Artista:
Alesana
Álbum:
A Place Where the Sun Is Silent
Data de lançamento: 18 Outubro 2011
Género:
Post-Hardcore, Screamo
Editora: Epitaph Records
Lista de faixas:
1 –
“The Dark Wood of Error”
2
– “A Forbidden Dance”
3
– “Hand in Hand with the Damned”
4
– “Beyond the Sacred Glass”
5
– “The Temptress”
6
– “Circle VII: Sins of the Lion”
7
– “Vestige”
8
– “Lullaby of the Crucified”
9
– “Before Him All Shall Scatter”
10
– “Labyrinth”
11
– “The Fiend”
12
– “Welcome to the Vanity Faire”
13
– “The Wanderer”
14
– “A Guilded Masquerade”
15
– “The Best Laid Plans of Mice and Marionettes”
16
– “And Now for the Final Illusion”
Do outro lado do Atlântico, existem várias bandas
do movimento Post-Hardcore/Metalcore/Scenecore/Muitacoisacore com uma vasta
base de fãs. O género em si, pende para as inter-semelhanças, mas de quando a
quando vai sempre aparecendo uma banda nova que parece já pedir a abertura de
alas para se instalar no topo como as bandas do momento. O problema destas
bandas de “Rock de eyeliner” é que parecem estar encaminhadas para se
encurralarem num género sem saída e reviverem algo semelhante ao Nu Metal.
Já existem algumas bandas que já andam a dar
voltas à música para evitar o trambolhão. Muitas largam os berros e os
breakdowns para não se associar tanto a um género que ao pegar moda da forma
que aconteceu, habilita-se a ter os dias contados. No caso destes Alesana, é
aparente que já desde os seus inícios que não têm medo de colocar novas
propostas por cima da mesa e isso nota-se ainda mais quando trazem ao mundo um
trabalho tão ambicioso como o “A Place Where the Sun Is Silent”. Mas
conseguiria encher completamente as medidas de tal ambição?
Álbuns conceptuais já não são estranhos para a
banda e neste não pensam menos em grande ao inspirar-se em poesia de Dante.
Quer se sinta demasiado a veia infanto-juvenil na música do grupo, não parece
haver para já como negar o potencial na escrita lírica e na composição de
melodias. O novo investimento parece ser na própria música quando se lhe tenta
dar um toque progressivo e com novos arranjos à coisa. Aposta-se em elementos
sinfónicos. Aposta-se em coros infantis e até no uso de trompas há interesse.
Tinha de tudo para enriquecer.
No entanto, por muito bem-intencionados que fossem
esses elementos, acabam por ser algo em vão, quando o ponto de foco acaba por
ser o habitual: os duetos limpos/berrados que os dois vocalistas costumam
partilhar. E mesmo assim, parecem ter “amolecido” um pouco e dar menos destaque
aos vocais berrados – sempre foi algo que se sobressaía, os berros eram mais
extremos que os usuais – e o ponto fulcral parece ser mais à volta da voz limpa
de Shawn Milke e até dos vocais femininos convidados de Melissa Milke.
Logo, teremos canções feitas à base das melodias
mais Pop e com o tom de “Sweetcore” como alguns lhe gostam de chamar. Ou seja,
facilmente se confundiria com outra banda de Pop Punk fora os berros e as
guitarras mais fortes – os dois géneros cruzam-se cada vez mais e já nem
parecem primos directos, já devem ser mesmo irmãos e daqui a nada gémeos. Não
nego, de maneira nenhuma, o impacto das melodias e dos refrães que se podem
encontrar em alguns temas como “A Forbidden Dance”, “Beyond the Sacred Glass”, “Circle
VII: Sins of the Lion” ou “A Guilded Masquerade”. Mas também acrescento que
existem várias canções que não parecem ter muito para se entranhar.
Mas entra de novo o factor da ambição que precedia
a confecção deste disco. Ao fim e ao cabo, acabou por não se sobressair muito
em relação à restante discografia e até às restantes bandas do movimento. E se
os Alesana tinham vontade de contornar os problemas à volta do género estagnado,
parece que ainda vão ter que trabalhar um pouco mais.
Não digo que não haja aqui instintos inovadores,
porque há, e se os Alesana pretendem sobreviver após uma possível queda do
Post-Hardcore/Screamo como ele tem soado ultimamente, ainda parecem ter genica
para dar o salto – factores como os vocais berrados e a inspiração lírica
parece afastá-los do “same old”. Mas o disco para o investimento, vontade e, lá
está, volto a repetir-me, ambição que tinha, pode muito bem configurar lado a
lado com muitos outros discos de Post-Hardcore/Screamo que se façam por lá.
Mas para quem ainda for fã dedicado não há porque
desiludir. E se os Alesana ainda conseguirem pôr uns quantos jovens a ler
poesia clássica, então ainda vem por bem…
Avaliação: 6,2
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