terça-feira, 22 de novembro de 2011

Buckethead - Spinal Clock



Artista: Buckethead
Álbum: Spinal Clock
Data de lançamento: 16 Setembro 2010
Género: Avant-Garde, Rock experimental, Ambiente
Editora: TDRS Music
Lista de faixas:

1 – “Lafayette’s Landing”
2 – “Whale on This”
3 – “Four O’Clock for Dub Down”
4 – “Spinal Clock”
5 – “Overnight the Animatronics”
6 – “Gelatin Nerve”
7 – “Spinal Cracker”
8 – “Skeleton Dance”
9 – “Bayou by You”

Comento mais um dos quatro discos lançados por Buckethead no passado ano de 2010, depois de já ter falado de outros dois. Tanto pode ter sido um dos anos mais calmos/leves da discografia do guitarrista pela predominância de registos suaves e propostas acústicas como pode ter sido dos mais expansionistas no que toca ao experimentalismo. Pelo menos este bizarro “Spinal Clock” demonstra que por trás do balde não só há ali uma cabeça humana, mas também uma cabeça que pensa fora do usual. O experimentalismo por trás deste disco – que conta com Buckethead a fazer umas quantas experiências no banjo – traz-nos temas assombrosos no qual predomina um ambiente negro e arrepiante ao invés de melodia que aqui ocupa um papel mínimo. Cada tema soa exactamente a um Buckethead portador de um banjo a experimentar e a improvisar uns quantos riffs semi-aleatórios, quase sem qualquer outro acompanhamento. Mas há algo naquelas pistas e no pouco que o músico possa usar para acompanhar que se pode tornar perturbador. E que faça com que a imagem não seja apenas Buckethead com um banjo a tocar o que lhe sair, já o conseguimos imaginar num quarto escuro. Algo que se possa encontrar de mais diferente é o tema “Skeleton Dance” que é o que aqui se encontra que consiga ser realmente uma canção tradicional com pés, cabeça e melodia. E também a música para acabar “Bayou by You” que soa a Buckethead a gabar-se um pouco da velocidade que possui nos dedos para nos estontear com algumas rajadas de acordes. É, de facto, um álbum que dividiu bastante os fãs pela direcção tomada em relação ao som. Mas certo é que Brian Caroll – o seu verdadeiro nome – sempre foi um artista experimentalista e foi sempre o som vanguardista e inusual que o caracterizou. Sempre foi um artista que pensou fora da caixa – ou do balde se procurarem um trocadilho barato. Logo, admite-se o facto de este ser um disco de difícil digestão, mas nem sempre Buckethead foi dos artistas mais fáceis de se ouvir – apesar que o “Shadows Between the Sky” até é um disco acessível que pode servir de ferramenta de relaxamento para qualquer um – e se “Spinal Clock” não lembra tanto outros trabalhos do músico, creio que não seja suposto nenhum registo soar a outro. Não se encontra ligado ao restante trabalho no que diz respeito às capacidades melódicas do guitarrista? Mas há ali uma forte reminiscência ao seu outro projecto Death Cube K – um projecto que também consiste somente em Brian experimentando e com uma abordagem sonora voltada para o Dark Ambient. Desapontou muitos fãs, principalmente sendo o primeiro álbum em seis meses, devido a uma lesão espinal, que pode estar na origem do título do disco – foi uma pausa muito grande, isso de álbuns a cada dois anos ou um por ano é para maricas, assim se entenda – mas causou um estranho impacto. Soou a algo nunca ouvido até agora, portanto pode-se considerar missão cumprida para Buckethead.

Avaliação: 6,4



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