Artista:
Hulk Hogan and The Wrestling Boot Band
Álbum:
Hulk Rules
Data de lançamento: 1995
Género: AOR, Pop, Hard Rock, Rap
Editora: Select Records
Lista de faixas:
1 – “Hulkster’s in the House”
2
– “American Made”
3
– “Hulkster’s Back”
4
– “Wrestling Boot Traveling Band”
5
– “Bad to the Bone”
6
– “I Wanna Be a Hulkamaniac”
7
– “Beach Patrol”
8
– “Hulk’s the One”
9
– “Hulkster in Heaven”
10
– “Hulk Rules”
Não é por eu ter começado há pouco tempo um outro
blog sobre Pro Wrestling que escolhi isto, foi mesmo porque isto já estava na
lista de espera há muito tempo. E se há alguma razão para isto não constar em
qualquer sítio que aborde álbuns muito maus, das duas uma: 1) Ninguém sabe da
existência desta atrocidade, 2) Quem sabe faz de conta que não sabe que esta
coisa existe, após a experiência traumatizante.
Uma coisa que devemos imediatamente reter: Se um
lutador como Hulk Hogan tinha uma popularidade enorme no seu tempo – ao ponto
de ter a sua própria série animada e camiões de merchandise que facilmente se
classificaria também como lixo – nada indica que só por isso já possa gravar um
disco. Mesmo com o infeliz facto de que, tendo chance, qualquer um pode gravar
um disco. Colocar wrestler num estúdio então ainda pior ideia seria – nem todos
são o Chris Jericho que ainda sabe cantar e tem a sua banda, os Fozzy que ainda
têm uns discos decentes e também tendo em conta que aquele CD do John Cena
poderia ter sido ainda pior. Mas, hey, é o Hulk Hogan, ele pode.
Infelizmente, pôde, mas não devia e lá se juntou à
loucura da “Hulkamania” um CD esquecível. Porque deve ser esquecido, não porque
é fácil de esquecer, isto pode ter efeitos profundamente marcantes e alguns dos
ouvintes mais sensíveis podem nunca mais ser os mesmos após encontrarem esta
relíquia.
Agora imaginem a loucura que era o wrestling e
Hulk Hogan na década de 80 com a “Hulkamania” a ser-nos metida pelos olhos
dentro. Combinem com o ego gigante de Hogan. Agora passem isso para 1995,
quando já poucos queriam saber de Hulk Hogan – pelo menos até à formação da nWo,
mas não quero entrar em pormenores, para isso tenho outro blog – quando o
wrestling profissional sofreu um abalo e uma queda na popularidade e montes de polémicas
à volta de esteróides e outras drogas. Assim já soa bem, não soa? Então para
melhorar, imaginem toda a lamechice que existiu na década de 80 – a manchar uma
década que ainda teve muita coisa boa, mas isso acontece com todas – desde aquele
Hard Rock foleiro, sintetizadores inaudíveis, Raps dolorosos e baladas que
fazem chorar – mas de vergonha, não de emoção. Pronto, passem isso também para
1995. Cinco estrelas.
Eu até diria que este álbum foi lançado fora de
época por essas razões, mas acho que em qualquer altura seria fora de época.
Isto nunca devia ter sido lançado sequer. Mas o Hulkster, inspirado pela morte
de um fã, lá quis engrandecer-se um pouco mais e escreveu a música “Hulkster in
Heaven”, homenagem ao miúdo que conseguiu ser mais sobre ele mesmo do que sobre
o rapaz. E pronto, sai dali uma balada tão mas tão foleira que em vez de
parecer algo emocional, só faz rir. Bela homenagem ao pobre rapazinho, uma
canção que tanto puxa umas gargalhadas como faz um indivíduo pasmar.
Mas como aquela canção não era suficiente,
juntamente com Jimmy Hart – que canta uma grande parte das canções – a sua
mulher Linda e mais outro gajo que nunca vi mais gordo, gravaram um CD inteiro
porque certamente que o que precisava para se elevar era um álbum de música que
soa ainda pior que os bookings do Vince Russo – só mais uma referência inside
de wrestling, não faço mais.
Letras horríveis, canções tão lamechas que até
embaraçam, plágios aqui e ali sempre que pode – como a WWE tinha os direitos do
seu célebre tema “Real American” tiveram que lançar o rip off “American Made” –
as tentativas atrozes de Hulk Hogan a fazer rap e todo o conceito de… Bem, “Hulk
Rules”, afinal é o título do álbum.
Como não aconselho a ninguém, nem que tenha
perdido o juízo, a ouvir isto, fica uma breve descrição de cada canção. Podia
descrevê-las a todas duma vez com uma palavra, mas tento manter alguma classe
neste blog, logo evito qualquer palavrão ou outro tipo de calão mais forte.
Portanto cá vai: “Hulkster’s in the House” é
suposto ser uma canção de Hard Rock para abrir. Muitos anos tardia e soa a
sobras de uma banda que por si já seria muito má. “American Made” como já
disse, é uma “Real American” disfarçada. “Hulkster’s Back” era tão boa que já
nem me lembro mas era capaz de ser o primeiro “rap” do CD. “Wrestling Boot
Traveling Band” desafia as leis da lamechice com Jimmy Hart a falar da vida na
rua de uma banda – porque isto é cá uma banda, cuidado… “Bad to the Bone”,
seria o hino “badass” cantado de novo por Hart… Sigamos em frente, nada a
apontar. “I Want to Be a
Hulkamaniac” deve ser o rap mais foleiro com o parvo refrão esganiçado “I want
to be a Hulkamaniac, have fun with my family and friends”. Tão mau que
nem parece verdade. “Beach Patrol” acho que é uma parvoíce qualquer à volta do
ego de Hogan e de quantas mulheres o querem e pode ter. “Hulk’s the One” seria
uma cançãozinha romântica cantada por Linda Hogan para o marido. Eu ouvi bem ou
ela descreve uma relação abusiva, mas mesmo assim ele é o ideal para ela? Pronto,
siga. De “Hulkster in Heaven”
já falei – mas a letra “I used to tear my shirt, But now you’ve torn my heart”
toca mesmo lá no fundo… E acaba com “Hulk Rules”, outra tentativa de
hino de Rock, uns quinze anos atrasado.
E pronto, fica aí, agora façam o que quiser que eu
ainda estou em fase de recuperação quanto a este CD ou coisa que o valha e devo
precisar de lavar o cérebro com lixívia, pegar fogo aos tímpanos e ficar
isolado de contacto humano durante dois meses. Só para superar a experiência
que foi ouvir isto. Hulk… Fica no ringue. Ou melhor, ficasses no ringue, porque
agora nem aí tens muito a dar.
Sem comentários:
Enviar um comentário