Artista:
Pink Floyd
Álbum:
The Piper at the Gates of Dawn
Data de lançamento: 4 Agosto 1967
Género: Rock psicadélico
Editora: Capitol Records, EMI Records
Lista de faixas:
1 –
“Astronomy Domine”
2
– “Lucifer Sam”
3
– “Matilda Mother”
4
– “Flaming”
5
– “Pow R. Toc H.”
6
– “Take Up Thy Stethoscope and Walk”
7
– “Interstellar Overdrive”
8
– “The Gnome”
9
– “Chapter 24”
10
– “The Scarecrow”
11
– “Bike”
É verdade que mesmo podendo-se considerar todos os álbuns
de Pink Floyd como enormes clássicos e importantes peças na história da música,
não é propriamente o disco de estreia “The Piper at the Gates of Dawn” o
primeiro a saltar à mente. Já tenho um certo gosto em escolher álbuns de
estreia de algumas bandas já grandes, à prior do seu marcante som estar
estabelecido. Viajando um pouco pelo histórico deste blog, pode-se encontrar
outro exemplo, quando seleccionei o “Very ‘eavy Very ‘Umble” dos Uriah Heep.
Apenas um exemplo, volto a fazê-lo com uma daquelas bandas que consta na camada
de topo das maiores bandas que já calcaram a Terra.
Mas
porquê este “The Piper at the Gates of Dawn”? Porque não uns passos
iniciais no épico Rock progressivo de um “A Saucerful of Secrets”? Ou a
experiência ao vivo/estúdio de “Ummagumma”? “The Dark Side of the Moon” ou “Wish
You Were Here” facilmente constam entre os melhores álbuns de sempre. Ainda não
se fez nada parecido com o “Animals”. O “The Wall” creio que já possa ser
suficientemente grande para integrar livros de História. “The Division Bell”
parece ter acabado a discografia de originais da banda em grande. Então e a
razão para ter escolhido o primeiro? Muito provavelmente foi apenas porque me
apeteceu.
E mesmo que este disco não represente propriamente
aquele som dos Pink Floyd que lhes garantiu um lugar intocável na história da
música, com álbuns altamente influenciais, também tem a sua grandeza intemporal.
Muito possivelmente também não soa tão intemporal como os outros, aliás, este
tem “60’s” bem explícito a cada segundo de duração. E daí, a sua posição de
topo mantém-se mas numa área mais específica. O Rock psicadélico. Tudo o que
tenha vindo com tais influências deve muito a esta década, a muitas das suas
bandas e também a este álbum.
Um pormenor curioso que tem este álbum é o facto
de ter sido muito bem recebido logo ao seu lançamento e ter tido aclamação por
parte de críticos da parte mainstream. Ao contrário dos dias de hoje, muitos
críticos pareciam ter medo de algo novo e não engraçavam de imediato com muitos
discos que sobreviveram bem ao tempo e hoje são míticos. Mas por acaso, a
recepção inicial a este disco bastante ruidoso para o seu tempo, composto por
variados hinos alucinantes foi boa. E com o decorrer do tempo ainda mais. O seu
posto como um epítome do Rock psicadélico já está mais que cimentado.
Também é importante ter em conta a participação de
Syd Barrett, lendário membro fundador que é bem lembrado pelos autênticos fãs
de Pink Floyd mas que pode passar ao lado de alguns mais distraídos. Antes da
integração de David Gilmour e do domínio na escrita das canções de Gilmour e
Roger Waters, era Barrett que liderava a banda, mostrando o seu talento mais
acima da média. Apenas se manteve com a banda até ao seguinte “A Saucerful of
Secrets” mas é daqui que se retêm as melhores memórias do seu trabalho.
Não há muito mais a dizer sobre este disco, para
além da sua enorme influência no Rock psicadélico com o seu uso de teclas
inconfundível e impecável trabalho de guitarras. As letras falam
predominantemente de assuntos menos ortodoxos como temas espaciais, bicicletas,
espantalhos, gnomos e outros tipos de contos. E porque não haveria isso de ser
o ideal para construir um clássico. Outro pormenor que também se retém é aquele
cheiro a velho – no sentido positivo – que se nota na abordagem musical que
quase nos manda para os olhos uma camada de pó que havia a cobrir o disco e um
gira-discos parado sem utilização. Essa é uma sensação fenomenal.
Como muitos discos de Pink Floyd, este “The Piper
at the Gates of Dawn” é uma mina de ouro. E todo o Rock psicadélico, de feeling
hippie, com todas as cores com que se pode imaginar da década de 60, está aqui
bem representado e pode muito bem servir para exemplificar como soava esse género.
Para quem quiser começar a ouvir disto, pode muito bem começar por aqui. E quem
quiser começar a ouvir Pink Floyd e seguir numa jornada discográfica que comece
também pelo início que assim é que se sente bem todas as vertentes e toda a
evolução. Um clássico e ponto.
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