Artista: Serj Tankian
Álbum: Imperfect Harmonies
Data de lançamento: 21 Setembro 2010
Género: Rock alternativo, Rock progressivo, Rock
sinfónico, Hard Rock, Metal experimental
Editora:
Reprise Records, Serjical Strike Records
Lista
de faixas:
1 –
“Disowned Inc.”
2
– “Borders Are..”
3
– “Deserving?
4
– “Beatus”
5
– “Reconstructive Demonstrations”
6
– “Electron”
7
– “Gate 21”
8
– “Yes, It’s Genocide”
9
– “Peace Be Revenged”
10
– “Left of Center”
11
– “Wings of Summer”
Mais um álbum que já tem mais de um ano. Mas tinha
muita coisa acumulada por ouvir e ando a fazer agora tudo duma vez. Este é o “Imperfect
Harmonies”, segunda experiência a solo do carismático e talentoso vocalista dos
System of a Down, Serj Tankian. E se já os System of a Down eram, no meio das
bandas de peso moderado modernas, uma das que mais ar fresco nos traziam no
meio de uma era com muitas sonoridades semelhantes na música de peso
comercial, assim que se separaram por um tempo, os seus membros não ficaram
para trás na criatividade. Percebeu-se isso com os Scars on Broadway,
percebeu-se isso com “Elect the Dead”, primeiro álbum de Serj. E foi com esse “Elect
the Dead” que deu para entender que Serj Tankian também tinha cartas para dar
numa carreira a solo, com um criativo registo bastante credível e sólido, mas
não se sabia concretamente o que esperar num sucessor. Não havia um único
género musical estabelecido, logo podia existir muito mais que fazer com a
mesma fórmula. Mas assim que Tankian se junta com a Orquestra Filarmónica de
Auckland, da Nova Zelândia para um registo ao vivo, o “Elect the Dead Symphony”,
apercebe-se logo de que sonoridade explorar para o seu novo trabalho. E temos
aqui um trabalho sinfónico, com mais alguns toques étnicos de música folclórica/tradicional
Arménia e também alguma electrónica. E como fruto, temos aqui um álbum bastante
ambicioso mas também cumpridor, ou seja, valeu a pena experimentar tanto e dar
passos tão grandes. Toda a música – abordada e tocada pelo próprio Serj, com
algumas ajudas de músicos convidados – e todas as diferentes influências em si
captadas dão-nos uma atmosfera excelente e a voz de Tankian, que nunca nos
deixou nada a desejar e ocasionalmente até nos impressiona, produz as melodias
viciantes que por aqui andam e que ajudam a fazer deste disco uma rápida e
agradável experiência. Tons “baladeiros” também andam por aqui como em “Beatus”
ou “Yes, It’s Genocide” cuja utilização da música tradicional Arménia em
conjunto com a sua língua numa narrativa que aponta falar-nos do genocídio no
país, é capaz de arrepiar o ouvinte mais sensível. E ao longo de todo este
rápido disco, temos deste tipo de música cujas suas variadas influências
implodem numa obra de arte que não procura rótulo e nas letras já habitualmente
políticas do vocalista Arménio-Americano também parece haver uma pequena
evolução, pois aqui parece haver algo mais filosófico do que simplesmente
protestante. E com tantas sementes identificáveis, a originar um fruto tão
difícil de descrever, apenas temos um disco belo que demonstra que Serj Tankian
não é apenas um vocalista louco que gosta de gritar, cantar rápido em falsetto
e saltar enquanto exclama “Banana banana banana banana, Terracotta Pie” ou “Pizza
pizza pie!” repetidamente – já todos sabíamos que ele era muito mais do que isso
e mesmo assim essas canções aí apontadas são verdadeiramente um espectáculo. E
mesmo que se queira bastante um álbum novo de System of a Down – que realmente
caía muito bem – enquanto forem saindo discos assim, aguenta-se bem a espera.
Avaliação: 8,7
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