quinta-feira, 15 de março de 2012

Eluveitie - Helvetios



Artista: Eluveitie
Álbum: Helvetios
Data de lançamento: 10 Fevereiro 2012
Género: Folk Metal, Death Metal melódico
Editora: Nuclear Blast
Lista de faixas:

1 – “Prologue”
2 – “Helvetios”
3 – “Luxtos”
4 – “Home”
5 – “Santonian Shores”
6 – “Scorched Earth”
7 – “Meet the Enemy”
8 – “Neverland”
9 – “A Rose for Epona”
10 – “Havoc”
11 – “The Uprising”
12 – “Hope”
13 – “The Siege”
14 – “Alesia”
15 – “Tullianum”
16 – “Uxellodunon”
17 – “Epilogue”

Apesar de toda a originalidade e diversão que se notou à volta do Folk Metal aquando da sua imersão, infelizmente conseguiu encurralar-se em termos criativos, com cópias sem sal a saírem cada vez mais para o povo. Muitas das bandas até eram engraçadas, mas nada para ficar agarrado que as distinguisse de muitas outras. Com isto, a devoção e atenção ao género tem que se voltar aos actos que mais conseguiram singrar e distinguir-se. E os Eluveitie são com certeza dos principais nomes que saltam à mente quando se juntam os termos “Folk” e “Metal”. Capazes de sobrevivência e até de representar o género, o grupo Suíço tem em “Helvetios”, mais um disco de valer a pena – debatível se superará outros como o impactante “Slania” lançado em 2008.

Não só o grupo mostra como sabe manter-se ainda a remar nestas mesmas águas, mas parece mostrar que ainda não estabilizou totalmente no seu som. Ainda é o típico Death Metal melódico de sangue Sueco misturado com umas divertidas melodias folclóricas feitas à base de instrumentos tradicionais como violinos, flautas, gaitas-de-foles ou a belíssima sanfona – ou viola de roda – que vemos internacionalmente a ser chamada de “hurdy gurdy”. O que pode realmente variar é a forma como abordam o som, pois parecem compilar aquilo que melhor fizeram nos discos anteriores e colocá-lo neste disco.

Primeiro exemplo é o trabalho vocal de Anna Murphy. A sua bela voz já se conhecia de alguns vocais secundários nos anteriores discos. Mas após a bem sucedida experiência acústica que foi “Evocation I: The Arcane Dominion”, já parece haver maior procura de integrar a voz de Murphy nas canções. E se tal já se fazia notar em “Everything Remains as It Never Was”, então em “Helvetios” já temos canções protagonizadas pela voz feminina como em “A Rose for Epone” – tema que se agarra bem ao nosso ouvido e com muito gosto – ou “Alesia”. Apenas mais um ponto forte descoberto para a banda.

Quantos ao trabalho vocal restante, já conhecemos bem a voz berrada de Chrigel Glanzmann que mais uma vez trabalha sem pecar. Uma certa extremidade diferente do habitual nos berros num tema como “The Siege” parece fazer desta uma das canções mais pesadas do repertório dos Suíços.

A parte instrumental das músicas é realmente caso para dizer que é o costume, mas os Eluveitie são um dos exemplos dos casos de aqueles que mantêm um som corrente porque assim se quer. O que exactamente se pediu na encomenda é o que exactamente vem no pacote e temos neste extenso disco a habitual harmonia entre o pesado e o pagão e helvético. A parte dos riffs agressivos que nos propiciam ao abanar de cabeça como já bem se sabe e a parte folclórica que nos incita a dançar, tudo posto sobre a mesa em simultâneo para originar aquela mistura soberba que tanto nos fez gostar do Folk Metal em primeiro lugar no seu aparecimento antes de ficar tão estancado.

E se 17 faixas parece algo muito extenso, existem sempre os interlúdios ambientais para deixar os outros temas fluir e para descansar um pouco. E mesmo numa hora de duração, consegue passar bem e com rapidez, flui muito facilmente e em nenhum momento começa a maçar. E referente às tais “Interludes” ambientais, existe em “Helvetios” uma proposta interessante que é o tema “Scorched Earth”, cujas opiniões possam diferir principalmente devido à extensão dessa faixa em particular mas que eu achei bastante interessante.

Como sendo um CD que funciona tão bem na sua inteira forma, não se torna assim tão fácil destacar faixas, principalmente quando todas têm esqueletos semelhantes, mas apontando e enumerando apenas alguns exemplos para vaga ideia: “Helvetios” ao início que nos deixa bem despertos e com ouvido aberto para o que se segue, “Meet the Enemy” ou “The Siege” como representantes da faceta mais agressiva aqui presente – principalmente quando se situam após as calmas e ambientais “Scorched Earth” e “Hope” – e “A Rose for Epone” e “Alesia” com a belíssima voz de Anna Murphy a acrescentar mais um ponto de assinatura ao som característico do grupo.

Não parece haver nada negativo a apontar, principalmente devido à banda que é. Nunca se pode considerar os Eluveitie como mais uns, mas sim como aqueles. Logo o que pareça ser mais um é, na verdade, um dos principais a manter debaixo de olho. Ainda para mais quando nem a própria banda se limitou a apresentar-nos mais um trabalho seu e colocou aqui fruto de um bom esforço para se manterem sólidos e inteligentemente consistentes. E saiu daí “Helvetios”, um dos mais fortes registos da sua já nem tão humilde discografia. Cá os esperamos para o Vagos Open Air…

Avaliação: 8,8


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