quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Evile - Five Serpent's Teeth



Artista: Evile
Álbum: Five Serpent’s Teeth
Data de lançamento: 26 Setembro 2011
Género: Thrash Metal
Editora: Earache Records
Lista de faixas:

1 – “Five Serpent’s Teeth”
2 – “In Dreams of Terror”
3 – “Cult”
4 – “Eternal Empire”
5 – “Xaraya”
6 – “Origin of Oblivion”
7 – “Centurion”
8 – “Im Memoriam”
9 – “Descent Into Madness”
10 – “Long Live New Flesh”

E os Britânicos Evile já vão no seu terceiro álbum de originais. Parte de um movimento do Thrash Metal com uma vibe mais “old school”, quando muitos sentiam que o Thrash Metal como o conhecemos já tinha dado as suas cartas todas e já tinha passado o seu momento: eis que se apresenta um conjunto de bandas com vontade de reerguer e abraçar o Metal extremo e rápido que se andava a desfrutar há umas décadas atrás.

No entanto, a primeira tendência que há a reagir é a do que “está feito está feito” e que o que se devia tentar era algo novo e não cópias de clássicos, soando exactamente a isso. Logo, por muito bons que fossem os dois anteriores discos dos Evile, por muito boas que fossem as malhas que lá se encontrassem, a ideia de muitos de que o Thrash Metal puro já está moribundo permanece e para fazer discos desse género já cá tínhamos os antigos – Overkill, por exemplo, recentemente deram-nos um álbum soberbo.

Tentar algo novo mesmo com a linha do “Old School Thrash”. Porque não? É arregaçar as mangas, trabalhar e tentar. Logo, à primeira audição este disco parece seguir a mesma regularidade dos discos anteriores. Os temas são maioritariamente construídos à volta da rapidez dos riffs, a fúria de uma bateria técnica, vocais poderosos de erguer o punho. Na voz há muita influência de Slayer ou Metallica, o que se torna óbvio, pois estas são as principais influências e mestrias agarradas pelo grupo Britânico, a principal escola da banda.

A uma audição mais atenta, já parece sentir-se uma nova onda formando-se lá por trás. Há um “feeling” diferente nas melodias, há um certo toque que parece dar um outro passo fora da caixa do Thrash/Speed da velha guarda. Cheguei a ler noutros textos críticos que se detectava uma influência de actos mais obscuros como Celtic Frost. É bem possível que se utilize um outro acto influente diferente, mantendo-o ligado à fórmula habitual para fazer o truque de variar sem se abalar tanto.

Outro factor de sublinhar no que diz respeito ao desenvolvimento positivo da banda neste disco é o maior impacto de melodias. Os dois discos anteriores, mesmo com a sua devida aposta no factor melodia/refrão, eram mais feitos à base de um descarregar de riffs rápidos, ou seja, faixas de abanar a cabeça durante toda a sua duração. Em “Five Serpent’s Teeth” já há uma certa concentração em criar umas melodias que se armazenem no ouvido durante algum tempo pós-audição. Casos como o single “Cult” ou a conclusiva “Long Live New Flesh” podem até ser cantados em concerto, nem que seja só para descansar um pouco o pescoço.

É claro que são pormenores que não engrandecem tanto a banda ao ponto de terem um pique de genialidade representado neste registo e provavelmente em termos de impacto histórico, os Evile não serão talvez exemplo de banda que se erga muito para além da nota de rodapé. E para quem não der atenção aos pormenores anteriormente destacados, soa a um simples colectivo de malhas aceleradas. Mas o pessoal que esperava o disco também não pedia mais que isso…

Avaliação: 7,9


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