terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Lou Reed & Metallica - Lulu



Artista: Lou Reed & Metallica
Álbum: Lulu
Data de lançamento: 31 Outubro 2011
Género: Avant-Garde Rock, Noise Rock, Metal Experimental, Spoken Word
Editora: Warner Bros. Records, Vertigo Records
Lista de faixas:

CD1:
1 – “Brandenburg Gate”
2 – “The View”
3 – “Pumping Blood”
4 – “Mistress Dead”
5 – “Iced Honey”
6 – “Cheat on Me”

CD2:
1 – “Frustration”
2 – “Little Dog”
3 – “Dragon”
4 – “Junior Dad”

Demorei mas mais tarde ou mais cedo tinha que falar de um dos álbuns mais marcantes do ano 2011. E não propriamente pelas melhores razões. Mas começo já por dizer de uma vez: Isto não é o sucessor de Death Magnetic, é apenas uma colaboração e em continuidade funciona mais como um álbum de Lou Reed que acontece ter os Metallica como banda de back-up.

Mas não é por isso que o nome Metallica deixa de estar associado. E se há uma boa parte de gente que realmente gostou, há uma parte ainda maior que o achou atroz. Mas acredito que seja maior ainda a quantidade de pessoas que não sabem o que raio aconteceu por aqui. Isto vem do homem que nos deu o “Metal Machine Music”, mas não é por isso que se deixa de coçar menos a cabeça.


A primeira ideia é a de que se usou um instrumental ao estilo Metallica. Em seguida, Lou Reed fala por cima das faixas instrumentais. Oh Diabo… É isto? No entanto, começam a aparecer melodias… Umas partes cantadas por James Hetfield e assim à primeira tem um certo som “Load”. Então o som disto é Metallica de 90’s com uma narração por cima? Também não, à medida que se desenrola e se estende por mais de uma hora, com canções longas, fica aquele sentimento ruidoso, repetitivo, uma certa monotonia propositada. Ao fim e ao cabo, como é isto mesmo? Nem se sabe.


Depois ainda tem as letras. Baseadas numa peça, talvez já se fosse esperar algo abstracto. Escrito por Lou Reed? Temos festa. “I am the table” ou “Spermless like a girl” são exemplos de versos que me lembro que se encontrem ao longo deste bizarro disco. Dão-lhe um tom cómico mas no meio de música tão obscura e ruidosa que carrega um peso mas não o tipo de peso que se associa aos Metallica, transforma-se num simples “Que diabo se passou aqui?”.

Aliás, é essa a expressão que pode resumir todo o disco, que até se pode classificar como “outsider music”, aquele tipo de arte marginal vanguardista que foge a regras de lógica e a sua composição mais pesada – muitos acreditam que algumas das partes instrumentais davam para umas boas malhas – com as passagens faladas por Lou Reed sobrepostas dão a entender que o experimentalismo aqui presente foi mais de colagem do que um de composição.

No entanto, este tipo de arte é direccionado a quem? Aos fãs de Metallica, não me parece. Lou Reed afirma que não lhe resta mais nenhum fã desde “Metal Machine Music”, logo no seu ponto de vista não é para os seus fãs, se ele já acha que nem sequer os tem. Para alguém que tenha a paciência de ouvir o disco vezes suficientes até o perceber verdadeiramente? Provavelmente, mas não são muitos os que o ouvem à primeira e encontram algo para o querer ouvir de novo. Tentar encontrar algo que seja já parece difícil.

Ao fim e ao cabo, tenho aqui um texto confuso, mas que tem a ver com o álbum. As opiniões que predominam são as de que o disco vale tanto como um almoço inteiramente composto por marisco… Já depois da fase de digestão completa. Outros acham que é uma peça genial. Eu por acaso, acho que nem um nem outro, acho que o álbum foi mesmo feito para não se saber que raio de emoção reter dele.

Volto a lembrar: Isto não conta propriamente como um álbum de Metallica. Só para os fãs ficarem mais descansados e os fanboys ganharem discussões sem sentido. Mas ficou aqui um texto confuso, sobre um álbum mais ainda… Só sei que, I AM THE TABLE!

Avaliação: 5,1


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