Artista: Nightwish
Álbum: Imaginaerum
Data de lançamento: 30 Novembro 2011
Género: Metal sinfónico/gótico, Power Metal
sinfónico, Folk Metal
Editora:
Nuclear Blast, Roadrunner Records
Lista
de faixas:
1
– “Taikatalvi”
2
– “Storytime”
3
– “Ghost River”
4
– “Slow, Love, Slow”
5
– “I Want My Tears Back”
6
– “Scaretale”
7
– “Arabesque”
8
– “Turn Loose the Mermaids”
9
– “Rest Calm”
10
– “The Crow, the Owl and the Dove”
11
– “Last Ride of the Day”
12 – “Song of Myself”
13 – “Imaginaerum”
A construção e o “teasing“ à volta da criação deste
novo álbum dos Nightwish criavam expectativas para algo de muito grandioso.
Alguns mais cépticos ainda se mantinham de pé atrás, ainda sem confiança total
em Anette Olzon. Outros esperavam que viesse daí o derradeiro álbum que
representasse esta nova fase da banda na perfeição.
A ambição deste registo ficou bem acentuada quando
se noticiou a realização de um filme com o álbum a funcionar como banda sonora.
Isto permitiu a Tuomas Holopainen poder criar uma obra-prima conceitual com a
ideia de um filme na cabeça. O termo “Disney Metal” já tivera sido atribuído
várias vezes à banda, mas agora o compositor do grupo tinha mais asas para
realmente criar uma banda sonora de um filme de fantasia.
Após os 75 minutos – que passaram num instante –
em que se ouve este disco não parece haver um único defeito a apontar em todo o
decorrer do épico registo e se haviam falhas a apontar anteriormente, aqui terá
que cavar muito fundo para as encontrar. A não ser que ainda estejam em fase de
birra por já não haver Tarja – certamente que é menos difícil de ultrapassar os
problemas para a banda do que para os fãs, porque eles já seguiram em frente.
Em termos de letras, este pode-se dizer que seja
um disco mais livre e com uma fonte diferente, para Tuomas que prefere o tom
fantasioso e encarnação de uma personagem à exploração de emoções pessoais para
construir as suas composições épicas. Em termos instrumentais temos mais uma
vez aquela dose gorda de orquestras que por vezes ofuscam o lado pesado das
canções e que torna debatível a categoria onde se inserem. Basta um pouco de
raciocínio e ouvido desperto para chegar à conclusão que os Nightwish
simplesmente se integram na categoria “Nightwish”.
A forma como todas as canções se encaixam umas nas
outras, mesmo envolvendo tantas influências e géneros diferentes também é digna
de uma impressionada vénia. Aquele Power Metal sinfónico que contém nos
alicerces da banda desde o seu início e aquela veia gótica que também os
tornava identificativos anda por aqui na mesma – abordado daquela forma que a
banda Finlandesa bem sabe e que se consegue afastar do “standard”. Mas ainda se
realçam bem as passagens Folk, experiências com Jazz, a exploração melódica
mais Pop/Rock, etc. Ao todo, em vez de aquela comum estrutura de Metal
sinfónico que predomina em muitas bandas do género, fica mais uma obra
invejável, como li, que passaria por uma banda sonora de algum filme de Tim
Burton.
E mais um
dos pontos que aqui existe para se aclamar é o trabalho da voz. Vozes, melhor
dizendo. Em primeiro lugar, de Marco Hietala, que cada vez mais tem vindo a
engrandecer a sua participação vocal nos trabalhos da banda e já é uma peça
indispensável. Por segundo, também tem que se reconhecer um excelente trabalho
por parte de Anette Olzon. Mesmo que não queiram dar o braço a torcer que
ninguém vos obriga, mas Anette já está mais que integrada na banda, trabalha
com um conforto como se já fizesse parte da banda desde sempre e tem um desempenho
impecável numa obra escrita já intencionalmente para a sua voz. Consegue chamar
a atenção e consegue um trabalho vocal bastante versátil, chegando a encarnar
várias personagens. Está tão direccionado à voz da jovem Sueca e tão bem
desempenhado que após o ouvirmos, já somos capazes de sentir que isto já não
era para a Tarja e achamos que Anette está aqui bem colocada. Ou seja, más
notícias para os mais desordeiros na guerra “Tarja vs Anette”: Eles já souberam
como avançar.
Com toda esta escrita fabulosa de temas de um modo
tão geral, torna-se muito difícil sequer encontrar uma faixa de destaque.
Cada canção funciona tão bem como é. Enumero alguns exemplos: “Storytime” é um
tema perfeito para promover o disco pré-saída, ideal estrutura para single de
promoção e o seu envolvente refrão é daqueles que se recusa a sair da cabeça. E
eu, nada ralado. “Ghost River” e o refrão cantado por Hietala, representa a
parte mais “pesada” do disco se é que posso dizer isso assim. “Slow, Love, Slow”
utiliza umas surpreendentes influências de Jazz antigo. Nem vi o filme, mas
ouço isto e imagino a Anette a cantar deitada num piano. Se não estiver, a
imagem na mente mantém-se clara. “I Want My Tears Back” provoca a dança com o
seu lado Folk bem sublinhado à la “Last of the Wilds”. “Scaretale” soa a um
clímax de terror e suspense e não haveria melhor uso para um coro infantil do
que o que está aqui presente. O instrumental “Arabesque” aqui como um
interlúdio de toda a acção épica. Os maneirismos badalescos de “Turn Loose the Mermaids” ou “The Crowl,
the Owl and the Dove”. “Rest Calm” que muito facilmente integraria o
registo anterior ou até mesmo o “Once” se trabalhado de forma diferente, mas
isto sem soar deslocado. A longa e épica “Song of Myself” que parece ter-se
tornado regra no percurso da banda com belíssimas leituras de poemas. E em “Imaginaerum”
uma medley em orquestra de todo o álbum para os créditos finais. E quase que
vemos um monte de letras a passar-nos à frente ao ouvirmos. E também pode
passar um arrepio pela espinha se assim calhar.
Mas uma descrição pouco detalhada e sem ser de
todas as faixas, porque senão corria o risco de me tornar repetitivo sobre o
quão belas conseguem ser as canções, cada uma delas ou em conjunto. E também
convinha evitar babar-me sobre o teclado de tão maravilhado que me encontro com
esta obra do início ao fim. Nem tenho bem a certeza se este será “o” álbum de
Nightwish, pois representa uma nova fase da banda. Quanto à questão de ser ou
não “o” álbum do ano, é discutível, mas muito possivelmente anda por lá perto…
Os adoradores de Tarja que me perdoem mas não encontrei um único defeito aqui…
Avaliação: 9,7
Composições orquestrais sempre impressionantes !
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