Artista: Type O Negative
Álbum: October Rust
Data de lançamento: 20 Agosto 1996
Género: Metal Gótico, Doom Metal
Editora: Roadrunner Records
Lista de faixas:
1 –
“Bad Ground”
2
– “(Untitled)”
3
– “Love You to Death”
4
– “Be My Druidess”
5
– “Green Man”
6
– “Red Water (Christmas Mourning)”
7
– “My Girlfriend’s Girlfriend”
8
– “Die with Me”
9
– “Bunrt Flowers Fallen”
10
– “In Praise of Bacchus”
11
– “Cinammon Girl” (cover de Neil Young)
12
– “The Glorious Liberation of the People’s Technocratic Republic of Vinnland by
the Combined Forces of the United Territories of Europa”
13
– “Wolf Moon (Including Zoanthropic Paranoia)”
14
– “Haunted”
15
– “(Untitled)”
E para o Clássico do Mês de Novembro escolhi um
disco que, ironicamente, refere-se, no seu título, ao mês anterior. Mas não é
por isso que este deixa de ser um álbum bem situado temporariamente, pois se há
disco – ou estilo de música em geral – que consiga definir tão bem nas suas
canções um Outono frio, é qualquer um dos Type O Negative. Ora se neste ano
temos um Outono confuso que durante um tempo nos dava ondas de calor e no
momento de escrita deste texto se encontra bastante chuvoso, porque não
desfrutar de um disco que tão bem represente a estação quase extinta na sua
forma mais pura e tradicional? A lendária banda gótica consegue fazê-lo e para
isso escolhi este “October Rust” de 1996. Não foi propriamente escolhido a
dedo, o legado da banda não deixa propriamente altos e baixos, todos os álbuns
são de qualidade semelhantes mesmo que vão soando diferentes. Quase por
aleatoriedade, ou simplesmente pelo facto de ser o trabalho de Type O Negative
que tenha ouvido mais recentemente, ou talvez até pela referência directa à
estação do ano que quis representar, “October Rust” e a sua escuridão melódica
completam a minha escolha. Seguidor de um bastante dark “Bloody Kisses”, a banda que já tinha um som próprio procurou
personalizá-lo ainda mais, dando-lhe mais melodia, contrastando em alguns
momentos toda a melancolia dos temas e arrisco a dizer, comercializando um
pouco a música. Ainda se optam por temas longos, alguns temas “nocturnos” mas
talvez já não tão vampirescos, por uma atmosfera bastante obscura e por muitos
outros factores presentes na música do grupo do falecido Peter Steele e
companhia. No entanto, existem aqui umas abordagens melódicas novas, mais
orelhudas, mais acessíveis enquanto acompanham a grave voz de Steele, algo que
dá a entender que o disco pode ter mais alguma cor para além de todo aquele
negro do disco anterior – se conhecerem bem os hábitos da banda, até devem
saber que eles têm uma pequena tara com o verde, mas não é disso que falo. Há
algo que nos fica na cabeça em “Be My Druidess”, “My Girlfriend’s Girlfriend”, “Burnt
Flowers Fallen” ou até na bizarra mas fantástica versão de “Cinammon Girl” de
Neil Young, de maneira diferente de outros temas clássicos que antecedem como “Black
No. 1”, “Christian Woman”, entre outros. Baixa-se também um pouco a fasquia na
agressividade existente em alguns temas e já não há tanta evidência de Thrash
Metal ou alguns toques Punk como havia nos primeiros discos. De resto, temos de
uma forma geral, aquilo que é necessário para ficar completo um bom álbum de
Type O Negative como bem adoramos: a sedutora voz grave de Steele impossível de
se confundir com qualquer outra, riffs característicos, o baixo de Steele que
também carrega o seu nome a cada acorde, as melodias de que já falei, algum
sentido de humor a contrastar outros temas mais obscuros como na estranha e
cómica bigamia presente em “My Girlfriend’s Girlfriend”, feedbacks e outros
sons que tal que vão sempre aparecendo para serem a cereja no topo do bolo. Portanto
nada melhor para acompanhar estes dias chuvosos de Outono do que uma boa
audição dispersa deste disco deixando-se levar pela sua atmosfera envolvente e
reparámos como uma estação do ano, como um estado climático, como uma situação
de três meses foi tão bem colocada num disco – se quiserem, porque eu também
ouvi isto no Verão e sabia bem na mesma, mas é só pela combinação e porque se
encaixa perfeitamente e acompanha-o na perfeição. Um álbum tenebrosamente belo.
E ao Sr. Peter Steele… Que a sua alma se encontre em paz e que continue a
cantar canções obscuras e humorísticas com a sua incomparável voz onde quer que
esteja…
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