Artista: Buckethead
Álbum: Spinal Clock
Data de lançamento: 16 Setembro 2010
Género: Avant-Garde, Rock experimental, Ambiente
Editora: TDRS Music
Lista de faixas:
1 –
“Lafayette’s Landing”
2
– “Whale on This”
3
– “Four O’Clock for Dub Down”
4
– “Spinal Clock”
5
– “Overnight the Animatronics”
6
– “Gelatin Nerve”
7
– “Spinal Cracker”
8
– “Skeleton Dance”
9
– “Bayou by You”
Comento mais um dos quatro discos lançados por
Buckethead no passado ano de 2010, depois de já ter falado de outros dois. Tanto
pode ter sido um dos anos mais calmos/leves da discografia do guitarrista pela
predominância de registos suaves e propostas acústicas como pode ter sido dos
mais expansionistas no que toca ao experimentalismo. Pelo menos este bizarro “Spinal
Clock” demonstra que por trás do balde não só há ali uma cabeça humana, mas
também uma cabeça que pensa fora do usual. O experimentalismo por trás deste
disco – que conta com Buckethead a fazer umas quantas experiências no banjo –
traz-nos temas assombrosos no qual predomina um ambiente negro e arrepiante ao
invés de melodia que aqui ocupa um papel mínimo. Cada tema soa exactamente a um Buckethead
portador de um banjo a experimentar e a improvisar uns quantos riffs semi-aleatórios,
quase sem qualquer outro acompanhamento. Mas há algo naquelas pistas e no pouco
que o músico possa usar para acompanhar que se pode tornar perturbador. E que
faça com que a imagem não seja apenas Buckethead com um banjo a tocar o que lhe
sair, já o conseguimos imaginar num quarto escuro. Algo que se possa encontrar
de mais diferente é o tema “Skeleton Dance” que é o que aqui se encontra que
consiga ser realmente uma canção tradicional com pés, cabeça e melodia. E
também a música para acabar “Bayou by You” que soa a Buckethead a gabar-se um
pouco da velocidade que possui nos dedos para nos estontear com algumas rajadas
de acordes. É, de facto, um álbum que dividiu bastante os fãs pela direcção
tomada em relação ao som. Mas certo é que Brian Caroll – o seu verdadeiro nome –
sempre foi um artista experimentalista e foi sempre o som vanguardista e
inusual que o caracterizou. Sempre foi um artista que pensou fora da caixa – ou
do balde se procurarem um trocadilho barato. Logo, admite-se o facto de este
ser um disco de difícil digestão, mas nem sempre Buckethead foi dos artistas
mais fáceis de se ouvir – apesar que o “Shadows Between the Sky” até é um disco
acessível que pode servir de ferramenta de relaxamento para qualquer um – e se “Spinal
Clock” não lembra tanto outros trabalhos do músico, creio que não seja suposto
nenhum registo soar a outro. Não se encontra ligado ao restante trabalho no que
diz respeito às capacidades melódicas do guitarrista? Mas há ali uma forte
reminiscência ao seu outro projecto Death Cube K – um projecto que também
consiste somente em Brian experimentando e com uma abordagem sonora voltada
para o Dark Ambient. Desapontou muitos fãs, principalmente sendo o primeiro
álbum em seis meses, devido a uma lesão espinal, que pode estar na origem do
título do disco – foi uma pausa muito grande, isso de álbuns a cada dois anos
ou um por ano é para maricas, assim se entenda – mas causou um estranho
impacto. Soou a algo nunca ouvido até agora, portanto pode-se considerar missão
cumprida para Buckethead.
Avaliação: 6,4
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