Artista:
Tarja Turunen
Álbum:
What Lies Beneath
Data de lançamento: 31 Agosto 2010
Género: Metal sinfónico
Editora:
Vertigo Records, Universal Music, The End Records
Lista
de faixas:
1 –
“Anteroom of Death” (com Van Canto)
2
– “Until My Last Breath”
3
– “I Feel Immortal”
4
– “In for a Kill”
5
– “Underneath”
6
– “Little Lies”
7
– “Rivers of Lust”
8
– “Dark Star” (com Phil Labonte dos All
That Remains)
9
– “Falling Awake” (com Joe Satriani)
10
– “The Archive of Lost Dreams”
11
– “Crimson Deep” (com Will Calhoun dos
Living Colour)
Já se passaram seis anos desde que
Tarja foi despedida dos Nightwish, mas os queixumes sobre como eram, como
deviam ser e como nunca deviam ter ficado continuam como se viesse a alterar
alguma coisa. Já Tarja tem três discos a solo e já nos Nightwish nos andam a
abrir o apetite para o segundo registo com Anette Olzon, mas as guerras Tarja
vs. Anette permanecem. Chegando ao cúmulo de se encontrar tais em vídeos dos
Pain. Anette participa na música dos Pain? Sim, mas não importa, o vídeo era
dos Pain! Um dos muitos episódios controversos que existem no Universo
metálico, mas o despedimento de Tarja deu-se em 2005 e eu escrevo isto em
finais de 2011, há que se reconhecer que já passou tempo suficiente para se
deixar passar e para parar com as lamentações. Os Nightwish já avançaram, já
lançaram o diferente “Dark Passion Play” para recepções mistas mas já deu para
entender que a essência Nightwish ainda está lá, só há a apontar o facto de
ainda ter sido escrito para a voz de Tarja, estranhando-se um pouco o resultado
final. O que está ainda para vir já promete vir com uma força tremenda. Óptimo,
um dos lados sobreviveu. Do outro, temos então Tarja a aventurar-se a solo,
tanto para manter o nome como para dar a alternativa aos fãs de Nightwish
desiludidos. Talento vocal tem ela que quem dera a muitos já consagrados terem
apenas um terço. Mas será que tinha tudo aquilo que era necessário para ter uma
sólida carreira a solo? Muitos que a consideravam o miolo da banda talvez se
tenham apercebido que ela era um factor importante na banda, sim, mas era apenas que
completava e não que criava. A cabeça do grupo sempre tivera sido Tuomas Holopainen, e como ele
não poderia ela ter arranjado para o seu trabalho. Não me refiro sequer a “Henkays
Ikuisuudesta”, o primeiro álbum, por ser apenas um disco de Natal e não poder
contar como realmente o disco de estreia a solo, mas “My Winter Storm”, apesar
de ser um registo interessante e de mostrar a celestial voz de Tarja no seu
esplendor – abençoada foi ela com o dom de ter uma voz impossível de rebaixar e
dificílima de falhar – ficou aquela sensação de faltar ali alguma coisa. Ou de
faltar muita coisa até. Faltava uma cabeça compositora que conseguisse criar
melodias épicas de invejar. Não convinha que continuasse a soar igual aos
Nightwish, isso seria de evitar, mas também não era conveniente ficar a soar à
renegada do grupo que lança o disco quase em tom de resposta, mas infelizmente
foi mais próxima disso que ela ficou. E agora então o momento constrangedor em
que me apercebo que já escrevi tanto e ainda não comecei a falar do álbum
propriamente dito, o sucessor de “My Winter Storm”, este “What Lies Beneath”. Enrolei
durante muito tempo mas com um propósito, para dizer que este “What Lies Beneth”
tinha a obrigação de superar o disco anterior, tinha que ser agora que ela
fazia um álbum forte, capaz de a manter em nome próprio sem ser como a
ex-vocalista de tal – e para os mais casmurros, de quando a banda ainda era boa
- , estava quase sob a pressão do “agora ou nunca”. E depois de uma longuíssima
introdução avanço rapidamente para uma ideia conclusiva, quando digo que sim,
que conseguiu, felizmente, fazer aquilo que precisava de fazer e que já devia
ter feito. Em “What Lies Beneath” já soa realmente que se desprendeu da sua
antiga banda e que já estava de mangas arregaçadas para trabalhar e
estabelecer-se. Neste disco já se parece ter fundado o verdadeiro som da marca “Tarja”,
aqui já parece haver um Rock/Metal – refiro-me assim pela oscilação saudável de
pesos que vai havendo – pulverizado com bastante sinfonia com melodias
agradáveis, de forma a tornar o álbum suficientemente complexo sem se tornar
demasiado “épico” e adequadamente acessível. Pega-se naquilo que havia de maior
destaque do álbum anterior, em temas lá presentes como “Die Alive” ou a
eléctrica e enérgica “Ciaran’s Well” para se formar umas quantas malhas boas e
no charme dócil e melódico que soa mais identificativo da vocalista como de “I
Walk Alone” ou “Sing for Me” para criar mais umas quantas de ficar a residir no
ouvido. Até segue o caminho do anterior mas com muita mais confiança e
identidade própria do que antes e menciono também o facto de Tarja estar mais
envolvida activamente na escrita e composição dos temas – chegavam a existir
canções em “My Winter Storm” que não chegavam sequer a ter mão dela. Voz já
tinha ela para dar, vender, alugar e ainda ficar com muita e agora então já tem
a sua credibilidade como artista a solo que certamente merecia com o seu
talento. E para concluir remontando ao início, já se passaram seis anos – o suficiente
para uma criança nascer, crescer, aprender a ler e começar a mudar dentes –
desde a polémica separação, logo já é mais que tempo para acabar com todas as
discussões e rivalidades de vocalistas, sabendo que ambos os lados se estão a
safar tão bem, conseguem-nos dar boa música e eles mesmo já ultrapassaram.
Goste-se de um lado, do outro, ou de ambos, há fruta para todo o freguês.
Avaliação: 8,0
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