Artista: The Cranberries
Álbum: Roses
Data de lançamento: 22 Fevereiro 2012
Género: Rock alternativo, Pop Rock, Rock Céltico
Editora: Cooking Vinyl, Downtown Records
Lista de faixas:
1 –
“Conduct”
2
– “Tomorrow”
3
– “Fire & Soul”
4
– “Raining in My Heart”
5
– “Losing My Mind”
6
– “Schizophrenic Playboys”
7
– “Waiting in Walthamstow”
8
– “Show Me”
9
– “Astral Projections”
10
– “So Good”
11
– “Roses”
Acho que todos já conhecemos bem os Cranberries. Quer
tenham vivido a década de 90 já maduros, quer ainda fossem crianças. Através de
algum irmão mais velho, de algum vizinho que gostava de aumentar o volume das
suas colunas ou simplesmente naquela situação em casa em que fica a TV ligada
num canal de música para dar ambiente a tarefas como as limpezas. Acho que é
seguro dizer que todos tivemos contacto com a música da banda Irlandesa pelo
menos uma vez.
A verdade é que, essa espécie de “hype” deu-se na
década de 90 com alguns discos suficientemente jeitosos para garantir o sucesso
mas com hits de destaque como é o caso de “Zombie” – que muitos dos
apreciadores da banda apontam como sobrevalorizada e com letra fraca em relação
a outros trabalhos da banda. Hoje em dia os Cranberries são uma banda de
nostalgia e jamais atingirão o mesmo pique que tiveram nessa década que parece
ter sido há tão pouco tempo mas que já se meteu uma inteira depois dela. Para
completar a marcação da banda num específico período dá-se o hiato oficial que
coloca a banda em pausa.
Passam-se anos, dão-se as experiências, os discos
a solo desapercebidos de Dolores O’Riordan, a reunião para uma digressão e as
saudades do estúdio apertam, logo anunciam a preparação do seu primeiro disco
em dez anos. Algo arriscado sabendo que os Cranberries já tinham conquistado o
estatuto de banda de nostalgia, saber se a preparação de um disco que
arriscava-se a soar datado ia ser boa ideia. E também ter a inspiração no
devido sítio para criar obras que soem familiares aos fãs que lhes compraram os
discos nos anos 90, sem parecer algo preso no tempo.
Tinham muito que trabalhar e o seu resultado
mantém-se nas linhas do razoável, mas por acaso não se pode considerar pouco
competente por isso mesmo. O som “Folk Pop” que se apoia simultaneamente nas
bases do Pop Rock alternativo e da música tradicional/folclórica Irlandesa para
criar dóceis melodias está de novo presente, como os fãs bem se lembravam. Aí
já reside suficiente para que o CD se junte aos restantes da colecção sem
parecer um estrangeiro a tentar infiltrar-se, com mais audições pode-se juntar
ao restante catálogo.
A voz de Dolores ainda não mostra qualquer sinal
de envelhecimento. Também pior seria, passaram-se anos desde a época deles, mas
ela ainda é jovem. Não temos nenhumas “brincadeiras” à volta das cordas vocais
da vocalista com algumas “guinadas” e desafinações artísticas como já se achava
piada ouvir em alguns êxitos clássicos como “Zombie” ou “I Can’t Be with You”,
mas o seu trabalho vocal ainda está de se aclamar da mesma forma que sempre
esteve – espere-se que a experiência sussurrada em “Waiting in Walthamstow” não
incomode ninguém.
Se gostavam das habituais/ocasionais malhas mais
hiperactivas com um certo destaque às guitarras, é apenas isso que está em
falta, em relação ao que já conhecíamos. O que predomina no álbum são as
canções suaves orientadas pelo lado Céltico que os caracteriza e pelas melodias
Pop/Rock que lhes garantia um lugar à sombra em estações de rádio e TV.
Portanto não existe em “Roses” nenhum sucessor para canções como “Salvation”,
por exemplo.
Não existe muito risco e se há alguma ambição em
especial, pelo menos ainda estão de pés assentes e ainda existe alguma
humildade. A intenção era manter-se fiéis à veia que lhes era conhecida –
deixando a parte mais agitada de lado – e nisso sucederam. Não se descobre aqui
o fogo nem se inventa a roda, apenas se procura um local confortável para se
instalar. E é o suficiente para agradar os antigos fãs, creio eu. E mesmo que
pareça ter passado um pouco o prazo de validade e parecer algo entalado na
década de 90… Enquanto não trouxerem as boy-bands, os Technotronic, os Ace of
Base e o Vanilla Ice de volta, uma viagem de volta aos 90’s não parece uma
experiência assim tão má ou assustadora…
Avaliação: 6,9
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