quinta-feira, 3 de novembro de 2011

[Clássico do Mês] Type O Negative - October Rust



Artista: Type O Negative
Álbum: October Rust
Data de lançamento: 20 Agosto 1996
Género: Metal Gótico, Doom Metal
Editora: Roadrunner Records
Lista de faixas:

1 – “Bad Ground”
2 – “(Untitled)”
3 – “Love You to Death”
4 – “Be My Druidess”
5 – “Green Man”
6 – “Red Water (Christmas Mourning)”
7 – “My Girlfriend’s Girlfriend”
8 – “Die with Me”
9 – “Bunrt Flowers Fallen”
10 – “In Praise of Bacchus”
11 – “Cinammon Girl”   (cover de Neil Young)
12 – “The Glorious Liberation of the People’s Technocratic Republic of Vinnland by the Combined Forces of the United Territories of Europa”
13 – “Wolf Moon (Including Zoanthropic Paranoia)”
14 – “Haunted”
15 – “(Untitled)”

E para o Clássico do Mês de Novembro escolhi um disco que, ironicamente, refere-se, no seu título, ao mês anterior. Mas não é por isso que este deixa de ser um álbum bem situado temporariamente, pois se há disco – ou estilo de música em geral – que consiga definir tão bem nas suas canções um Outono frio, é qualquer um dos Type O Negative. Ora se neste ano temos um Outono confuso que durante um tempo nos dava ondas de calor e no momento de escrita deste texto se encontra bastante chuvoso, porque não desfrutar de um disco que tão bem represente a estação quase extinta na sua forma mais pura e tradicional? A lendária banda gótica consegue fazê-lo e para isso escolhi este “October Rust” de 1996. Não foi propriamente escolhido a dedo, o legado da banda não deixa propriamente altos e baixos, todos os álbuns são de qualidade semelhantes mesmo que vão soando diferentes. Quase por aleatoriedade, ou simplesmente pelo facto de ser o trabalho de Type O Negative que tenha ouvido mais recentemente, ou talvez até pela referência directa à estação do ano que quis representar, “October Rust” e a sua escuridão melódica completam a minha escolha. Seguidor de um bastante dark “Bloody Kisses”, a banda que já tinha um som próprio procurou personalizá-lo ainda mais, dando-lhe mais melodia, contrastando em alguns momentos toda a melancolia dos temas e arrisco a dizer, comercializando um pouco a música. Ainda se optam por temas longos, alguns temas “nocturnos” mas talvez já não tão vampirescos, por uma atmosfera bastante obscura e por muitos outros factores presentes na música do grupo do falecido Peter Steele e companhia. No entanto, existem aqui umas abordagens melódicas novas, mais orelhudas, mais acessíveis enquanto acompanham a grave voz de Steele, algo que dá a entender que o disco pode ter mais alguma cor para além de todo aquele negro do disco anterior – se conhecerem bem os hábitos da banda, até devem saber que eles têm uma pequena tara com o verde, mas não é disso que falo. Há algo que nos fica na cabeça em “Be My Druidess”, “My Girlfriend’s Girlfriend”, “Burnt Flowers Fallen” ou até na bizarra mas fantástica versão de “Cinammon Girl” de Neil Young, de maneira diferente de outros temas clássicos que antecedem como “Black No. 1”, “Christian Woman”, entre outros. Baixa-se também um pouco a fasquia na agressividade existente em alguns temas e já não há tanta evidência de Thrash Metal ou alguns toques Punk como havia nos primeiros discos. De resto, temos de uma forma geral, aquilo que é necessário para ficar completo um bom álbum de Type O Negative como bem adoramos: a sedutora voz grave de Steele impossível de se confundir com qualquer outra, riffs característicos, o baixo de Steele que também carrega o seu nome a cada acorde, as melodias de que já falei, algum sentido de humor a contrastar outros temas mais obscuros como na estranha e cómica bigamia presente em “My Girlfriend’s Girlfriend”, feedbacks e outros sons que tal que vão sempre aparecendo para serem a cereja no topo do bolo. Portanto nada melhor para acompanhar estes dias chuvosos de Outono do que uma boa audição dispersa deste disco deixando-se levar pela sua atmosfera envolvente e reparámos como uma estação do ano, como um estado climático, como uma situação de três meses foi tão bem colocada num disco – se quiserem, porque eu também ouvi isto no Verão e sabia bem na mesma, mas é só pela combinação e porque se encaixa perfeitamente e acompanha-o na perfeição. Um álbum tenebrosamente belo. E ao Sr. Peter Steele… Que a sua alma se encontre em paz e que continue a cantar canções obscuras e humorísticas com a sua incomparável voz onde quer que esteja…


Sem comentários:

Enviar um comentário