segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

[Clássico do Mês] Pink Floyd - The Piper at the Gates of Dawn



Artista: Pink Floyd
Álbum: The Piper at the Gates of Dawn
Data de lançamento: 4 Agosto 1967
Género: Rock psicadélico
Editora: Capitol Records, EMI Records
Lista de faixas:

1 – “Astronomy Domine”
2 – “Lucifer Sam”
3 – “Matilda Mother”
4 – “Flaming”
5 – “Pow R. Toc H.”
6 – “Take Up Thy Stethoscope and Walk”
7 – “Interstellar Overdrive”
8 – “The Gnome”
9 – “Chapter 24”
10 – “The Scarecrow”
11 – “Bike”

É verdade que mesmo podendo-se considerar todos os álbuns de Pink Floyd como enormes clássicos e importantes peças na história da música, não é propriamente o disco de estreia “The Piper at the Gates of Dawn” o primeiro a saltar à mente. Já tenho um certo gosto em escolher álbuns de estreia de algumas bandas já grandes, à prior do seu marcante som estar estabelecido. Viajando um pouco pelo histórico deste blog, pode-se encontrar outro exemplo, quando seleccionei o “Very ‘eavy Very ‘Umble” dos Uriah Heep. Apenas um exemplo, volto a fazê-lo com uma daquelas bandas que consta na camada de topo das maiores bandas que já calcaram a Terra.

Mas porquê este “The Piper at the Gates of Dawn”? Porque não uns passos iniciais no épico Rock progressivo de um “A Saucerful of Secrets”? Ou a experiência ao vivo/estúdio de “Ummagumma”? “The Dark Side of the Moon” ou “Wish You Were Here” facilmente constam entre os melhores álbuns de sempre. Ainda não se fez nada parecido com o “Animals”. O “The Wall” creio que já possa ser suficientemente grande para integrar livros de História. “The Division Bell” parece ter acabado a discografia de originais da banda em grande. Então e a razão para ter escolhido o primeiro? Muito provavelmente foi apenas porque me apeteceu.

E mesmo que este disco não represente propriamente aquele som dos Pink Floyd que lhes garantiu um lugar intocável na história da música, com álbuns altamente influenciais, também tem a sua grandeza intemporal. Muito possivelmente também não soa tão intemporal como os outros, aliás, este tem “60’s” bem explícito a cada segundo de duração. E daí, a sua posição de topo mantém-se mas numa área mais específica. O Rock psicadélico. Tudo o que tenha vindo com tais influências deve muito a esta década, a muitas das suas bandas e também a este álbum.

Um pormenor curioso que tem este álbum é o facto de ter sido muito bem recebido logo ao seu lançamento e ter tido aclamação por parte de críticos da parte mainstream. Ao contrário dos dias de hoje, muitos críticos pareciam ter medo de algo novo e não engraçavam de imediato com muitos discos que sobreviveram bem ao tempo e hoje são míticos. Mas por acaso, a recepção inicial a este disco bastante ruidoso para o seu tempo, composto por variados hinos alucinantes foi boa. E com o decorrer do tempo ainda mais. O seu posto como um epítome do Rock psicadélico já está mais que cimentado.

Também é importante ter em conta a participação de Syd Barrett, lendário membro fundador que é bem lembrado pelos autênticos fãs de Pink Floyd mas que pode passar ao lado de alguns mais distraídos. Antes da integração de David Gilmour e do domínio na escrita das canções de Gilmour e Roger Waters, era Barrett que liderava a banda, mostrando o seu talento mais acima da média. Apenas se manteve com a banda até ao seguinte “A Saucerful of Secrets” mas é daqui que se retêm as melhores memórias do seu trabalho.

Não há muito mais a dizer sobre este disco, para além da sua enorme influência no Rock psicadélico com o seu uso de teclas inconfundível e impecável trabalho de guitarras. As letras falam predominantemente de assuntos menos ortodoxos como temas espaciais, bicicletas, espantalhos, gnomos e outros tipos de contos. E porque não haveria isso de ser o ideal para construir um clássico. Outro pormenor que também se retém é aquele cheiro a velho – no sentido positivo – que se nota na abordagem musical que quase nos manda para os olhos uma camada de pó que havia a cobrir o disco e um gira-discos parado sem utilização. Essa é uma sensação fenomenal.

Como muitos discos de Pink Floyd, este “The Piper at the Gates of Dawn” é uma mina de ouro. E todo o Rock psicadélico, de feeling hippie, com todas as cores com que se pode imaginar da década de 60, está aqui bem representado e pode muito bem servir para exemplificar como soava esse género. Para quem quiser começar a ouvir disto, pode muito bem começar por aqui. E quem quiser começar a ouvir Pink Floyd e seguir numa jornada discográfica que comece também pelo início que assim é que se sente bem todas as vertentes e toda a evolução. Um clássico e ponto.


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