseguisse criar melodias épicas de invejar. Não convinha que continuasse a soar igual aos Nightwish, isso seria de evitar, mas também não era conveniente ficar a soar à renegada do grupo que lança o disco quase em tom de resposta, mas infelizmente foi mais próxima disso que ela ficou. E agora então o momento constrangedor em que me apercebo que já escrevi tanto e ainda não comecei a falar do álbum propriamente dito, o sucessor de “My Winter Storm”, este “What Lies Beneath”. Enrolei durante muito tempo mas com um propósito, para dizer que este “What Lies Beneth” tinha a obrigação de superar o disco anterior, tinha que ser agora que ela fazia um álbum forte, capaz de a manter em nome próprio sem ser como a ex-vocalista de tal – e para os mais casmurros, de quando a banda ainda era boa - , estava quase sob a pressão do “agora ou nunca”. E depois de uma longuíssima introdução avanço rapidamente para uma ideia conclusiva, quando digo que sim, que conseguiu, felizmente, fazer aquilo que precisava de fazer e que já devia ter feito. Em “What Lies Beneath” já soa realmente que se desprendeu da sua antiga banda e que já estava de mangas arregaçadas para trabalhar e estabelecer-se. Neste disco já se parece ter fundado o verdadeiro som da marca “Tarja”, aqui já parece haver um Rock/Metal – refiro-me assim pela oscilação saudável de pesos que vai havendo – pulverizado com bastante sinfonia com melodias agradáveis, de forma a tornar o álbum suficientemente complexo sem se tornar demasiado “épico” e adequadamente acessível. Pega-se naquilo que havia de maior destaque do álbum anterior, em temas lá presentes como “Die Alive” ou a eléctrica e enérgica “Ciaran’s Well” para se formar umas quantas malhas boas e no charme dócil e melódico que soa mais identificativo da vocalista como de “I Walk Alone” ou “Sing for Me” para criar mais umas quantas de ficar a residir no ouvido. Até segue o caminho do anterior mas com muita mais confiança e identidade própria do que antes e menciono também o facto de Tarja estar mais envolvida activamente na escrita e composição dos temas – chegavam a existir canções em “My Winter Storm” que não chegavam sequer a ter mão dela. Voz já tinha ela para dar, vender, alugar e ainda ficar com muita e agora então já tem a sua credibilidade como artista a solo que certamente merecia com o seu talento. E para concluir remontando ao início, já se passaram seis anos – o suficiente para uma criança nascer, crescer, aprender a ler e começar a mudar dentes – desde a polémica separação, logo já é mais que tempo para acabar com todas as discussões e rivalidades de vocalistas, sabendo que ambos os lados se estão a safar tão bem, conseguem-nos dar boa música e eles mesmo já ultrapassaram. Goste-se de um lado, do outro, ou de ambos, há fruta para todo o freguês.

Avaliação: 8,0



Sem comentários:

Enviar um comentário