Artista:
Anthony Green
Álbum:
Beautiful Things
Data de lançamento: 17 Janeiro 2012
Género: Indie
Pop, Folk Rock, Rock alternativo
Editora: Photo Finish
Lista de faixas:
1 –
“If I Don’t Sing”
2
– “Do It Right”
3
– “Moon Song”
4
– “Get Yours While You Can”
5
– “When I’m on Pills”
6
– “Can’t Have It All at Once”
7
– “Big Mistake”
8
– “Love You No Matter What”
9
– “How It Goes”
10
– “Just to Feel Alive”
11
– “James’ Song”
12
– “Blood Song”
13
– “Lullaby”
“Beautiful Things” chama ele ao álbum e pode muito
bem referir-se às canções que escreveu para o fazer, tal é o positivismo com
que canta aqui, algo pouco usual no repertório de Anthony Green. Tudo devido a
uma grande mudança na sua vida, assim que casou – maneira estranha de lhe
ficarem a conhecer a esposa, mas é a rapariga da capa – e foi abençoado com um
filho que já completou o seu primeiro ano de existência. Tal viragem na vida
causou uma mudança no método de escrita ainda honesto do músico, cujo vasto
currículo – Circa Survive, Saosin ou The Sound of Animals Fighting são apenas
alguns exemplos – que por vezes anda nas beiras do Post-Hardcore/Emo, não
costumava apontar.
É com essa mesma honestidade e de forma directa
que Green nos apresenta estas treze canções com os seus amigos dos Good Old War
a servir de banda back-up. É com a ajuda dessa banda, a juntar ao talento para
as melodias do talentoso vocalista que se forma aqui um som de sangue Folk e
alternativo, com pitadinhas Hipster e com todo o experimentalismo a residir na
simplicidade para tornar o disco ainda mais sincero que o que já é à primeira
vez que se “despe” para os nossos ouvidos.
O toque para as melodias salienta-se bem para
fazer com que o álbum sobreviva para além da apreciação dos elementos musicais
e guarde também algumas canções na cabeça logo de imediato. “If I Don’t Sing”, “Get
Yours While You Can”, “Just to Feel Alive” ou a interessante experiência a
capella de “Do It Right” conseguem muito bem personificar a parte melódica dos
refrães das canções.
O trabalho vocal esse já o conhecemos e Anthony
Green é um portador de uma das vozes mais impressionantes no que diz respeito ao
seu campo, com o habitual tom agudo – bem trabalhado, e maldito seja o dia em
que disseram aos gajos do Screamo que cantar agudo os ia tornar numa grande
coisa – com uma boa dose de rouquidão e outros tons para a tornar imediatamente
reconhecível e inimitável. É no single “Get Yours While You Can” que mais se
pode notar e retirar o chapéu ao trabalho vocal impecável do líder dos Circa
Survive.
A parte Folk do álbum apesar de seguir uma linha
mais genérica, ainda ajuda de certa forma a criar identidade para o registo e
de “Love You No Matter What” para a frente é nessa estrada que se mantém e
nessa veia que mais se concentra – em “Blood Song” existe um feeling de country
que distingue bem a faixa – após umas canções mais inclinadas para o Indie ou
para um Pop Rock menos acessível.
Para um ouvido mais atento e perfeccionista não há
assim muito para distinguir do seu anterior disco a solo “Avalon”, mas a
principal diferença está como é claro, nas letras. O seu casamento e o
nascimento do seu primeiro filho conseguiram mudar a abordagem e temos aqui um
ponto de vista com muita mais cor do que é habitual na poesia de Green. Tanto
ao ponto de termos canções inteiramente dedicadas ao miúdo. “James’ Song” –
explícita quanto ao assunto, visto que James é o nome do catraio – é direccionada
com ternura ao pequeno enquanto a conclusiva “Lullaby” funciona perfeitamente
como uma bela canção de embalar. Mas não é nada disso que retira maturidade ao
álbum, até pelo contrário, ajuda a fazer deste um dos álbuns mais adultos de
Green.
Muito no entanto, após verificarmos as letras e
concentrarmo-nos no som, notámos que o disco ou vai agradar aos fãs mais ávidos
do vocalista, que procuram qualquer coisa que tenha mão – ou neste caso voz –
do músico para se satisfazerem ou então dirige-se a um público completamente
diferente daquele que acompanha o seu trajecto nos Circa Survive. De maneira a
que o propósito do álbum não seja muito mais que um projecto, um entretenimento
do vocalista, para deitar fora uns quantos sentimentos positivos mais recentes
que possua. Porque não acrescenta muito ao seu repertório e sujeita-se a servir
apenas de aquecimento para o próximo álbum dos Circa Survive, sem sobreviver a
muitas audições repetidas. É uma obra bonita e bastante agradável de se ouvir,
mas parece encaminhar-se para passar mais tempo na prateleira do que a tocar…
Avaliação: 7,4
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